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Na natureza, o falcão é um combatente feroz. Nos negócios, o Falcon BX é igualmente poderoso e ágil.

Cada centímetro reflete o seu DNA militar,


com aerodinâmica simples e eficiente e avançados controles digitais de voo para levá-lo a lugares que outros nâo são capazes de chegar. Nada voa
como um Falcon, porque nenhum outro jato é construído como um. Feroz. Veloz. Ágil. Falcon 8X.

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ÂDASSAULT
<*~ AVIATION
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UMAQUESTAO
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g roup DEEMPUXO
w AERO MAGAZINE tema propulsão permeia boa parte das reportagens
BRASIL · ANO 27 · Hº 31• · 2020

DIREÇÃO
Publislle,
Chrls(l.ln 8111g0$ , <hris~tlnneredlw~.(om ,b,
O publicadas nesta edição de AERO Magazine. A
eficiência de aeronaves e 111otores ganha cada vez tnais
protagonis1no no 1nercado aeronáutico, o que vale para grandes
Oirttor4 dt Oper•çõu e pequenos operadores. O sucesso comercial dos monomotores
Chri\tfont 81119os · <bostun1tinntttdiron1,com,hf
turbo -hélices explica de alguma forma a força dessa tendência na
REDAÇÃO
R.EVISJA aviação geral. Confiáveis, rápidos e versáteis, eles são ten1a de u1n
Edl1or-chtft
Giuliltlo Agmon1· 9i11liano&-"f10tna9azitlMOff'l.b1 artigo que aponta justa1nente suas vantagens e1n relação a jatos e
DIGITAL
E41to,
bi1notores.
Edmundo Ubã.tt&n · cdm11ndoiaeroml1CJ~dnt.com.br
Ainda na aviação geral, preparamos uma matéria especial
Coh1\or11doru
And,é 80,ges lopes. David O.a,k. Jonu Lopn. Jo,ge sobre aeronaves elétricas, que ganhan1 cada vez mais espaço,
Philipe de A!mci& 84110,. Rodligo Ou<JIICe Sh.ailon l.at1
apesar dos enormes desafios. Na Europa, un1 fabricante esloveno,
ARTE
Dirttor dt Art, a Pipistrel, conseguiu certificar seu asa alta para instrução e
R;u,do T0tquetto · rlwd~ ne,edltoruom,br
desporto. Nos Estados Un idos, uma pareceria en tre empresas locais
PUBLICIDADE / AOVERTISING
p11bli<id4&,3'innc,cditor11.com.br permitiu a conversão de um Cessna Caravan em uma aeronave
•55 ( 11) 5876·8200 · romol li
elétrica. Fizen10s tan1bén1 un1 ensaio e1n voo con1 u1n ultraleve
R1prtcHnU J1tt Comtr<i.al Bruil • Amt.riu b tin•
Teres, Rebtlo • tertt.artbelo,lnnriq,n11ll.<om experilnental, um RV-10, que recebeu tun n1otor a pistão 1novido a
MARKETING
CO<lrdt-nador
querosene de aviação.
V.-.ídus Ar,újo · fflidusiinnercdi101uom.br
Na aviação comercial, diante dos impactos econômicos das
Arto
Leandro ~ru · .ane2flnntredlto,, <om. b1
1nedidas de restrição social adotadas nestes n1eses de pandemia,
IHTERHATIOHA.l SALES aviões m enos eficientes caminham para un1a aposentadoria precoce,
E,t,dos Unidos
lnner P11blishin9 · s11lestiin~.tp11blishin9.ntl como 111ostrrunos em uma reportage111 sobre o futuro da frota
Multting · m,11h1li'lgfiinnt1tditoruom.b1
global. Dois quadrimotores, o jumbo 747 e o superjumbo A380,
FINANCEIRO
fiiwiw:tiro'ti1W1tft<li101i.<OM.br prometem se tornar as principais vítimas do novo coronavírus.
CIRCULAÇÃO Falando ainda da covid-19 e suas consequências, e1n particular
R..Stole M~1ktting Edito,iel
a redução da 111alha aeroviária brasileira, alé111 de uma 1natéria sobre
ASSIH.ATUltAS
.J$Sln,11u1~fllnn,ered,1or,.ca0m,b1 novas tecnologia de desinfecção, preparamos um comparativo entre
·SS (11) !816-8100
Oist,ibui(Jo ni1do11&I po, SMLOG o voo de carreira e o fretamento de aeronaves privativas. Para quem
Solu~6es C'lll M,ukttin9 e Lo9i11K,.
não pode perder três dias para fazer uma reunião e voltar ou quer
ASSESSORIA JURÍDICA
t,fa(h.do Roclan1e Ad'fouç4
w-Nw,m,1childorod.Jin1t <om...br
resguardar a saúde da família etn u1na viagem a turistno, o táxi-
FALE CONOSCO
aéreo se tornou uma opção. Para os aerodesportistas, publicamos
inío8'inne11"ditoruom,b, I • SS (11) 3816·8200
o testemunho de um aviador que, respeitando os novos protocolos
IMPRESSÃO
Gr11u lndÓ$tri.i Gr.if•u
sanitários, voltou a voar e garante: o pôr do sol visto do céu
AERO M19uint f "mt publi<~.0 continua belo!
mt11ul de INHER Edito,, Ltde.
Por fi111, te111os wna matéria de fôlego sobre a E1nbraer, que,
embora tenha condições de se manter sozinha no mercado,
A lnner Editora n.io st 1espon,.1bili1,) por opiniões,
idcii-,$ e conceitos emitidos n0$ tel(tos pubfic-,dos 11 teria uma série de pretendentes, dos possíveis aos improváveis.
1ssint1do-s "" revim AERO Mag,zin,e, porserem de
inteira ,esponsabilid,1de de seu(s) au1or(es). Preparan10s u1na lista co1npleta deles, mostra1nos os prós e contras
de cada un1a das parcerias do fabricante brasileiros con1 grandes
conglomerados internacionais.

Bom voo,

Giulíano Agmont e Christian Burgos


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61 4042-1455- Brasilia 31 4042-8764- Belo Horizonte
22

22 ENSAIO EM VOO 38 AVIAÇÃO DE NEGÓCIOS

Um ultraleve experimental com Fretar se tornou opção


• • •
motor movido a querosene para quem precisa v1a1 ar

28 AVIAÇÃO GERAL 44 MERCADO

Com novos protocolos, O que explica o sucesso


aerodesportistas voltam a voar dos turbo-hélices monomotores

32 TE NDÊNCIA 50 MINHAAERONAVE

Certificação na Europa Cuidados adicionais com o contrato


abre caminho para de seguro em tempos de crise
aviação elétrica
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54 AVIAÇÃO REGULAR 74 HISTÓRIA

O impacto do coronavírus Uma visita ao museu que


na frota mundial de aeronaves eternizou o ataque a Pearl Harbor

60 INDÚSTRIA
-
Uma análise dos prós e contras de ~ SEÇOES -
possíveis parceiros para a Embraer
08 AERO RESPONDE

10 CURIOSIDADES

14 NA REDE
70 INFRAESTRUTURA

Operadores incorporam novas 82 AEROCLICK

tecnologias de desinfecção
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COMO SEI- AS
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CONDI OES
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DE UMA PISTA? ções de que tanto precisamos para
uma operação segura.
A importância de reconhecer a qualidade do A pri1n eira estratégia a se
aeródromo, incluindo itens como pavimentação considerar seria sempre ligar para o
local que~1ionando sobre as condi-
e presença de animais no sítio ções do campo no que se refere ao
pavimento (se há buracos na p ista),
se existe trânsito de pessoas ou
animais e até mesmo tentar desco-
brir quem lá operou recente1nente.
Assün , caso seja alguém conhecido,
vale tentar contato via uma chama-
da telefônica ou redes sociais para
perguntar sobre o aeródro1no.
Caso não se consiga contato di-
reta1nente no aeroporto, na n1aioria
das cidades brasileiras os campos
são administrados pelas prefeitu-
ras (podemos obter a infonnação
sobre quem administra o aeroporto
no Rotaer). Nesse caso, vale tentar
u1na ligação para a prefeitura da
cidade para tentar contato com o
secretário que está incwnbido de
cuidar dessa área. Nonnalmente, a
receptividade é boa e conseguimos
obter informações preciosas.
a aviação comercial, pistas de p ouso espalhadas pelo Se nada disso funcionar, os
diante das imposi- Brasil, ou nos inúmeros aeropor- incontáveis grupos de Whatsapp
ções regulatórias, os tos construídos no país. sobre aviação pode ser wna saída.
aeroportos adotam Mas, co1no a 1naioria de nos- Perguntar para a comunidade
medidas preventivas sos locais d e pouso não possui aeronáutica a condição de um local
consistentes, como equipamentos infraestrutura além da própria de pouso é até nonn al hoje e1n dia
de con1bate a incêndio, estruturas pista, o que fazer para se ter a e as respostas obtidas através desse
de segurança do s ítio aeroportu- certeza de que o pavi.m ento está n1eio pode1n ser 1nais técnicas e
ário, equipes de inspeção de pista adequado para un1 pouso ou un1a confiáveis.
e, na 1naioria dos casos, torre d e d ecolagem ou as cercas de segu- Se ainda assim nada adiantar e
controle ou serviço de controle de rança estão intactas protegendo reahnente precisar realizar o voo,
aeródro1no para infonnações n1e- o cainpo da invasão de ai1iJnais antes do pouso, faça um sobrevoo
teorológicas e de condição d a pista silvestres e até mesmo pessoas a baixa altura para tentar avaliar a
quanto a agentes contaminantes para que possa1nos efetuar u1na pista. Se houver dúvida quanto à
(pista n1olhada, por exemplo). operação segura? segurança da operação, siga para
Essas medidas realmente Não há um método oficial uma alternativa segu ra e garanta o
incrementa1n o nível de seguran- que nos transmita co1n precisão sucesso d a m issão (sem expor ae-
ça operacional, mas, na aviação a real condição de um aeródro- ronaves, passageiros e a si mesmo
geral, a situação é d iferente. Temos mo, mas, com algumas atitudes ao risco). Na dúvida, arre111eta!
a possibilidade de operar en1 proativas da tripulação, poden1os Antes do pouso tudo pode ser
qualquer uma das mais de três m il muitas vezes obter as informa- n1udado. A

8 1 AEROMAGAZINE 314
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• ançado nos EUA no verão

•• de 1970, o filme "Aeroporto"




inaugurava há 50 anos a era


•• ::::> d os cha1nados fi!Jnes-catástrofe, u1na


••

u receita imbatível para a p rodução de
sucessos de bilheteria durante a década
• d e 1970. Baseado e1n um romance


• homônimo do escritor Artur Hailey,
••
• não foi o prüneiro longa de Holl)"vood




a ter sua trama baseada nos acidentes

• e perigos da aviação comercial. Há ao




1nenos dois fihnes de algu1n destaque
•• que o antecederam: "The Hight and the

• Might" de 1954 e "Zero Hour!" de 1957.


•• Mas 'J\eroporto" foi a obra que d eu


• origem à série.


• Escolha un1a tragédia de grande


• impacto visual - natural ou causada

•• pela imprudência dos ho1nens - e use



con10 pano de fundo para desfilar un1a
• coleção de d ramas pessoais paralelos,

••
• desventuras amorosas e traumas psico-

• lógicos. De preferência, encenados por


• um elenco estrelado de Hollywood, boa


• parte dos quais já na curva descen-


•• d ente de suas carreiras. Os desastres



aéreos produziram, além do primeiro,
• 1nais três sequências: "Aeroporto 75':

••
• 'J\eroporto 77" e "Aeroporto 79''. Do

• 111esmo gênero, tainbém brotaram "O


•• d estino do Poseidon" (1972), "Terre-

• moto" (1974), Inferno na Torre (1974),
••

• Meteoro (1979) e vários outros.

• O prilneiro Aeroporto te,n co,no

•• estrelas os quadrimotores Boeing 707,




alé111 de un1 aeroporto congestionado



lidando com uma nevasca e os dramas CHICAGO EM MINNESOTA
• extraconjugais de pilotos e aeronautas . Embora todos os filmes se ch amem 'J\eroporto': apenas no


• Nos dois filmes seguintes, entrarain e111 prilneiro u1n aeroporto ten1 destaque na trama: o fictício "Lin-
••
• cena os novos e gigantescos jumbos 747 coln Internation al': situado nas imediações de Chicago, onde se


• e, no úlli1no, o elega11te supersônico passa a maior parte da h istória. Como o roteiro exig.ia pistas co-
••

• Concord e. Responsáveis por boa parte bertas de neve, as cenas externas forain filn1adas no aeroporto



do medo de voar de toda uma geração, de Min neapolis-Saint Paul, u1na região con hecida pelo rigor do



os filmes abusavain dos clichês, de inverno. Infelizmente, nos dias programados para as filmagens,

• roteiros sem muita veracidade e d a falta o te1npo esteve surpreendente1nente lünpo e foi preciso usar
••
• de preocupação com a realidade da neve cenográfica. Nos outros filmes da série, os aeroportos são

• operação das aeronaves co1nerciais. apenas coadjuvmtes.


••








• 1Ü I
•• AfROMAGAZINE 3,.
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ENTREI DE _ •


GAIATO NO AVIAO •

••
Para quem está acostumado aos protoco- •

los de segurança in1plantados na aviação •


após os ataques do 11 de Setembro, a série ••

é um testemunho de uma outra época. No •


prúneiro fihne, u1n dos personagens é tuna •


senh ora idosa que viaja de graça, entran- •

do clandestmamente e sem passagem •

••
e1n voos ú1ternacionais. E u1n ho1n e1n •

visivelmente transtornado embarca num •


voo Chicago-Roma levando uma bomba ••

em sua mala de mão, sem ser incomodado •


pelos dois seguranças do aeroporto. No •


fihne de 1975, uma mulher leva para o voo •

um pequeno cachorro, alojado dentro da ••

bolsa. E, no de 1979, um mecânico sabota •


o Concorde du ante a manutenção. •
••











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••










••

-
A EXOTICA CARREIRA




••
DE JOE PATRONI •

U1n ún ico personagen1 aparece e1n •


todos os quatro fi lmes: o carismático •


Joe Patroni, mterpretado pelo ator nor- •


te-americano George Kennedy ( 1925- ••

2016). Mas sua carreira na aviação é •


bastante co1úusa. No fihne original de •
••
1970, Patroni é o experiente mecân ico •

que leva un1 Boemg 707 ao limite estru - ••

tural para arran cá-lo da n eve e liberar a •


AIRPORT 197~ IIOR
pista do aeroporto de Chicago. No se-
gundo fihne, cú1co anos depois, já é vi-

••


111111-11u111r 111-11111amt1 uaa 1111W 1 •

·---,--..._,_,.........
,--IOl.:AIII_,
_ 111111!-IIIIUI
.. ________ • - - - ce-presidente da fictícia empresa aérea
1811111111! 181.lllll!llllil
Columbia. Em 1977, faz apenas uma






ponta, como un1 operador terceirizado, •


contratado por um bilionário. Dois •


anos mais tarde, Patroni não s01nente •

se tor nou piloto, como co1nanda tun •
••
moderno Concorde e se gaba de ter 30 •


anos de experiência pilotando dezenas •
••
de modelos de aeronaves. •









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MISJERIOS DO


••
TRIANGULO DAS BERMUDAS
• Assistir aos filmes que envolvem aviões requer uma

• grande dose de tolerância con1 as licenças poéticas


• dos roteiristas e d iretores em relação à realidade .


• Mas a série Aeroporto costun1ava abusar. O caso



• 1nais grotesco acontece no terceiro filme, quando um



Boeing 747- 100, após ati ngi r com a asa a torre de

•• u1na plataforn1a de petróleo, faz um pouso forçad o
• no 1nar. Por um milagre, o jumb permanece íntegro,


• sem uma mísera rachadura na fuselagem. tvlas logo


•• após a parada, começa a afundar no mar co1uo wu

• submarino, até repousar na areia~ o fundo, a 30 me-
••
• tros de profundidade. E ninguém parece le1nbrar que


• aviões co111 fuselagens ú1tegras, con10 recentemente

•• demonstrou na prática (e no cinema) o comandante




Sully, flutuan1 mesn10 co1u as portas e saídas de en1er-
• gência totahnente abertas .






••




•• CONCORDE ACROBÁTICO

• Na primeira parte do filme de 1979, o Concorde



pilotado por Joe Patroni (na co1upanhia do galã



francês Alain Delon, que interpreta o primeiro ofi-
• cial) não son1ente escapa de u111 sofisticado 1níssil

••
• ar-terra guiado por rad ar e co1n putador co1110, logo

• em seguida, consegue fugir de um ataque feito por


•• dois ca~as F-4 Phanton1. Após abusar de loopings,


• guinadas e tonneaus a tv(ach 2, Patroni abre uma


• janela qa cabine no meio de um mergullio e, co111


• o aviãojinvertido, dispara u1na pistola com u111


••
sinalizador - um "Jlare" improvisado que desvia
• mís eis disparados pelo caça. Minutos 1uais

• tarde, faz tun pouso e111 e1nergência no aeroporto


•• de Paris, com os freios dan ificados. Mas, na manhã

• seguinte, o n1esmo avião já está reparado e pronto


• para seguir viage111 ru,no a Moscou. Nenhurn d os
••
• corajosos passageiros desiste de embarcar.

••





••

• ,





TIROLESA IMPOSSIVEL
• Um dos momentos mais dramáticos do filme de 1975 acontece


• quando un1 piloto é transferido e1u pleno voo de um helicóptero
••
• Sikorsky tv(H-53 para o Boeing 747 acid entado. Pendurado em


• u.m a corda, desce escorregando até entrar pelo rombo na lateral da
••

• cabine de pilotagen1. Trata-se de wua façanha ünprovável. Mes1uo



co,n o jtunbo voando com flaps estendidos, sua velocidade indica-



da no painel estava na casa dos 190 nós (cerca de 350 quilômetros

• por hora). Alé1u da violência do vento que o piloto enfrentaria ao
••
• descer, essa velocidade está bem acima da máxima atingida por

• esse 1uodelo de helicóptero. Mas dois pilotos co1upletan1 a descida


•• pela corda e um deles, vivido pelo ator Charlton Heston, entra no

• avião e assume os comand os para salvar o d ia.






