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São Tomé e Prínci….pdf - Gabinete do Ambiente

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Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePREFÁCIOOs Recursos Biológicos constituem potenciais fontes de rendimento com grandes benefícios paraa população, se forem geri<strong>do</strong>s de forma sustentável. Os recentes avanços da Biotecnologia queapontam o grande potencial <strong>do</strong>s materiais genéticos conti<strong>do</strong>s nas plantas, nos animais e nosmicroorganismos, têm provavelmente para a agricultura, a saúde, o bem-estar social e ambientale outras áreas, uma importância capital.Apesar de esforços que têm si<strong>do</strong> feitos tanto pelas autoridades nacionais santomenses, como pelacomunidade internacional, o processo de degradação e perda da Diversidade Biológica emS.<strong>Tomé</strong> e Príncipe em particular e no mun<strong>do</strong> em geral tem continua<strong>do</strong>.O <strong>do</strong>cumento “ Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Conservação da Biodiversidade”,constitui um passo de grande significa<strong>do</strong> para o futuro <strong>do</strong> ambiente em geral e em particular paraa biodiversidade santomense.A estratégia e as acções contidas no presente Plano de Acção Nacional, direccionada para osquatro ecossistemas defini<strong>do</strong>s para o país, nomeadamente, Costeiro e Marinho, Águas Interiores,Florestal e Agrário, consubstanciadas em medidas a serem implementadas a curto médio e longoprazo, ao nível nacional, com a cooperação da comunidade internacional, baseadasfundamentalmente em protecção in situ e a conservação ex situ <strong>do</strong>s recursos biológicos egenéticos, irá contribuir para o melhoramento da qualidade da Diversidade Biológica em S.<strong>Tomé</strong>e Príncipe, a melhoria da sua gestão, e a distribuição justa e equitativa <strong>do</strong>s benefíciosprovenientes da mesma.Não será possível obter êxitos na materialização <strong>do</strong>s Programas propostos neste plano, se não foraplicada uma meto<strong>do</strong>logia de carácter participativa, onde a população em geral, e ascomunidades locais em particular serão chamadas a participar de forma activa e descomplexadana sua implementação.Algumas acções de carácter regulamentar, já preparadas e aprovadas pelas autoridades nacionais,contribuirão para reforçar a estratégia contida no presente plano. A Lei sobre a Conservação daFauna Flora e Áreas Protegidas que visa a conservação <strong>do</strong>s ecossistemas à nível da fauna, flora eáreas protegidas, enquanto património nacional e da humanidade, a Lei 3/91 que estabelece oregime de Propriedade Fundiária e o regime de distribuição e utilização de terras, a Lei dasPescas e <strong>Ambiente</strong> Aquático, que institui mecanismos susceptíveis de assegurar a gestão racional<strong>do</strong>s recursos haliêuticos marinhos, a Lei Florestal que assegura o ordenamento florestal, oDecreto-lei sobre Parques Nacionais Obô de S.<strong>Tomé</strong> e Obô de Príncipe, que estatui áreas depreservação permanente, o Decreto-lei sobre a Conservação de Tartarugas Marinhas e oRegulamento sobre a Caça, constituem as bases legais que sustentará a materialização <strong>do</strong> plano.Em suma, pode-se afirmar que a Estratégia Nacional e Plano de Acção para a Conservação daBiodiversidade, elabora<strong>do</strong> com a cooperação financeira <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> para o <strong>Ambiente</strong> Mundial(GEF), irá permitir, melhorar a conservação da Diversidade Biológica Nacional e a utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos, assim como apoiar as recomendações contidas naConvenção sobre a Biodiversidade.2


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeGostaria de aproveitar para agradecer muito sinceramente ao Fun<strong>do</strong> Mundial <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> –GEF, pela contribuição financeira posta a disposição das autoridades santomenses para aelaboração <strong>do</strong> presente <strong>do</strong>cumento, assim como ao Banco Mundial pela valiosa contribuição nagestão <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s incluin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o apoio técnico da<strong>do</strong> para a materialização dasactividades.Os meus sinceros agradecimentos vão também para o Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento – PNUD, em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, que não poupou esforços em contribuir comopiniões para enriquecer o <strong>do</strong>cumento, e pon<strong>do</strong> também sempre a disposição to<strong>do</strong>s os apoiossolicita<strong>do</strong>s.A preparação <strong>do</strong> presente plano não teria si<strong>do</strong> possível, sem o apoio e a valiosa contribuição deum grande numero de indivíduos e instituições, tais como, os membros da Equipa de Execução<strong>do</strong> Projecto, aos consultores nacionais e internacionais, as ONGs, aos Membros <strong>do</strong>s NúcleosLocais <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>, aos Membros da Comissão Técnica Nacional de <strong>Ambiente</strong>, aos técnicos da<strong>Gabinete</strong> o <strong>Ambiente</strong>, da Direcção das Florestas, da Direcção Geral de Agricultura, da Direcçãode Pecuária, da Direcção das Pescas, entre outros, pelo que os meus agradecimentos são tambémextensivos aos mesmos.Arlin<strong>do</strong> de Ceita CarvalhoMinistro <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Meio <strong>Ambiente</strong>3


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeÍNDICEPREFÁCIO ............................................................................................................................... 2ABREVIATURAS .................................................................................................................... 8GLOSSÁRIO............................................................................................................................ 9INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12SÍNTESE DA RIQUEZA BIOLÓGICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE............................. 141. <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe em Números ................................................................................ 142. A biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe ..................................................................... 153. Principais Ameaças....................................................................................................... 224. Resposta da Sociedade .................................................................................................. 23PRIMEIRA PARTE............................................................................................................... 24AVALIAÇÃO NACIONAL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA ......................................... 24CAPÍTULO I. BREVE DESCRIÇÃO DO PAÍS .................................................................. 25CAPITULO II: DIVERSIDADE BIOLÓGICA EM S. TOME E PRINCIPE..................... 262.1. Considerações Gerais................................................................................................... 262.2. Ecossistema Costeiro e Marinho ................................................................................. 272.2.1. Ecossistema Costeiro .............................................................................................. 272.2.1.1. Flora.................................................................................................................... 282.2.1.2. Fauna ................................................................................................................... 282.2.2. Marinho .................................................................................................................. 292.2.2.1. Flora .................................................................................................................... 292.2.2.2. Fauna ................................................................................................................... 302.3. Ecossistema De Águas Interiores ................................................................................ 332.3.1. Grupo <strong>do</strong>s Lóticos................................................................................................... 342.3.1.1. Estrato Superior <strong>do</strong>s Rios ..................................................................................... 342.3.1.2. Estrato Médio....................................................................................................... 352.3.1.3. Curso inferior....................................................................................................... 352.3.2. Grupo de Águas Salobras ........................................................................................ 362.3.3. Grupo de Lênticos................................................................................................... 362.4. Ecossistema Florestal................................................................................................... 382.4.1. Zona de Baixa Altitude, 0 – 800 m .......................................................................... 392.4.3. Floresta Secundária ................................................................................................. 392.4.4. Floresta de Sombra.................................................................................................. 402.4.5. Savana arbustivo-arbórea e herbácea....................................................................... 402.4.6. Mangal.................................................................................................................... 412.4.7. Zona de Floresta de Altitude ................................................................................... 412.5. Ecossistema Agrário .................................................................................................... 432.5.1. Recursos genéticos vegetais .................................................................................... 432.5.1.1. Espécies industriais .............................................................................................. 432.5.1.2. Espécies alimentares ............................................................................................ 452.5.1.3. Espécies aromáticas.............................................................................................. 464


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.5.1.4. Espécies medicinais.............................................................................................. 462.5.1.5. Espécies ornamentais ........................................................................................... 472.5.2. Recursos genéticos animais..................................................................................... 47CAPÍTULO III - A VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA......................... 503.1. O Valor Ecológico da Diversidade Biológica .............................................................. 503.1.2. Valores ecológicos da água e da agricultura ............................................................ 503.2. O Valor Económico...................................................................................................... 513.2.1. O Valor alimentar ................................................................................................... 523.2.2. O valor <strong>do</strong>s produtos lenhosos................................................................................. 543.2.3. O valor de energia da madeira ................................................................................. 543.2.4. O valor medicinal das plantas e das espécies animais .............................................. 543.2.5. O valor da utilização ornamental das plantas e animais selvagens de companhiaincluin<strong>do</strong> a exportação. ..................................................................................................... 553.2.6. O valor da biodiversidade no sector artesanal .......................................................... 553.2.7. O valor da biodiversidade ao nível <strong>do</strong> ecoturismo.................................................... 563.3. O valor cultural da biodiversidade.............................................................................. 573.4. Acesso aos Recursos Biológicos e Partilha Equitativa................................................ 573.4.1. Sobre o Plano Nacional ........................................................................................... 573.4.2. Sobre o plano Internacional..................................................................................... 58CAPÍTULO IV - PRESSÕES E AMEAÇAS SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA EOS SEUS RECURSOS ........................................................................................................... 59CAPÍTULO V - QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL ................................................ 635.1. Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Quadro Legal Existente na Generalidade.................................................. 635.1.1. Em matéria de Recursos Biológicos e sua Divisão Equitativa.................................. 635.1.2. Em matéria de Meios de Conservação da Biodiversidade ........................................ 635.1.2.1. Legislação nacional em detalhes........................................................................... 635.1.2.2. Legislação internacional em detalhes.................................................................... 655.1.3. Problemas de que enferma o actual Quadro Legal ................................................... 675.2. Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Quadro Institucional na Generalidade ...................................................... 685.2.1. Principais Instituições Implicadas............................................................................ 685.2.2. Outros Organismos Implica<strong>do</strong>s ............................................................................... 69SEGUNDA PARTE ................................................................................................................ 72PLANO DE ACÇÃO DA BIODIVERSIDADE .................................................................... 72CAPÍTULO VI. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DE CONSERVAÇÃO DADIVERSIDADE BIOLÓGICA .............................................................................................. 736.1. Eixo Estratégico para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Costeiro e Marinho .................. 746.2. Eixo Estratégico para a conservação <strong>do</strong> Ecossistema de Águas Interiores................... 756.3. Eixo Estratégico para a conservação <strong>do</strong> Ecossistema Florestal ................................... 776.4. Eixo Estratégico para a conservação <strong>do</strong> Ecossistema Agrário..................................... 806.5. Eixo Estratégico para o Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional e Legal. .............................. 82CAPÍTULO VII - QUADRO LÓGICO DE INTERVENÇÃO............................................. 867.1. Implementação, Seguimento e Avaliação ................................................................... 867.1.1. Criação de mecanismos com vista a <strong>do</strong>tar o <strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong>sRecursos Naturais e <strong>Ambiente</strong> de meios necessários que lhe permitam proceder àimplementação da Estratégia e <strong>do</strong> Plano de Acção Sobre a Diversidade Biológica ............ 865


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe7.1.2. Estratégia de financiamento <strong>do</strong> <strong>Gabinete</strong> Nacional de Coordenação ....................... 87CAPÍTULO VIII - ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO............................................... 898.1. Objectivos da Estratégia de Financiamento ............................................................... 898.2. Etapas <strong>do</strong> Processo..................................................................................................... 908.3. Preparação da Mesa Re<strong>do</strong>nda com o apoio de uma consultoria internacional.............. 91TERCEIRA PARTE .............................................................................................................. 92ANEXOS................................................................................................................................. 92ANEXOS A – Eixos Estratégicos para a Conservação da Biodiversidade........................... 93ANEXOS A-1 - Plano de Acção para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Costeiro e Marinho eUtilização Sustentável <strong>do</strong>s seus Recursos .............................................................................. 93Projecto nº. 1 : Ordenamento Espacial da Zona Costeira e Gestão Sustentável <strong>do</strong>s seusRecursos........................................................................................................................... 94Projecto nº. 2: Gestão sustentável da Zona Económica Exclusiva (ZEE) . ......................... 97ANEXOS A-2 - Plano de Acção para a Conservação <strong>do</strong>s Ecossistemas de Águas Interiores eUtilização Sustentável <strong>do</strong>s seus Recursos ............................................................................ 100Projecto nº. 1: Conservação da Diversidade Biológica e <strong>do</strong>s Recursos Biológicos das ÁguasInteriores ........................................................................................................................ 101ANEXOS A-3 - Plano de Acção Para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Florestal e UtilizaçãoSustentável <strong>do</strong>s Seus Recursos ............................................................................................. 104Projecto nº.1: Gestão Ecologicamente Viável Das Florestas............................................ 105Projecto nº 2: Gestão da Zona Periférica às Áreas <strong>do</strong>s Parques Naturais (Ôbô) e a outrasÁreas Protegidas............................................................................................................. 107Projecto nº 3: Repovoamento Florestal............................................................................ 108Projecto nº. 4: Inventário Nacional da Fauna Selvagem................................................... 112Projecto nº. 5: Alargamento e enriquecimento <strong>do</strong> actual Jardim Botânico e <strong>do</strong> Herbário . 114Projecto nº 6: Recenseamento e Codificação de Usos e Costumes Tradicionais, liga<strong>do</strong>s àConservação da Biodiversidade ...................................................................................... 116ANEXOS A-4 - Plano de Acção para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Agrário e UtilizaçãoSustentável <strong>do</strong>s seus Recursos.............................................................................................. 118Projecto nº. 1: Valorização <strong>do</strong>s Ecossistemas Agrícolas .................................................. 119Projecto nº. 2: Criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Pecuário .............. 121ANEXOS A-5 – Plano de Acção para o Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional e Legal............ 124Projecto Nº. 1 : Elaboração de Legislação Especializada sobre a conservação daBiodiversidade em S . <strong>Tomé</strong> e Príncipe e a utilização sustentável <strong>do</strong>s Recursos a elainerentes ......................................................................................................................... 127Projecto nº. 2: Criação de um Quadro Jurídico Nacional sobre a Bio-Segurança e apromoção da Investigação Científica no <strong>do</strong>mínio da Biotecnologia................................. 129Projecto nº 3: Reforço da Capacidade Institucional <strong>do</strong>s sectores responsáveis pelaConservação “ex-situ” .................................................................................................... 131Projecto nº. 4: Realização de Programas de Informação, Educação e Comunicação (IEC)sobre a Conservação da Diversidade Biológica, dedica<strong>do</strong>s aos Responsáveis Políticos eAdministrativos, Quadros Técnicos, Profissionais e Agentes Económicos, cuja actividadelida de perto com a temática, ONG’s e a população em geral .......................................... 133Projecto nº. 5: Realização de Filmes, Postais e Posters, Selos e Atlas de Espécies de Fauna eFlora selvagens, ameaçadas ou em perigo ....................................................................... 135ANEXOS B – Algumas espécies animais e vegetais ............................................................ 1376


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-1 - Principais Plantas Endémicas .................................................................. 137ANEXO B-2 – Principais Espécies Industriais ................................................................ 140ANEXO B-3 – Principais Espécies Alimentares ............................................................. 142ANEXO B-4 – Principais Espécies Medicinais ............................................................... 143ANEXO B-5 – Principais Espécies Ornamentais............................................................. 145ANEXO B-6 - Principais Pássaros Endémicos ................................................................ 146ANEXO B-7 – Lista de Animais Ameaça<strong>do</strong>s em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe............................... 147ANEXO B-8 - Principais Animais Selvagens.................................................................. 149REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 1507