• 12 1 AfROMAGAZINE 31<
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ESTRANHAS •


COINCIDENCIAS •


A participação em filmes da série não deu •

••
n1uita sorte às aeronaves. O Boeing 707 •

usado n as filn1agens do prin1eiro filme de •


1970 encerrou sua carreira de forma trágica ••
no Brasil em março de 1989. Voando como •


cargueiro pela antiga Transbrasil, caiu •


a poucos metros da cabeceira na apro- •


xiJnação para o pouso no Aeroporto de •

••
Gu arulhos, matando seus três tripulantes •

e mais 25 pessoas em terra. Cinco meses •


depois, o biJnotor Beechcraft Baron que ••

bate de frente com o Jumbo no/ fihne de •

1975 foi destruído numa colisão aérea real •


com un1 Cessna 180, na Califórnia. E o •


Concorde usado nas filmagens d e Aeropor- ,,_ ....,.,_ ••
Íl'QY'lth&
AIAF>OAT •
to 79 é o mesn10 aparelho que se acidentou bookot •


após a decolagem em Paris, e,n julho de ""'""'" ... nllll •
UU;(W,,U,•
lltUl.JU!:i'!,or,. ....
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2000, pondo fim à carreira do supersônico
franco-britânico.
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••

TUDO TERMINA •


E~ COMEDIA •


A d~cadência da série já era visível no •


últii\10 liline, seja pela quantidade de ••

absurdos no roteiro, seja pelas cenas de •


ação um tanto ridiculas e com efeitos •
••
especiais toscos - que arrancava111 risos •

da p( ateia. Resultou e111 tun retumban- •


te frt casso nas bilheterias, apesar do •


estútlio ter tentado convencer o público •

1 •
de 1,u e o clima de "co,nédia trash" havia ••

sido proposital. No ano seguinte, os ir- •


mãos David e Jerry Zucker, associados •
••
a Jim Abrahams, lançaram a impagá- •

vel garódia ''.Airplane!" (''.Apertem os ••

cintos, o piloto sumiu!" no Brasil), un1a •


escrach ada comédia que reaproveitou o •
••
enredo de "Zero Hour!" para ironizar e •


demolir todos os clichês do Aeroporto •


original e das três sequências. Enorme •


sucesso de público, ''.Airplane!" bateu o •


último prego no caixão do cinema-ca- •

-- ..~...., ...... . .
tástrofe de aviação nos anos 1970. •


••




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AER0MAGAZINE 314 1 13 ••
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PC-24
CHEGA AO BRASIL
O primeiro Pilatus PC.24 com matrícula brasileira foi com dois motores Williams FJ44-4A, possibilitando que
entregue pela Synerjet, representante da n1arca no país a a aeronave tenha un1 alcance de 2.000 111ilhas náuticas
ti.ln operador de São Paulo. O avião de negócios de alta (3.704 quilômetros), co,n teto operacional ,náximo de
performance está no aeroporto de Sorocaba, no interior 45 111il pés, alé111 da necessidade de apenas 900 111etros
paulista, onde passará por vistoria técnica inicial (VTI), que de pista pavin1entada para decolar ou 879 ,netros de
será realizada no Centro de Serviços da própria Synerjet. comprimento em uma pista de grama.
O PC-24 é o prin1eiro avião a jato da aviação de negócios A cabine ten1 capacidade para até seis passageiros e
projetado e certificado para operar sem restrições em pistas um sistema modular permite o intercâmbio do armário
não paviJnentadas, incluindo aquelas con1 piso de terra n1ontado na seção dianteira, que pode ser usado con10
batida, ca~ho ou grarna. A capacidade praticarnente galley ou desativado, além da opção da instalação de
dobra o número de pistas no mundo aptas a receber a u111 banheiro também ,nodular. O PC-24 dispõe de
aeronave. amplo bagageiro, incluindo uma porta de cargas igual a
A aprovação para operações em areia seca e cascalho existente no PC-12, ampliando assim a flexibilidade do
foi obtida e1n 2018, enútida pelas autoridades europeias, avião.
com o acréscimo de pistas de terra molhada ou cobertas de Os clientes da aeronave também contam com o
neve sendo resultado de tuna carnpanha de testes de pós- pacote de n1anutenção CrystalCare, que inclui todas
certificação realizados em 2017. as inspeções e manutenções programadas e não
O avião desenvolvido pela suíça Pilatus agrega as programadas, atribuições de Aeronaves no Solo (AOG),
capacidades do irmão turbo -hélice, PC- 12, com a e todos os itens consu,níveis e itens de desgaste nonn al,
performance superior dos jatos. O PC-24 é equipado co1no pneus e freios.

14 1 .AfROMAGAZINE 31<
EMBRAER
EM FOCO

TROCA NO COMANDO
A E1nbraer realizou a troca do CEO da unidade
de aviação comercial, nomeando Arjan Meijer
PREJUÍZO E APORTE ESTATAL
A Embraer registrou um prejuízo líquido no primei ro
para o cargo, sucedendo John Slattery. Ele era o
trúnestre atribuído aos acionistas de 1,276 bilhão de reais,
CCO da unidade. A ,nudança reflete o processo de
alta de 694% no comparativo co,n o prejuízo de 160 milhões
reestruturação com a reintegração da área de aviação
no mesn10 período de 2019. Os resultados levaran1 a agência
comercial à estrutura principal da E1nbraer, que
de classificação de risco S&P a cortar o rating da e,npresa
havia sido separada para a fusão com a Boeing. John
de BBB- para BB+, o que, na prática, representa perder o
Slattery, por sua vez, vai substituir o vice-presidente
grau de investimento para a agência. E1n co1ntuücado a S&P
do conglo,nerado GE, David Joyce, que também era
afi rmou que estava retirando o rating da observação para
CEO e presidente da GE Aviation, divisão aeronáutica
eventual rebaixan1ento, atribuindo perspectiva negativa.
do grupo. Joyce se aposentou após 40 anos de serviço.
No mesmo dia que a S&P rebaixava os papéis da Embraer,
o BNDES oficializou un1 en1préstiJno que poderá chegar aos
três bilhões de reais para o fabricante, pennitú1do um alívio
no caixa. O valor deverá ser pago ao longo de quatro anos.

LEGACY 450 VIRA PRAETOR 500


A En1braer Serviços & Suporte anunciou a conclusão da primeira
• conversão de um Legacy 450 em um Praetor 500 para um cliente.
------ }_/
A mudança adiciona ao avião u1n alcance extra de 440 milhas
náuticas (814 qtúlõn1etros) e melhorias na cabine. As placas e o
logotipos também foram substituídos para converter oficialmente
PHENOM 300 APRIMORADO o Legacy 450 e1n um Praetor 500. Os trabalhos envolve1n tuna
A Embraer entregou o priJneiro Pheno1n 300E do mundo, grande extensão de atualizações e mudanças estruturais no avião.
que será operado pelo escritório de advocacia norte- Durante a conversão, é realizada a substituição da fiação, con1
americano Dunham & Jones, P.C, localizado no Texas, que sensor de nível nos tanques de co,nbustível, são alterada~ as
já opera u1n Pheno1n 1OOEV: O Pheno,n 300E é tuna versão portas de abastecúnento por gravidade e o siste1na de 1nedicação
aprimorada do bem-sucedido Phenom 300, que recebeu de co1nbustível é realocado. També1n é realizado tun reforço nas
1nelhorias tecnológicas, incltúndo tuna atualização da nervuras das asas para suportar o peso adicional. O jato recebe
aviônica, com sistema de alerta e prevenção de saídas de pista tainbé1n atualizações nos siste,nas de controle de voo, com tuna
(ROAAS), sendo a En1braer a prúneira en1presa na aviação nova carga aviõnica, com atualizações da suíte de aviônicos Collins
executiva a desenvolver e certificar uma tecnologia do tipo, Aerospace Pro Line Fusion. Na
alé1n de proteção contra o windshear, 1nodo de descida de
e,nergência, PERF, TOLD, FAA e conectividade 4G via Gogo parte estrutural
da aeronave, -
----------------7
AVANCE 15. Com as mudanças, o Phenom 300E se tornou são adicionados
o jato síngle-pilot 1nais veloz e com maior alcance do 1nw1do, os v,inglets do
capaz de atingir Mach 0,80, com velocidade máxima de Praetor. O n1odelo
cruzeiro de 464 nós (859 quilô1netros por hora) e wn alcance ainda apresenta
de 2.010 milhas náuticas {3.724 quilô1netros) co,n cinco o siste1na E2VS
ocupantes nas condições de reserva NBAA IFR. da indústria, um
O Phenom 300 está em serviço em mais de 30 países, tendo painel frontal
sido por oito anos consecutivos o jato leve mais entregue no que combina
1ntu1do, acu1nulando ,nais de 540 entregas desde sua entrada visão sintética e
no mercado, em dezembro de 2009. aprunorada.

AfROMAGAZINE 3,. 11 5
w
e
w NBBA
a:: CANCELADA
-e( A edição de 2020 do
z maior even to de aviação
de negócios do n1undo
não vai mais acontecer.
A NBAA, a gigante
associação de aviação
de negócios dos Estados
Un id os, anunciou
o can celamento da
Convenção e Exposição
de Aviação Executiva 2020
(NBAA-BACE), q ue estava
progra111ada para acon tecer
em Orlando, na Flórid a
entre os dias 6 e 8 de
outubro. A decisão levou
en1 conta as orientações
das autorid ades de saúde
e sanitárias dos EUA. "A
MAIS 20 TONELADAS promoção da segu rança
A russa Volga-Dnepr aun1entou a é a principal razão pela
capacidade de transporte de carga qual a NBAA foi fundada
do An-124 e1n 20 toneladas, em 1947 e a segurança
após reforçar o piso e recalibrar está n a base de tudo o
os pneus do avião. O gigante que somos hoje': d isse
Antonov 124 vem recebendo Ed Bolen, presid ente e
uma série de melh orias nos CEO da NBAA. "Como a
últilnos anos, con1 seus principais covid-19 en1ergiu co1no
operadores iniciando trabalhos um a pande111ia, a NBAA
de 1nodernização. Segundo a procurou constantemente
Volga-Dnepr, com os reforços autoridades locais,
estruturais será possível atingir estaduais, federais e
UJua carga útil 111áxi111a de 150 globais d e saúde para guiar
toneladas, um dos maiores nossas decisões e orientar
valores disponíveis para un1 avião nossas ações em relação a
cargueiro. eventos''.

VOO PELO CELULAR


O aplicativo de fretamento de aeronaves de negócios Fly Adam atingiu a
1narca de 20 1nil pedidos de cotação de voos, apenas oito semanas após o
seu lan çamento. A Ad am é uma startup de tecnologia que criou o primeiro
1narketplace especializado en1 mobilidade aérea no Brasil. A iniciativa conta
com o apoio d a Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), a Confederação
Nacional de Transporte (CNT) e o Sindicato Nacional das En1presas de Táxi
Aéreo (SNETA). Segundo a platafonna, as cidades d o Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Curitiba, Manaus, Salvad or e São Paulo estão entre os destinos mais
pesquisados pelos usuários.

16 1 AER0MAGAZINE 314
NOVO PLAYER
GLOBALSSOO
A quase desconhecida Stratus Aircraft te1n planos a1nbiciosos
para o mercado de aviação geral. O fabricante norte- ENTRA EM SERVIÇO
an1ericano pretende ingressar no seleto e bilionário n1ercado O primeiro Global 5500 foi entregue pela
de jatos muitos leves, ou very light jets (VLJ), dominado por Bombardier, marcando o início da operação
no1nes consagrados co1no Embraer, Cessna e Honda Aircraft. do jato que representa a porta de entrada para
A Stratus trabalha no desenvolvimento do 1nonojato 7 l 6X, a família Global, oferecendo uma série de
a versão alongada do avião-conceito 714, mais conhecido atualizações en1 relação às séries anteriores,
do público. Ao contrário do Cirrus Vision, voltado para inclui ndo melhoria no desempenho e no conforto.
o mercado de aviação pessoal, o 7 16X pretende ser uma E1n 2019, a Bombardier anunciou que a aeronave
alternativa competitiva aos Phenom l 00, Citation M2 e Global 5500 poderia voar 200 1n ilhas náuticas
HondaJet. O fabricante de Redmond, no Oregon, pretende (370 quilômetros) a 1nais do que o planejado,
se tornar un1a indústria voltada ao estrato de aeronaves ati.J1gindo tun alcance de 5.900 nülhas náuticas
certificadas. O (10.928 quilômetros), o que permite conectar
objetivo é obter São Paulo e Paris ou Los Angeles e Moscou sem
o certificado de escalas, com uma velocidade máxima de Mach
tipo e começar a 0,90 (aproxi.J11ada1nente 1.111 quilô1netros por
entregar o 7 l 6X hora). "A Primeira entrega do Global 5500 é de
em 2022. Até lá, particular in1portância para nossos funcionários
a ideia é vender ern Wichita, que recente1nente asstuniram o
o avião como meticuloso trabalho de acaban,ento de interiores
experi.Jnental, e1n das aeronaves Global 5000 e Global 5500'; disse
forma de kit de David Coleal, presidente da Bombardier Aviation.
montagem, O novo jato de negócios oferece un1a asa de últi.Jna
para alavancar geração, com melhor desempenho em relação às
o projeto. O asas originais da fan1ilia Global, assi.Jn co1no novos
conceito não motores mais silenciosos e econô1nicos, amda que
é novidade no com elevado rendi.Jnento. O Global 5500 dispõem
setor aeronáutico. do i.J1ovador assento Nuage patenteado pela
Bombardier.

AEROMAGAZINE 3 14 1 17
w
e
w
a::
-e(
z ,97%
PRIMEIRO VOO SÓ EM 2021 Foi a queda registrada da dernanda por voos
A nova en1presa de David Neele1nan, criador da Azul e da jetBlue, domésticos em maio no Brasil, em relação ao
adiou seu plano de voar pela primeira vez para rneados do segundo mes1no período do ano passado, segundo a
semestre de 2021. A Breeze Airway, un1a en1presa de baixo custo Abear. No mercado internacional, o recuo foi
con1 foco no rnercado regional dos Estados Unidos, pretendia iniciar de 96,85% en1 n1aio, Õiante de igual 1nês do ano
suas operações em 2020, o que foi suspenso após a crise gerada pela passado. Nesse período, foram transportados
pandernia da covid-19. Mesrno com a incerteza sobre a sua estreia, a 16,9 mil passageiros, retração de 97,5%. Já
Breeze Ain-vays mantém um pedido firme de 60 jatos A220-300 junto à o transporte de carga caiu 52,4l % ern rnaio,
Airbus, con1 a prin1eira entrega prevista para abril de 2021. diante de igual mês do ano passado.

ROTOR DE CINCO
PÁS CERTIFICADO -
A RECERTIFICAÇAO
A Easa certificou o novo rotor de cinco pás do H 145, Após uma espera de ano e quatro meses, o Boeing
abrindo ca1ni.nho para as entregas nos próximos 73 7 MAX iniciou o voo de certificação, n1arcando a
meses. A certificação abrange toda a gruna conclusão e análise de todo trabalho de reengenharia
de recursos, incluindo regras de voo aplicado nos últimos 1neses. A FAA, agência de aviação
instrun1ento (IFR) e con1 piloto covil dos Estados Unidos, confirmou que foi finalizada
único (single-pilot), assim como a revisão do sistema de segurança da aeronave,
operações con1 u1n 1notor (Cat. i11cluindo o fanügerado MCAS (Sisterna de Aun1ento
A / \ Ttol) e uso de óculos de de Características de Manobra). Realizado no fim de
visão noturna. A nova versão junho últin10, o voo representa um ilnportante passo
do helicóptero biturbina para a recertificação. A
leve Hl45, o modelo mais Boei11g está utilizando
vendido da Airbus Helicopters, no processo um 737
foi apresentado oficialmente MAX 7, que decolou
pela prilneira vez durante a Heli- da planta indústria de
Expo 2019, que ocorreu em Atlanta. Boeing Field, localizado
Imediata1nente, o 1nodelo obteve contratos con1 e1n King County, nos
clientes de quase todos os segmentos de mercado. arredores de Seattle.

ÚLTIMA ENTREGA
A Gulfstrearn realizou a venda do últilno G550, abrmdo crunmho par·a
a produção e o desenvolvimento dos modelos mais recentes da marca,
os recé1n-certificados G500 e G600. A expectativa é que a últilna
unidade do consagrado G550 seja entregue em 2021, quando o jato
deixará de ser produzido. "O G550 estabeleceu o padrão para aeronaves
e i11dústria subsequentes com ruais de 600 tu1idades em serviçd; disse
Mark Burns, presidente da Gulfstrearn. "Suas movações tecnológicas e
aprilnorrunentos de segurariça derrun a equipe de desenvolvilnento do
G550 o prestigioso troféu Robert J. Collier em 2003''.

18 1 AEROMAGAZINE 314
••• ? li

AERO Magazine
l17' subscribert.

AERO Magazine -
FAB amplia capacldadeéla
tran$porte em meio a pandemia · '"'41
AERO Magazine
Entrega do terceiro KC- 390 deverá expandir
uso do modelo em missões de apoio ao
combate ao novo coronavírus e

"-- AERO Magazine I Dia de prova: Após


longa espera o 737 MAX decola para
recertificação I https:/Jbit.ly/38bPZs7
AERO Magazine
Dia d e prova: Após longa esper a o
737 MAX decola para recertificação ·
AERO Magazin e
Bo&ing deverá comprovar todas as
modificações exigidas no sistema MCAS e em
demais pontos do projeto d o avião 0

Mute
w
e
w Mil
a::
-e( É o número de funcionários que a Airbus deve demitir TAXIA,
z até 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o gigante aeroespacial europeu, houve uma
redução de 40% no total de pedidos em 2020, além de
DECOLA
E POUSA
diversos cancelamentos no período.
SOZINHO
Após dois anos de PARA PORTA-
testes, a Airbus concluiu
NOVA com êxito o seu AVIÕES
projeto Autonomous
GERAÇAO Taxi - Take-Off and
A 1narinha dos Estados
Unidos recebeu o
DE PAS Landing (ATTOL). priJneiro CMV-22B
O siste,na permite operacional, a versão
A stúça Kopter, parte que os procedimentos de transporte do V-22
do grupo italiano de táxi, decolagem e Osprey, que será lotado
Leonardo, anunciou aterrisage,n de um avião no l\llulti-Mission Fleet
que as atividades con1ercial ocorram de Logistics (VRM), na
de testes de voo do terceiro validar a nova configuração do forma co,npletamente base aérea naval de San
protótipo do helicóptero rotor principal, que sofreu wna autônoma. O sistema Diego. O CMV-22B deve
SH09 (designado P3) foram série de melhorias no terceiro ATTOL realiza os substituir os veteranos
reiniciados na região da Sicília. protótipo. Desde janeiro, complexos processos com C-2A Greyhound nas
Os ensaios em voo haviam sido o helicóptero de testes está base no n1onitoran1ento missões de logística a
suspensos em 1narço, devido voando con1 un1a cabeça de de imagens de vídeo por bordo dos porta-aviões
à pandernia de covid-19 na rotor principal modificada e tun meio de un1a tecnologia norte-ainericanos,
Itália Agora, as equipes de design das pás n1ais avançado de reconhecimento e podendo ainda operar
manutenção de protótipos que o das gerações anteriores, imagem a bordo - a em diversos outros
e testes de voo da Kopter contanto com novas soluções pri,neira do tipo na navios da esquadra,
estão preparando o P3 para aerodinânúcas, que tem aviação. O sistema tem ampliando a capacidade
realizar todas as verificações aperfeiçoado o comportamento un1a lógica sinülar ao de transporte. O modelo
necessárias para reton1ar voo dinân1ico do helicóptero com a reconhecimento facial de pode transportar até
de ensaio. Com a retomada redução da carga de trabalho do dispositivos bion1étricos, 2. 721 quilos de carga,
das atividades, a Kopter deverá piloto e1n todas as fases de voo. que efetuarn a leitura combinando com
de parâJnetros pré- sua versatilidade de
detenninados. decolagem e pouso
vertical, sin1ilares de
um helicóptero, com
as características de
longo alcance, eficiência
operacional e velocidade
de un1a aeronave turbo-
hélice. O CMV-228 se
diferencia dos den1ais
modelos por seu alcance
expandido, projetado
para cobrir n1ais de
1.l 50 milhas náuticas
(2.130 kn1). Além disso,
permitirá transportar
o conjunto con1pleto
do motor do F-35,
algo iJnpossível de ser
realizado pelos C-2A.

2Q I AEROMAGAZINE 314
DescoR GUIA A D EGA
VINHOS CLUBE ~ MELHOR
ChadOS 8B ASIL ADEGA Sabor VINHO!!

\(~ A D EGA . , I AOEGA

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SÃO PAULO
FOLHA
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ULTRALEVE
MOVIDO A
QUEROSENE
Desenvolvido no interior de São Paulo,
projeto RV-10 Jet abre caminho para o
uso de QA v na aviação pessoal
POR I POR JORGE FILIPE DEALMEI DA BARROS',
DESUMARÉ. ESPECIAL PARA AERO MAGAZINE

as últimas duas décadas, a indústria


aeronáutica ve1n desenvolvendo n1otores
para aeronaves de pequeno porte capa-
zes de operar com combustíveis alterna-
tivos à gasolina de aviação. No final dos
anos de 1990, a canadense Rota,x lançou o ,nodelo 9 12,
de quatro cilindros, refrigerado a água, que funciona
con1 algumas gasolinas auto1notivas, em substituição
à Avgas. Nos anos seguintes, surginun soluções para
uso de outros combustíveis, inclusive nacionais. A
indústria Neiva, de Botucatu, no interior de São Paulo,
passou a produzir aviões agrícolas com motores adap-
tados ao etanol, já homologados pela Anac.
Esse projeto criou condições para a realização
de lançamentos de defensivos agrícolas em voo
para desinfecções de plantações con1 n1enor custo e
1nelhor produtividade, u,na vez que o etan ol poderia
ser obtido em usinas de álcool, próx.in1as aos locais
d a aerofi.unigação. Na década de 2010, tornou-se
recorrente a presença de motores pequenos, movidos
a etanol, diesel, querosene ou hidrogênio, e1n expo-
sições e feiras de aeronaves experimentais, sobretudo
na Europa e no Estad os Unidos. Até a eletricid ade
ganh ou protagonisn10, sendo exposta con10 solução
prom issora de energia na motorização aeronáutica.

AS ALTERNATIVAS
Na prática, h á wna corrida tecnológica e,n busca
d e alternativas viáveis à gasolina de aviação, que
ve111 sendo rejeitada por alguns 1nercados. A baixa
d em an da fora dos EUA torna o preço muito alto e
sua toxidade acaba suscitando discussões em torno
d a saúde de quem voa e, n1arginaln1ente, d o 1neio
ambiente. Mas o desenvolvi men to de novos projetos
ou a realização de grandes 1nodificações en1 mo -
tores já existentes encontra restrições importan tes. •

AEl10MAGAZINE 314 123


duas en1presas permitiu a ren1es-
sa de u1na unidade do 1nodelo
CD-265 para uso en1 testes em
un1a aeronave RV- 1O. Só faltava
a hélice. Felizmente, a empresa
Hartzell já havia desenvolvido um
novo 1nodelo de três pás, voltado
exclusivamente ao motor CD-
265, o que abreviou os preparati-
vos para o início dos testes.

AS DIFERENÇAS
Os 1notores aeronáuticos clássicos
movidos a Avgas possuem refri-
U1na delas está na característica aeronaves a pistão que precisain geração a ar, cilindros horizontais
química dos novos combustí- se deslocar em território nacional opostos e siste1n as de ignição por
veis. Aspectos moleculares mais ou por países vizinhos da Alnérica centelha nas velas. Já a maio-
con1plexos - con10 densidade, do Sul. Empresas de engenharia ria dos n1otores aeronáuticos
Ca renagem do densidade energética, octanagem ou construção civil, prospecção a querosene são refrigerados a
motor redesenhada, e razão ar-combustível - podem nüneral, adnünistração de fazen- água, funcionam em ciclo diesel
preservando boa provocar grande alteração na re- das e grandes projetos rurais vêm e apresentan1 cilindros dispostos
aerodinâmica
lação peso-potência d os motores. enfrentando dificuldades de aces- em linha, co1no nos automóveis.
Outro fator é a disponibilidade. so às regiões onde nonnalinente Ligeira1nente diferente, o modelo
Para que1n pretende viajar, a an1- estão os seus negócios. CD-265 da Continental conta
plitude da rede de abastecimento com quatro cilind ros horizontais
e o preço do combustível são O PROJETO opostos e grandes aletas para
determinantes. Visita1nos tun fabricante de ae- liberação do calor. Na parte
Diante desse contexto, ronaves d o interior de São Paulo, superior, onde estão as chama-
algtu1s fabricantes voltaram suas a Flyer Indústria Aeronáu tica, das "cabeças de cilindro': o calor
atenções à possibilidade de uso sediada em Sumaré, que també1n excessivo é dissipado pelo óleo
do querosene de aviação (Jet Al) está anaHsando a viabilidade de lubrificante, que viaja através de
em motores aeronáuticos a pistão. in1plantar u1n n1otor movido a tun circuito próprio até tun radia-
Nos últimos 15 anos, grandes Jet AI na produção do RV- 10: dor exclusivo.
1narcas con10 Austro Engine E4, um ultraleve desenvolvido pela Nos n1otores 1novidos a Avgas
SMA/SAFRAN e Thlelert Aircraft Vans Aircraft e vendido co1no com injeção direta de co1nbustí•
Engines GmbH se dedicaram experimental em forma de kit. vel (sem carburador), o ciclo de
ao desenvolvin1ento de modelos O pri111eiro passo foi procurar geração de força co1neça quando
co1n até 300 cavalos d e potência. a Continental Airspace Tech- o pistão inicia seu percurso do
Em sua maioria, são produtos de nologies - hoje uma empresa ponto mais baixo. No caminho
. . ., .
orige1n europeia, já que, nos EUA, s1no-an1encana -, que Jª possui em direção ao cabeçote, o voltune
disponibilidade e custo desses uma lin ha de motores aeronáuti - inicial de ar vai sendo comprimido
dois con1bustíveis de aviação não cos para Jet Al. Muitos dos atuais cerca de nove vezes. Isso faz com
difere1n muito entre si. funcionários da Continental vie- que as 1noléculas de ar se apro-
O mercado brasileiro também ram de uma fornecedora de longa ximem entre si, concentrando o
busca alternativas, já que os preços data dos brasileiros, a tradicional oxigênio. Qumdo o pistão chega
absurdos da Avgas e a consequen- fabricante de 1notores Lycoming, ao ponto mais alto do circuito,
te redução dos pontos de abaste- o que facilitou a aproximação das dois eventos ocorrem em frações
cilnento estão causando enonnes co1npanhias. E1n pouco tempo, de segundo. U1n bico injetor lança
problemas para os usuários de u1n acordo comercial entre as gasolina vaporizada na càmera d e

2 4 1 AfROMAGAZINE 314
Motor diese l Motor ga solina Válvula de admissão Injetor de Válvula de
(Ign ição por compressão} (Ignição po r centelha) combustível exaustão

Injetor de combustível Vela


- •
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Câmara Câma ra quente: Adm issão Compressão Explosão Exaustão
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quente: NOx NOx E'
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+ fumaça

combustão enquanto o sistema de pela alta taxa de compressão faz o em 1897 pelo engenheiro alemão
ignição provoca faíscas nas duas co,nbustível explodir sem neces- Rudolf Christian Karl Diesel, na
velas. Segue-se a essas ações un1a sitar de qualquer faísca. Portanto, época, radicado na França. Seu
explosão interna no mo,nento em nesse motor não há sistema de invento aceitava combustíveis de
que o pistão inicia seu caminho de ignição. A ausência de 1nagnetos, origen1 vegetal. Porén1, a abun-
volta. O atunento abrupto de calor cablagens ou velas o torna mais leve dância de combustíveis fósseis
expande dramaticamente o volume e de desenho mais simples. l\tlas a experimentada nos anos seguintes
da n1istura, forçando para baixo o ü1jeção do querosene depende de levou à adaptação do ,notor para
pistão, que transfere energia ,ne- u,na bo,nba injetora potente. De funcionar com um novo óleo
cânica ao virabrequim e a todos os funcionamento puramente mecâ- bruto derivado do petróleo, bati-
assessórios ligados a ele, inclusive e nico, se,n siste,nas eletrônicos, é de zado diesel, e,n sua homenage,n.
principahnente à hélice. fácil compreensão pelos mecânicos Mas o óleo d iesel não é adequado
No motor CD-265 o funciona- e sua n1anutenção é simples. ao 111otor CD-265 por diversas
n1ento é quase igual. Quando está Na verdade, o princípio de li,nitações de espectro técnico. A
próxüno da parte mais alta do seu ignição por compressão, sem faís- mais importante é a elevada quan-
curso, o pistão já con1prirniu o ar, ca, é antigo e presente e111 n1uitos tidade de sujidades, derivada das
' e,n tuna proporçao
pore,n - ,naior,
. motores diesel, como aqueles características de seu refino. Além
de até 15 vezes. Neste momento, instalados em grandes máquinas, disso, sua indisponibilidade em
o querosene é injetado. E aí está a tratores, caminhões e ônibus. Esse aeroportos não o tornaria viável
grai1de diferença. O calor gerado modelo de motor foi patenteado para a aviação. t

AEROMAGAZINE 314 12 5
-

No motor CD-265, a explosão n1ente a borboleta de ad1nissão. rotações por minuto demanda cer-
interna em cada cilindro gera E,n voo, quando precisa de potên- ca de 29 polegadas de pressão de
pressão de expansão n1uito maior cia, o comandante abre novamente admissão. Na decolagem, o valor
do que à obtida nos tradicionais a borboleta. En1 elevadas altitudes, pode chegar a 95 polegadas.
motores a Avgas. Diante dessa porém, a abertura máxima já O CD-265 opera de n1odo
condição, partes mecânicas, não garante as 30 polegadas de sim ilar aos motores movidos
co,no pinos, bielas e virabrequitn, pressão, já que, confonne a aero- a Avgas. As ten1peraturas de
precisam rceber reforços, o que nave sobe, o ar se torna cada vez cabeça de cilindro, do óleo e de
causa u111a ligeira elevação do peso mais rarefeito, menos denso. Para turbina são iguais ou ligeiramente
do motor - da ordem de 3%. Há, cornpensar a perda, há rn otores n1enores. Na base do pedestal do
Pa inel do RV-10 e tan1bé111, os pulsos de torque e111 a Avgas que recebem ar de um manete de potência há uma escala.
ma neie de potência con1pressor. No Piper Matrix, A cada valor crescente, a bomba
cada explosão, que exigem maior
com escala lateral
resistência do suporte do motor. por exemplo, dois co,npressores injetora fornece ,naior quantidade
Por isso o CD-265 se apoia na elevam essa pressão a 42 polegadas de querosene ao motor. A maior
parede de fogo da fuselagem por na decolage111, que pode se n1anter quantidade de combustível torna
um berço novo, desenvolvido assim até os 20 m il pés. as explosões nos cilindros ruais
especia!Jnente para o RV-10. A bordo do RV-10 Jet, fortes. Com isso, as rotações por
avaliainos o desernpenho do n1it1uto tenderian1 a subir, não
ovoo novo motor enquanto pilotamos fosse o governador de hélice, que
Quando uma aeronave convencio- a 111áquma. Con1 un1a taxa de reposiciona o ângulo das pás para
nal está ao nível do n1ar, o n1otor compressão de 15 para u,n, o CD- absorver a potência adicional,
pode contar com até 30 polegadas 265 é um "grande engolidor de ar''. elevando o empuxo. Potência
de pressão de ar na admissão, que Para alünentá-lo, há um compres- adicional exige do co111pressor u111
é o valor do peso da at111osfera. sor que fornece pressões muito voltune rn aior de ar e a pressão de
Durante o táxi e na partida, o superiores àquelas produzidas admissão sobe.
piloto não precisa de toda essa nos rnotores tradicionais. Durante Co1110 o turboalin1entador
pressão, então ele fech a parcial- o táxi, por exemplo, manter mil compensa a rarefação do ar, basta

2 6 1 AfROMAGAZINE 314
ao piloto escolher o regiine pela
escala no 1nanete. Assi1n, du-
..
rante a subida, fixada u.m a razão
constante, há un1 acréscin10 de
velocidade à medida que o ar se
torna rarefeito e o arrasto parasi-
ta se reduz.

A PARCERIA
A iniciativa brasileira despertou
o interesse de Continental, Hart-
zell e Vans, que tê1n condições
de produzir os componentes
necessários à montagem dos
"RV-10 Jet'; con10 o projeto ve1n
sendo chamado. Co,n 37 anos
de atividade, a Flyer participa
do progra111a desenvolvendo o Novas entradas de ar: no lado direito, captação para o radiador de óleo e, no lado esquerdo, para
resfriamento do ar de admissão após compressão (1): turbina está ligada ao compressor. logo abaixo do
s istema elétrico. Faz isso com a cá rter, em disposição transversal ao motor, com saída direta no escapamento (2); câmara de equali zação e
geração de energia e111 24 volts, distribuição de ar de admissão para os quatro cilindros (3); bomba injetora de querosene instalada atrás do
a readequação de berço e coxins, motor, com quatro saídas individuais para cada cilindro (4)
o desenvolvimento d e uma
carenagen1 do n1otor em fibra e
esptuna, o segmento de escape A rede de fornecimento de servar a capilaridade do transporte
após o turbo e o s istema de ar querosene de aviação se ampliou aéreo e a integração nacional.
condicionado, alén1 da in tegra- nos últiinos anos para atender às O seg111ento de aviação
ção total da aeronave e os testes empresas de transporte aéreo re- experiinental parece renovar sua
de voo. gular. Mas, diante das atuais crises importância no desenvolvimento
Para tanto, o fabricante econômica e sanitária, a malha de novos produtos e serviços. Não
nacional vem d estacando para o aeroviária não deve se restabelecer será surpresa se futuros projetos
projeto cmco engenheiros, dois no curto praw, o que colocará e111 en1 certificação incorporarem
técnicos e u1n piloto de testes. Os evidência a importância d a aviação conheciinentos adquiridos nessa
voos já começaram e os ajustes geral aos negócios do país. Nesse integração de motores a querose-
tan1bé111. Ainda não há parâlne- contexto, o uso de querosene nos ne e1n aviões, hoje de construção
tros de operação consolidados, pequenos aviões pode ajudar apre- an1adora. :+:
mas os primeiros resultados m-
dicam un1 dese111penho singular,
como mostra a tabela ao lado. DESEMPEHHO EM VOO
Considerando a capacidade Os resultados do avião a 11.500 pés de altitude
dos tanques, mantida e,n 200
litros utilizáveis, o regime de cru-
zeiro e111 70% de potência levaria
a aeronave a uma autono,nia de 4,75
50% 160 35
cinco horas e dez minutos, com
alcance de 830 milhas náuticas e 70% 175 38 4,60
30 minutos de reserva. 90% 185 43 4.30

AfROMAGAZINE 3,. 1 2]
assistir.
_____________________________________ _______
,__ __._ ,__,.....,,. ,

O piloto Jonas é certamente considerado por Nas priineiras se1nanas de res- nos trouxe um alento. Aeroclubes,
Lopez e sua filha: alguns un1 dos pilares da formação trição social, ernbora nunca tenha associações de pilotos, amigos
entre brincadei ras
no hangar e o voo de um autêntico aviador: aquele havido qualquer tipo de proibição de porta de hangar e de1nais
no fim de tarde contaminado pelo vírus "aeroco- e1n relação ao voo, quase nenhu- comunidades passarrun a utilizar
cus", que abre mão de alg11mas rna aeronave podia ser ouvida nós seus grupos nas redes sociais para
horas todos os finais de semana, céus ou no rádio, como era de se falar. Assiin, estenderan1 para
as vezes até nos dias chuvosos, en1 costume nos finais de sernan a. Foi fora dos limites dos aeródrorn os as
nome de um papo contagiante. um tiro certeiro nas relações de suas interações.
convívio social e o silêncio aéreo Co1n a restrição do convívio
AEROCOCUSX era desconcertante. Pela prilneira pessoal, as redes sociais se torna-
CORONAVÍRUS vez, uma das maiores tradições ra1n, de certo modo, o priI1cipal
Entretanto, en1 2020 u1n outro da aviação aerodesportiva estava vetor para suprir a lac1u1a deixada
vírus roubou a cena n1undial. ameaçada. Corno seria possível pelas restrições sanitárias. Não
O novo coronavírus chegou ao conviver com restrição social den1oran1os muito para perceber
Brasil atingindo em cheio umas extre1na? que a restrição era do convívio e
das principais características Uma invenção que se popula- não do voo.
brasileiras, o relacionamento rizou na década de 1990, e que há Depois de alguns dias de isola-
interpessoal. Con10 consequência 1nuito já vinha sendo utilizada na mento, e já corn mais infonnações
do isola,nento social, de urna aviação - a internet -, mostrou- sobre como proceder para uma
hora para outra, os frequentado- -se a n1elhor opção. A invenção conduta condizente com as novas
res desses aeródro1nos se viram das chamadas ,nídias digitais, que práticas de prevenção, a ativida-
d iante de uma série de restrições passaram a ser uma extensão do de do voo de lazer co1neçou a se
que culininaran1 no afastamento convívio social e, en1 ali,TUns casos, desenhar co1no uma alternativa
de cada un1 deles. a principal forma de comun icação, para aliviar o confinamento. Com o

3Ü I AER0MAGAZINE 314
convívio social ainda restrito, uma
nova forma de interação se forn1ou.