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeABREVIATURASBADBADEABMCIATECOFACEMOLVEEUFAOFEMFIDAGRDSTPGTZMADRPMCITMDOIMESAMNECMOPIOTMPFMRNMAPIBPNADDPNUAPNUDRDSTPUICNUNESCOWWFBanco Africano de DesenvolvimentoBanco Árabe de Desenvolvimento em ÁfricaBanco MundialCentro de Investigação Agronómica e TecnológicaPrograma de Conservação e Utilização <strong>do</strong>s EcossistemasFlorestais em ÁfricaEmpresa de Óleos VegetaisUnião EuropeiaOrganização das Nações Unidas para Alimentação e AgriculturaFun<strong>do</strong> para <strong>Ambiente</strong> MundialFun<strong>do</strong> Internacional de Desenvolvimento AgrícolaGoverno da República Democrática de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAgência de Cooperação AlemãMinistério da Agricultura Desenvolvimento Rural e PescaMinistério <strong>do</strong> Comércio, Industria e TurismoMinistério da Defesa e Ordem InternaMinistério <strong>do</strong> Equipamento Social e <strong>Ambiente</strong>Ministério <strong>do</strong>s Negócios Estrangeiros e CooperaçãoMinistério das Obras Públicas, Infraestruturas e Ordenamento <strong>do</strong> TerritórioMinistério de Plano e FinançasMinistério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>Produto Interno BrutoPlano Nacional <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> para o Desenvolvimento DurávelPrograma das Nações Unidas para o <strong>Ambiente</strong>Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoRepública Democrática de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeUnião Internacional para Conservação da NaturezaOrganização das Nações Unidas para Educação Ciência e CulturaVida Selvagem Mundial8


GLOSSÁRIOÁrea protegidaBiotecniaBiotecnologiaBiótopoBSECaçaCapacidade de cargaCarcaçaChiquiláConsanguinidadeConservação dadiversidade biológicaConservação ex situConservação in situDiversidade biológicaExtensão preservada por causa da sua situação ecológica particular, de mo<strong>do</strong> a permitir olivre exercício da evolução <strong>do</strong>s factores naturaisTécnica da utilização <strong>do</strong>s animais e das plantas para vantagem <strong>do</strong> homemToda aplicação tecnológica que utiliza os sistemas biológicos <strong>do</strong>s organismos vivos ou osseus deriva<strong>do</strong>s para realizar ou modificar os produtos ou procedimentos de uso específicoÁrea com características estáveis, na qual se encontram seres vivos adapta<strong>do</strong>s emequilíbrio, nicho ecológicoEspongiforme bovina, <strong>do</strong>ença das Vacas LoucasToda acção que visa perseguir, capturar ou matar um animal selvagem, assim como arecolha de ovos e a destruição de ninhos de aves e répteisNúmero máximo de indivíduos de uma espécie que um território pode fazer viver ereconstruir-se em boas condições gerais, sem que isto prejudique a qualidade <strong>do</strong> seuhabitatRefere-se ao animal, depois de abate, sem vísceras, membros e cabeçaÉ uma forma de poupança feita através <strong>do</strong> salário ou parte dele, durante vários meses, cujoresulta<strong>do</strong> é distribuí<strong>do</strong> uma ou mais vezes por ano, entre os colegas de um da<strong>do</strong> serviço,mediante um acor<strong>do</strong> verbalRelação de parentesco entre os que procedem <strong>do</strong> mesmo pai ou da mesma raça; crias <strong>do</strong>mesmo sangue. Ex. Varrasco que cobre o seu descendente mais próximoGestão das interacções humanas com a variedade das formas de vida e de ecossistemascom o objectivo de maximizar os benefícios presentes e preservar o seu potencial parasatisfazer as necessidades e aspirações das gerações futurasConservação de elementos constitutivos da diversidade biológica fora <strong>do</strong> seu meio naturalConservação <strong>do</strong>s ecossistemas e <strong>do</strong>s habitat naturais e a manutenção e reconstituição depopulações viáveis de espécies no seu meio natural e no caso de espécies <strong>do</strong>mésticas oucultivadas, no meio onde são desenvolvi<strong>do</strong>s as suas propriedades específicasVariabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluin<strong>do</strong>, entre outros, osecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexosecológicos de que fazem parte; compreende diversidade dentro de cada espécie, entre asespécies e <strong>do</strong>s ecossistemasDiversidade das espécies Grupo de organismos individuais capazes de se reproduzir entre si nas condições naturaisDiversidade genéticaEcossistemaEspécie ameaçadaDiversidade de genes <strong>do</strong>s diferentes vegetais, animais e microorganismos que vivem naterra. As espécies compõem-se de indivíduos com características genéticas diferentes quepodem ser herdadasComplexo dinâmico forma<strong>do</strong> por comunidades de plantas, animais e microorganismos e<strong>do</strong> seu ambiente não vivo, que, pela sua interacção, forma uma unidade funcionalEspécie potencialmente em perigo no território


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEspécie <strong>do</strong>mésticaou cultivadaEspécie em perigo (E)Espécie endémicaEspécie extinta (Ex)Espécie extirpadaEspécie indeterminada(I)Espécie vulnerável (V)Espécies cinegéticasEspécies raras (R)Fauna ictiológicaHabitatIncidênciaInseminação artificialMaterial genéticoMonitorizaçãoMortalidadePaís de origem <strong>do</strong>srecursos genéticosPaís fornece<strong>do</strong>r derecursos genéticosParque NaturalPeso vivoRaça localToda espécie cujo processo de evolução foi influenciada pelo homem de mo<strong>do</strong> a responderàs suas necessidadesEspécies em perigo de extinção e das quais a sobrevivência é improvável se os factorescausais continuarem a operar. Inclui também espécies cujos números foram reduzi<strong>do</strong>s aum nível crítico ou os seus habitat foram reduzi<strong>do</strong>s tão drasticamente que são consideradasestar em perigo imediato de extinçãoEspécie que existe unicamente num território determina<strong>do</strong> e em nenhuma outra parte <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>Espécies não encontradas na vida selvagem durante os últimos 50 anosEspécie que existiu num território, que nele já não se encontra, mas que existe algures nomun<strong>do</strong>Espécie sobre o qual não existem da<strong>do</strong>s suficientes para categorizar claramenteEspécies cujas taxas de reprodução provavelmente mudarão a categoria de estar em perigono curto prazo se os factores causais continuarem a operar. Inclui também espécies cujaspopulações estão a diminuir por causa da sobreexploração, destruição extensiva de habitatou outro distúrbio ambientalConjunto de animais selvagens, susceptíveis de ser alvo de actos de caçaEspécie cujo número é pequeno a nível mundial e que não está em perigo, nem vulnerávelmas que se encontra em riscoConjunto de peixes que vivem numa dada regiãoLugar ou tipo de sítio onde um organismo ou uma população existe no esta<strong>do</strong> naturalÉ a taxa que indica o número de novos casos de animais <strong>do</strong>entes de uma determinadaespécie sobre a população total, conhecida durante um perío<strong>do</strong> de tempoFecundação artificial <strong>do</strong> óvulo, acção de inseminarMaterial de origem vegetal, animal, microbiana ou outra, conten<strong>do</strong> unidades funcionais dahereditariedadeSeguimento ou acompanhamento, termo relativo ao planeamento e gestãoÉ a relação entre número de animais mortos e número total de animais existentes de umaexploração, região, aldeia, distrito ou paísPaís que possui estes recursos genéticos em condições in situTo<strong>do</strong> país que fornece recursos genéticos colhi<strong>do</strong>s junto de fontes in situ, incluin<strong>do</strong> aspopulações de espécies selvagens ou <strong>do</strong>mesticadas, ou colhi<strong>do</strong>s junto de fontes ex situ,sen<strong>do</strong> originárias ou não deste paísÁrea preservada pela protecção, conservação e evolução natural da vida selvagem, em quese incluem sítios, paisagns e formações geológicas de valor científico ou estéticoespecíficoPeso <strong>do</strong> animal inteiro, antes de ser abati<strong>do</strong>Noção empregue para classificar espécies pecuárias, exploradas no país e cujaespecificidade genética se torna hoje difícil distinguir10


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeRecursos biológicosRecursos genéticosRendimento da carcaçaReserva biológica(natural)Reserva especialou santuárioTecnologiaUtilização sustentávelZona económicaexclusiva (ZEE)Zona protegidaZoogenéticoZootécnicoRecursos genéticos, organismos ou os seus elementos, as populações, ou qualquer outroelemento biótico <strong>do</strong>s ecossistemas com uma utilização ou um valor real ou potencial para ahumanidadeMaterial genético com um valor real ou potencialTaxa calculada através <strong>do</strong> quociente entre o peso limpo ( carcaça) sobre o peso vivo.PL/PV*100%Zona ou região conten<strong>do</strong> ecossistemas notáveis, traços ou espécies animais ou vegetaiscom uma importância científica nacional e onde a acção <strong>do</strong> homem é interdita ou reduzida.Uma reserva biológica é dita integral se a acção <strong>do</strong> homem for interdita, e dirigida, sedeterminadas intervenções humanas forem permitidasÁrea preservada para a protecção das comunidades características da fauna ou da flora ouprotecção de espécies animais ou vegetais particularmente ameaçadas, bem como osbiótopos indispensáveis ao seu seguimentoConjunto de procedimentos, instrumentos e objectos próprios de uma técnica, arte ouofícioUtilização <strong>do</strong>s elementos constitutivos da diversidade biológica de tal maneira e a umritmo que não provoque o seu empobrecimento a longo prazo e que salvaguarde, dessemo<strong>do</strong>, o potencial necessário à satisfação das necessidades e das aspirações das geraçõespresentes e futurasConceito jurídico introduzi<strong>do</strong> pela Convenção das Nações Unidas de 1982 sobre osdireitos <strong>do</strong> mar, que determina os direitos de um país sobre as suas águas até às 200 milhasdas suas costasZona geograficamente delimitada, designada ou regulamentada, e gerida com o objectivode atingir objectivos específicos de conservaçãoConceito comumente utiliza<strong>do</strong> pela FAO no contexto da biodiversidade referente aosanimais <strong>do</strong>mésticos cria<strong>do</strong>s com fins lucrativosEspecialista em criação de animais segun<strong>do</strong> técnicas convencionais de maneio11


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeINTRODUÇÃOO problema da degradação da diversidade biológica tem vin<strong>do</strong> a assumir nos últimostempos proporções alarmantes a nível mundial. Tal fenómeno tem também atingi<strong>do</strong> S.<strong>Tomé</strong> ePríncipe, onde se tem verifica<strong>do</strong> uma grande redução da diversidade biológica, com repercussõesextremamente gravosas para um grande número de espécies, assim como para os respectivoshabitats.A República Democrática de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe, consciente de que a problemática daconservação da diversidade biológica constitui preocupação comum a toda a Humanidade e que,neste caso, os Esta<strong>do</strong>s devem assumir-se como principais responsáveis na busca de soluçõesexequíveis e eficazes, segun<strong>do</strong> a realidade própria de cada país, decidiu, em Junho de 1992,subscrever a Convenção sobre a Diversidade Biológica, na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, a qual viriaa ser ratificada pela Assembleia Nacional cerca de seis anos mais tarde, ou seja, em 1998.Após a ratificação, diligências foram encetadas a nível internacional, no senti<strong>do</strong> de obteros meios necessários para a materialização das recomendações contidas no art.º 6º daConvenção, nomeadamente em termos de elaboração e implementação de estratégias, planos eprogramas nacionais, visan<strong>do</strong> a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica,assim como a integração desses mesmos objectivos no quadro específico <strong>do</strong>s diversos planos eprogramas sectoriais e intersectoriais.A comunidade internacional, consciente da grande importância da diversidade biológicae <strong>do</strong>s valores ecológicos, genéticos, sociais, económicos, científicos, educativos, recreativos,culturais e estéticos que lhes são inerentes, pressionada pela imperiosa necessidade de uma acçãoconcertada e urgente visan<strong>do</strong> travar e fazer regredir esse vertiginoso avanço para a catástrofe davida no planeta, decidiu através da Convenção sobre a Diversidade Biológica, um instrumentolegal de âmbito internacional, a prossecução de três objectivos fundamentais, a saber:• Conservação da diversidade biológica;• Utilização sustentável das suas componentes;• Partilha justa e equitativa <strong>do</strong>s benefícios decorrentes dessa utilização.Para a materialização de tais objectivos, a Convenção orienta no senti<strong>do</strong> da elaboração deestratégias, tanto nacionais como internacionais, que pressupõem a a<strong>do</strong>pção de medidastendentes a promover a conservação da natureza e a utilização sustentável da diversidadebiológica.Assim, a República Democrática de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, como Parte signatária dareferida Convenção, comprometeu-se a a<strong>do</strong>ptar estratégias, planos e programas nacionais, <strong>do</strong>mesmo mo<strong>do</strong> que a contemplar o tema da conservação e utilização sustentável da diversidadebiológica também ao nível <strong>do</strong>s seus diferentes planos, programas e políticas sectoriais eintersectoriais.Com a elaboração deste <strong>do</strong>cumento, espera-se obter os seguintes resulta<strong>do</strong>s:- Uma Estratégia Nacional que permita a gestão adequada da Biodiversidade, assimcomo um Plano de Acção para a protecção e conservação da Diversidade Biológica;- Um mecanismo que facilite a utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos;- Medidas apropriadas que permitam uma distribuição justa e equitativa <strong>do</strong>s benefícios<strong>do</strong>s recursos biológicos e genéticos, incluin<strong>do</strong> a Biotecnologia;12


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Uma ampla cooperação internacional, regional e subregional que fomente ointercâmbio científico e económico de importância no <strong>do</strong>mínio da Biodiversidade eda sua função nos ecossistemas.O processo de elaboração foi conduzi<strong>do</strong> de maneira participativa e interactiva,obedecen<strong>do</strong> às seguintes etapas:1. Criação da Célula de Execução e Coordenação <strong>do</strong> Projecto;2. Diagnóstico da diversidade biológica, que contou com a participação de seteconsultores nacionais e um internacional, para além <strong>do</strong>s activistas ambientais,oriun<strong>do</strong>s de ONGs e comunidades locais, para as operações de inventariação noterreno;Para isso, foram produzi<strong>do</strong>s 7 monografias que serviram de base para aelaboração deste <strong>do</strong>cumento:• ENPAB-Agricultura 2002;• ENPAB-Silvicultura 2002;• ENPAB-Floresta 2002;• ENPAB-Pecuária 2002;• ENPAB-Marinho e Costeiro 2002;• ENPAB-Águas Interiores 2002; e• ENPAB-Jurídico Institucional 2002.3. Elaboração pela mesma equipa da 1ª versão da estratégia e <strong>do</strong> plano de acção;4. Revisão e finalização dessa 1ª versão por uma nova equipa de consultoresnacionais;5. Validação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento final, através de seminários a nível sectorial e nacional;6. A<strong>do</strong>pção pelas autoridades competentes <strong>do</strong> Documento de Estratégia e Plano deAcção Nacional sobre a Biodiversidade.Para a elaboração da presente estratégia, foram defini<strong>do</strong>s os seguintes ecossistemas paraS. <strong>Tomé</strong> e Príncipe:• Ecossistema Costeiro e Marinho• Ecossistema de Águas Interiores• Ecossistema Florestal• Ecossistema Agrário.Com o propósito de melhor sistematização e mais fácil apreciação <strong>do</strong> seu conteú<strong>do</strong>, o<strong>do</strong>cumento apresenta-se em três partes:• A Primeira, em que é feito o diagnóstico da situação <strong>do</strong>s diferentes ecossistemaspresentes no País, abarcan<strong>do</strong> as principais espécies que os compõem, bem como asituação real vivida presentemente por cada uma delas.• A Segunda, na qual se define a Estratégia tendente a solucionar os problemasdiagnostica<strong>do</strong>s e o conjunto de Programas, visan<strong>do</strong> atingir o grande objectivo <strong>do</strong>desenvolvimento sustentável <strong>do</strong> país.• A Terceira, <strong>do</strong>s anexos.Entretanto, antes mesmo da 1ª parte, apresenta-se um texto introdutório e uma sínteseda riqueza biológica <strong>do</strong> país.13


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeSÍNTESE DA RIQUEZA BIOLÓGICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE1. <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe em Números<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe consiste de 2 ilhas principais com área total de 1001 km2,localizadas no golfo da Guiné. As duas ilhas estão separadas da costa oeste <strong>do</strong> continenteAfricano por mares que podem alcançar até 1.800 metros de profundidade As ilhas nuncaestiveram conectadas entre si ou com o continente (World Bank 1993). O país é montanhoso e amaior proporção da área está abaixo de 800 m. O ponto mais eleva<strong>do</strong> é o Pico de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>, queestá a 2.024 m acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar. A pluviosidade média anual é de 2.000 a 3.000 mm porano, poden<strong>do</strong> alcançar 7.000 mm por ano nas florestas de neblina. Apesar de possuir árearelativamente pequena, o país detém uma riqueza biológica única e comporta vários tipos deecossistemas e endemismos, particularmente de aves, anfíbios e plantas.<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe é um país essencialmente agrícola, volta<strong>do</strong> especialmente para acultura <strong>do</strong> cacau, seu principal item de exportação. Há exploração significativa <strong>do</strong>s recursospesqueiros e aumenta a procura <strong>do</strong>s recursos florestais para uso na construção civil e produçãode lenha. Existe ainda a possibilidade de crescimento de exploração petrolífera, após terem si<strong>do</strong>descobertas reservas no golfo da Guiné. A população de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe totalizou 150.000habitantes em 2002 (48% urbana), com taxa de crescimento anual de 1,9%, e densidadepopulacional de 155 habitantes por km2 (Quadro 1). O seu PIB totalizou, em 2002, 50 milhõesde dólares americanos (a renda per capita é aproximadamente US$300) (World Bank 2003). Opaís é dependente de ajuda externa, particularmente de países europeus, Formosa (Taiwan) e deorganismos multilaterais.QUADRO 1. Visão Geral de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeÁrea1.001 km2População (em 2002) 140.000Taxa de CrescimentoPopulacional (em 2002)Densidade PopulacionalPopulação Rural (em 2002) 52%Renda per CapitaPIB (em 2002)Taxa de CrescimentoEconômico – PIB (em 2002)Clima1,9% ao ano155 habitantes/km2US$30050 milhões de dólares americanos3% ao anoO clima é tropical húmi<strong>do</strong>, com duas estações, a quente echuvosa, que dura cerca de 9 meses), e a gravana,relativamente mais seca, que dura de mea<strong>do</strong>s de Junho amea<strong>do</strong>s de Setembro). A temperatura média anual é de 26ºC.A pluviosidade média anual oscila entre os 2.000 e os 3.000mm. Pode 7.000 mm ao ano nas florestas de neblina14


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeDiversidade de Ecossistemas • Ecossistema costeiro e marinhoRiqueza de Espécies eEndemismoPrincipais Problemas Sócio-Ambientais• Ecossistema de águas interiores• Ecossistema florestal• Ecossistema agrário• 895 espécies de plantas superiores (134 endêmicas)• 63 espécies de aves (25 endêmicas)• 16 espécies de répteis (7 endêmicas)• 9 espécies de anfíbios (todas endêmicas• Degradação das florestas secundárias• Diminuição das florestas primárias• Erosão de encostas• Redução <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, avifauna e tartarugas marinhas• Uso inadequa<strong>do</strong> de pesticidas (<strong>do</strong>méstico e agrícola)• Perda de produtividade agrícola• Extração de areia das praias• Declínio da qualidade da água para consumo humano• Malária(Fontes: ENPAB-Agricultura 2002; World Bank 1993, 2003); UICN Red Book on Threatened Plants and Animals)2. A biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAs Ilhas de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe surgiram de uma actividade vulcânica relativamenteantiga, que remonta os 3 milhões de anos. Pelo facto <strong>do</strong> seu isolamento relativamente aocontinente africano, a fauna e a flora estão diferenciadas em relação ao continente. Os refúgiosque resultaram destes fenómenos originaram um alto grau de espécies endémicas no territóriosantomense, notadamente morcegos, aves, répteis, anfíbios, borboletas, moluscos e flora(Quadro 2). A riqueza da biodiversidade das Ilhas é reconhecida pelo mun<strong>do</strong> cientifico, queconsidera a floresta tropical de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe como a segunda em termos de prioridade deconservação da avifauna, entre 75 florestas africanas (World Bank 1993).A flora de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe é também notável pelo seu alto grau de endemismo(Quadro 2). A ilha de S. <strong>Tomé</strong> tem um género endémico e 87 espécies endêmicas. Príncipe porsua vez tem um género endémico e 32 espécies endémicas (ENPAB Florestas 2002).15


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 2. Riqueza de Espécies e Endemismos dentre os Grupos de Organismos em <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e PríncipeMamíferosMorcegosAvesEspécies Ilhas Número de Espécies Endemismo (%)<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 10 30Príncipe 5 20<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 9 55Príncipe 4 50<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 49 57Príncipe 35 54Répteis Total no país 16 44AnfíbiosBorboletasMoluscos<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 6 100Príncipe 3 100<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 47 38Príncipe 42 21<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> 39 77Príncipe 32 78Plantas Superiores Total no país 895 15(Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003).A diversidade biológica em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe manifesta-se não apenas ao nível deriqueza de espécies e endemismos. Apesar da área relativamente pequena <strong>do</strong> país, a diversidadede ecossistemas existentes também é grande, particularmente no <strong>do</strong>mínio florestal (Quadro 3).Destaque deve ser da<strong>do</strong> à floresta de sombra, que abriga as culturas de cacau, principal produtoda economia santomense. Apesar de ser o mais importante tipo de uso da terra no país (Quadro4), a cultura cacaueira demanda a manutenção <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel florestal para sombrear as plantas decacau e foi demonstra<strong>do</strong> que tal prática ajuda a manter altos níveis de biodiversidade florestalnos países produtores (Rice & Greenberg 2000).16


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 3. Diversidade de Formações Vegetais em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeTipo de FormaçãoDescriçãoFloresta de Neblina Faz parte da floresta densa africana que se concentra essencialmente na zonaguineo-congolesa. Denominada também floresta de nevoeiro, devi<strong>do</strong> à presençafrequente de nuvens. <strong>São</strong> caracterizadas pela presença de Po<strong>do</strong>carpus mannii, aúnica gimnospérmia endémica (Pinheiro de S.<strong>Tomé</strong>); Phylippia thomensis e aLobelia barnsii (lobélia gigante endémica), plantas que se encontramisoladamente nas regiões <strong>do</strong> Pico de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> (altitude 2024 m)Floresta de Altitude(entre 1800 e 2000m)Floresta de Altitude(entre 1000 e 1800m)Floresta de BaixaAltitudeCaracteriza-se por apresentar pluviosidades muito elevadas, com nevoeiro quaseconstante e temperatura sempre baixa (embora não atinja 0°C). As árvores sãobaixas e as epífitas numerosas. As espécies endêmicas que ocorrem são oPinheiro-de-<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> (Po<strong>do</strong>carpus mannii), Psychotria guerkeana, Psychotrianubicola, o tchapo-tchapo d’obô (Peddiea thomensis), Calvoa crassinoda, Pileamanniana, Erica thomensis e Lobelia barnsiiLocaliza-se na zona de transição gradual entre entre os limites <strong>do</strong>s cultivos comas zonas de floresta densa. Caracteriza-se pela preponderância de espécies dasRubiaceae e Euphorbiaceae, enquanto as Fabaceae e Asteraceae são mais raras.Há abundância de epífitas, particularmente de Orchidaceae, e musgos. Éconstituída pelas espécies arbóreas endémicas: Cacau d’obô (Trichiliagrandifolia) , Pavetta monticola, o macambrara (Craterispermum montanum), acata-d’obô (Tabernaemontana stenosiphon), coedano n°2 ( Erythrococcamolleri), a quina n° 2 (Discoclaoxyllum occidentale).No subosque encontram-seas seguintes espécies endémicas: Palisota pedicellata, Cyperus sylvicola,Mapania ferruginea, Begonia baccata, Impatiens buccinalis, Impatiensthomensis, Calvoa crassinoda, Sabicea ingrata, Sabicea exellii.Floresta pluvial que se distribui desde a costa até 800 m de altitude. Encontra-seinteiramente cultivada ou em estágio secundário de sucessão, com excepção depequenos lembos no Sul da ilha. Espécies arbóreas endémicas registradas são:Rinorea (Rinorea chevalier), o pessegueiro-de-<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> (Chytranthus mannii),opau cabolé (Anisophyllea cabole), o guêguê fasso (Polycias quintasii), Drypetesglabra, o pau fede (Celtis prantlii). As lianas, arbustos e as hervas endémicas são:Rhab<strong>do</strong>phyllum arnoldianum var. quintasii, Dichapetalum bocageanum, Cissuscurvipoda, Cele-alé (Leea tinctoria), Mussaenda tenuiuflora, Cyperus sylvicola.Uma das essências características da floresta primária de baixa altitude é omangue d’obô, Uapaca guineensis (Euphorbiaceae). A fauna ornitológica éconstiuida por colónias de garça-marinha (Egretta gularis),que ocupam asmargens e o litoral <strong>do</strong>s rios.Floresta Secundária Ocupa áreas que fora formação primaria mas que nos anos 1880 foramderrubadas para as plantações de cacau. Posteriormente foram aban<strong>do</strong>nadas e setransformaram em florestas secundárias. A composição florística é caracterizadaprincipalmente por espécies exóticas e cultivadas e espécies pioneiras comcrescimento rápi<strong>do</strong>, por exemplo, Bambusa vulgaris, Cecropia peltata, Maesalanceolata, Dracaena arborea, Ficus sp e Cestrum laevigatum. Pode-se incluirespécies arbóreas, como Pua caixão (Pycnanthus angolensis), muandim(Pentaclethra macrophylla), arvores de fruteira (Artocarpus altilis), jaqueira(Artocarpus heterophyllus), izanquenteiro (Treculia africana).17


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeFloresta de Sombrapara Cacau e CaféFloresta SecaEsta formação resulta das acções, que desde a década de 60, buscam aintensificação e modernização das plantações de cacaueiros (Theobroma cacao) ede cafeeiro (Coffea sp). Ela é Ela é composta tanto por espécies introduzidasquanto expontâneas para efeitos de sombra. Podemos citar a Amoreira (Miliciaexcelsa), Cedrela (Cedrela o<strong>do</strong>rata), o Marapiao (Fagara macrophylla), Gogô(Carapa procera). Também foram introduzidas espécies de eritrinas (Erythrinasp) para a fixação de nitrogênio.Está instalada nas zonas com pluviosidade compreendida entre 1.000 e 1.500 mmpor ano, com um perío<strong>do</strong> seco bem marca<strong>do</strong>Savana Formação edafo-climática que ocupa uma faixa que orla a costa marítima de S.<strong>Tomé</strong>, estenden<strong>do</strong>-se às vezes para o interior. <strong>São</strong> zonas de clima de semi-ári<strong>do</strong> aári<strong>do</strong>, com precipitações inferiores aos 700 mm por ano (às vezes 500 mm porano). Os solos, de terras escuras ou negras, por vezes com afloramentospedregosos e de subsolo compacto, suportam uma vegetação herbácea <strong>do</strong>minadapor Heteropogon contortus, Panicum maximum e Rottboellia exaltatata(Poaceae). Encontram-se espécies arbóreas e arbustivas que a caracterizam:Micondó, Adansonia digitata (Bombacaceae); Tamanhã, Tamarindus indica(Caesalpinaceae); Ùlua, Borassus aethiopum, (Arecaceae); o Limonplé, Ximeniaamericana, (Olocaceae); Guéva, Psidium guajava, (Myrtaceae), Libô mucambú,Vernonia amygdalina, (Asteraceae); Erythroxyllum emariginatum(Erythroxyllaceae); o Zimbrão, Ziziphus abissinica (Rhamnaceae). Contemplatambém espécies que fazem parte de agrupamentos halófilos (Rhizophoraracemosa e Avicennia germinans) nos lo<strong>do</strong>s salga<strong>do</strong>s da foz <strong>do</strong>s ribeiros e linhasde água. Nas zonas em que o grau de salinidade é menor, encontram-se Hibiscustiliaceus, Dalbergia ecastaphyllum e Erythroxyllum emarginatum. Estas savanasprovavelmente resultaram das devastações da vegetação originária, para asplantações <strong>do</strong> ciclo de cana-de-açúcar <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> século. Apresenta um grupo depássaros típicos, o co<strong>do</strong>rniz (Coturnix delegorguei) e o co<strong>do</strong>rnizão-africano,Crecopsis egrégiaMangues(Fonte <strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s: ENPAB-Florestas 2002)Desenvolve-se nas costas baixas ou em lagunas separadas da terra firme, na foz<strong>do</strong>s rios. Esta vegetação é <strong>do</strong>minada por duas espécies: Rhizophora mangle(Rhizophoraceae) e Avicennia germinans (Avicennniaceae). Nas zonasintertidais, as raízes <strong>do</strong>s mangais são cobertos por uma associação de váriasespécies de algas. Estas superfícies hospedam também invertebra<strong>do</strong>s como ostras( cf. Isognom) e o caranguejo <strong>do</strong>s mangais (cf. Aratus) <strong>do</strong>s mangais. A faunaornitológica consta de espécies como a galinha-de-agua (Gallinula chloropus), agarça (Bubulcus ibis), a garça-de-cabeça-negra ou tchonzo (Butorides striatus)O carácter insular <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe favoreceu o surgimento de numerosas espéciesendémicas na flora e na fauna. Entretanto, este carácter igualmente torna os ecossistemasflorestais e agrícolas destas Ilhas particularmente vulneráveis à acção <strong>do</strong> homem. A coberturaflorestal é muito importante para a economia essencialmente agrícola <strong>do</strong> país. O Quadro 4abaixo relaciona os principais tipos de cobertura vegetal <strong>do</strong> solo e uso da terra em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> ePríncipe.18


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 4. Cobertura <strong>do</strong> Solo e Principais Tipos de Uso da Terra em <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e PríncipeECOSSISTEMA USO ÁREA OCUPADA(hectares)SavanaFloresta de SombraFloresta Secundária(geralmente locaisde encostas)milho de sequeiro, cana deaçúcar, mandioca, mamão,mangacacau, café, banana, palmeira,coqueiroterras onde agricultura foiaban<strong>do</strong>nada e ocorreuregeneração natural defloresta4.00032.00030.000Floresta Primária florestas naturais 28.000Consorciação AgroflorestalPastoespécies madeireiras, fruteiras(arbóreas e arbustivas),bananeiras, cacau, café,coqueiros, matabalas,mandioca, yamegramíneas e leguminosas parapastoreio(Fonte <strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s: ENPAB-Silvicultura 2002)8.0003.000Mas não apenas na relação entre a floresta de sombra e a lavoura cacaueira reside aimportância da conservação e uso da biodiversidade santomense. Na realidade, desde o início daocupação das Ilhas, há o reconhecimento da importância <strong>do</strong> uso da biodiversidade local para obenefício humano, seja através da extracção directa de recursos florestais para lenha econstrução, seja através <strong>do</strong> uso medicinal da flora local (Quadro 5). Pretende-se a exploraçãosustentável da diversidade biológica de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, de mo<strong>do</strong> que possa também gerarrenda para as comunidades locais, por exemplo, através da exploração <strong>do</strong> artesanato, ou para opaís, através <strong>do</strong> eco-turismo (Quadros 5 e 6).19