RETORNO AO HANGAR
O que se viu a partir desse ponto
forain cada dia 1nais aeronaves
privadas nos céus do Brasil,
embora ainda un1 pouco abaixo
da quan tidade d e que voava
antes da pandemia. As restrições
passara1n a fazer parte do voo:
em certos momentos, alguns
chegaram a co1nbinar que1n
iria ao hangar naquele dia, pois
os passeios agora começaram a
conten1plar tan1bém a fan1ília que
vive na 1nesma residência, isentos
da separação. Assim, o convívio
social entre aviadores acabou
sendo substituíd o te1nporaria-
mente pelo convívio social com a
família. Jwltos, encontrara1n no
hangar um local relativamente
seguro para quebrar a d ureza do
confinamento.
Eu tive por algu.m as vezes a
co1npanhia da 1ninha filha nos
voos de final de se1nana. Intercala-
dos com algumas brincadeiras de
caça ao tesouro nos espaços for-
mados entre os hangares, aulas de
bicicleta sem rodinhas, observação
de satélites ao anoitecer e muitas
outras atividades ao ar livre, que,
para nüm, proporcionavan1 u1n
grau ainda maior de prazer por
poder desfrutar dessas atividades
naquele espaço tão especial para
nós, aviadores.
Enfim, assinülado o impacto
inicial e d evidamente adaptados tuna sensação confortante. Se há ângulo especial àqueles que trans-
à nova realidade, em alguns dias, algo que não mudou nessa época, formaram o céu em seu refúgio. ::;.::
as aeronaves estava1n novamente é o pôr do sol. Ele con tinua nos
nos ares. Os encontros voltaram a presen teai1do com u1n dos 1nais *Jonas Lopez é piloto, administra-
acontecer mas, desta vez, no céu. belos espetáculos da natureza e um dor de empresas e pós-graduado em
Con1 cada grupo voando na sua presente àqueles que poden1 apre- Marketing. Atua como diretor da
área, tendo o rád io agora como o ciá-lo do ar. Sem dar importância Global Aircraft no Brasil, empresa
principal meio de interação social. a se existe ou não restrição social, o sediada nos EUA e especializada
Depois de tanto te1npo de sol continua a sua magnífica obra em comércio e gerenciamento de
confinamento, voltar a voar trouxe todos os dias, oferecendo-se em um aeronaves por todo o mundo.

AfROMAGAZINE 314 ) 31

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EASÁ íYPE CER-fl~1ED ,
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O X-57 Maxwell
é uma aeronave
desenvolvida pela
NASA para pesq uisar
tecnologias de
propulsão elé trica

A REALIDADE ainda despeja na ahnosfera terres- co1n quatro, seis, oito e até 24
A comunidade europeia te1n tre milhões de tonelad as de gases motores a pistão - ou mesmo na
pressionado cada vez mais fabri- tóxicos. era do jato, qumdo alguns aviões
cantes e operadores aeronáuticos A evolução d a eletrônica e da e1npregavain oito motores, como
para reduzir as taxas de e1n issão computação criou condições para o famoso B-52. O avanço da tec-
de agentes poluentes, especial- o desenvolvimento de um motor nologia pern1ite que un1 bunotor
111ente n1onóxido de carbon o e elétrico viável para a aviação. O como o 777-9 possa voar com o
partículas sólidas, geradas pela próprio Velis Electro dispõe d e u.m empuxo de apenas um dos reato-
quein1a de combustível fóssil. n1otor con1pacto que oferece boa res. Hoje, a configuração bimotora
Entre as 1nedidas está a criação de relação peso-potência, o E-81 1• existe muito mais pela redundân-
taxas ambientais, nada atraentes -265MVLC. Ainda assim, a perfor- cia do que pela falta de potência,
do ponto de vista financeiro. Elas mance d esse propulsor está muito considerando que o GE90 supera
representrun u111 desafio para as aquém do que seria necessário 115 mil libras-força.
companhias aéreas q ue correm para viabilizar a decolage1n de um
para operar aeronaves cada vez avião de 111aior porte. Os motores DESAFIOS
mais eficientes. elétricos atuais não conseguem A aviação elétrica enfrenta un1
Apesar da pressão, as perspec- gerar força suficiente para in1pul- grande desafio, a capacidade das
tivas n ão são das mais promis- sionar um avião com 1n ais de 300 baterias. Hoje, a son1a do peso
soras. Mesmo com aviões novos, lugares e toneladas de carga. do conj unto de baterias dividido
como o Airbus A350 e o Boeing U111a d as soluções atualinente pela energia armazenada torna
787, que enüte111 quase 50% estudadas, inclusive pela Nasa, essa solução con1pletamente
menos gases poluentes do que prevê o uso de uma série de n1oto- inviável. Espera-se que até o final
1nodelos dos anos 1970, con10 o res, exatamente como ocorreu no da década de 2020 um quilo de
A300 e o 74 7-200, a frota global início d a aviação, com aeronaves bateria represente a 1nesn1a ener-

34 1 AER0MAGAZINE 314
gia existente em dois quilos de
querosene, o que, na prática, será
u1na conta d e u1n para un1, já que
a bate ria tem um peso estrutural
extra. Nesse dia, a aviação elétrica
terá dado seu 1nais importante
passo para se tornar uma reali-
dade.
Ainda assi1n, 1nesmo solucio-
nando a capacidade das baterias,
um desafio adicional continu-
ará sendo abastecer um avião
elétrico em pouco ten1po. Entre as
soluções está un1 siste1na de carga
rápida, que, se se viabilizar, vai
pern1itir o carregamento do con-
junto de baterias de um avião do
porte do A350 em men os d e uma
hora. Outra solução seria a criação
de baterias modulares que seriam
substituídas e1n poucos minutos.
Essa última ideia esbarra no pro -
blema de onde serão armazenadas,
já que, possivelinente, será un1
conjunto bastante volumoso, que
não poderá ser instalado nas asas.
Os fabricantes ainda 0U1a1n
para a eletrificação considerando
o conceito atual, de aviões com
fuselage1n e1n fonna de charuto e
um par de asas, algo que pratica- uma aeronave de emissão zero já avião comercial terá capacidade A Airbus traba lha
n1ente não mudou desde a década está s urgindo em outros setores de passageiros e alcai1ce similares há vários anos
de 1930. Entre as soluções pode e trabalh an1os n isso há algu1n aos da fainília ATR ou n1esmo dos em uma série
estar o sonhado conceito de asa te1npo - não estainos começando antigos ERJ, da Embraer. O poten- de conceitos
voadora, co1no o adotado pelo do zero'; inforn1ou a Airbus, em cial é tão ainplo que os governos de aeronaves
eletrificadas com
bo1nbardeiro B-2. Evidente1nente, nota, para a AERO Magazine. da Ale1nanha e da França concor•
emissão zero
isso exigiria uma série de mudan- O projeto despertou atenção daram em financiar a pesquisa e
ças de paradiginas, do processo de da comunidade aeronáutica, le- o desenvolvin1ento desse tipo de
certificação aos controles de voo, vando parte da unprensa especia- aeronave. É possível que a Europa
algo só compatível co1n a revolu- lizad a a acreditar que o avião seria mantenha o pioneiris1no nessa
ção que a eletrificação representa. wn substituto dos atuais A320neo. tecnologia, já que a Pipistrel é tun
Segi.mdo a Airbus, é muito cedo pequeno fabricante da Eslovênia e
AIRBUS EMISSÃO ZERO para afirmar se este avião de emis- está na liderança dessa corrida entre
Recente1nente, a Airbus anun- são zero será o sucessor da fainília as maiores u1dustrias do inundo.
ciou planos para criar a pri1neira A320. Para o fabricante europeu,
aeronave con,ercial de emissão o mais provável é que o modelo PAINÉISSOLARESE
zero até 3035, un1 prazo con- origin al se concentre in iciahnente HIDROGÊNIO
siderado b astante real ista pelo no mercado regional e de curto O uso d e pain éis solares sobre as
consórcio europeu . "A maioria alcance. asas, ampliando a possibilidade
das tecnologias n ecessárias para Possivehnente, esse prÍ111eiro d e carrega1nento das baterias

AEl10MAGAZINE 314 1 35
necessariamente serão o laborató-
rio de maior escala para a criação
de tecnologias elétricas viáveis
nos próxi.Inos cinco anos. Por
terem um alcance liJnitado e uso
extensivo ao longo do dia, talvez
estes veículos possa1n apresentar
soluções complexas, inclusive de
certificação.

HOMOLOGAÇAO
-
Alérn das questões técnicas, urn
dos entraves para a populariza-
ção da eletrificação passa pela
mudança de conceito utilizado
na homologação de um avião. A
Easa teve de pesquisar profun -
damente o tema, criando um
sem-fin1 de procedin1entos para
se pensava em utilizar o gás corno garantir a segurança do Pipistrel
combustível em uma queima Velis Electro. Possivelmente, a
- -
VEICULOS AEREOS URBANOS direita, hoje o foco recai sobre certificação de tm1 produto con1
- -
SERAO O LABORATORIO
a geração elétrica com células
de hidrogênio, un1a solução que
fins comerciais para o transporte
de passageiros deverá incluir
vern se rnostrando vantajosa na regras ainda mais co,nplexas,
DE MAIOR ESCALA PARA comparação, por exemplo, com visando manter o mesmo nível
-
TECNOLOGIAS ELETRICAS
o conceito de baterias recarregá-
veis. Por esse novo modelo, um
de segurança existente nos dias
de hoje. "O principal desafio será
-
NOS PROXIMOS ANOS
processo físico-químico será capaz
de gerar energia elétrica, que, por
certificar os padrões de aeronave-
gabilidade'; ad1nite a Airbus.
sua vez, alimentará diretamente A certificação pioneira do
os motores. "Esta1nos estudando Velis Electro permitiu aos técnicos
diferentes abordagens tecnológicas da Easa obter experiência no voo
em pleno voo, representa ,nais no momento, incluindo o hidro- elétrico, ampliando seus conhe-
uma solução considerada pela gênio'; inforn1a a Airbus. "Esse é ciJnentos sobre baterias, sistemas
indústria. O conceito é bastante u1n objetivo realista. Para atingir a de gerenciainento, be1n co1no
real ista, tendo em vista os testes meta de 2035, precisaremos lançar unidades de potência de motores
realizados co1n sucesso pela Nasa u1n progra1na até 2026-2028, o elétricos. Co1n essas inforn1ações,
e pelo progra1na Solar Irnpulse, que significa que temos cerca de a agência reguladora desenvolveu
que, en tre 201 5 e 2016, realizou cinco anos para an1adurecer todas uma nova condição para pern1itir
un1a circu1n-navegação com as tecnologias necessárias antes de mais voos com aeronaves eletrifi-
sucesso - o Solar Impulse é um fazê-lo''. cadas.
projeto desenvolvido pela Escola A estratégia da Airbus n1ostra O Pipistrel Velis Electro é a
Politécnica Federal de Lausana que a eletrificação é um ca,ninho primeira aeronave elétrica certifi-
(EPFL), na Suíça, com apoio do sem volta. Seus principais concor- cada pela Easa, mas, certamente,
governo de Abu Dhabi. rentes, con10 Boeing e E1nbraer, não será a única, pois a iJ1dústria
Outros estudos retorna,n tambérn estudam o conceito, por aeroespacial busca novas tec-
conceitos antigos, como o uso de ora, voltado à mobilidade aérea nologias para redução de ruído,
hidrogênio. Todavia, diferente do urbana. Os veículos voadores, enüssões de gás carbônico (C02)
que acontecia no passado, quando como os planejados pela Uber, e melhorias no desempenho.

36 1 AfROMAGAZINE 314
-

Segundo o fabricante esloveno, o foi aplicado em um Cessna Grand O priineiro voo do eCaravan
projeto de certificação foi dividido Caravan 208B, que fez o prin1eiro ocorreu no aeroporto ii1terna- O eCaravan pode
ern d ois grupos: o primeiro ficou voo com motorização elétrica em cional do Condado de Grant, no abrir caminho
responsável pelas atividades maio último, utilizando un1 siste- estado de Washii1gton, onde será para eletrificação
típicas de certificaç.10 relacionados 111a de propulsão 560 quilo,vatts conduzida a campanha de ensaios. dos turbo-hélices.
à aeronave en quanto o segundo (750 cavalos) de potê ncia. A magniX espera certificar o novo Solução para ba ixo
desempenho dos
se responsabilizou pelo progra- "Este priineiro voo do eCara- propulsor até 1neados do últilno motores passa pelo
ma de ensaios en1 voo do rnotor, van é mais um passo no ca1nii1h o trimestre de 2021. Na configuração uso de múltiplos
utilizando u.m a frota de aeronaves para operar essas aeronaves elétrica, o avião pode voar a uma propulsores , como
elétricas não certificadas, ,nas sob de n1édio porte por u1n custo velocidade de até 100 nós (182 o 8-52
a autorização operacional d a Easa. menor, com zero emissão d e gás quilômetros por hora) com alcance
carbônico, a partir de aeropor- de 160 quilô1netros, n1antendo a
CARAVAN ELÉTRICO tos 1nenores. Essas aeronaves capacidade padrão de transporte
O utro projeto e,n fase avan çada comerciais elétricas permitirão aos de nove passageiros. Ainda que
de desenvolvido pelas empresas operadores oferecer serviços de sejam nún1eros 1nodestos quando
n orte-a1nerican as n1agniX e voo de passageiros e carga de un1a comparados ao rnotor original, o
AeroTEC é a inédita conversão de maneira anteriormente impen- chamado eCaravan pode abrir o
um turbo-hélice para motoriza- sável'; afirmou, na ocasião, Roei cantinho para a evolução de novos
ção elétrica. O pioneiro conceito Ganzarski, CEO da magniX. p ropulsores de alto rendimento. •

AfROMAGAZINE 31< 1 3]
P.,andemia contratação P.,r.ivativos
" .. ,.

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ais de três n1eses de contágio, é uma preocupação merações nos aeroportos, além de
após o inicio de todos. Em especial, no caso de reduzir o contato co1n estranhos
das 1nedidas de pessoas aciina de 60 anos ou com durante o voo. Quase to das as
distanciamento agravantes de riscos à saúde. empresas do setor estão adotando
social, a pandemia Optar pelo desloca1nento en1 protocolos rígidos de higieniza-
causada pelo alastramento pelo auto1nóvel particular nem se1npre ção das aeronaves e medidas de
novo coronavírus segue causando é uma solução, especialmente proteção que minimizam os riscos
preocupação na população. Ainda quando envolve longas distâncias de contágio - para garantir a se-
assi1n, n1uitas e1npresas, co1ner- e a necessidade de fazer refeições gurança dos passageiros e de suas
ciantes e profissionais liberais já e pernoites no trajeto. Já a aviação próprias tripulações.
co1neçain a reto1nar as atividades, con1ercial regular enfrenta dois Trata-se, obviamente, de uma
diante da iinpossibilidade d e 1nan- problemas: de um lado, o limitado alternativa mais cara. ivlas esse in-
ter a paralisação por tempo inde- nú1nero tanto de voos co1no de vestin1ento pode ser con1pensador,
tenninado. Con1 o n1ovimento, destinos que estão sendo atendi- e1n especial nas grandes distâncias
vem a necessidade de deslocamen- dos, de outro, o risco de contágio e quando a origem ou o destino
tos para reuniões ou fechamento nos aeroportos. Por isso, torna-se final não são atendidos por voos
de negócios e1n que a presença h oje especialmente interessante a de carreira. Simulamos duas situa-
física é essencial. Nessa hora, possibilidade de fazer uso de voos ções que poderia1n ser estendidas
viajar com rapidez e segu rança, fretados. O táxi-aéreo pern1ite para outras localidades e dão u1na
1ninimizando as possibilidades evitar as filas de check-in e as aglo- ideia dos custos e vantagens.

4 Ü I Afl10MAGAZINE 3 14
DE ARAÇATUBA
A BARREIRAS
Resolver em um dia um negócio que
exigiria três a cinco dias de viagem
To1namos co1no primeiro exe1nplo É possível ganhar dois dias Araçatuba previsto para as 23h55.
un1a viagem de negócios, imagina- usando a aviação co1nercial. Há Reservando un1 dia para os ne-
da para duas a quatro pessoas, ene u1n voo da T,vo Flex que sai dia- gócios e1n Barreiras, tere1nos um
tre a cidade de Araçatuba, no oeste riamente (exceto aos sábados) de total de três dias.
do estado São Paulo, e Barreiras, Araçatuba às seis da 1nanhã e faz Usando a aviação de negócios,
no sertão da Bahia. De auto1nóvel, conexão com a Azul e1n Viraco- tudo pode ser resolvido de forma
seriam cerca de 1.500 quilômetros, pos, em Campinas. Ao desembar- n1uito 1nais rápida. É possível
enfrentando e111 boa parte do car e111 Brasília, por volta das dez fretar un1 avião direta1nente de
trajeto estradas malconservadas. e meia da manhã, é preciso alugar Araçatuba para Barreiras. O
Ou seja, no mínimo, dois dias in- um carro para cumprir a etapa te1npo de viagen1 varia: quase
teiros de viage111 para ir, 1nais dois final de cerca de 600 quilômetros cinco horas e1n modelos a pistão,
para voltar, com pelo menos um por terra: algo entre oito a nove pouco menos de três horas em um
pernoite no caminho. Contando horas de estrada, já que é esse o turbo-hélice ou cerca de duas ho-
que haverá wn dia dedicado ao pior trecho do trajeto. Na volta, ras em um jato de pequeno porte.
trabalho em Barreiras, gasta-se um é preciso chegar a Brasília até as Saindo às seis da n1anhã, chega-se
total de cinco dias para concluir cinco da tarde para fazer o trajeto ao destino entre às oito e às onze
' .
esse negocio. inverso, com desembarque em da manhã. Se for possível retornar t

AEl?OMAGAZINE 314 1 41
-
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no mesmo dia (o aeroporto de valores um pouco abaixo de 50 mil gens de ida e volta saem por cerca
Barreiras fecha às cinco e n1eia da reais pela viagem (con1 ida e volta de 1.200 reais por pessoa), con1 a
tarde), os passageiros estarão de no mes,no dia). O preço sobe para contratação d e um voo executivo
volta a Araçatuba ainda no in ício pouco mais de 60 m il reais em um na capital federal apenas para o
da noite. U1na opção é pernoitar turbo-hélice King Air e para cerca trecho final. Mas a econo1nia pode
em Barreiras e voltar logo cedo, na de 75 mil reais e,n um jato leve não valer a pena. A redução no
manhã seguinte. como o Phenom 100 ou o Honda valor do fretan1ento será de 25% a
Evidentemente, não é algo ba- Jet. Considere algo entre 10% e 30% e,n relaç,10 ao trecho comple-
rato. Mas esse custo varia bastante 15% d e acréscimo caso a opção to. E as li mitações d os horários de
conforme os horários de voo, o seja pelo pernoite e1n Barreiras, voo con1erciais disponíveis certa-
número de passageiros e o equipa- co,n retorno na ,nanhã seguinte. mente irão obrigar a um pernoite
mento escolh ido. Em um bimotor É possível reduzir esse custo em Barreiras, com a chegad a de
a pistão Seneca, para até quatro caso o voo seja feito em aviões volta Araçatuba apen as na noite
passageiros, pode-se conseguir comerciais até Brasília ( as passa- do dia seguinte.

42 1 AfROMAGAZINE 314
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FERIAS HO LITORAL •
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Menos risco de exposição ao novo -...-.;J.''*-"""'1100

coronavírus e praticidade para a família it' @


Outra situação que se coloca 80 quilômetros de distância, quase ·"""
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é a das viagens de turismo. Aqui,


n1ais que a economia de ten1po, o
u1na hora e n1eia de viagem.
Voos fretados partindo do ~3? «-;f, ~- ~po---
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que está em jogo é a praticidade Campo de Marte ou do Aeroporto


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do deslocamento e o cuidado em de Jundiaí, na grande São Paulo,


reduzir a ex-posição da fainília ao levam entre duas e cinco horas ....,.,.,.,........,._.,
perigo de contágio pela covid-19. para cumprir o trecho (dependen-
Nesse caso, fize1nos a sin1ulação de do do aparelho), ,nas o desembar-
un1a viage,n entre a capital de São que pode ser feito no aeroporto de -
Paulo e a cidade de Una, no Litoral Con1andatuba, dentro da cidade SIMULAÇOES EM
da Bahia, prevendo wna estada de Una. O custo nesse caso é be1n APLICATIVOS
de u,na semana na praia. Como mais alto. Em graJ1de parte, por- Algumas empresas do setor oferecem a
possibilidade de fazer consultas e simulações
são quase l. 700 quilômetros de que será preciso escolher aviões
de voos fretados e de custos por meio de
distância por via rodoviária, tuna co1n capacidade para transportar
aplicativos para celular - escolhendo origem,
eventual viagem por terra significa com conforto cinco passageiros des tino, datas, horários e os tipos de aviões
adicionar (ou subtrair) das férias e suas bagagens, n1as especial- disponíveis. Após real iza r um cadastramento
três dias de estrada na ida e na mente pelo fato de que a aeronave nas empresas, torna-se possível fazer as
volta, com dois pernoites no cami- fará duas viagens, já que não irá reservas, contratar voos e até realizar os
nho. O que pode até inviabilizar a pennanecer no destino durante a pagamentos. Apps de empresas como Adam.
viagem. longa estada dos passageiros. Líder Aviação e Flapper estão disponíveis
Usando a aviação comercial, é Con10 referência de valo- para Mac OS e Androide. Os aplicativos
possível voar pela Gol de Gua- res, é possível negociar a ida e a também são importantes porque ajudam
rulhos a Ilhéus em cerca de duas volta em um espaçoso (mas não na contratação de táxis-aéreos regulares,
horas de voo direto, co1n tarifas 1nuito veloz) turbo-hélice Cessna evitando empresas clandestinas. mas não
de ida e volta entre 600 e 1.200 Caravan por preços pouco abaixo cobrem todos os aeroportos do país. Além
reais por pessoa, dependendo das dos l 00 mil reais. Esse valor sobe disso. uma empresa de taxi -aéreo com base
pro1noções da con1panhia aérea. para cerca de 120 nül e1n jatos de operação na região de partida do voo às
vezes consegue oferecer preços melhores
i\llas em Ilhéus será necessário leves com capacidade para cinco
pelo fretamento. Vale a pena pesq uisar antes
alugar u.m carro ou providenciar passageiros, que fazem o trajeto
de fazer a contratação.
outro transporte por terra até a be1n mais rápido, em cerca de
cidade de Una, que fica a cerca de duas horas. •

AfROMAGAZINE 314 1 43


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Família Daher TBM

são curtas? Os voos são curtos, CONCORRENTES do dos fabricantes nessa categoria.
de forma que a maior velocidade Caso a decisão tenha sido um Essa confiabilidade superior
do jato não represente grande avião monomotor, as opções é que permite que a decisão final
vantage1n? En1 caso afirn1ativo nesse segn1ento tê1n awnentado, passe por verificar dentre os
para essas questões, vale optar e hoje é possível encontrar aviões principa.is modelos qual atende
por um turboprop. monomotores em um amplo às necessidades do comprador,
espectro de configurações. Veja a sem maiores preocupações corn
MONOMOTOR tabela ao lado. os níveis de segurança de um
OU BIMOTOR? Os aviões apresentados na monornotor ern comparação a
Depois de optar pelo turbo- tabela são os prit1cipais concorrentes aeronaves multimotoras.
-hélice, é preciso decidir no mercado. Pode-se observar que
entre n1odelos co,n un1 ou dois o Pilatus PC-12 é o que possui a CONCLUSÃO
motores. Há alguns anos, essa rnaior capacidade de carga paga e O mercado de aviões rn onornoto-
decisão não exig.ia muita análise, o maior alcance. Entre os modelos res turboprop vem crescendo ano
a opção pelos bitnotores era disponíveis para venda no Brasil, o a ano. Nos Estados Unidos, eles já
quase automática ern função da TBM 940 é quem entrega a maior representam urna parcela signifi-
aparente segurança adicional velocidade de cruzeiro enquanto cativa do mercado, prmcipalmen-
que a presença de dois motores o custo operacional do Piper é te entre as e1npresas de fractional
confere ao avião. menor do que o dos outros aviões ou de cartão de horas de voo.
Entretanto, con1 o passar dos da categoria. Já o Epic, feito com O avanço tecnológico e das
anos, os rnotores utilizados ern fibra de carbono, que acaba de ser técnicas de produção e rnanu-
aeronaves turboprop monomo- certificado nos Estados Unidos, tenção dos motores turboprop
toras - e1n mglês, Single Engine voa mais alto, atmgmdo un1 teto de pern1itiran1 que aeronaves n10-
Turboprop (SETP) - atinginun 34 mil pés, mas tem o maior ctL~to nomotoras alcançassern índices
níveis de confiabilidade muito al- operacional. de confiabilidade operacional
tos, fazendo corn que a questão de As aeronaves já certificadas e sitnilares aos das bitnotoras.
aumento de segurança deixasse de disponíveis no mercado possuem Seu custo operacional mais
ser significativa. A decisão agora motor Pratt & Vvhitney PT6, u1n baixo e sua grande versatilidade
se baseia em núinero de assentos, rnotor rnuito testado e utilizado ern são os fatores principais que estão
velocidade de cruzeiro, consumo, uma variedade enorme de aerona- levando os operadores a escolher
pe1formance de decolagen1 e pou- ves, corn índices de confiabilidade um n1onon1otor turboprop no
so, além do custo operacional. excelentes, não por acaso é o preferi- mornento da cornpra.

46 1 AEROMAGAZINE 314
Cessna Denali

AEROMAGAZINE 314 1 4]
4 8 1 AfROMAGAZINE 3,.
Piper M600

PILATUS TBM PIPER EPIC CESSHA


PC·12HG 940 M600 1000 DEHALI*
Custo estimado por hora de voo (USD) $726 $670 $536 $750 TBD
Número de Assentos 7+1 5+1 5+1 5+1 7+1
Carga Paga 2.257 lbs 1.203 lbs 1.000 lbs 1.070 lbs 1.100 lbs
Alcance IFR (4 pax) 1,608 nm 1,514 nm 1,406 nm 1.560 nm 1,600 nm
Velocidade máxima de cruzeiro 285 ktas 330 ktas 274 ktas 333 ktas 285 ktas
Velocidade de máximo alcance 225 ktas 252 ktas 184 ktas 260 ktas TBD ktas
Distância para decolagem (SL , ISA, MTOW) 2.600 ft 2.380 lt 2.635 ft 2252 ft 2.900 lt
Teto Operacional 30.000 ft 31.000 ft 30.000 lt 34.000 lt 31.000 lt
Motor Instalado PT6A-67P PT6A-66D PT6A-42A PT6A-67A GE Catalyst
Empuxo (shp) 1.200 shp 850 shp 600 shp 1.200 shp 1.240 shp
TBO do motor 3.500 h 3.500 h 3.600 h 3.500 h 4.000 h
Cabine Pressurizada Sim Sim Sim Sim Sim
'Projeto do Cessna Denali ainda está indefinido (TBD · a ser definido)

AER0MAGAZINE 314 I 49
nos valores de até l 0%. No futuro, danos, n1as não for con1pleta- declarar tuna perda total e pagar
precisaremos de mais dados reais 1nente destruído. Suponha que o valor acordado de 20 milhões
das transações para realmente seu avião tenha s ido segurado há de dólares, se esse valor for de
discernir quanto e con1 que rapidez três anos por un1 valor acordado apenas 15 1nilhões. No entanto,
os valores caírrun, ainda que o de 20 milhões de dólares, mas se o reparo custar 12 milhões de
consenso geral seja de que alguma hoje a aeronave vale apenas 15 dólares, o se1,'Ufo provave!Jnente
depreciação está ocorrendo nos nlilhões de dólares, porque o declarará perda total da aeronave.
valores, ma5 não tão ruim quanto as 1nercado mudou. Imagine que "Qualquer reparo acin1a de 75%
de 2008. está co111 seguro sobrevalorizado do valor da aeronave é conside-
Mas o que isso te1n a ver con1 e sofre tun in cidente sério. Pode rado próximo a uma perda total';
o seguro de aeronaves? Bem, na ser um problema do hangar, uma explica Alexandre Marroquun, da
verdade, 1nuito. Diferente1nen- excursão na pista, un1 incêndio Good ,.vinds Corretora. Mes1no
te das apólices de auto1nóveis, na aeronave ou uma colisão no assim, o máximo que você rece-
que são baseadas no valor real solo. Você e o segurador vão pre- beria seria 15 nlilhões de dólares
do be111 e o valor pago en1 un1a cisar decidir se reparan1 ou não a e não a cobertura de 20 milhões
indenização é ajustado confonne a aeronave. Suponha,nos ta1nbé1n de dólares que você pensava ter (e
depreciação do veículo, as apólices que custará 10 milhões de dólares estava pagando).
de seguro de aeronaves são pagas para reparar sua aeronave - por- Por outro lado, se durante um
com base no valor acordado. O tanto, o valor de recuperação será período de valores en1 declú1io
único ajuste seria para a franquia, de 5 1nilhões de dólares. En1bora você reajustou seu valor acordado
que é 1nínima. No entanto, consi- as políticas varie1n un1 pouco, para 15 milhões de dólares, traba-
derando o uso do valor acordado a fórmula padrão usada pelos lhando de modo proativo co111 seu
co1110 base para un1a indenização, seguros para declarar u1na perda corretor de seguros, então, nessa
há o risco de a aeronave estar total é a seguin te: situação, o seguro pagaria a você
segurada con1 um preço além ou Custo para reparar + Valor residual 15 nlilhões de dólares con1pletos
aquén1 do que rea!Jnente vale. Aí igual ou superior ao valor segurado para que você pudesse comprar
reside o risco de um mercado em Nesse caso, o valor acordado outra aeronave.
situação de 1nudança co1110 a que ainda é 20 1nilhões de dólares, Se, em vez disso, sua aeronave
estamos passru1do. e não 15 nlilhões, que é o valor tiver de ser reparada, você enfren-
atual da sua aeronave. Portan- tará muitos n1eses de inatividade
SOBREVALORIZADO to, o segurador provaveln1ente e ficará se1n transporte durante
OU SUBVALORIZADO decidirá reparar sua aeronave e1n esse período. Durante o reparo,
O maior perigo de se 1nanter vez de declarar uma perda total. outros danos não docun1entados
un1 seguro sobrevalorizado de Eles preferen1 pagar l O1nilhões ou corrosões não relacionadas
aeron ave é se o be1n sofrer sérios de dólares para consertar do que podem ser descobertos e você

52 1 AEl10 MAGAZINE 314


será responsável por eles. No final, total, no caso d e danos sérios à
terá uma aeronave com histórico sua aeronave. \Tocê deve se cer-
de danos 1naior - tornando 1nais tificar de que seu valor acordado
difícil encontrar um comprador esteja sempre muito próximo do
-
no futuro sen1 oferecer um ótin10
preços, fazendo concessões.
valor justo de mercado de su a
aeronave. Caso contrário, 1nais
FAÇA UMA INSPEÇAO
A moral da história? Mante-
nha o valor da sua aeronave atua-
provavelmente do que não, você
acabará sendo segurado con1
AO MEN OSANUAL PARA
lizado regulannente para garantir base em sobrevalorização. Esse MANTER UM PREÇO
que você não esteja com seguro é um cenário n1uito co1num no
sobrevalorizado, o que significa Brasil, in felizmente. ATUALIZADO DE SUA
risco. Recomendo uma avalia- Nos Estados Unidos e na
ção certificada a cada 24 meses Europa, ex.iste1n centenas de AERONAVE NO SEGURO
ou, ainda 1nais frequenten1ente, avaliadores de aeronaves certifi-
durante períodos de valores em cados disponíveis para realizar
declínio rápido. Conhecilnento é un1a avaliação independente e
poder. verificável de sua aeronave, que
Por outro lado, você certa- pode ser usada como base para
n1ente não quer ter u1n seguro negociações com un1 con1pra-
insuficiente. Isso pode ocorrer em dor, um vendedor, um banco ou ves. Essa é uma situação de perda
ocasiões n1uito raras de valoriza- un1a con1panhia de seguros. O dupla para você, con1 u1n resulta-
ção do 1nercado (co1no aconteceu avaliador visitará sua aeronave, do melhor para o segurador.
recentemente no mercado do inspecionará todos os registros, Ao reservar u1n tempo para
G450). Isso tan1bé1n pode ocorrer analisará o 1nercado e e1nitirá un1 determinar o valor atual da sua
após grandes atualizações ou relatório detalhando as conclu- aeronave, seja usando um avalia-
mstalações, fazendo com que a sões da avaliação e justificando dor ou apenas o Bluebook, você
aeronave valha n1ais do que o tudo com os dados. No Brasil, pode trabalhar co1n seu corretor
valor acordado. No caso de uma uma maneira mais simples é de seguros para ter o valor correto.
perda total, você quer ter a certeza calcular o valor da aeronave com Verifique se você é capaz de
de que está seguro adequada1nente base no Bluebook da aeronave resolver uma reclamação rapi -
ou não recuperará 100% do valor e adicionar uma porcentagem dainente co1n o segurador, caso
acordado da sua aeronave se ela para os in1postos de importação. tenh a tun il1cidente ou acidente
sofrer un1 il1cidente ou acidente De qualquer forma, uma base grave. O seguro é uma das poucas
grave. Em alguns casos, os pro- objetiva deve ser usada para coisas na vida que pagainos con1
prietários de aeronaves subava- estabelecer o valor de 1nercado de prazer esperando nunca precisar
liain propositabnente suas aero- u,na aeronave, que determinará o usá-lo. Com algum planejamento
naves para economizar no prêmio valor acordado para fins de segu- e conscientização, a política de sua
anual, n1as isso levará o segurador ro. No Brasil, é direto do Aircraft aeronave pode ser posicionada
a ratificar igualmente quaisquer Bluebook. para protegê-lo o 1náx.imo possível
mdenizações, o que claran1ente O segu ro sobrevalorizado - se você precisar. -.:
não vale a pena econo1nizar. de sua aeronave obviamente
fará com que você pague mais * O consultor de aviação David
O CAMINHO CERTO pelo se1,1Uro do que deveria estar Clark é diretor administrativo do
Co1no proprietário de wna aero- pagando. Mas essa é a menor d as lntegris Aviation Group e especia-
nave, você precisa estar constan - consequências se você acabar lizado em vendas e aquisições de
temente ciente do valor justo de tendo uma sin istralidade séria. O aeronaves no Brasi~ trabalhando
n1ercado versus o valor acordado perigo real é esperar meses para com algurnas das maiores empre-
de sua aeronave. Isso determinará que sua aeronave seja reparada sas e pessoas físicas com altíssimo
se o seu avião será reparado ou se e, e1n seguida, ficar presa e1n wn patrimõnio do país.1.abo. Pellnrunt,
prevalecerá a condição de p erda avião com histórico de danos gra- si odicide lendebis