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 5. O Valor da Biodiversidade Vegetal para a Sociedade Santomense.Ao longo da história de ocupação de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, a sua população tem esta<strong>do</strong>intimamente ligada aos recursos biológicos <strong>do</strong> país, através da agricultura, a pesca, o extrativismo, amedicina, a recreação e o turismo, e através das manifestações culturais. O Plano de Acção daBiodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe almeja que o uso desses recursos pela população se dê de formaque contribua para a redução da pobreza e permita o desenvolvimento econômico e social sustentáveis,mas que ao mesmo tempo promova a conservação da diversidade biológica. Alguns exemplos de usos deelementos <strong>do</strong>s recursos biológicos pela população santomense são:O valor <strong>do</strong>s produtos lenhosos:Estima-se que o volume total de madeira comercial existente em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe seja daordem de 11 – 12 milhões de metros cúbicos, incluin<strong>do</strong> as florestas primárias. Este capital em madeiras,reparti<strong>do</strong> por toda superfície arborizada <strong>do</strong> país, resultaria num valor médio de 125 m³/ha. A exploraçãosustentada poderia render anualmente cerca de 70 a 100.000 m³ de madeira re<strong>do</strong>nda com casca para asserrações e 40 a 65.000 m³ de madeira com casca para lenha. Contu<strong>do</strong>, até ao presente, os produtoslenhosos são explora<strong>do</strong>s na ausência de um plano de manejo, sem o suporte de um plano anual de corte,tornan<strong>do</strong>-se a exploração informal cada vez mais <strong>do</strong>minante. Estima-se que a exploração actual seja de9.000 m³ de madeira comercial (Banco Mundial 2003).O valor das plantas medicinais:Em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe cerca de 300 espécies de plantas medicinais são utilizadas pelapopulação. As <strong>do</strong>enças mais frequentemente tratadas são o paludismo, diarreias e disenterias, as <strong>do</strong>ençasda pele, feridas, icterícia, hepatite, asma, gripes e diabetes. A flora de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe é tão rica emplantas medicinais, que sua aplicação na indústria e medicina natural constitui uma valiosa alternativarelativa às formulações químicas, geralmente patenteadas pelos laboratórios multinacionais em to<strong>do</strong> omun<strong>do</strong>.A geração de renda no sector artesanal:Dos ecossistemas florestais existentes em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, extraem-se diversas matériasprimas para confecção de artesanato. Destacam-se, dentre estas, a madeira para fabricação de talheres,esculturas e pirogas, principalmente a de cedrela (Cedrela o<strong>do</strong>rata) e de ocá (Ceiba pentandra), o bambú(Bambusa vulgaris) para fabrico de móveis e diversos outros utensílios, as folhas de palmeira (Elaeisguineesis) e de coqueiro (Cocus nucifera) para fabrico de cestos, sacas, vassouras, entre outros produtos,fibras e casco <strong>do</strong> coco (Cocus nucifera) para fabrico de diversos objectos (pulseiras, anéis, copos,brincos, cinzeiros, tapetes, etc.), a folha de úlua (Borassus aeaethiopum) que fornece material parafabrico de sacas de diversas formas, a "corda" de bananeira (Musa sp.) é usada para confecção de quadrose a folha seca de pau esteira (Pandanus thomensis) usada para tecer esteira – uma das mais importantesfontes de rendimento <strong>do</strong>s habitantes da zona sul <strong>do</strong> país. Regista-se actualmente um número cada vezmais crescente de homens e mulheres que se dedicam à actividade artesanal.20


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeQuadro 6. A valorização da biodiversidade através <strong>do</strong> eco-turismo<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe oferece uma oportunidade única para ligar, através <strong>do</strong> turismo, aconservação da biodiversidade e as áreas naturais com o desenvolvimento econômicosustentável. A conjunção da diversidade de ecossistemas de inegável beleza cênica com os altosníveis de endemismo <strong>do</strong> país faz de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe um país particularmente atraente paraaqueles em busca <strong>do</strong> turismo ecológico. Nos últimos 5 anos, o ecoturismo tem conheci<strong>do</strong> umaevolução ascendente no país. Algumas referências de inquestionável interesse turístico são:• O Pico de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>, a 2024 m de altitude, o ponto mais alto da ilha;• Quedas de água de beleza cênica, como as Cascatas de <strong>São</strong> Nicolau, de Bombaim e de Blúblú;• As elevações como o Pico Maria Fernandes, Cão Grande e Cão Pequeno;• Vegetação exuberante como as florestas primárias densas de altitude e as florestassecundárias, onde a avifauna endêmica é objecto de grupos de observa<strong>do</strong>res de pássaros;• As plantações de cacau e de café, sob a protecção da floresta de sombra, no interior da qualse encontram ainda árvores gigantescas, testemunhos das florestas húmidas de baixa altitudede outrora;• Riqueza marinha que conta com tartarugas, delfins, baleias e pesca esportiva.Esta actividade económica está actualmente sub-utilizada, não dispon<strong>do</strong> ainda o país deoferta organizada de facilidades, como infra-estrutura adequada ou serviços. Uma das acçõesprioritárias viradas para a valorização da biodiversidade <strong>do</strong> ecossistema florestal, identificadasno "Eixo Estratégico para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Florestal", de que se compõe aEstratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade (ENPAB) de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, éjustamente a estruturação e operacionalização <strong>do</strong> ecoturismo no país.21


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe3. Principais AmeaçasA pressão humana sobre os recursos naturais provoca consequências irremediáveis para abiodiversidade, caso seja efectuada de mo<strong>do</strong> não sustentável. Em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe osproblemas ambientais, de forma geral, ainda não são tão graves quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com outrospaíses <strong>do</strong> Continente. Contu<strong>do</strong>, a componente biodiversidade é a que mais preocupa asautoridades nacionais. O país possui ainda uma reserva considerável de floresta primária e umafloresta secundária de alta qualidade em formação. No entanto, no decurso <strong>do</strong> processo de seudesenvolvimento econômico, determinadas práticas associadas a políticas não muito bemequacionadas têm esta<strong>do</strong> a ameaçar e a exercer uma grande pressão sobre a biodiversidade, que,em alguns casos, têm também impacto sobre a saúde humana e as atividades econômicas. Asprincipais ameaças à biodiversidade <strong>do</strong> país estão listadas no Quadro 7.Quadro 7. Principais Ameaças à Biodiversidade em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe• Erosão costeira e destruição de infra-estrutura no litoral• Destruição das praias de grande potencialidade turística• Destruição das áreas de reprodução das tartarugas marinhas• Destruição de importantes bancos de corais, incluin<strong>do</strong> algumas espécies endémicas <strong>do</strong> Golfoda Guiné• Utilização de redes com dimensão inadequada nas actividades de pesca• Utilização de granadas para a captura de pesca<strong>do</strong>• Lavagem de petroleiros no alto mar e condução de resíduos para as áreas costeiras• Descarga <strong>do</strong>s resíduos petrolíferos junto à foz <strong>do</strong> Rio Água Grande• Poluição <strong>do</strong>s lençóis freáticos com produtos tóxicos• Usurpação das áreas <strong>do</strong> parque natural pelos agricultores• Corte indiscrimina<strong>do</strong> de árvores de espécies ameaçadas• Queimadas descontroladas• Destruição de espécies comercialmente valiosas• Destruição da cobertura vegetal• Aumento da erosão <strong>do</strong>s solos no interior <strong>do</strong> país• Perda de fertilidade <strong>do</strong>s solos• Caça descontrolada• Comercialização clandestina <strong>do</strong> papagaio e das tartarugas marinhas• Desenvolvimento de culturas hortícolas em áreas de pendentes acentuadas• Introdução descontrolada de espécies exóticas• Introdução de pragas e viroses (por exempl, aquelas que afectam as culturas da pimenteira e<strong>do</strong> tomateiro)22


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe4. Resposta da SociedadeApesar das ameaças identificadas à biodiversidade santomense, já existem no país acçõesviradas para a conservação e utilização sustentável da biodiversidade. Como Parte signatáriada Convenção sobre a Diversidade Biológica, o país comprometeu-se a a<strong>do</strong>ptar estratégias,planos e programas nacionais para a conservação e utilização sustentável da diversidadebiológica, inclusivé dentro das suas políticas sectoriais e intersectoriais. As principais acçõesneste senti<strong>do</strong> são:• A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção que facilitará a protecção econservação da Diversidade Biológica. Esta Estratégia será o eixo baliza<strong>do</strong>r das medidasque permitirão uma distribuição justa e equitativa <strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong>s recursos biológicose genéticos, incluin<strong>do</strong> a biotecnologia, e possibilitará uma ampla cooperaçãointernacional, regional e subregional que fomente o intercâmbio científico e económicono <strong>do</strong>mínio da importância biodiversidade e da sua função nos ecossistemas. Aelaboração da Estratégia Nacional contou com a participação de vários sectores dasociedade civil e promoveu estu<strong>do</strong>s para se conhecer o esta<strong>do</strong> da biodiversidade de <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e Príncipe. Os estu<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s abrangeram os ecossistemas de águas interiores,florestal, marinho e costeiro, os sectores agrícola, pecuário e silvicultural, e um estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>acervo jurídico <strong>do</strong> país.• Acções de conservação in situ: foi aprova<strong>do</strong> no nível de governo a criação <strong>do</strong>s ParquesNaturais (Ôbô) nas ilhas de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, cujo manejo deverá ter efeitodemonstrativo para o desenvolvimento rural mais amplo <strong>do</strong> país.• Acções de conservação ex situ: o país já conta com um Jardim Botânico e Herbário, ondese realizam investigações científicas sobre a flora santomense. Dentre outros fins, esperaseque estas Instituições sejam divulga<strong>do</strong>ras da informação e <strong>do</strong> conhecimentos acerca dariqueza florística <strong>do</strong> país.23


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePRIMEIRA PARTEAVALIAÇÃO NACIONAL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA24


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPÍTULO I. BREVE DESCRIÇÃO DO PAÍSSitua<strong>do</strong> no Golfo da Guiné, o arquipélago de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe é de origem vulcânica e éconstituí<strong>do</strong> por duas ilhas e vários ilhéus, a 0 o 25’N de latitude e a 6 o 20’E de longitude, a cercade 380 km a Oeste da costa <strong>do</strong> Continente Africano. As ilhas ocupam uma superfície de 1001Km², sen<strong>do</strong> 859 Km² para a ilha de S.<strong>Tomé</strong> e 142 Km² para a ilha <strong>do</strong> Príncipe.Mapas da Localização GeográficaA população é de 137.599 habitantes, segun<strong>do</strong> o último Recenseamento Geral daPopulação e da Habitação, de 2001. A densidade populacional é de 138,0 hab/km2 e a taxa decrescimento média anual é de 1,55 % ao ano.A orografia <strong>do</strong> País é de origem vulcânica, sen<strong>do</strong> a rocha pre<strong>do</strong>minante o basalto. Dasduas ilhas, <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> é considerada a mais acidentada, atingin<strong>do</strong> o ponto mais eleva<strong>do</strong> os 2024m (Pico de S.<strong>Tomé</strong>). A disposição <strong>do</strong> relevo, caracterizada por fortes declives, torna inacessíveisalgumas zonas, facto que propicia naturalmente, pelo menos em certa medida, a preservação dadiversidade biológica.Os diferentes tipos de solo identifica<strong>do</strong>s derivam de rochas basálticas e apresentamfertilidade média a alta e boa capacidade de retenção de água. Os principais tipos de solo,presentes em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, são paraferralíticos, fersialíticos tropicais castanhos e barrospretos.O clima é tropical húmi<strong>do</strong>, caracteriza<strong>do</strong> por duas estações, sen<strong>do</strong> a estação quente a maischuvosa com fortes precipitações durante quase to<strong>do</strong> ano (cerca de nove meses), enquanto que agravana, que é a estação mais curta e relativamente mais seca, tem cerca de três meses deduração (de mea<strong>do</strong>s de junho a mea<strong>do</strong>s de setembro). A pluviosidade média anual oscila entre os2000 e os 3000 mm. A humidade relativa é muito elevada, poden<strong>do</strong> atingir até os 90%. Atemperatura média anual é de 26ºC.Apesar das inúmeras tentativas de solução <strong>do</strong> problema económico, a economiasantomense continua ainda marcada pela forte dependência da agricultura, na qual a produção decacau é responsável por mais de 90% das receitas de exportação. Embora a percentagem dasexportações, relativamente às importações, registe uma tendência, ainda que bastante tímida,para o aumento, a balança comercial continua, no entanto, a ser estruturalmente deficitária.25


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPITULO II: DIVERSIDADE BIOLÓGICA EM S. TOME E PRINCIPE2.1. Considerações GeraisSegun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s de investigação leva<strong>do</strong>s a cabo por especialistas <strong>do</strong> Departamento de ÁfricaOcidental- Divisão de Indústria e Energia <strong>do</strong> Banco Mundial, publica<strong>do</strong>s no <strong>do</strong>cumentodenomina<strong>do</strong> ”Memoran<strong>do</strong> Económico sobre o País e Principais Elementos de uma EstratégiaAmbiental” e (ENPAB-Silvicultura 2002. Monografia sobre a Silvicultura), S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe fazparte de um pequeno número de áreas que escaparam a grandes acontecimentos de glaciaçãodurante o perío<strong>do</strong> Plistoceno, juntamente com algumas áreas de florestas tropicais primáriasintactas na parte ocidental <strong>do</strong> continente africano (Nigéria e Camarões).Os refúgios que resultaram deste fenómeno originaram um alto grau de espécies endémicasnessas zonas e, com especial incidência, no território santomense, devi<strong>do</strong> à sua particularidade deserem ilhas. Segun<strong>do</strong> ainda os estu<strong>do</strong>s de diagnóstico realiza<strong>do</strong>s (ENPAB-Floresta 2002.Monografia sobre os Ecossistema Florestais), mais de cem espécies de plantas, três espécies derépteis, quatro de mamíferos e catorze de aves terrestres, são endémicas de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe (verAnexos B-1 e B-6).Príncipe<strong>São</strong> TomeNos diversos estu<strong>do</strong>s leva<strong>do</strong>s a cabo por vários investiga<strong>do</strong>res no <strong>do</strong>mínio florestal,classificaram as florestas situadas na parte su<strong>do</strong>este da ilha de S.<strong>Tomé</strong> como a segunda maisimportante de África, em número de espécies de aves endémicas e salientaram o risco de extinçãoem que as mesmas se encontram (Ver Anexos B-6 e B-7).26


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeOs altos níveis de endemismo das espécies no país receberam uma atenção especial dacomunidade internacional, que chegou mesmo a sugerir que se deveria cessar as actividadesagrícolas na ilha <strong>do</strong> Príncipe, passan<strong>do</strong> a mesma a ser considerada como uma Reserva Natural.A riqueza biológica de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe também se manifesta no nível ecossistêmico. Aabordagem por ecossistemas constitui ainda a forma mais pragmática para estabelecer odiagnóstico da situação da Diversidade Biológica de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe e propor medidasadequadas para a sua conservação e utilização sustentável. Neste senti<strong>do</strong>, foram defini<strong>do</strong>s quatroecossistemas a nível nacional:• Ecossistema Costeiro e Marinho• Ecossistema de Águas Interiores• Ecossistema Florestal• Ecossistema Agrário.2.2. Ecossistema Costeiro e MarinhoBanha<strong>do</strong> pelo oceano Atlântico, o país dispõe de uma zona costeira de cerca de 260 Kms deextensão e uma ampla zona económica exclusiva.A zona costeira e o meio marinho constituemum recurso integra<strong>do</strong> e uma componenteessencial <strong>do</strong> ambiente que oferece valiosaspossibilidades para a obtenção de umdesenvolvimento sustentável em S. <strong>Tomé</strong> ePríncipe. Apesar da inter-relação entre as duascomponentes <strong>do</strong> ecossistema, a análise seráfeita de forma separada para facilitar umamelhor compreensão <strong>do</strong> tema.Praia Piscina – Porto Alegre2.2.1. Ecossistema Costeiro<strong>São</strong> vários os habitats que compõem o ecossistema costeiro, forma<strong>do</strong> por praias, costasrochosas, estuários e litorais alaga<strong>do</strong>s, onde pre<strong>do</strong>minam diversas formas de vida.27