Afl10MAGAZINE 314 1 53
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s restrições sociais Passado o pior da crise, as empre- o maior consumo de combustível
impostas por auto- sas aéreas con1eça1n a reorganizar do superjumbo já não lhe permi-
ridades do nnmdo suas atividades con1wna gestão tia alcançar o ponto de equilí•
inteiro durante cada vez mais austera. As medidas brio ideal para que pud esse ser
a pandemia da devem selar o destino de n1uitas considerado u1n modelo atraente
covid-19 tiverain wn i1npacto pro- aeronaves, principalmente as no mercado. Mesmo oferecendo
fundo no transporte aéreo regular, veteranas. uma infinidade de configurações
co1n consequências no 111édio
prazo que hoje ningué1n se arrisca GIGANTE DA AIRBUS .
de cabine, os aviões operados
por e1npresas aereas europeias
.

a prever. De uma hora para outra, Parece não haver dúvidas de que não dispõem dos grandes mimos
as con1panhias praticainente pa- os quadrünotores A380 e 747-400 existentes nas frotas de Emirates
raram de voar, mantendo apenas serão as grandes vítimas do novo Airlines, Qatar ou Etihad, como
uma malha essencial. O resultado coronavírus. Antes mesmo da suíte, chuveiro e an1pla classe
pode ser visto no noticiário inter- pandenüa, a eficiência do gigante executiva. Sen1 apresentar u1n
nacional: socorros governamentais da Airbus já vinha send o contes- diferencial que justifique aos
bilionários, denussões em 1nassa tada pela 1naior parte das con1pa- passageiros optar pela qualidade
e pedidos de recuperação judicial. nhias aéreas. Elas alegavain que do serviço e1n vez de preço, os

56 1 AEROMAGAZINE 314
A380 se tornara111 "111ais un1" no covid-19. Começou a n egociar o
momento da compra do bilhete. cancelamento dos últimos cmco
Nen1 mesn10 a Singapore aviões enco1nendados, de u1n
Airlines - cliente de lan ça111ento pedido residual de oito aerona- OS QUADRIMOTORES
do A380, sempre ofereceu um ves, dos quais três já estão sendo
serviço diferenciado - n1anteve construídas. Não fosse isso o bas- A380 E747 DEVEM SE
o interesse no maior modelo da
frota. Foi a primeira empresa a
tante, a empresa árabe confirmou
ainda que planeja reduzir sua
TORNAR
,
AS GRANDES
devolver aviões quando o contrato
de aluguel venceu, sem realizar
frota de A380 antes do previsto
originalmente. O objetivo d a
VITIMAS DO
,
NOVO
um novo pedido à Airbus. A Air direção é redünensionar a frota CORONAVIRUS
France ta1nbé111 deixou de operar para a demai1da projetada para
o A380 cerca dez anos após come- os próximos dois ou três anos. E
çar a operá-lo. Realizou o últin10 acelerar a incorporação dos 1nais
voo co111 o superjtunbo no dia eficientes ( em termos d e custos
26 de junho último. A despedida operacionais) Airbus A350, que já vinha sendo considerado
ocorreu con1 un1 sobrevoo das A330neo e Boeing 777-9 n as pouco atraente pela maior parte
principais cidades da Frai1ça, rotas hoje operadas pelo gigante das companhias - co1neça a ser
partindo e pousando do aeroporto quadrin1otor. retirado de serviço d e forma
de Paris-Charles de Gaulle con1 o in tensa. No dia 29 de n1arço, auge
A380 matrícula F-HPJH. RAINHA DOSARES da paralisação aérea causada pela
Até a Emirates, empresa que Fim semelhante tem rondado a pandemia en1 todo o mundo, a
se111pre defendeu publicainente eterna "rainha dos ares''. Usado australiana Qantas e a holandesa
o superjumbo e conta com uma por 1nuitos anos como aeron ave KLM realizaram quase simultane-
ünpressionante frota de 115 súnbolo das frotas das grandes an1ente os voos de despedida dos
aviões, mudou de posição co1n a empresas aéreas, o 7 47-400 - seus ju111bos. O voo derradeiro da t

AEROMAGAZINE 3 14 157
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Qantas ocorreu na rota Santiago- apenas 36 aviões destinados ao tiveram a retirada d e operação
· Sydney, ao n1esmo tempo em transporte regular de passageiros antecipada, como os clássicos
que o últin10 voo de um 747 da e onze versões VIP, induindo aí "Mad Dog" da Delta Air Lines.
KLl'v! acontecia linha Cidade d o duas aeronaves compradas pela Esses bimotores l'vlD-88 e MD-90
México -An1sterdã. Os aviões força aérea norte-a1nericana para já vinhan1 sendo retirados de ser-
pousara1n con1 um a diferença de substituir os veteranos ''.Air Force viço nos últi1nos anos, a exe1nplo
poucas horas um do outro. One''. Mesmo contando com me- do que já havia feito a Ameri-
A falta de entusias1no co1n os nos de tuna década de operação, can Airlines ao ap osentar seus
jtunbos já havia atingido o 747-8 os 747-81 podem ter a carreira últimos McDonnell Douglas em
Intercontinental, uma versão abreviada. Existe1n dúvidas sobre 2019. A Delta pretend ia encerrar
1nodernizada que foi antu1ciada seu futuro no médio prazo na frota as operações dos 1nodelos entre
pela Boeing em 2005 e começou a da Lufthansa, a principal operadora 2021 e 2022, 1nas foi obrigada a
ser entregue em 2011. Co1n uma do 1nodelo, que possui 19 aviões. abreviar o processo. A empresa
n1odesta enco1nenda por parte decidiu ta111bé111 retirar d e serviço
da Lufthansa e somente pedidos MCDONNELL DOUGLAS até o final desse ano to dos os seus
pontuais da South Korean e da Outros n1odelos que já se enca- 777-200, que serão substituídos
Air China, o novo jtunbo somou nlinh ava111 para a aposentadoria integralmente p elos novos A350.

58 1 AfROMAGAZINE 314
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767 E757 paralisação e espera encerrar seus ja1nento da frota con1 poucas
Até rnesmo alguns aviões que são voos até 2021. A Un ited Airlines alterações. A exceção foi a
considerados "burros de carga" e tan1bérn já prepara o fin1 dos voos Latarn, que poderá adiantar
que fonn ararn a espinha dorsal com os 757 e 767, incluindo a a retirada de serviço de seus
das linhas de média capacidade e série -400 do último, assim como modernos A350 e de alguns avi-
n1édio curso de diversas en1presas o encerrarnento da operação corn ões da farnilia A320 ai.J1da con1
aéreas, corno é o caso d os Boeing seus A320. poucos anos de uso. Em relação
767 e 757, encontraram um final É usual que en1presas aéreas aos A350, um dos motivos é seu
da carreira abreviado graças sejarn obrigadas a retirar de servi- elevado valor de 1nercado e a
ao coronavírus. A American ço aeronaves mais antigas ou me- decepcionante recuperação do
Airlines utilizou por vários anos nos eficientes durante crises ruais mercado mternacional brasilei-
os 767 e1n suas principais linhas graves, co1no já havia ocorrido ro, abalado por crises econô·
domésticas, e previa retirar os com os veteranos DC-1O no pós- m icas e políticas que assolam o
últi.Jnos 16 bimotores de serviço 11 de Seternbro, ou com os A300, país desde 2013. Ernbora menos
ern meados d e 2021. Mas, ainda os 737 Classice os tv!D- 11 nos avançados, os 777-300ER têrn
em março, anunciou o fim de rneses segui.J1tes à crise de 2008. custos menores e se tornaram
suas operações con1 o n1odelo. O O cenário atual rnostra que nem ruais adequados à realidade
rnesrno ocorreu corn a Air Ca- mesmo aeronaves relativamente atual da co,npanhia. Até ,nesmo
nada q ue, em maio último, tirou rnodernas, corno o A380 e o 777, a Azul, que havia encomendado
de serviço todos os 767, inclusive irão escapar dessa reestruturação origi.J1ahnente o A350, optou
aqueles operados pela Rouge, sua maciça que está tomando conta da por receber os mod ernizad os
subsidiária. aviação regular no inundo. A330neo. Un1a decisão que
Considerados imbatíveis em ocorreu vários rneses antes da
d iversas rotas domésticas, nem BRASIL pandemia, mas q ue seria ine-
n1esrno os 757 forarn poupados. No Brasil, as en1presas aéreas vitável caso já não tivesse sido
A American já anunciou sua nacionais rnantiverarn o plane- tornada. A

AfROMAGAZINE 314 1 59
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venture

interesse
UBIRATAN GIULIANO AGMONT
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COMAC

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COMAC - CHINA
Falou-se 111uito de u1na joint internacionais, algo obtido a duras mesmo sem uma parceria com a
venture da E1nbraer co1n a chinesa penas com o programa ARJ21, o jato Comac. Aliás, é um mercado bastan te
Comac logo após o encerramento regional "inspirado" na fam ília MD- restrito para os E-Jets, visto que as
do acordo con1 a Boeing. Con1 80. da então McDonnell Douglas. li nhas regionais na China movimentam
enonne capacidade financeira, a
estatal tem planos de rivalizar com
• Em termos de engenharia, a Comac
está desenvolvendo dois aviões de
mais passageiros do que as principais
rotas domésticas no Brasil, exigindo
Boeing e Airbus, principalmente grande porte - o (919 (similar aos jatos até aeronaves de maior porte. como o
no gigantesco mercado chinês. de corredor único A320neo e 737 MAX próprio C919.

~PRÓS
8) e o CR929 (avião de dois corredores
e alcance intercontinental construído
• Um eventual acordo com a China
tornaria a Embraer dependente dos
• Acesso facilitado ao mercado chinês. em parceria com a Rússia) -, o que humores da política externa dos
• Oportunidade de negociar novos reduz o poder de barganha da Embraer. Estados Unidos , que poderia impor
financiamentos junto ao país que
ma is cresceu nas últimas décadas.
• O acesso a uma vasta rede de suporte
não se faz necessá rio neste momento
barreiras na compra de itens de alta
tecnologia, como motores e aviônicos.

[Ç)CONTRAS
pa ra o programa C919, voltado para
mercado interno chinês, que, sozinho,
• O C-390 dificilmente teria ga nhos
de mercado e, possivelmente, seria
• A Comac pouco tem a ganhar em deverá absorver entre 1.500 e 2.000 inserido na lista de restrições do
qualquer acordo com a Embraer. aviões, ocupando a linha de produção Pentágono e do Departamento de
O maior desafio do fabricante era por vários anos. Estado, impedindo o fornecimento de
desenvolver sua capacidade de
certificação dentro dos padrões
• Para a Embraer, o acesso ao mercado
regional chinês continua garantido
quase todos seus sistemas por parte
de fabricantes dos Estados Unidos.

Ó2 1 AfROMAGA ZINE 314


•••1

• -

-
MITSUBISHI AIRCRAFT - JAPAO
Un1 acordo considerado pelo um projeto novo equipado com os justificar um acordo para a Embraer.
mercado, ainda que improvável, recé1n-anunciados motores Pure- • A parceria eliminaria um
seria o da En1braer com a japonesa Po'A1er, da Pratt & ,.vhitney. Mas os potencial concorrente do
Nlitsubishi. Segundo especialis- mais de sete atrasos consecutivos mercado pa ra ambos.
tas, este seria uma das parcerias tiraran1 qualquer vantagen1 do
menos favoráveis à E1nbraer, que então MRJ e111 relação ao E-Jet. A (QCONTRAS
teria poucos ganhos financeiros, pruneira entrega, que estava pre- • As incertezas em torno do
tecnológicos ou de participação de vista para 2013, ainda não acon- programa SpaceJet criam muita
1nercado, enquanto os japoneses teceu e o processo de certificação imprevisibilidade.
se beneficiariam de todo conhe- de tipo nem sequer começou. • Fina nciamentos no Japão são
cunento técnico e da rede de As incertezas são tantas que até considerados um dos mais caros
suporte já existente dos brasileiros. o nome do programa mudou no do mundo.
A Mitsubishi trabalha desde 2007 1neio do processo, deixmdo de • O mercado reg ional japonês
no progra1na SpaceJet, que previa ser MRJ, acrôn in10 de Mitsubishi é praticamente inexistente
uma fa,nília de dois aviões regio- Regional Jet, para Space)et. e o SpaceJet n~o se mostra
nais com capacidade entre 70 e 90 competitivo nem mesmo diante
assentos capaz de con1petir con1 da primeira geração do E-Jet El.
a primeira geração dos E-Jet. No ÓPRÓS Por sua vez, a Mitsu bishi não
início, os japoneses tinhan1 o te1n- • Dependendo da oferta dos japoneses, teria condições de alavancar a
po a seu favor, já que ofereciain os ganhos financeiros poderiam venda dos E-Jet ou C-390. •

AEROMAGAZINE 314 1 63
SAAB - SUÉCIA
Há mu itos anos, analistas es- amplo portfólio na aviação. com entre as duas empresas dependeria de
pecula1n sobre as vantagens de jatos comerciais, aviação de negócios negociações políticas delicadas, como a
E1nbraer e Saab se associarem em e militar. Ambos os fabricantes escolha do local da sede da empresa e
um novo conglomerado indus- trabalham em projetos diversos na os modelos de financiamento.
trial. Após passar por un1a grave
crise, que levou ao fech amento da
aviação, como sistemas de controle
de espaço aéreo. aeronaves não
• Entre as virtudes dos dois fabricantes
estão os acordos com o Pentágono,
divisão automotiva, a Saab focou tripuladas. satélites, entre outros. mas cada empresa fechou uma
seus esforços nos setores aero-
espacial e de d efesa. Em 2013,
• Uma eventual parceria tornaria
a Embraer-Saab um dos maiores
parceria. o que poderia se tornar um
problema diante de uma eventual
os suecos vencera1n o cobiçado conglomerados do setor aeroespacial joint venture ou fusão. Além disso,
contrato F-X2 da FAB, cujo valor e de delesa do mundo. dependeria de novas aprovações e
total, di ante d a oferta de transfe- • A Saa b possui um importa nte revisões dos contratos já firmados.
rência de tecnologia, passou dos
5,4 bilhões de dólares no ato da
contrato firmado com a USAF. em
parceria com a Boeing. Da mesma
• Mesmo sendo referência em
seus respectivos negócios, a
assinatura, em setembro de 2014. forma. a Embraer possui um acordo Saab e a Embraer possuem
Desde então, a Saab ten1 traba- com a Sierra Nevada , para o Super filosofias de trabalho e negócios
lh ado próxima da Embraer, que Tucano, colocando ambos dentro da consideravelmente diferentes,
deverá montar no Brasil algumas lista de parceiros do Departa mento muito atreladas ao modelo social de
un idades fabris destinadas à pro- de Estado norte-americano. cada país. Uma fusão dependeria
dução do caça. • A Saab é uma das poucas empresas
do mundo a dispor de tecnologia para
de solucionar diferenças culturais
bastante complexas para formar um
lÔPRÓS produção de caças supersônicos de grupo de trabalho coeso.
• Os portfólios se complementam e as
empresas já trabalham juntas. Desde
última geração, enq uanto a Embraer
é uma das líderes mundiais na aviação
• conhecimentos
A Saab, mesmo detendo
militares de ponta.
meados de 2000. a Saab abandonou de negócios e no transporte aéreo tem uma participação modesta no
o seg mento de aviação regional, reg ular. A capacidade somada poderia mercado global. A Suécia nunca
passando por um longo processo de gerar um importante player mund ial. foi um país capaz de responder ao
reestruturação, focando seu negócio pesado jogo político internacional
em aviação militar. sistemas de (ÇCOHTRAS que envolve contratos militares e
segurança e militar, além de projetos
navais. A Embraer, por sua vez,
• Saab envolveria uma série de acordos
Uma parceria entre a Embraer e a de segurança. O Brasil não conta
com tradição no mercado militar
ingressou recentemente no setor bilaterais entre os respectivos governos, internacional, tendo obtido pequenos
naval. vencendo uma concorrência da demandando esforços alheios às contratos no passado, além da
Marinha do Brasil para a construção vontades específicas de mercado. boa aceitação do Super Tuca no
de novas corvetas. Além disso, o Ainda que Brasil e Suécia sejam países no mundo, mas falta ao governo
fabricante brasileiro dispõe de um com boas relações. uma sociedade experiência no jogo geopolítico.