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.2.1.1. FloraNo âmbito da flora, constata-se o pre<strong>do</strong>mínio da família Palmaceae, com destaque para oCocus nucifera (coqueiro), a Combretaceae, assim como a Terminaleae catappa (caroceiro<strong>do</strong>ce), Tamaridus indica (Tamarineiras), Ziziphus abissinica (Zimbrão), Adansonia digitata(Micondó), Ximenia americana (Limon plé), (Lemba-lemba) e as herbáceas (p. ex: folha detartaruga).Na costa norte da ilha de S. <strong>Tomé</strong>, fundamentalmente no Distrito de Lobata e parte deLembá, é frequente verificar-se grandes queimadas durante a gravana que não só destróem parteimportante das espécies acima citadas, mas também os habitats naturais das aves e outrasespécies animais.Tem-se verifica<strong>do</strong> também nos últimosanos a prática de corte de tamarineiras parafabrico de carvão, com principal destaquepara as áreas de Praia das Conchas e MorroPeixe, a NE da ilha de S.<strong>Tomé</strong>, processoque poderá pôr em perigo o equilíbrioecológico da zona, devi<strong>do</strong> ao papel dessasplantas na protecção contra a erosão e naformação de dunas.Queimada na Praia das Conchas2.2.1.2. FaunaA fauna costeira é constituída fundamentalmente pelas aves marinhas que povoamprincipalmente os pequenos ilhéus e zonascosteiras desabitadas. As principais espéciessão constituídas pelo Phaeton lepturus(Coconzucu), Sula leucogaster, Suladactylatra, Anous stólidus, Anous minutos,Sterna fuscata, Sterna anaethetus eOceanodroma castro (patos marinhos).Também as tartarugas marinhas, répteisameaça<strong>do</strong>s de extinção, utilizam a zonacosteira para desova. Neste caso, é frequente apresença de 5 espécies):Ilhéu Sete Pedras – Sul de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>a Lepi<strong>do</strong>chelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas (Ambó ou mão branca), Eretmochelysimbricata (Sada ou tartaruga de cuaco) e Dermochelys coriacea (Ambulância), carreta-carreta(cabeça grande ou tartaruga vermelha) (ECOFAC).28


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEssas espécies vêm desovar entre os mesesde Outubro e Fevereiro, com umafrequência mais elevada durante os mesesde Novembro, Dezembro e Janeiro.Em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, a carne e os ovosdas tartarugas marinhas são muitoaprecia<strong>do</strong>s na culinária tradicionalsantomense, como importante fonte deproteína de origem animal, factor queexplica a captura desses animais por parteda população.O Projecto STP ACP 019, da ECOFAC, realizou importantes acções de protecção,conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas e teve, no entanto, o seu término em1999 . Os pesca<strong>do</strong>res artesanais ganharam consciência quanto à necessidade de protecção dasmesmas, de mo<strong>do</strong> a que gerações vin<strong>do</strong>uras tenham também a oportunidade de conhecer edispor deste interessante recurso da natureza. A actual ausência das acções que vinham sen<strong>do</strong>realizadas pelo Projecto acima cita<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong> na sua componente sensibilização dapopulação, tem influencia<strong>do</strong> de forma negativa os avanços que já tinham si<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>s, estan<strong>do</strong> averificar-se de novo a captura desses animais (com menor frequência) por parte de algunselementos da população.Quanto ao estatuto da ameaça que pesa sobre essas espécies, pode considerar-se que ascinco se encontram em perigo (E), (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002)Para além das aves e <strong>do</strong>s répteis, a costa norte da ilha de S. <strong>Tomé</strong> acolhe algumasespécies endémicas que possuem os seus habitats no litoral. É assim que podemos encontrar naárea de savana da Praia das Conchas e da Lagoa Azul, uma espécie de morcego endémico quehabita o local (Tartarides tomensis).Existem também alguns insectos endémicos, tais como a Lepi<strong>do</strong>ptera, Graphiumleonidas thomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas que se encontram ameaçadas(ENPAB-Ecossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboleta (não ameaçadas)existentes são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami. Como atrás ficou referi<strong>do</strong>, estasespécies estão permanentemente sob risco, devi<strong>do</strong> a incêndios provoca<strong>do</strong>s tanto pela prática dequeimadas para a preparação de terras para cultivo como por fogos espontâneos na época seca.2.2.2. Marinho2.2.2.1. FloraAs espécies de flora existentes no mar de S.<strong>Tomé</strong> podem ser classificadas em <strong>do</strong>isgrandes grupos:29


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePlantas Superiores, constituídas pelas fanerogâmicas marinhas. Os géneros presentesnas águas santomenses são a Zostera, a Psi<strong>do</strong>nia, a Rupia, o Potamogeton e a Thalassia. Estúltima é comum ver-se nas praias, após a passagem de um temporal.Plantas Inferiores, formadas pelo fitoplâncton que abarca o conjunto das algas macro emicroscópicas. As algas que compõem este grupo são as seguintes:- Cyanophyceaes (algas verde-azuis), abundantes nos mares <strong>do</strong> país, fundamentalmentena zona litoral, possuem formatos em filamentos e vivem coladas à superfície das rochas,constituin<strong>do</strong> um importante agente de protecção contra a erosão;- Chlorophyceaes, de entre as quais se destaca a espécie Dunaliella salin, que se podeencontrar com maior frequência nas águas <strong>do</strong> país. Fazem ainda parte da mesma família osgéneros Chloroherpetom, Thalassium e Chlorobium;- Pheophyceaes, onde se destaca a espécie Fucus platycarpus, que normalmente aparecenos perío<strong>do</strong>s da maré baixa. A presença desta espécie nos mares <strong>do</strong> arquipélago serve deindica<strong>do</strong>r da sua boa qualidade.2.2.2.2. FaunaO mar santomense é rico em espécies e os recursos piscatórios da maior parte <strong>do</strong> Golfoda Guiné estão em parte liga<strong>do</strong>s ao arquipélago. No entanto, o desenvolvimento das pescas édificulta<strong>do</strong> pelo facto de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe ter uma plataforma bastante pequena, isto é, cerca de1500 km2 e uma área marítima igualmente pequena, de cerca de 128.000 km2.A fauna marinha é variada e constituída fundamentalmente por peixes, crustáceos,moluscos, répteis, tubarões, cetáceos e corais.É de se salientar também a presença de equinodermes, celentera<strong>do</strong>s, anelídeos,esponjas.2.2.2.2.1. PeixesDos estu<strong>do</strong>s de identificação <strong>do</strong>s peixes marinhos comerciais realiza<strong>do</strong>s pelo Projecto deAvaliação <strong>do</strong>s Recursos Haliêuticos entre os anos 1993 à 1996, foram regista<strong>do</strong>s, cerca de 105espécies (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002)30


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeFazem parte da ictiofauna santomense, os Grandes Vertebra<strong>do</strong>s Pelágicos, osPequenos vertebra<strong>do</strong>s Pelágicos e os Demersais ou peixes de Fun<strong>do</strong>.Os grandes vertebra<strong>do</strong>s pelágicos são constituí<strong>do</strong>s, entre outros, por Istioforidae (PeixeAndala), Xipiidae (Peixe Fumo), Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso) assim como osgrandes tunídeos, que são espécies migratórias.Quanto aos pequenos vertebra<strong>do</strong>s pelágicos, destacam-se as Clupeidae (sardinhas),Scombridae (pequenos tunídeos, fulufulu, cavala, peixe serra), Carangidae (bonito, olho grosso,sêlêlê, corcova<strong>do</strong>, carapau, osso mole), Mugilidae (tainhas), Gobiidae (peixinho), Exocetidae(voa<strong>do</strong>r) e Moreidae (Maxiponbo).Os demersais ou peixes de fun<strong>do</strong> são forma<strong>do</strong>s por Serranidade (cherne, badejo,bacalhau e peixe sabão), Holocentridae (caqui), Scianidae (corvina), Litjanidae (vermelhofun<strong>do</strong>, vermelho terra e pargo), Sparidae (vermelho sangue, vermelho sol, malagueta) eMoreidae (Moreia).TUBARÕESExistem três tipos de tubarões nas águas territoriais de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe, a saber: osdemersais, os pelágicos e os semi-pelágicos. Os mais vulgarmente captura<strong>do</strong>s em S.<strong>Tomé</strong> ePríncipe são da família Charcharinidae, Hemigaleidae e Sphyrnidae.No quadro <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s de pesca existentes entre o país e os seus parceiros dedesenvolvimento, os tubarões fazem parte das espécies capturadas pela frota pesqueira <strong>do</strong>sreferi<strong>do</strong>s países. Devi<strong>do</strong> a limitações financeiras, o país não tem exerci<strong>do</strong> controle sobre o níveldas capturas, o que impede a avaliação <strong>do</strong> grau de ameaça que pesa sobre essas espécies.2.2.2.2.2. MOLUSCOSOs moluscos representam no plano económico uma riqueza importante no <strong>do</strong>mínio daprodução alimentar.Três classes de moluscos são explora<strong>do</strong>s no país, a saber: Gastrópodes, Pelecípodes(Lamelibrânquios) e Cefalópodes.De entre os Gastrópodes salienta-se o Búzio da ordem Buccinides e género Buccinum.Dos Pelecípodes (Lamelibrânquios) ou Bivalves, os exemplares presentes em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipesão as ameijoas da ordem Veneridés e género Vénus a Ostra da ordem Ostreides e génerosOstrea e Crassostrea e o Canivete, da ordem Mytilidés e género Litho<strong>do</strong>mus.Fazem entretanto parte <strong>do</strong>s Cefalópedes o Octupus sp (polvo), o Sepia sp (choco), e aordem <strong>do</strong>s Decápodes o Ommastrephes (lula e calamares)31


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeOutros géneros endémicos de moluscos marinhos, tais como, Para<strong>do</strong>xa, Scaevatula eTropi<strong>do</strong>rissola, podem também ser encontra<strong>do</strong>s nas águas marinhas de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe.A baía de Ana Chaves, que banha a cidade de S.<strong>Tomé</strong>, já foi anteriormente um <strong>do</strong>shabitats favoritos <strong>do</strong>s bivalves e búzios, assim como <strong>do</strong>s canivetes, camarões e lagostas.Actualmente, essas espécies desapareceram dessa baía, como consequência da fortecontaminação por dejectos e resíduos de hidrocarbonetos verti<strong>do</strong>s pela Central Térmica daEMAE (Empresa de Água e Electricidade) no rio Água Grande.2.2.2.2.3. CRUSTÁCEOSOs crustáceos pre<strong>do</strong>minam tanto nos ecossistemas marinhos como costeiros de S.<strong>Tomé</strong> ePríncipe.Os crustáceos pertencem, salvo raras excepções, à ordem <strong>do</strong>s Decápodes, entre os quaisse podem distinguir <strong>do</strong>is grupos:1°- Decápodes nada<strong>do</strong>res, correspondentes aos camarões, de que se destacam o Penaeussp, o Metapenaeus sp e o Parapenaeus sp;2°- Decápodes marcha<strong>do</strong>res, correspondentes às Panulirus sp (lagostas), Callinectes sp,Calappa sp, Geryon maritae-santola, Paramola cuvieri-aranha (os caranguejos), Scyllaridesherklotail (as cigarras) e os Nephrops sp (lagostins). (ENPAB-Ecossistemas Marinhos eCosteiros, 2002).2.2.2.2.4. CETÁCEOSOs Cetáceos, particularmente assinala<strong>do</strong>s no extremo sul de S. <strong>Tomé</strong>, são <strong>do</strong>s grupos dasfamílias Mysticetes e O<strong>do</strong>ntocetes. Os Mysticetes são filtra<strong>do</strong>res (Micrófagos), alimentan<strong>do</strong>sede plâncton, particularmente de krill. As espécies presentes são: Balaenoptera musculus(Baleia azul), B. Borealis, B. Acurostrata, B. Plysalus, B. no<strong>do</strong>sa (Baleia de bossa oucorcunda), B. edeni (só tropical), (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002).Os O<strong>do</strong>ntocetes são cetáceos com dentes, macrófagos, alimentan<strong>do</strong>-se de peixes na suagrande maioria. Um <strong>do</strong>s exemplares mais comuns nas águas <strong>do</strong> país é o Delphinus delphis(delfim).2.2.2.2.6. CORAIS MARINHOSOs recifes coralinos constituem um habitat rico para outros organismos marinhos,incluin<strong>do</strong> peixes, crustáceos, moluscos e outros invertebra<strong>do</strong>s, constituin<strong>do</strong>-se numa zona rica davida oceânica.Foram identificadas pequenas populações de corais no norte da ilha de S.<strong>Tomé</strong>, enquantoque, na ilha <strong>do</strong> Príncipe, sabe-se da existência de algumas populações dispersas, que precisam,no entanto, de ser estudadas. Na realidade, o Golfo da Guiné não é célebre pela sua riqueza emcomunidades de corais. A zona da Praia das Conchas até à Lagoa Azul representa a área decorais vivos mais importante da ilha de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>. Embora não exista ainda um inventário dabiodiversidade da zona, existem indícios de que espécies endémicas de corais, tais como aSiderastrea siderea, a Montastrea cavernosa e algumas espécies <strong>do</strong> género Porites possam aliser encontradas.32


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeA partir de estu<strong>do</strong>s leva<strong>do</strong>s a cabo na década de 90 (1993 – 1994), foi possível identificara zona de coral comercial (coral vermelho), que abrange a Região Noroeste de S. <strong>Tomé</strong>,nomeadamente a Praia <strong>do</strong> Morro Peixe, a Praia 15, a Praia das Conchas e a Lagoa Azul.Estes corais encontram-se ameaça<strong>do</strong>s, devi<strong>do</strong> às actividades de recolha <strong>do</strong>s mesmos nazona de Praia das Conchas, para o fabrico de cal.No Príncipe, existem diversas populações de corais, sobre as quais não existem entretantoos estu<strong>do</strong>s requeri<strong>do</strong>s, para a sua devida localização e correcta caracterização.2.3. Ecossistema De Águas InterioresA rede hidrográfica <strong>do</strong> país possui um carácter radial, da parte central à linha da costa e éformada por mais de 50 cursos de água com comprimento médio entre 5 e 27 km.Fonte: http://www.stome.net + links + http://www.janelanaweb.com/viagens/stome.htmlMais de 60% <strong>do</strong> caudal <strong>do</strong>s mesmos estão localiza<strong>do</strong>s na parte su<strong>do</strong>este de S. <strong>Tomé</strong>. Osrios de maior caudal na ilha de S. <strong>Tomé</strong> são Iô Grande, Caué, Musucavú (vulgarmenteconheci<strong>do</strong> por Mussacavu), Quija, Xufexufe e Lembá, Abade, Manuel Jorge, <strong>do</strong> Ouro eConta<strong>do</strong>r. No Príncipe, sobressaem os rios Papagaio e S. <strong>Tomé</strong>.Um conjunto de pequenas lagoas encontra-se distribuí<strong>do</strong> por to<strong>do</strong> o território, comdestaque para Malanza, Praia Grande, Água Casada e Lagoa Amélia.33


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeOs ecossistemas de águas interiores em S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe podem ser classifica<strong>do</strong>s emtrês grandes grupos, segun<strong>do</strong> as respectivas condições de vida:Grupo <strong>do</strong>s Lóticos - os forma<strong>do</strong>s nas águas correntes, tais como os rios, ribeiras,nascentes e outros;Grupo de Águas Salobras – os que se formam na foz <strong>do</strong>s rios, isto é, na intersecção entrea água <strong>do</strong>ce e a água salgada <strong>do</strong> mar;Grupo de Lênticos - os que se formam no interior das águas paradas, tais como, ospântanos, charcos, lo<strong>do</strong>s, etc.2.3.1. Grupo <strong>do</strong>s LóticosDe forma geral, existe uma certa homogeneidade nas características <strong>do</strong>s ecossistemas <strong>do</strong>sdiferentes rios <strong>do</strong> país, com excepção <strong>do</strong>s situa<strong>do</strong>s na área de savana, no norte de S.<strong>Tomé</strong>.As condições de vida nos diferentes rios modificam-se da nascente à foz. Sucedem-seassim diferentes tipos de ecossistemas, que correspondem a comunidades distintas, nosdiferentes estratos <strong>do</strong> rio.Em cada um desses estratos, encontramos uma fauna e uma flora que lhe sãocaracterísticos. É de salientar que, enquanto a componente da flora é bastante rica pelo númerode espécies que se localizam na berma <strong>do</strong>s diferentes rios, o mesmo já não acontece com a faunaaquática, que é relativamente pobre em número de espécies.Para o presente estu<strong>do</strong>, dividiu-se os rios em três estratos, de acor<strong>do</strong> com ascaracterísticas <strong>do</strong>s ecossistemas presentes.2.3.1.1. Estrato Superior <strong>do</strong>s RiosEngloba toda a parte inicial <strong>do</strong>s rios incluin<strong>do</strong> as suas nascentes. A vegetaçãopre<strong>do</strong>minante é a da floresta primária. Podem distinguir-se várias comunidades vegetais à volta<strong>do</strong>s rios.No estrato superior <strong>do</strong>s rios situa<strong>do</strong>s ao sul e su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> país, isto é, Canta<strong>do</strong>r, Lembá,Xufexufe, Quija, Mussucavú e Iô Grande, pode-se encontrar a comunidade de vegetaçãoStaudtia pterocarpa, formada pelas espécies, Staudtia pterocarpa, Santiria trimera, Phyllanthusdiscoideus e Pycnanthus angolensis, associadas à Vocanga africana, Croton draconopsisGrumilea venosa, entre outras.Nos rios situa<strong>do</strong>s na parte Norte e Este, tais como Manuel Jorge, Abade e Ouro, o estratosuperior é <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pela comunidade de vegetação Craterispermum montanum, ondepre<strong>do</strong>minam as espécies Craterispermum montanum, Anysophyllea cabole, Olea capensis,Canthium glabriflorum, associa<strong>do</strong> à Croton stellulifer, Treme guineensis, Sabicea ingrata eUapaca guineensis.Na ilha <strong>do</strong> Príncipe, o estrato superior <strong>do</strong> rio Papagaio é forma<strong>do</strong> pela floresta de tipoprimária, onde se podem encontrar espécies tais como Rinorea insularis, Ouratea nutans,Casearia manii e Erythrococca colummnaris.34


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEm to<strong>do</strong>s os rios <strong>do</strong> país observam-se neste estrato as criptogâmicas (algas, hepáticas emusgos) assim como algumas herbáceas, tais como Tristemma mauritianum, Rhynchosporacorymbosa. No que respeita à fauna, a mesma é caracterizada pela ausência de espéciesictiológicas, apresentan<strong>do</strong> apenas algumas planárias.2.3.1.2. Estrato Médiofoz.Abarca to<strong>do</strong> o curso médio <strong>do</strong>s rios, isto é, o comprimento médio, que vai da nascente àA vegetação pre<strong>do</strong>minante é a <strong>do</strong>s vales <strong>do</strong>s rios. A comunidade de vegetaçãopre<strong>do</strong>minante é a Syzygium guineense, formada pelas espécies Syzygium guineense, Crotonstellulifer, Homalium africanum, Voacanga africana, associada à Carapa procera, Drypetesglabra, Funtumia africana e Leca tinctoria.Esta vegetação está também associada a um estrato herbáceo, onde se podem encontrar asseguintes espécies: Eclipta prostrata, Begonia ampla, Costus giganteus, Adenostemmaperrottetii, Panicum sp, Calvoa hirsuta, Elatostema thomense, entre outros.A fauna é constituída por peixes de pequenos tamanhos, tais como Eleotris vittata(charoco) assim como por alguns crustáceos, Atya e Macrobrachium e Sicydium bustamantei(camarão de água <strong>do</strong>ce).2.3.1.3. Curso inferiorCompreende a parte baixa <strong>do</strong>s rios, na zona da floresta secundária, está associada a áreasde floresta produtiva, onde se podem encontrar as espécies de Syzygium guineense, Malnikaramultinervis e Staudtia pterocarpa.A comunidade de vegetação pre<strong>do</strong>minante é a Musanga cecropioides, em que estãopresentes as espécies Musanga cecropioides, Cedrella o<strong>do</strong>rata, Cecropia peltata, Carapaprocera, Ficus sidiifolia, Dracaena arborea, associada à Artcarpus integrifolia, Artocarpusincisa e Elaeis guineensis.A comunidade Bambusa vulgar é também característica deste estrato, assim como <strong>do</strong>estrato médio, forman<strong>do</strong> em alguns casos uma cortina quase impenetrável de vegetação, comoexiste, por exemplo, na zona <strong>do</strong> rio Iô Grande.A fauna é constituída pelas planarias, tais como Platelmintas turbelários, aquáticos depequenas dimensões (1 a 2 cm) que se deslocam por meio de cílios. Foram observadas em <strong>São</strong><strong>Tomé</strong>, no rio Iô Grande, e no Príncipe, no rio Papagaio. Podem ser ainda encontradas comfacilidade nos pequenos riachos.As aves são formadas por Alce<strong>do</strong> cristata thomensis (Conóbia, Pica-peixe), que sealimentam de peixes existentes nos rios. Também se podem encontrar nas margens <strong>do</strong>s riosPhalacrocorax africanus (Pata de água), Butorides striatus (Chuchu ou Garça-de-cabeça-negra),Gallinula chloropus (Galinha-de-água).35


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.3.2. Grupo de Águas SalobrasA flora é bastante rica, formada por comunidades de vegetação, onde se podem encontraras seguintes espécies: Synedrella nodiflora (F. Asteraceae) - arbusto, Justicia tenella(F.Acanthaceae) - arbusto, Stellaria media (F. Caryophyllaceae) - arbusto, Nephrolepis biserrata(F.Oleandraceae) - Ferro, Struchium sparganophorus (F. Asteraceae) - arbusto, Steariamegaphylla, Commelina diffusa, Achyranthes aspera, Selaginella sp, Vigna gracilis, Cyperussphacelatus, Nelsonia canescens, Simithii, Oldenlandia lancifolia etc.A riqueza faunística deste ecossistema deve-se provavelmente a uma certa abundância dealimentos nesta zona. Pre<strong>do</strong>minam pequenos peixes, poden<strong>do</strong> encontrar-se, dentre outros, oEleotris vittata (charoco) e Pomadasys jubelini, Plynemidae.É de se destacar também a presença de moluscos, tais como Neritina afra (Caramuso),Neritina manoeli, Bulinus forskalii, assim como Schistosoma intercalum, responsável pelabilharziose, detectada recentemente em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe (Brown, 1991, 1994).Esta constitui também uma zona rica em Crustáceos, poden<strong>do</strong>-se encontrar espécies taiscomo Cardisoma amatum (caranguejo). Foram identifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is géneros de camarões:Macrobrachium e Atya com respectivamente 2 espécies cada: Macrobrachium zariquieyi eMacrobrachium raridens; Atya intermedia e Atya scabra. As duas espécies de Macrobrachiumrepresentam os camarões brancos, muito aprecia<strong>do</strong>s e procura<strong>do</strong>s no país.Na foz <strong>do</strong> Rio Ió Grande é comum a presença <strong>do</strong>s tubarões, que aproveitam a abundânciade pequenos peixes para se alimentarem.Rio Ió Grande – Sul de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>2.3.3. Grupo de LênticosA flora é formada fundamentalmente por algas verdes, com exemplares <strong>do</strong>s génerosPan<strong>do</strong>rina, Scenedesmus, Closterium, Cosmariume algas azuis, formadas por Oscillatoria eDiatomées: Navicula.36


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeFazem ainda parte da flora das áreas de água parada, os vegetais submersos, compostospor Potamogeton, e os flutuantes, forma<strong>do</strong>s por Sagitaria, Nuphar e Nymphaea.Um conjunto de Lagoas, distribuídas por to<strong>do</strong> o território nacional, formam osecossistemas lênticos no país, destacan<strong>do</strong>-se as seguintes:Lagoa Malanza – Situa-se no Sul de S.<strong>Tomé</strong>, no Distrito de Caué, entre o Porto Alegre ea Praia Jalé.A flora é fundamentalmente constituída pelosmangues e constitui a maior área de mangues nopaís. Podem-se encontrar espécies tais comoAcrostichum aurem, que formam normalmentegrandes arbustos, de mais de três metros de altura,associadas à Scleria depressa. Podem também serencontra<strong>do</strong>s densos matagais de Risophoraracemusa e Avicennia germinans, assim comopopulações de Dalbergia ecastaphyllum,associadas à Ormocarpum verrucosum eBlutaparon vemiculare.Lagoa Malanza – Sul de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>Ainda na zona sul, no distrito de Caué, podem-se encontrar grandes extensões de águaparada (10.590 m 2 ), tais como as de Praia Grande, localizada perto da foz <strong>do</strong> rio Caué, eS.João, perto da foz <strong>do</strong> rio <strong>São</strong> João, cujas vegetações estão também <strong>do</strong>minadas pelos mangaisMalanza, EMOLVE, Porto Alegre e Ió Grande(ENPAB – Águas Interiores, 2002).No norte, particularmente no Distrito de Lobata, pode-se encontrar também uma grandesuperfície inundada (104.205 m 2 ), em que a vegetação pre<strong>do</strong>minante é também o mangue,constituída exclusivamente pela espécie Avicennia germinans (ENPAB – Águas Interiores,2002).No centro de S.<strong>Tomé</strong>, no Distrito de Mé Zochi, está localizada na cratera <strong>do</strong> antigoVulcão, a Lagoa Amélia. A mesma é formada por uma vegetação constituída por um mantoherbáceo bastante denso, em que pre<strong>do</strong>minam gramíneas tais como Panicum hochstetteri. stende Panicum brevifolium L., que são plantas invasoras de zonas húmidas da África Equatorial,albumas ciperáceas, tais como a Cyperus articulatus L. e Poligonum salicifolium. Existe tambémuma população de fetos (Pteridófitas), da família das Polipodiáceas e Hymenofoliáceas, que sãofetos gigantes, muito abundantes e característicos da região. Finalmente, podem ser tambémencontradas algumas orquidiáceas, tais como o Bulbophyllum cocleatum.A fauna é fundamentalmente formada por aves que utilizam para a sua alimentação tantoas algas como alguns insectos pre<strong>do</strong>minantes. Ela é constituída por: Phalacrocorax africanus(Pata de água), Butorides striatus (Chuchu ou Garça-de-cabeça-negra), Gallinula chloropus(Galinha-de-água).Destaque-se igualmente a presença de peixes que pertencem à ordem <strong>do</strong>s Protóperos, taiscomo os Dipnósticos (Cucumba), que possuem “guelras externas” que lhes permitem obter umarespiração aérea.37


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAlguns crustáceos fazem também parte da fauna destas áreas, tais como Cardisomaamatum (caranguejo), da família <strong>do</strong>s Gecarcinidae, que constroem os seus habitats escavan<strong>do</strong>buracos à volta <strong>do</strong>s pântanos.Os Batráquios e Anfíbios constituem uma pequena classe de vertebra<strong>do</strong>s que tambémfazem parte da fauna destas zonas. Podem-se encontrar exemplares da ordem <strong>do</strong>s Anoures,poden<strong>do</strong>-se citar as Rana (rãs) e Bufo (sapos) e algumas Hyla (rainetas). Pode-se igualmentecitar a presença da Ápodes (cobra bôbô), que embora não seja específica de ambientes aquáticos,frequenta meios húmi<strong>do</strong>s, construin<strong>do</strong> galerias como as minhocas (cormichas).Os répteis fazem também parte da fauna existente nesta zona. Podem-se encontrarQuelônios, tais como: Pelusio castaneus (“bencú” de pântanos) e Pelusio gabonensis (“bencú”de floresta). Os “bencús”, que são espécies cada vez mais raras nos nossos ecossistemas, têmuma tendência para diminuição <strong>do</strong>s efectivos. Há falta de informação sobre o número dapopulação, o estatuto e a distribuição de ambas as espécies, pelo que se torna necessária arealização de estu<strong>do</strong>s para o conhecimento da taxonomia, biologia reprodutiva e ecologia dasduas espécies (ENPAB-Ecossistemas de Águas Interiores, 2002)2.4. Ecossistema FlorestalAs primeiras e mais completas investigações realizadas sobre a vegetação de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> ePríncipe foram levadas a cabo nos anos de 1932 e 1933, pelo investiga<strong>do</strong>r Excell e publicadasnos anos de 1944 e 1956, respectivamente.Outras informações e análises sobre as florestas nacionais foram realizadas peloinvestiga<strong>do</strong>r Mono<strong>do</strong>, que visitou a ilha em 1956, e publicou o seu trabalho em 1960 e peloinvestiga<strong>do</strong>r White, que fez a sua publicação em 1984.Segun<strong>do</strong> Excell, excluin<strong>do</strong> algumas zonas de mangue muito pequenas e de dunas de areiana costa, a vegetação original de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> era constituída por florestas húmidas que cobriamuniformemente a ilha desde o litoral até ao cume <strong>do</strong> Pico de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>. No seu trabalho, omesmo distinguiu três zonas florestais bem definidas em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>.• Zona de Floresta húmida de baixa altitude• Zona de Floresta de montanha• Zona de Floresta de nevoeiroTal como ilustra a tabela, segun<strong>do</strong> Exell, os principais ecossistemas florestais existentesem <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, são:• Floresta de baixa altitude, 0 – 800 m;• Floresta secundária;• Floresta seca;• Floresta de sombra para o cacau e o café;• Savanas arbustivo-arbóreas e herbáceas;• Mangais;• Floresta primária de altitude (de montanha), que compreende a Floresta de nevoeiro, aFloresta de altitude média> 1000 e 1800 e> 2000 m.38


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.4.1. Zona de Baixa Altitude, 0 – 800 mEsta zona ocupa a área que vai desde o nível médio <strong>do</strong> mar até aos 800 metros de altura.É uma zona inteiramente cultivada ou secundarizada, com excepção de pequenos lembos dafloresta <strong>do</strong> sul da ilha. Exell (1944) sita as seguintes espécies arbóreas endémicas: Rinoreachevalieri, Chytranthus mannii (Pessegueio de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>), Drypetes glabra, Polyscias quintasii(Guêgue-Fasso), Celtis philipensis (Pau Fédé). Podem-se também encontrar as lianas, osarbustos e ervas endémicas tais como, Rhab<strong>do</strong>phyllum arnoldianum var bocageanum, Cissuscurvipoda, Leea tinctoria (Cele-alé), Mussaenda tenuiuflora. As essências características dafloresta de baixa altitude são o Protomegabaria macrophylla (Mangue d’ôbô), Celtis philipensis(pau cabolé, Mussanga cecropioides (gofe d’óbô).Actualmente, esta zona foi quase totalmente cultivada, estan<strong>do</strong> grande parte da sua área(cerca de 90 %) ocupada com as plantações de cacau, café, banana, coco e outras frutas tropicais.2.4.2. Floresta secaEsta formação vegetal ocupa as regiões limítrofes de Guadalupe, engloban<strong>do</strong> as margensde Água Castelo, Água de Guadalupe e Rio de Ouro, sen<strong>do</strong> instalada nas zonas compluviosidade compreendida entre 1.000 e 1.500 mm por ano, com um perío<strong>do</strong> seco bemmarca<strong>do</strong>.Na camada mais alta desta formação, aparecem árvores de folha caduca, tais como aMilícia excelsa (Amoreira), Spondias microcarpa (guêgue) e Ficus mucuso (Figo plocô),enquanto que no sub-bosque, podem-se encontrar arbustos que, muitas vezes, são ameaça<strong>do</strong>spelo fogo, tais como Ophiobotrys zenkeri (Stala-stala), a Oncoba spinosa (malimboque) e Ochnamembranacea (pau dumo).2.4.3. Floresta SecundáriaEste tipo de formação vegetal ocupa perto de 30% da superfície <strong>do</strong> país. Na ilha deS.<strong>Tomé</strong>, a mesma cobre uma área de cerca de 26. 000 ha e, no Príncipe, cerca de 4 000 ha.Ela apresenta uma composição florística caracterizada principalmente por espéciesexóticas e cultivadas e espécies pioneiras, com crescimento rápi<strong>do</strong>, que se naturalizaram,forman<strong>do</strong> algumas comunidades de vegetação, tais como de Bambusa vulgaris (Bambú),Cecropia peltata (Gofe), Maesa lanceolata (Mutopa), Dracaena arborea (Pau Sabão), Ficusspp. (Figueiros), Harungana madagascariensis (Pau sangue), Cestrum laevigatum (Coedano),etc.Neste grupo, pode-se ainda incluir outras espécies arbóreas, tais como Pycnanthusangolensis (Pau-caixão), Pentaclethra macrophylla (Muandim), Artocarpus altilis (Fruta pão),Artocarpus heterophylla (Jaqueira), Treculia africana (Izanquenteiro), Antiaris welwitschii(Amoreira), entre outras.No que respeita à fauna, podem-se encontrar alguns mamíferos, tais como Cercophitecusmona (macacos), Sus <strong>do</strong>mesticus (Porcos selvagens), quatro espécies de morcegos Myonicterisbranchycephala, Hippodsiderus commersoni, Miniopterus minor e Rousettus aegyptiacus, duasespécies de musaranhos, nomeadamente Crocidura thomensis e Crocidura poensis, assim comoos ratos Rattus rattus e Rattus norvegicus. Ressalta-se também a presença de pássaros e insectosmal conheci<strong>do</strong>s.39