64 1 AEROMAGAZINE 314
DASSAULT- FRANÇA
A francesa Dassault já foi sócia independência financeira. já que a Dassault nunca obteve
da Embraer até 1neados dos anos administrativa e tecnológica. Seus sucesso neste mercado. O Super
2000, quando esperava vencer sistemas e soluções são globalmente Tucano possivelmente teria de rever
o então prograina F-X, inicia- reconhecidos, especialmente o seu acordo nos Estados Unidos , o que
do ainda no governo Fernando software de en genharia Catia, envolveria a boa vontade do governo
Henrique, oferecendo ao Brasil o utilizado por praticamente todos os fra ncês em negociar ao lado do
l\llirage 2000BR, uma versão abra- fabri cantes aeronáuticos do mundo. brasileiro.
silei rada do já veterano l\llirage
2000. De modo geral, os milita-
• A Dassault possui grande
pa rticipação no mercado militar (QCONTRAS
res brasileiros não desejava1n o
l\lliragem 2000B R, considerado o
francês. com destaque para o caça
Ra fal e. considerado um dos mais
• fraUmncesa
dos pilares da política industrial
está na sua completa
favorito no 1neio político graças avançados do mundo. A divisão de independência tecnológica, tendo
à parceria dos franceses com a aviaçao de negócios figura entre as na Dassault um dos braços mais
Embraer, q ue montaria parte principais empresas do setor, com a importantes dessa estratégia. É
dos aviões. En1bora o Gripen família Falcon Jet de aviões de cabine pouco provável que Paris aceite uma
tenha sido declarado vencedor do larga sendo uma das mais bem- pa rceria em igualdade de condições,
progra1na F-X, o que aconteceu sucedidas em todos os segmentos exigindo possivelmente até mesmo
no últüno dia do governo FHC, nos quais atua, semconcorrer com os que a sede e toda a cadeia de
ao assum ir, o presidente Lula can- jatos da Em braer. comando perm aneça na França.
celou o projeto. Mes1no depois de
a Dassault deixar o acordo com a
• A parceria com a Embraer permitiria
a ambos os fabricantes combina r seus
• A Dassault é um conglomerado maior
do que a Embraer, o que já deixa o
Embraer, os franceses se torna- negócios, que são com plementa res fabricante de São José dos Campos
ram finalistas do prograina F-X2 em quase todos os segmentos. em condição de desigualdade na hora
co1n o caça Rafale e chegaram a A Dassault possivelmente teria de negociar termos fu ndamentais,
ser anunciados como vencedores interesse em colocar sob sua guarda incluindo questões estratégicas para
pelo 111es1no presidente Lula, o os modelos da aviação de negócios, o Brasil. Além disso, já na largada.
que acabou não se confirmando. completando a linha Falcon, ao mostra quem seria o líder da parceria.
mesmo tempo em que o ca rgueiro
C-390 poderia ser visto como um
• Mesmo tendo uma quase perfeita
harmon ia no complemento de
[t)PRÓS potencial produto para as forças negócios, Dassault e Embraer teriam
• A Dassault é um dos únicos armadas europeias. Já a aviação de definir quais prioridades seriam
fabricantes mundiais com total comercial teria certa independência, seguidas. •

AfROMAGAZINE 3 1< 1Ó 5
LOCKHEED MARTIN - EUA
Utn dos 1naiores conglon1erados lÔPRÓS
nas áreas de defesa e aeroespacial t Embora tenha sido responsável t O único projeto viável da Embraer em
do inundo, a Lockheed Martin tem por projetos icônicos, como o l-lOA uma eventual parceria seria o Super
participação e1n quase todos os Electra e o Constellation, o fabricante Tucano, mas seu baixo valor agregado
bilionários contratos militares dos norte-americano jamais obteve e seus contratos avaliados em
Estados Unidos, alé1n de deter un1a sucesso absoluto no setor de aviação poucos milhões de dólares o torna m
grande participação no mercado comercial. O L-188 Electra se revelou praticamente inexpressivo para o
global. Em meados de 2004, a um fracasso comercial enqua nto faturamento da Lockheed Martin.
En1braer foi sócia da Lockheed no o L-1 011 Tristar era um fracasso t O C-390 surgiu para disputar o
progrruna ACS (Aerial Common econômico. A empresa entrou mercado hoje per tencente ao C-130.
Sensor), que previa um avião de re- ta rdiamente na disputa do mercado Ainda que o foco seja pa íses com
conheci1nento e vigilância tendo o de turbo-hélices. que teve seu auge frotas antiquadas do veterano
ERJ -145 como plataforma. O pro- nos anos 1950, e migrou para os Hercules, a Embraer nunca negou
gran1a foi cancelado em 2006, sem jatos já durante a era dos widebodys, ter a ambição de conquistar uma
tun vencedor, quru1do a E1nbraer nos anos 1970. Uma parceria com parte do rico arsenal das forças
já havia sofrido uma derrota im- a Embraer poderia reposicionar a armadas dos Estados Unidos.
portru1te, pois a parceria havia sido Lockheed no mercado mundial. Entretanto, o C-130J Super Hercules
suspensa e1n benefício da Boeing, continua sendo um importante
que ofereceu o 737NG como (ÇCOHTRAS produto comercial pa ra a Lockheed
aeronave base do projeto. Existen1 t A Lockheed Martin é um conglomerado Martin, que provavelmente não
poucas chances de o fabricante de avaliado em mais de 100 bilhões de esta ria disposta a incorporar um
Bethesda ter interesse no 1nercado dólares, ou seja, é desproporcionalmente concorrente. O C-390 criaria uma
civil hoje, 1nas a En1braer daria à grande em relação ã Embraer. Em disputa desn ecessária, que levaria
Lockheed Martin a oportunidade princípio, um acordo seria pouco à divisão nos lucros, em contratos
de reingressar na aviação con1ercial vantajoso para a Embraer, que não teria que são praticamente exclusivos do
após quase 40 ru1os. praticamente voz. Hercules.

ÓÓ I AfROMAGAZINE 314
GENERAL DYHAMICS CORPORATIOH - EUA
Outro gigante do setor aeroespa- ainda que tenha tido sucesso nos as linhas de produto da Embraer
cial e de defesa, o grupo Gene- progran1as da Nasa. Em n1eados Aviação Executiva e da bem-
ral Dyna1nics obteve um lucro de 1970, a General Dynanlics sucedida Gulfstream, que produz
líquido em 2018 quase três vezes projetou o F- 16, um dos mais jatos de longo e ultralongo alcance.
n1aior do que o valor de 1nercado be111-sucedidos caças da história, Resta saber se uma consolidação
da E111braer. Ao longo das déca - mas vendeu o programa inteiro se justificaria financeiramente para
das, o fabricante norte-americano para a Lockheed Martin nos anos ambas.
absorveu diversos non1es famosos 1990. A partir de então, a en1pre-
do setor, como a icônica Convair, sa passou a focar seu negócio em [Ç)CONTRAS
que passou a ser parte da General sistemas diversos. Amda assiin, • Qua se completa inexistência de
Dyna1nics em 1953. U111a série de e111 1999, a General Dynanlics negócios em comum. Apenas a
erros administrativos e de enge- adquiriu a Gulfstream, sua ónica Gulfstream não justifica um acordo.
nharia tiraram a Convair de cena unidade dedicada à aviação civil • A Genera l Dynamics é dezenas de
na década seguinte, ao perder a e 111ilitar. vezes maior do que a Embraer, um
corrid a d os jatos para a dupla 707 acordo neste caso representaria
e DC-8 e ainda ficar para trás e111 ÓPRÓS compra e absorção do fabricante
iinportantes contratos ,n ilitares, • Existe complementariedade entre brasileiro. •

AEROMAGAZINE 314 1 Ó]
'

HORTHROP GRUMMAH - EUA


Avaliada em mais de 50 bilhões independentes, ti nham desistido C-390, ainda que o governo
de d ólares, a Northrop Grumman da aviação civil havia várias dé- brasileiro difici lmente vá abrir
é u1u dos principais fornecedores cadas. O F- 14 To1ncat foi wu dos mao de seu controle.
de s istemas d e defesa e espaço últimos projetos independ en te da
do governo dos Estados Unidos. Gru nunan, já o YF-23 foi a ten- IÇ)COHTRAS
A maior parte d os contratos é d e tativa fracassada da North rop de t A completa inexistência de
s istemas complexos, incluind o obter o contrato para o novo caça complementarida de de negócios.
projetos de navios, satélites e dos Estad os Unidos, perdendo o • Équase nula uma parceria para
o bilionário bo,nbardeiro B-2, contrato para o F-22. venda do C-390, visto que o
considerado o avião mais caro da programa tem poucas cha nces de
história. O futuro B-21, que d eve (ÔPRÓS obter um contrato realmente valioso
voar nesta próxima década, pro- t H~ pouca sinergia e uma junto ~s forças armadas dos Estados
mete seguir os passos d o irn1ão relação desproporcional entre Unidos. Pa ra se tornar atraente pa ra
111ais velho e, ao final, ser avaliado as empresas. mas haveria a Northrop Grumman, o ca rgueiro
em bilhões de dólares cada espaço para inves timentos brasileiro deveria ter a ca pacidade
unidade. A Northrop Grununan, em prog ramas milita res da de substituir a totalidade dos C-130
1nes1no quando errun e,npresas Embraer, principa lmente o nos Estados Unidos.

6 8 1 Afl10MAGAZINE 3 14
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ROSTEC E UAC - RUSSIA HINDUSTAN AERONAUTICS - /NO/A
Ainda que os russos tenhain investido na Os indianos estão há vários anos te, o país trabalha em projetos sob
reestruturação de sua ind ústria aeroes- trabalhando no desenvolvimen to licença, como a produção local do
pacial, con1 a forn1ação de dois grandes de uma indústria aeronáutica treinador inglês BAe Ha,vk 132 e
conglomerados estatais, a Rostec e a UAC local. A Hindustan Aeronautics do caça russo MiG-29. Ain da as-
(United Aircraft Corporation), o pais Limited (HAL) completou 80 sim, Nova Delhi não definiu u1na
ainda sofre co1n un1 n1odelo en1presarial e anos em 2020, 1nas sen1pre fo- projeção global para sua indústria
industrial baseado nos princípios sovié- cada em atender às necessidades aeroespacial. l'vlas vale destacar
ticos. Mes1no o atual MC-21 (MS-21. na militares da Índia. Ainda assi..Jn, o progra1na espacial indiano,
sigla Ocidental), que conta con1 siste1nas ten1 fornecido con1ponentes que avança a passos largos na
fornecidos por empresas dos Estados para alguns programas globais, conquista de uma independên-
Unidos e da Europa, 1nanté1n u1na filosofia nenhum con1 grandes con1plexi- cia total, co1n um pouso quase
ainda atrelado ao estilo soviético. Moscou, dades tecnológicas. Ao longo dos bem-sucedido na Lua, algo que o
ali ás, tem dado sinais de que vai ampliar o anos, a HAL criou alguns projetos Brasil nem sequer ten1 condições
número de co1nponentes e sisten1as russos locais interessantes, con10 o Tejas, de sonhar.
no J'v[C-21 e Superjet, sob o argumento de u1n caça com asa em delta com
que quer evitar futuros embargos - algo forte inspiração no Mirage. A (ÓPRÓS
que nen1 n1esn10 a China fez, sob pena de então Dassault-Breguet Aviation • Apenas financeiro, considerando que
elevar custos e aumentar incerteza para chegou a prestar consultoria in existem sin ergias entre a indústria
certificação. ao projeto nos anos 1980. O indiana e a brasileira. A única solução
prirneiro voo ocorreu ern 2001, seria uma parceria de risco em
(ÓPRÓS com o avião sendo declarado ope- projetos específi cos ou um aporte
• Os russos teriam de fazer uma oferta financeira racional apenas e1n 2015, n1ais de capital em troca da experiência
ou tecnológica irrecusável, já que o país não de 30 anos após o in ício de seu da Embraer em setores estratégicos
possui nenhum projeto para sua indústria desenvolvimento. Foi uma longa ou ainda a produção sob licença de
aeronáutica alinhado com os planos da Embraer. caminhada, n1as que gerou um aviões na Índia, algo que. por ora,
Ainda assim, dominam tecnologias de fabricação projeto com foco exclusivo nas parece pouco provável. Nenh um
de caças supersônicos e viagens ao espaço. necessidades da força aérea india- avião desenvolvido no Brasil foi
na. Recente1nente, a fndia chegou sequer cogitado pa ra ser produzido
(QCONTRAS a trabalhar em conjunto com a localmente pelos indianos.
• Não há sinergia entre a Embraer e qualquer Rússia no desenvolvimento de
empresa russa. um caça de quinta geração, que (QCONTRAS
• Uma parceria com a Rússia ameaçaria acordos deu origem ao Su-57, mas aban- • A própria falta de entrosamento
com diversos países ocidentais, em particular os donou o progra1na antes de obter estratégico e comercial entre a
Estados Unidos. ganhos significativos. Atualmen - Embraer e a indústria indiana. A

AER0MAGAZINE 314 1Ó9


Mesmo com sistemas de filtragem eficientes,
operadores aéreos adotam novas tecnologias e
protocolos de segurança sanitária mais rígidos para
lidar com a pandemia da covid-19
POR I ED MUNDO UBIRATAN

om a disseminação "n1ais pesado" na aviação regular


do novo coron aví- era realizado nos pernoites, quan-
rus, a aviação mun- do as equipes de limpeza tinham
dial se viu diante mais te1npo para se dedicar a un1
de wna série de processo mais 1neticuloso.
desafios. Do ponto de vista ope- A pande1nia impôs novas ne-
racional, um dos principais dele cessidades às empresas aéreas, que
é garantir a higienização a bordo precisaram tornar seus processos
das aeronaves com níveis de segu- de desinfecção ainda mais rígidos,
rança sa1útária ainda 1naiores aos seja pela questão sanitária em si,
já existentes. Ainda que o interior seja para garantir um conforto
de uma aeronave seja constante- psicológico aos passageiros. A
n1ente li1npo e higienizado, a di- aviação geral segue pelo mesmo
nâmica do transporte aéreo nunca caminho, até porque muitos
pennitiu a adoção de un1 padrão passageiros estão buscando voos
hospitalar de desinfecção em cada privativos como forma de reduzir
etapa. Geraln1ente, o processo os riscos de contágio. •
AGENTES SANIFICANTES SERVIÇOS DE BORDO NEBULIZADORES
A 111aioria das co111panhias Na aviação con1ercial, as en1- No Brasil, as principais e111pre-
aéreas passou a util izar novos presas alteraram os serviços de sas de ground handling ado-
desinfetantes co111 níveis bordo para reduzir o risco de tarain novas tecnologias para
sunilares aos exigidos e1n contato e infecção dentro do desinfecção, tanto de aeronaves
hospitais, dedicando atenção avião. Durante esse período, a da aviação de negócios como
especial às áreas de 1naior 1naioria das con1panhias não as do transporte regular. Entre
contato de passageiros e oferecerá revistas e material de os novos equipamentos estão
tripulantes. "Elevamos os ní- leitura impressos. A bagagem sistemas nebulizadores, capa-
veis de segurança en1 nossos deve ser despachada e os clientes zes de dissipar o agente desin-
protocolos de desinfecção só podem levar na cabine itens fetante com 1nais eficiência, já
interna das aeronaves, co1n essenciais, como notebook, bolsa que ele se n1antém suspenso no
111etodologia adequada ao de n1ão, 1naleta ou itens de bebê. ar dentro da cabine, garantindo
novo cenário': diz Adriano a limpeza de áreas praticamen-
Scheffer, gerente geral de ae- PISTOLAS te in1possíveis de sere1n acessa-
roportos da InSolo. "Estainos Uma das soluções emergenciais das por outros 1neios, 1nes1no
desinfetando todas as áreas adotadas por diversos opera- através de pistolas. "Fomos
. . dores foram as pistolas desiJ1fe-
con1 as quais passage1Tos experunentar a pulverização
e tripulantes têm contato tantes, que têm a capacidade de do produto de desinfecção,
durante o voo''. Na prática, a ionizar o líquido desinfetante mas acabamos descobrmdo
cada pouso são aplicados nas antes da aplicação, garantindo que a nebulização será 1nais
aeronaves agentes sanifican- maior adesão às superfícies. eficienté: explica Carlos Bri-
tes en1 1nesiJ1has, poltronas, Além disso, ao ser borrifado, o tez, diretor de Operações da
encostos, janelas e 1naçane- produto atinge uma área 1naior Orbital WFS. A e111presa criou
tas, além da realização de do que se fosse aplicado manu- até um novo produto, o Safe &
un1a lin1peza 1niJ1uciosa e1n almente, con1 uso de panos ou Clean, em fase final de testes
banheiros e galleys. similares. em laboratório.