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.4.4. Floresta de SombraEsta formação vegetal cobre cerca de 32 289 ha, isto é, cerca de 32,9% <strong>do</strong> territórionacional. É composta de espécies introduzidas para efeito de sombra e espécies espontâneas queforam poupadas da derruba da floresta original, que competia com as plantações. A culturacacaueira exige a manutenção <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel florestal para sombrear as plantas de cacaueiros e decafezeiros e foi demonstra<strong>do</strong> que esta prática ajuda a manter altos níveis de biodiversidadeflorestal nos países produtores (Rice & Greenberg 2000). Elas ocupam normalmente áreas derelevo suave (0-10 %) e alguns morros, tais como o Muquinquim, Saccli e outros que nãoultrapassam os 300 metros de altura.A mesma tem a função de fazer sombras para as plantações de Theobroma cacao(cacaueiros) e Coffea sp. (cafezeiros). A necessidade de regularização de sombreamento eselecção de árvores de sombra com capacidade de fixação de nitrogénio no solo permitiu aintrodução de Erythrina sp. (Eritrinas).È de se destacar a pre<strong>do</strong>minância de outras espécies, tais como Milícia excelsa(Amoreira), Cedrela o<strong>do</strong>rata (Cedrela), Fagara macrophylla (Marapião), Carapa procera(Gogo), Scypetalum kamerunianum (Viro branco), Artocarpus heterophylla (Jaqueira),Artocarpus altilis(Fruteira), etc. (Ver Anexos B-2 e B-3).2.4.5. Savana arbustivo-arbórea e herbáceaEsta formação edafo-climática ocupa uma faixa costeira que se estende desde oAeroporto de S. <strong>Tomé</strong> até à cidade de Neves.O clima é semi-ári<strong>do</strong>, com precipitaçõesmédias inferiores a 700 mm anual etemperatura média que ronda os 26ºC. Osrecursos hídricos são relativamente escassos,existin<strong>do</strong> apenas uma linha de águaalimentada pela Ribeira Castelo. As terrasescuras ou negras, de camada arável poucorico, por vezes pedregosos, permitem ainstauração de uma vegetação herbáceaconstituída pelas seguintes espécies:Área de Savana – Norte de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>Heteropogon contortus, Panicum maximum e Rottboellia exaltatata (Poaceae). Para além destaformação herbácea, pre<strong>do</strong>minam árvores e arbustos, nomeadamente, Adansonia digitata(Micondó), Tamaridus indica (Tamarineiros), Barassus aethiopum, Vernonia amygdalina (LibôMucambú), Erytroxyllum emarginatum, Ximenia americana (Limon plé), Ziziphus abissinica(Zimbrão).40


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeA avifauna é bastante rica, sobretu<strong>do</strong> em espécies endémicas. É de se destacar o númerosignificativo de Coturnix delegorguei (cor<strong>do</strong>niz), Crecopsis egregia (co<strong>do</strong>rniz-africano), queabundam na zona.2.4.6. MangalEsta formação vegetal distribui-se pela foz de pequenos cursos de água, tais como na áreada Praia das Conchas, Praia <strong>do</strong>s Tamarinos, Pantufo, Água Izé, Lagoa Malanza e em Lapa, nailha <strong>do</strong> Príncipe. As espécies <strong>do</strong>minantes são: Rhizophora mangle (Rhizophoraceae) e Avicenniagermians (Avicenniaceae).A importância ecológica deste ecossistema revela-se pelo seu papel na protecção dacosta, no equilibrio hidro-dinâmico, na retenção de materiais e pelas interacções entre osbiotopos e como nasce<strong>do</strong>uro de espécies de peixes e camarões.2.4.7. Zona de Floresta de AltitudeAs principais florestas de altitude são: Floresta primária de altitude (de montanha), quecompreende a Floresta de nevoeiro, a Floresta de altitude média> 1000 e 1800 e> 2000 m.2.4.7.1. Floresta de altitude> 1000 e 1800 e> 2000 m41


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEsta floresta, que circunda Mesa <strong>do</strong> Pico (1850 m), Pico Ana Chaves, caracteriza-se porapresentar pluviosidade muito elevada, com nevoeiro quase constante, a temperatura semprebaixa, embora não atinja os 0°C. As árvores são muito baixas, as epifitas são muito numerosas.A esta altitude, as endémicas que lá aparecem são representadas por Pinheiro-de-<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>(Po<strong>do</strong>carpus mannii), Psychotria guerkeana, Psychotria nubicola, o tchapo-tchapo d’obô(Peddiea thomensis), Calvoa crassinoda, Pilea manniana, Erica thomensis e Lobelia barnsii. Asorquídeas, os fetos, os musgos e líquenes são também frequentes.2.4.7.3. Floresta de nevoeiroEsta zona vai desde os 1400 a 2024 metros de altitude (Exell), circunda o pico de <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e pico Pequeno.Pico Cão Grande – Sul de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>A floresta sobe até ao cimo <strong>do</strong> Pico e nasáreas de maior altitude as árvores são maispequenas e a cobertura é mais aberta. Aluminosidade é muito reduzida devi<strong>do</strong> aosconstantes nevoeiros e as temperaturas sãobaixas. As epífitas são muito maisabundantes e os samambaias constituemum elemento importante da flora até aocimo. Não se observam as ervas damontanha. Devi<strong>do</strong> à dificuldade de acessoe o declive <strong>do</strong> relevo pre<strong>do</strong>minante, estehabitat não apresenta qualquer modificaçãocausada pela acção humana e mantém-seintacto.Esta formação vegetal é caracterizada pela presença de Po<strong>do</strong>carpus mannii (Pinheiro deS.<strong>Tomé</strong>), única gimnospérmia endémica. Ainda na região de Pico de S.<strong>Tomé</strong>, aos 2024 metrosde altitude, pode-se encontrar Phylippia thomensis e Lobelia barnsii (lobélia gigante endémica).As orquídeas, fetos, musgos e líquenes são também frequentes.Segun<strong>do</strong> Toelen (1995), as árvores mais abundantes na floresta de nevoeiro em S.<strong>Tomé</strong>são a Tabernaemontana stenosiphon (Cata d’Ôbô), (Pseu<strong>do</strong>grostistachys africana Cacaud’Ôbô), Homalium henriquensii (Quebra macha<strong>do</strong>), Rothmannia urcelliformis (Teia-teia),Trichilia grandifolia (Cola macaco), Pauridiantha floribunda (Pau formiga) e o Allophyllusafricanus (Pau três).As árvores endémicas típicas são: Peddiea thomensis (Tchapo tchapo d’ôbô), Balthasariamannii, Psychotria guerkeana e P. nubicola.Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s da publicação "Conservação <strong>do</strong>s Ecossistemas Florestais na RepúblicaDemocrática de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe" elabora<strong>do</strong> por P.J. Jones, J.P. Burlison e A. Tye a ilha<strong>do</strong> Príncipe não tem nenhuma pradaria no seu extremo norte, como seria de esperar, por analogiacom a de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>. Toda a floresta primária da parte norte e centro da ilha foi substituída porplantações de cacau, café, coco e banana.Segun<strong>do</strong> a mesma publicação, reporta-se que quase toda a floresta húmida primária queexistia nessa ilha foi destruída durante uma campanha de erradicação da <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> sono em42


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe1906, mas investigações recentes demonstraram que os esforços necessários para chegar a essefim ultrapassavam a capacidade das equipas de controlo e a maior parte da zona sul da ilhapermanece intacta.A floresta húmida primária existente noPríncipe é parecida com a floresta húmida debaixa altitude de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>, apesar de amesma estar relativamente mais enfraquecida.Nas florestas <strong>do</strong> Príncipe podem-se encontraras seguintes espécies endémicas: Rinoreainsularis, Ouratea nutans, Casearia mannii,Croton stellulifer e Erythrococca columnaris.Esta floresta é particularmente rica emEuforbiáceas, dentre as quais se destacamcinco espécies endémicas desta ilha. Perto <strong>do</strong>cimo <strong>do</strong> Pico <strong>do</strong> Príncipe, a floresta tem umcarácter ligeiramente mais montanhoso, mas aaltitude não é suficiente para que se possadesenvolver na mesma florestas de nevoeiro,como se verifica em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>.2.5. Ecossistema AgrárioContinua a ser indeterminada a capacidade <strong>do</strong>s recursos e tecnologias disponíveis parasatisfazer a procura de alimentos e outros produtos básicos para a população sãotomense emconstante crescimento. No entanto, a agricultura terá necessariamente de estar preparada parafazer frente a este desfio, mediante o aumento da produção nas terras aptas para tal disponíveis,de mo<strong>do</strong> a evitar a degradação de terras marginais não aptas para o cultivo.A erradicação da monocultura e a diversificação de produtos, tanto agrícolas comopecuários, deve constituir uma prioridade.2.5.1. Recursos genéticos vegetaisToman<strong>do</strong> como critério de base a finalidade <strong>do</strong> produto comercial, as diferentes espéciesvegetais existentes em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, sejam espécies cultivadas ou espontâneas, podem seragrupadas, de acor<strong>do</strong> com o uso, <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>: espécies industriais, espécies alimentares,espécies aromáticas, espécies medicinais e espécies ornamentais.2.5.1.1. Espécies industriaisRefere-se às espécies de plantas cujo produto final constitui matéria-prima para aindústria. Da<strong>do</strong> ao fraco nível de desenvolvimento industrial <strong>do</strong> país, esses produtos sãoorienta<strong>do</strong>s quase na totalidade para o exterior, sem obtenção de valor acrescenta<strong>do</strong> (para além dasecagem) transforman<strong>do</strong>-se deste mo<strong>do</strong> em fonte imediata de divisa para a cobertura das43


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipenecessidades internas em matéria de moeda convertível. Trata-se <strong>do</strong> único processo primário deindustrialização (secagem) de todas as culturas industriais santomenses.Estão incluídas nesse grupo: o Theobroma cacau (cacaueiro), o Cocus nucífera(coqueiro), a Elaeis guineensis (palmeira de azeite), o Coffea arábica (cafezeiro) e a Pippernegrum (pimenteira).2.5.1.1.1. CacaueiroO cacaueiro foi introduzi<strong>do</strong> no Príncipe em 1822 e em S.<strong>Tomé</strong> em 1855 e distribui-se portoda a zona compreendida entre os 100 e 600 metros de altitude, haven<strong>do</strong> inclusivé plantaçõessituadas quase ao nível <strong>do</strong> mar. O cacaueiro ocupa, por conseguinte, quase toda a zona deFloresta de Sombreamento.2.5.1.1.2. CoqueiroAs plantações de coqueiro distribuem-se desde o nível <strong>do</strong> mar até uma altitude de cerca150 metros e ocupam quase toda a faixa costeira da Ilha de S.<strong>Tomé</strong>. A cultura concentra-se naparte Sul da Zona de Savana, nas áreas costeiras da Zona de Floresta de Sombreamento.Na Ilha <strong>do</strong> Príncipe esta espécie concentra-se em toda a parte norte da Ilhacorrespondente à Zona de Floresta de Sombreamento, em toda a faixa costeira oriental e em todaa zona sul na periferia da Zona de Floresta Primária.2.5.1.1.3. Palmeira <strong>do</strong> azeiteAs palmeiras encontram-se um pouco dispersas por to<strong>do</strong> o território da<strong>do</strong> a sua grandecapacidade de adaptação e fácil propagação, para a qual muito contribui a acção <strong>do</strong>s pássaros eoutros animais. Contu<strong>do</strong>, os palmares de maior dimensão localizam-se no SE da Ilha de S.<strong>Tomé</strong>ainda na Zona de Floresta de Sombreamento e na Ilha <strong>do</strong> Príncipe no centro este da Ilha, tambémna Zona de Floresta de Sombreamento.2.5.1.1.4. CafezeiroOcupa na Ilha de S.<strong>Tomé</strong> a parte da Floresta de Sombreamento cuja altitude esteja acima <strong>do</strong>s600 metros quan<strong>do</strong> se trate <strong>do</strong> café arábica. Em zonas de baixa e média altitude, correspondentestambém à Zona de Floresta de Sombreamento, desenvolve-se a variedade robusta, em regime depequenas plantações.Na Ilha <strong>do</strong> Príncipe, tanto na Zona de Sombreamento como na Zona de FlorestaSecundaria existem várias plantações de café ibérica, muitas das quais aban<strong>do</strong>nadas e marcan<strong>do</strong>os vestígios de plantações que outrora constituíram um <strong>do</strong>s sustentáculos da agricultura da Ilha.2.5.1.1.5. PimenteiraConcentra-se em Zonas de Floresta de Sombreamento, em plantações muitas das quaisconduzidas com o rigor técnico exigi<strong>do</strong> (Santa Clara, Benfica, Potó, Rio Lima, etc). Em zonas deFloresta Secundaria, pode-se também identificar variadíssimos exemplares da espéciedesenvolven<strong>do</strong>-se de forma espontânea, sem interesse comercial.44


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.5.1.1.6. Cana-de-açúcarConcentra-se na zona de Savana na Ilha de S. <strong>Tomé</strong> e na parte norte da ilha <strong>do</strong> Príncipe.Pode-se também observar pequenas plantações na zona de floresta de sombreamento.As plantações da zona de savana destinam-se fundamentalmente ao fabrico de aguardentee na zona de sombreamento, para o consumo directo.2.5.1.2. Espécies alimentaresConsideram-se espécies alimentares as que produzem bens que entram directamente nacomposição da alimentação humana, sejam frutos, sementes, folhas, raízes, tubérculos ou caules(Ver Anexo B-3). As espécies alimentares, em função <strong>do</strong> ciclo de vida da planta, podem dividirseem anuais e perenes e, em função das características <strong>do</strong> fruto agrícola ou da parte da plantaque é consumida como alimento, em hortícolas, frutícolas, tubérculos, raízes e cereais. Assim,distingue-se:Hortícolas: Licopersicum esculentum (tomate), Lactuca sativa (alface), Vigna sesquipedalis(feijão verde), pepino, Brassica sp. (repolho), Allium cepa (cebola), Allium sativum (alho),Brassica rapa (nabo), Brassica sativus (rabanete), Brassica oleracea (couve), Capsicumfrutescans (pimentão), etc.Frutícolas: Carica papaia (mamoeiro), Ananas comosus (ananás), Manguífera indica(mangueira), Persea americana (abacate), Psidium guajava (goiaba), Artocarpus heterophyllos(jaqueira), Dacryoide edulis (safuzeiro), Spondias cytherea Sonner (cajamangueira), etc.Tubérculos: Xantossoma sagitifolium (matabala), Ipomea batata (batata <strong>do</strong>ce), Solanumtuberosum (batata inglesa);Raizes: Manihot esculentum (mandioca);Cereais: Zea mays (Milho) e Oryza sativa (arroz).2.5.1.2.1. HortícolasO cultivo de espécies hortícolas é pratica<strong>do</strong> em maior dimensão, tanto na parte norte daZona de Floresta de Sombreamento (Mesquita, Uba Cabra, S.Gabriel) como nas áreas deconsiderável altitude da mesma zona (Bom Sucesso, Quinta das Flores) e um pouco também pormuitas das parcelas distribuídas no quadro <strong>do</strong> programa de privatização agrícola, através <strong>do</strong>processo de distribuição de terras. <strong>São</strong> também frequentes as parcelas instaladas com hortaliçasem Zonas de Floresta Secundária, muitas em áreas de relativamente declivosas.2.5.1.2.2. FrutícolasDe um mo<strong>do</strong> geral, as espécies frutícolas abundam em toda a Zona de Floresta deSombreamento, constituin<strong>do</strong>, em consociação com outras espécies arbóreas, o sombreamentopara as plantações de cacau e de café. Desenvolve-se igualmente de forma espontânea naFloresta Secundaria. É de assinalar a presença típica <strong>do</strong> mamoeiro nas Zonas de Savana.De igual mo<strong>do</strong>, as diferentes espécies frutícolas são uma característica marcante <strong>do</strong>squintés (*) .(*) Espaço de terreno onde é construída a habitação <strong>do</strong>s autóctones <strong>do</strong> país e em que indissociavelmente há pequenashortas ou jardins onde pontificam invariavelmente algumas espécies frutícolas.45