] 2 1 AEl!OMAGAZINE 314
Nebuli zadores de agentes
quím icos e luz ultravioleta se
mostram arm as poderosas na
higienizaçao de aeronaves

LUZ UAV são montadas en1 u1n carrinho opções de reciclagem a bordo.
Uma das soluções que estava e1n emissor que pode percorrer a ca- O sistema UV ainda não possui
uso restrito havia vários anos é bine de aeronaves de grande porte u1na comprovação cientifica
a aplicação de luz ultravioleta. A en1 menos de 1O nünutos. O sis- contra o vírus SARS-CoV-2, mas
própria Boeing chegou a adotar tema tem o tamanho aproximado se mostrou eficaz contra determi-
a tecnologia nos banheiros do de un1 carrinho de bebidas com nados vírus e bactérias, incluin-
737 MAX. A responsável por essa braços articulados que ostentam do SARS CoV e MERS CoV,
solução é a empresa norte-am e- as lâmpadas UVC e se estendem dependendo da dosagem de UV e
ricana Dimer, que desenvolveu o por cima dos assentos, ilunünando do te1npo de aplicação. Acredita-
chan1ado GennFalcon. Segundo as partes inferior, lateral e superior -se que, por ser uma variante da
o fabrican te, o produto garante da cabine de passageiros. família SARS, o SARS-CoV-2
uma higienização rápida, eficaz O sistema é bastante sin1ples e ta1nbé1n não resista à luz UV
e barata de aeronaves, hospitais possui urn custo, estirnado pelo
e academias por meio de raios fabricante, de apenas dez dólares DRONE
ultravioleta (UV). por higienização, con1 u1na vida Um sistema também baseado
A elevada de1nanda causada pela útil considerada "competitivà' nos raios ultravioleta está sendo
pandemia de covid-19 levou (ainda que não divulgada). O testado pela Un ited Airlines. A
a con1panhia a anunciar tuna siste1na GennFalcon foi finalista e1npresa pretende utilizar u1na es-
parceria com a gigante Hone}"'•ell do Crystal Cabin A,vards 2017, pécie de drone, que pode facilitar
para tornar possível a produção un1 prênüo que reconhece as a desinfecção em curto período
do sistema e1n maior escala. O 1nelhores inovações para cabine de te1npo, talvez em un1a escala
sistema foi rebatizado Hone}"'•ell de aeronaves, tornando-as n1ais nonnal, quando os aviões fica,n
UV Cabin System e utiliza u1n ecológicas, segu ras e a1nbiental- poucos minutos em solo. Na avia-
dispositivo portátil, capaz de ser mente responsáveis. Na ocasião, ção de negócios, o 1nodelo por
adaptado para o uso a bordo de ironicamente, o sisten1a foi supe- drone permite acessar aeronaves
qualquer tipo de aeronave. As rado na votação por um carrinho menores, con10 os Very Light Jets
luzes que emitem luz ultravioleta de bebidas que melhorou as e 1nonoturboélices. -.:

AEl10MAGAZINE 314 173


..-
,,

s acontecimentos TRÊS ONDAS D3A Vai, o 2° Grupo tinha como


da n1anhã de 7 Os 354 aviões japoneses atacara1n objetivo áreas localizadas na
de dezembro de em duas ondas, decolando de Ford Island e em \Nheeler Field.
1941 colocaram porta-aviões posicionados cerca Os aviões estavam armados com
a pequena ilha de de 350 quilô1netros ao norte da bombas de e1nprego geral de 249
Oahu, no HavaJ, no mapa de Histó- costa da ilha de Oahu. A primeira quilos (550 libras). Por fim, 43
ria. Naquele fatídico dia, o principal leva de ataques foi liderada pelo caças Mitsubishi A6M "Zero"
centro de operações da Marinha dos co1nandante Mitsuo Fuch id a e in tegravam o 3° Grupo, que tinha
Estados Unidos mantinha atracada envolveu 183 aviões. Essa ofensi- como missão tanto a mterdição
na base naval Pearl Harbor prati- va inaugural incluiu três grup os aérea como ta1nbé1n ataques a al-
cainente a totalidade da frota do d e aviões. O 1° Gr upo era com- vos na Ford Island, Hickam Field ,
Pacífico. Eram exatamente 07h48 de posto por 89 bombard eiros Naka- v\Theeler Field, Barber's Point e
luna manhã ensolarada de inverno jiJna B5N Kate, sendo 49 arn1ados Kaneoh e.
no Havaí (18:18 Gl'vfT), quando o com bombas perfurantes de 800 A segunda onda tinha como
Império do Japão iniciou um ataque q uilos (1.760 libras) e outros 40 prioridade atacar alvos terrestres
i.Jnpiedoso a i.J1stalações e 1neios equipados con1 torp edos Type 91. em Kaneohe e no restante de Pearl
militares norte-americanos, a maior Eles tiveram como alvos encou- Harbor. Também divididos em três
parte dele concentrado na baía e na raçados e porta-aviões. Co1n 51 grupos, os 171 aviões chegara1n ao
Ford Island. b o1n bardeiros de ,nergulh o Aichi alvo vindos de diversas direções

]6 1 AfROMAGAZINE 314
quase siJnultanea1nente. O 1° Gru-
po dispunha de 54 Nakajima B5N
annados con1 bon1bas de e1nprego
geral de 249 quilos (550 libras) e 60
quilos (132 libras). Metade desses
aviões atacou aeronaves e hangares
em Kaneohe, Ford lsland e Barbers
PoiJ1t, enquanto a outra concen-
trou sua ofensiva en1 hangares e
aeronaves no campo de Hickam.
O 2° Grupo tinha como objetivo
primário destruir porta-aviões e
cruzadores e usou 78 aviões Aichi
D3A Vai ar111ados con1 bo111bas de
uso geral de 249 quilos (550 libras).
Já o 3° Grupo reunia 35 caças
Mitsubishi A6M "Zero" que forain
utilizados como defesa e ataque namento e destruído 188 aerona- MEMORIAIS EMUSEU
O memorial do
a alvos na Ford Island, Hicka111 ves. Dos três porta-aviões da frota Passados quase 80 anos, o atual USS Ari zona est~
Field, Wheeler Field, Barber's Point do Pacífico dois, o USS Enterprise Naval Station Pearl Harbor ainda no mesmo complexo
e Kaneohe. A reação das forças e o USS Lexinton estavam en1 ma- é uma importante instalação e pode fazer parte
norte-an1ericanas se resumiu a um nobras no 111ar, distantes das ilhas. militar dos Estados Unidos, da visita
pequeno grupo de aviões P-40 vVa- O USS Saratoga se encontrava em sede do quartel-general da Frota
rhawk e P-36 Hawk, que consegui- San Diego, na costa da Califórnia. do Pacífico. Além disso, o local
rain decolar e dar algtun co111bate Escaparain ilesos do ataque, que preserva u111 dos 111ais iJnportan-
aos atacantes. teve um papel determinante no tes conjuntos de memoriais da
Ao final do ataque surpresa, curso da guerra. O saldo de mor- Segunda Guerra, contando com
os japoneses haviam afundado tos foi de iJnpressionantes 2.403 o USS Arizona Memorial, o USS
ou danificado severamente três pessoas com outros 1.178 feridos. Utah memorial, o USS Oklaho-
cruzadores, três destroieres, três Do total, 1.177 111ortos estavain no ma men1orial, o USS lvlissouri
encouraçados e u1n navio de trei- USS Arizona. Memorial, o 111useu USS Bowfin e

AEl10MAGAZINE 314 177


O A6M Zero é uma o Pearl Harbor Aviation Nfuseum, conta com aeronaves difíceis de dos Clippers da Pan American
das estrelas do além do centro de visitantes em sere111 encontradas, con10 un1 v\Torld Airways pousavam em
acervo: um dos raros
Hala,va Landing. A visita con1ple- Mitsubishi A6M2 Model 21 Type uma ilha corn costumes e visual
exemplares do mundo
em um mu seu ta ao complexo exige ao menos Oe um raríssimo exemplar do de tirar o fôlego. Tudo mudou
un1 dia inteiro. Nakajima BSN2 Kate. A organi- em dezembro de 1941 e o museu
O Pearl Harbor Aviation zação do acervo, como esperado, apresenta essa transforn1ação
Museum está localizado na Ford prioriza equipa111entos ligados ao quando o visitante finalmente
Island e pode ser visitado separa- ataque a Pearl Harbor. ingressa no Hangar 37 e se depara
da1n ente ou em conjtu1to co1n os O visitante ingressa no museu com um Zero, o carrasco do
memoriais. Fundado em 1999, o pelo Hangar 37, e111 frente à históri- Pacífico, em posição de destaque
111useu reúne diversas aeronaves ca torre de controle da Ford Islancl no acervo. Um dos responsáveis
da Segunda Guerra e modelos Recém-restaurada, a torre foi um pelo dia que o presidente Franklin
modernos. Sua inauguração ocor- unportante 111arco no ataque, sendo Roosevelt definiu como "uma data
reu e1n 7 de dezembro de 2006, eternizada nos filmes Tora! Tora! que viverá na inffunia': o Zero
por ocasião dos 65 anos do ataque. Tora! (1970) e Pearl Harbor (2001). inegavelmente mudou o rumo da
Embora n1odesto e111 con1paração A visita corneça e111 um pequeno História. U111 an1plo painel mostra
a seus pares nos Estados Unidos, corredor, que mostra o Havaí como os primeiros momentos do ataque
o museu apresenta um incrível um destino paradisíaco da década à Ford Island, apresentando a
resgate de un1 dos n10111entos mais de 1930. Viajar até o meio do Pacífi- disposição exata dos navios no
irnportantes da História contem- co naqueles tempos exigia uma boa momento do ataque.
porânea. As instalações estão dose de aventura, n1as dava acesso a
divididas e111 dois hangares, corn uma cultura completamente exótica NAKAJIMA B5N2 KATE
parte do acervo, especialmente para os padrões da época. Ao lado do Zero há outra raridade
de helicópteros, provisorian1ente, japonesa, um Nakajuna B5N2 Kate.
preservados ao relento entre os ZERO, O CARRASCO Ou pelo 111enos o que restou dele.
dois hangares principais. O cinema imortalizou u1na série Bastante deteriorado, este é o único
Por ser um n1useu bastante de clichês, como a famosa dança exemplar praticamente completo do
novo, o acervo é pequeno, mas Hula. Os que en1barcavain em u111 icónico torpedeiro. O avião exposto

] 8 1 AER0MAGAZINE 314
visto pelos japoneses. Assin1 que O B-25 mostra a
o ini migo bateu em retirada, a pronta resposta dos
dupla pousou e1u segurança no EUA ao ataque de
Pearl Harbor. Ao lado.
John Rodgers Field (atual aero-
o único exemplar do
porto internacional de Hono- Nakajima BSN2 Kate
lulu), tornand o-se testen1unhas ex istente no mundo.
oculares do ataque. aeronave esta. . quase
completa ... O Aeronca
CURTISS P-40E WARHAWK TC-65 que sobrevoava
O Curtiss P-40E ,varha,vk, que Honolulu no momento
do ataque
se tornou símbolo do museu, foi
a resposta e1uergencial ao ataque,
conseguindo neutralizar im edia-
tamente alguns aviões japoneses.
Percorrendo o museu, percebe-
-se que os curadores tiveram u m
cuidado especial con1 a organi-
zação do acervo. A visita começa
com dois aviões do Império d o
Japão, un1 enorn1e display e un1a
maquete demonstrando co,no
foi aquela manhã d e dezen1bro,
além do avião civil de onde duas
testemunhas vi ram o ataque.
foi recuperado no Pacífico Sul, mas O modelo exposto sobrevoava
sofreu cotn a aç.10 de caçadores de Honolulu no 111om ento do ataque B-25B MITCHELL
suvenires que, por algumas décadas, a Pearl Harbor! Na verdade, oito O próximo elemento do circuito
danificaram consideravehuente aeronaves particulares estava1u enaltece a n1áquina responsável
sua estrutura. Ainda assilu, 1nes1uo voando nos arredores das instala- pela resposta dos Estados Unidos:
com avarias severas e faltando até o ções militares na manhã de 7 d e um imponente North American
n1otor, o avião do 1uuseu é o único dezembro. Três foran1 abatidas B-25B Mitchell - ao lado de u1n
praticamente mtacto existente. Há pelos japoneses. O advogad o e gráfico que 1nostra co1no fora1n
outro exemplar no Wmgs Museum, legislad or territorial, Roy Vitou- feitas as duas ond as de ataque
na Inglaterra, 1uas que está total- sek, pilotava o Aeronca ao lado japoneses. O Doolittle Raid foi
mente avariado e conta com apena~ do seu filho adolescente Martin. a mais heroica missão realizada
parte da estrutura. A dupla se dirigia jus tan1ente pelos norte-americanos durante
para Pearl Harbor quando viu o todo o conflito. E1n 18 de abril
AERONCA TC-65 DEFENDER ataque. O pilo to passou a realizar 1942, 16 aviões B-25B decolaram
J\llais uma curiosidade do acervo sobrevoos en1 círculos a pouco do porta-aviões USS Hornet com
é tun Aeronca TC-65 Defender. 1nais de 2.000 pés, evitando ser d estino a Tóquio. A 1uissão era

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14 cruzadores, seis d estro ieres e
15 navios d e transporte. Ao todo,
voaram incríveis 1.189.473 horas
operacionais.

BOEING N2S-3
STEARMAN KAYDET
Seguindo a visita, un1 Boeing
N2S-3 Stearmai1 Kaydet se revela
"tímido''. Em um primeiro mo-
n1ento, não salta aos ollios - afinal,
existem dezenas voando pelo
mundo. Mas o exemplar exposto
é o avião que George H. W. Bush
solou em 15 de dezembro de 1942.
Un1 exe1nplar do GrumJnan TBF
Wildcat é um dos quase suicida. O Mitchell é u1n gar 37 está exibida e1n diorainas Avenger, siJnilar ao que o ex-pre-
aviões exibidos em bombardeiro criad o para operar temáticos m uito bem produzidos sidente Bush realizou suas missões
forma de diorama a partir de pistas en1 terra, não - diora1nas são quad ros cênicos na Seh1tu1da Guerra, tan1bé1n está
embarcado. Co1n o se não fosse o d e grandes proporções. A co1n e- exposto no Hangar 79.
suficiente tentar realizar o ataque çar por un1 impecável Grumman O Hangar 79 fica afastado
a partir de um porta-aviões, os F4F-3 Wildcat, que e1nula a ope- do prédio principal, o que exige
bombardeiros ainda decolariam ração nas pistas improvisadas nas um a pequena cam inhad a. Uma
en1 fila. Ou seja, o prin1eiro teria ilhas do Pacífico. Se hoje diversos ta1npa a1narela no chão n1ostra a
1nuito 1nenos pista d o que o arquipélagos são destinos d ese- distância até o hangar, exata1nente
último. Enfim, os Estad os Unidos jados por milhares de tu ristas, a mesma que os B-258 tinham no
conseguiram c u1nprir a ntissão e durante a Segunda Guerra, eram convoo do Hornet. A caininhada
atacarain Tóquio, daJ1d o início à locais desprovid os de infraestru- re1nete a uma série d e i1n agens.
mudança do curso d a guerra. tura, com comunidades isoladas, Foi ali naquela pista da Ford
Os militares japoneses acredi- n1uitas vezes pouco favoráveis Island que Alnelia Earhart sofreu
tavam que um ataque surpresa ao a ceder seu território para uma um pequeno acidente. Na época,
Havaí seria tão devastador à 1noral guerra que não llies pertencia. a pista era un1 iinenso pátio de
norte-an1ericana que não haveria Tudo isso so1n ad o a tun calor concreto, se1n 1narcações, onde os
uma resposta à altura. Além d isso, infernal. Ainda assim, os VVild - pilotos d ecolavam e pousavam no
supun ham não haver nenhun1 cat fora1n u m dos primeiros a ru1no que fosse n1ais apropriado.
,neio de contra-ataque sem a despontar no teatro do Pacífico,
en trad a de navios nas bem prote- começand o a d esafiar os Zero. F-SA FREEDOM
gid as águas japonesas. Isso só seria FIGHTER E OUTROS
possível lançando aviões a uma DOUGLASSBD DAUNTLESS Chegar ao Hangar 79 é e1n ocio-
distância impraticável consideran- Outro diorama impecável expõe nante. Ele conserva as marcas de
do os 1n eios convencionais. Mas, u1n bon1bardeiro de n1ergulho tiros disparadas em 7 de dezen1-
como se sabe, eles menosprezaram Douglas SBD Daun tless, que teve bro de 1941, faltam iI1clusive
o poderio industrial e o território papel d e protagon ista no Pacifico, os vidros. O acervo ali exposto
continental dos Estados Unidos. tornando-se wn d os heróis d a ba- inclui un1 F-SA Freedo1n Fighter
O ataque ao Japão com os B-25B talha d e Midw·ay. Para se ter uma sul-coreano, u1n McDonnell
logo acendeu o Master Warning ideia d e sua importância no Pací- Douglas F-15A Eagle, um General
entre os militares d o Imperador. fico, do ataque a Pearl Harbor até DynaJ11ics F- l6A Fighting Falcon,
abril de 1944, os Dauntless foram um Grumman F- 14D Tomcat, um
GRUMMAN F4F-3 WILDCAT responsáveis pelo afundan1ento F-111C Aardvark e un1 Douglas
A maior parte d o acervo d o Han- d e seis porta-aviões japoneses, C-47, entre outros. É impossí-

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vel não passar longos minutos
apreciando cada avião, mas a joia
da coroa do hangar está ao fundo:
um Boeing B-17E Flying Fortress.

BOEING B-17E FLYING


FORTRESS
O que faz deste B-17 tão especial?
Por que este exem plar, que ch ega
a voar em eventos aeronáuticos,
-
é a estrela do acervo? Este avião,
n úmero de série 41 -2446, tem
uma história extraordinária.
Ele chego u a Honolulu dez dias
após o ataque a Pearl Harbor e,
em fevereiro, foi designado para
o 22"d Bomb Squadron of the 7'h
Bombardment Group, baseado no
n orte da Austrália. À n1eia-noite
de 22 de fevereiro de 1942, seis
bombardeiros B-17, incluindo
o exemplar do n1useu, foran1
enviad os para atacar u rgentemen -
te uma frota de navios japoneses
atracados no porto de Rabaul.
Durante a investida, caças A6M
Zero e ASM Claude conseguiran1
danificar o B- 17, que teve de re-
cuar, voand o para Port Moresby,
do ou tro lad o da Nova Guiné.
Ciente da perda de co,nbus-
tível e dos danos na aeronave, o
co,nandante Fred Eaton sabia que pântano. Forrun necessários mais ronave e fazer um pequeno ensaio Vista de parte do
não teria como cruzar a cadeia d e quatro a11os aguardando a apro- fotográfico exclusivo. ace rvo de aeronaves
n1ontanhas à frente. Com precárias vação da Nova Guiné para poder contempora neas do
condições visuais, o piloto escolheu exportar o "Fantas,na do Pântand' Serviço: museu. Abaixo, o
um campo plano à frente para um para os Estados Unidos, primeira- O Pearl Harbor Aviation Museum histórico B-17E, uma
111ente para a Califórnia, onde ficou faz parte do Pearl Harbor Visitar das peças ma is raras
pouso forçado. Ao tocar con1 os
da co leção
pneus do bo,n bardeiro no solo, até 2014. Center, mas é possível comprar
percebeu se tratar de um pântano, Finaln1ente, o avião retornou a o ingresso básico (25 dólares) de
que praticamente tragou a aerona- Pearl Harbor após 72 anos, ainda forrna avulsa, que não conternpla
ve. Anos mais tarde, os pilotos do ostentand o as antigas marcas os demais memoriais. É recomen-
exército australiano encontraram a da USAAF, com o círculo e111 dado adquirir um passaporte que
aeronave e a apelidara,n de Swamp vermelho no centro da estrela. O dá direito a todas as visitas, já que
Ghost (Fantasma do Pântano). O acesso ao S,Namp Ghost é basta11te são complernentares. O complexo
avião pennaneceu preso ali por restrito, podendo ser visto atrás funciona das 9h às 17h. Impor-
mais de meio século. Apenas ern de uma linha e ao lado de outras tante: não são autorizadas bolsas,
2006, o entusiasta da aviação Al- aeronaves à espera de restauro. mochilas, rnalas, entre outros itens
fred Hagen conseguiu autorização Não para AERO Magazine, que foi pessoais em todo o Pearl Harbor
do governo para retirar o avião do autorizada a se aproximar d a ae- Visitar Center.

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Pipistrel Velis Electro
Foto: Divu lgação

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