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.5.1.2.3. TubérculosA matabala é o tubérculo pre<strong>do</strong>minante, que prolifera tanto sob a forma espontânea comocultivada, em toda a Floresta de Sombreamento, geralmente em consociação com plantações <strong>do</strong>cacau e <strong>do</strong> café. Relativamente à batata inglesa, localiza-se em áreas de altitude das Zonas deFloresta de Sombreamento bem como em parcelas instaladas em Zonas de Floresta Secundaria.A batata-<strong>do</strong>ce abunda essencialmente em Zonas de Savana.2.5.1.2.4. RaízesA mandioca é de fácil identificação em Zonas de Savana e parcelas específicas na Zonade Sombreamento.2.5.1.2.5. CereaisDos cereais cultiva<strong>do</strong>s em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe apenas o milho e muito recentemente oarroz merecem destaque. O milho desenvolve-se essencialmente na Zona de Savana – regiãoNorte - (Canavial, Fernão Dias, Praia das Conchas, Diogo Nunes, Micoló), onde, conjuntamentecom a zona da Pinheira e Agua Izé – região Sudeste - (já pertencente à Zona de Floresta deSombreamento), reside o maior potencial produtivo <strong>do</strong> país. Contu<strong>do</strong>, a espécie é cultivadageralmente em pequenas parcelas, por todas as zonas agrícolas das duas Ilhas.Relativamente ao arroz de sequeiro, introduzi<strong>do</strong> no quadro <strong>do</strong> Projecto de Desenvolvimento deCulturas Alimentares em Cooperação com a China Taiwan, encontra-se na sua fase experimentalnas regiões de Pinheira, Água Izé, Milagrosa, Porto Alegre, Agostinho Neto e no Príncipe.2.5.1.3. Espécies aromáticasEstão incluídas neste grupo plantas como a Vanila planifolia (baunilha), a Cinnamomumzeylanicum (canela), o ylang-ylang e Vetiveria zizanoides (vetiver), este último produto de umensaio experimental no extremo sul (Porto Alegre) com resulta<strong>do</strong>s espectaculares. No entanto,não foi ainda explora<strong>do</strong> este nicho de merca<strong>do</strong> (obtenção de essências para a produção deperfumes e outros cosméticos).Enquanto a canela é espontânea em Zonas de Floresta Secundaria e Primária, a baunilhaé cultivada em pequenas parcelas da Floresta de Sombreamento, merecen<strong>do</strong> destaque asplantações situadas em Mé-Zochi e Água Izé.2.5.1.4. Espécies medicinais<strong>São</strong> plantas com efeito curativo e utilizadas por conseguinte no tratamento de <strong>do</strong>enças dediferentes ín<strong>do</strong>les, tais como: asma, paludismo, feridas, tosse, diabetes, etc (Ver Anexo B-7).Constituem exemplos o Chinchona (pau quina), Ono<strong>do</strong>ra myristica (iobò), Voacangaafricana (cata de ôbô). Na década <strong>do</strong>s anos 80, a Estação Experimental de Pótó enviou amostrasfoliares a um Laboratório de análises da Itália que reportou a presença de princípios activos deeleva<strong>do</strong> valor farmacêutico. Desenvolvem-se essencialmente nas Zonas de Floresta Secundária ePrimária, embora se disseminem um pouco por todas as outras zonas.46


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2.5.1.5. Espécies ornamentaisDistinguem-se pela beleza das suas flores e folhas e por esta razão são utilizadas noembelezamento e ornamentação de espaços, tanto interiores como exteriores. <strong>São</strong> exemplos osantúrios, as orquídeas, os bicos de papagaio e Afranomum mirabilis (rosas de porcelana),comuns nas Zonas de Florestas de Sombreamento e Secundária.2.5.2. Recursos genéticos animaisSegun<strong>do</strong> Colson, em 1994 as ilhas de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe possuíam uma área depastagem de aproximadamente 3.100 ha, o que representaria apenas cerca de 24% da áreaestimada por Alfeirão em 1973, ou seja, 13.000 ha.Da área actual, 60% localiza-se na zona de coqueiral, ten<strong>do</strong> em conta o aban<strong>do</strong>no de pastos dealtitude e sob as plantações, que foram entretanto invadidas por vegetação lenhosa, restan<strong>do</strong>apenas cerca de 500 ha que podem ser considera<strong>do</strong>s pastos imediatamente disponíveis. Quanto àconstituição de biótopo, salienta-se a presença de espécies de plantas forrageiras bem adaptadasnas ilhas, nomeadamente: Panicum maximum, Pennisetum sp, e Lucaena sp.Atenden<strong>do</strong> às características climatéricas pre<strong>do</strong>minantes nas zonas de pasto, isto é, detipo sub-húmi<strong>do</strong> a húmi<strong>do</strong> e também tropical de altitude (Classificação da FAO, 2002),poderiam ainda ser plantadas a Brachiaria sp, a Cyno<strong>do</strong>n e a Pueraris sp., que são igualmenteadaptáveis às condições ecológicas das ilhas e de capital importância para a nutrição ealimentação <strong>do</strong>s ruminantes.No tocante ao ga<strong>do</strong> grosso (grandes ruminantes), o mesmo não tem, em qualquer das duasilhas, nem tipo e muito menos uma raça definida. A sua base genética resulta das raças Alentejana eMirandesa, importadas de Portugal no perío<strong>do</strong> colonial e outras importadas de Angola, Cabo-Verdee Moçambique (Alfeirão, 1973).Videira (1954) avança no entanto 89 nomes de algumas raças de bovinos que foram ou sãoexploradas no arquipélago, tais como Salamsalanquina, Charolesa, Jersey, Shorthorn, Schwitz,Hereford e Afrikander. Dentre essas raças, destaca-se a Afrikander, enquanto raça maior <strong>do</strong>Continente Africano, pre<strong>do</strong>minante na África Austral (Zimbabwe, Moçambique e África <strong>do</strong> Sul).No intuito de relançar a criação de bovinos leiteiros em S.<strong>Tomé</strong>, foram importa<strong>do</strong>s em1979, no âmbito da cooperação bilateral entre a RDSTP e a Holanda, vacas e touros de raçaFriesian que foram coloca<strong>do</strong>s em Nova Olinda (Projecto bovino de Nova Olinda). As mesmastiveram imensas dificuldades de adaptação ao clima e a <strong>do</strong>enças como mamites provocadas pelascarraças, que afectaram gravemente a produção leiteira. Outras importações de bovinos,nomeadamente de Cuba, também não foram muito bem sucedidas.Na década de 90 foram importa<strong>do</strong>s por um priva<strong>do</strong> alguns bovinos de raça N‘Dama <strong>do</strong>Gabão. O N‘Dama é um bovino rústico, de porte pequeno e compacto, cabeça curta, orelhaspequenas e horizontais, explora<strong>do</strong> principalmente na África Ocidental e Central, que temdemonstra<strong>do</strong> resistência aos ataques de tripanossomas transmiti<strong>do</strong>s pela mosca tsé-tsé, queafectam os bovinos da região.47


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAssinale-se que os bovinos actuais ou “raça local” <strong>do</strong> arquipélago, apresentam coresvariadas, nomeadamente castanhos, pretos, malha<strong>do</strong>s de branco (devi<strong>do</strong> à influência da Holstein).Trata-se de animais rústicos e adapta<strong>do</strong>s aos pastos e às condições de manejo e higiene menosapropriadas. Pensa-se que os bovinos mais rústicos sejam aqueles que foram objectos de várioscruzamentos entre as raças importadas durante o perío<strong>do</strong> colonial, ao revelarem-se maisresistentes às condições ecológicas e de sistema de exploração mais adverso em comparaçãocom os recentemente introduzi<strong>do</strong>s a partir da Holanda (Friesian-Holstein) e Cuba (Siboney,Zebu).Em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, algumas espécies pecuárias estão ameaçadas e em vias deextinção, como é o caso <strong>do</strong>s asininos, equinos, muares e perus.Na década 90 foi feita a importação de alguns cavalos, burros e éguas, para promover otransporte e eventualmente, a tracção animal e o relançamento dessas espécies. Tal importaçãonão teve o sucesso deseja<strong>do</strong>, na medida em que os animais foram distribuí<strong>do</strong>ss sem umprograma de acompanhamento zootécnico e sanitário adequa<strong>do</strong> e acabaram por não se adaptarao seu novo habitat, morren<strong>do</strong> quase to<strong>do</strong>s.Actualmente, a principal raça de caprinos existente é a "raça local", <strong>do</strong> tipo da Guiné,com frequente introdução de sangue <strong>do</strong> exterior, nomeadamente das raças Anglo-nubian,Saanen, Toggenbourg, (Colson et al., 1994). Os animais com características menos rústicas(exóticos) podem ser encontra<strong>do</strong>s em número não menos relevante na Zona de Fernão Dias esuas re<strong>do</strong>ndezas. <strong>São</strong> resulta<strong>do</strong>s de sucessivos cruzamentos de raça local com Saanen,Toggenbourg inglês, Anglo-Nubian, importa<strong>do</strong>s na década 80 da Inglaterra e coloca<strong>do</strong>s noantigo Centro de Caprinos de Fernão Dias.Os ovinos foram introduzi<strong>do</strong>s provavelmente há alguns séculos, ten<strong>do</strong> demonstra<strong>do</strong>pouca resistência e dificuldade de adaptação às condições chuvosas e húmidas <strong>do</strong> arquipélago.Na década de 80, também o Governo importou várias dezenas de cabeças da Inglaterra, de raçaSulfolk, cuja maior parte se adaptou, poden<strong>do</strong> ser encontra<strong>do</strong>s alguns <strong>do</strong>s seus cruzamentosactualmente na Empresa Diogo Vaz e algumas médias empresas. Actualmente, a raça local, pelotamanho e aptidão produtiva, parece-nos tratar-se da Djalonké, muito explorada na nossa subregião,também denominada “Ovino da Guiné”. Em 2000, foram importa<strong>do</strong>s da Costa <strong>do</strong>Marfim animais dessa raça, que têm vin<strong>do</strong> a demonstrar alguma capacidade de adaptação àscondições climáticas e de exploração das ilhas.No concernente a suínos, a raça local é de porte reduzi<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> ao facto de ter si<strong>do</strong>objecto de sucessivos cruzamentos “naturais” com raças importadas ao longo <strong>do</strong>s séculos,visan<strong>do</strong> incrementar a produção pecuária, através <strong>do</strong> aumento de efectivos.Diversas raças de galinhas são exploradas no país. Uma delas, a galinha de forro, éendémica, rústica e portanto adaptada às condições ecológicas <strong>do</strong> arquipélago. Ela distribui-sepor to<strong>do</strong> o território nacional, poden<strong>do</strong> ser observada ainda em raça pura em algumas zonasrurais, nomeadamente em luchans, não suceden<strong>do</strong> o mesmo nas dependências e sedes dasantigas empresas agro-pecuárias. Nestes locais, são visíveis os seus cruzamentos com raçasimportadas, quer introduzidas no passa<strong>do</strong> mais remoto pelos portugueses, quer no passa<strong>do</strong> maisrecente por avicultores industriais e projectos de desenvolvimento.Algumas raças importadas começam a adaptar-se às condições ecológicas, embora, porvezes, com alguns riscos sanitários e de mortalidade, que se prendem com a falta de alimentaçãoequilibrada. A maior parte delas tem si<strong>do</strong> importada de Portugal, sen<strong>do</strong> as poedeiras de linhagemLeghorn e as de carne derivadas de cruzamentos de Barred Plymouth Rock e Rhode Island Red.48


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEntretanto, segun<strong>do</strong> a FAO (1988), teriam si<strong>do</strong> introduzidas em 1986 reprodutoras de poedeirasda raça Hisex Bru.Com relação aos patos, os mesmos foram introduzi<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong> pelos portugueses,ten<strong>do</strong> posteriormente a extinta Empresa EMAVE importa<strong>do</strong>, de igual mo<strong>do</strong>, alguns efectivos deraça desconhecida (Pequim Barbarie). Entretanto, em matéria de raça local, mais rústica eadaptada ao clima e às condições ambientais <strong>do</strong> país, parece tratar-se <strong>do</strong> pato Barbarie, raçaactualmente explorada no Congo e que pertence à espécie Cairina moscata (Mmoko, 1993).A raça local ou seus cruzamentos são muito receptivos à epidemia da Pasteurolose(Colson, 1994) ten<strong>do</strong> entretanto Bonfim (2002) apura<strong>do</strong> em 1998 uma taxa de mortalidade naordem de 70 % ao nível das crias, como consequência de <strong>do</strong>ença viral devi<strong>do</strong> à falta de higiene,alimentação e abrigo apropria<strong>do</strong>s.No tocante aos perús, o efectivo existente actualmente é irrisório, o que demonstra que éuma espécie rara ao nível <strong>do</strong> país. A raça existente é desconhecida, assim como a sua origem.49


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPÍTULO III - A VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA3.1. O Valor Ecológico da Diversidade BiológicaO relevo fortemente acidenta<strong>do</strong> <strong>do</strong> centro-su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> arquipélago são-tomense impediua intervenção humana nesta região, favorecen<strong>do</strong> assim a conservação <strong>do</strong> maciço florestal denso ehúmi<strong>do</strong>, que é crucial para o sistema agrário <strong>do</strong> país, pelo seu papel fundamental sobre osdemais elementos <strong>do</strong> clima (regime das chuvas, direcção e velocidade <strong>do</strong>s ventos, humidaderelativa <strong>do</strong> ar e insolação), condicionan<strong>do</strong> assim a capacidade produtiva das culturas que fizeramdepois a história agrícola <strong>do</strong> país. Além disso, como outras florestas tropicais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, podemfuncionar como sumi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> dióxi<strong>do</strong> de carbono, contribuin<strong>do</strong> portanto na problemática demudanças climáticas a nível mundial.A cobertura florestal desempenha ainda outros papéis relevantes para a sociedade. Eladefende o solo contra as chuvas torrenciais, evitan<strong>do</strong> assim a erosão. Os detritos orgânicosresultantes da folhagem, ramas, cascas e frutos caí<strong>do</strong>s, na sua decomposição, produzem ohúmus, que aumenta a fertilidade natural <strong>do</strong> solo e melhora as suas características físicas.A flora <strong>do</strong> país é muito rica. Algumas essências florestais imponentes e majestosas, taiscomo o pau capitão e o safú <strong>do</strong> ôbô; a par da vegetação luxuriante, o verdadeiro manto deverdura que cobre por completo o território, tornam as ilhas encanta<strong>do</strong>ras.A integração da pecuária com a agricultura, nomeadamente pela fertilização natural <strong>do</strong> solocom o estrume (fezes, urina de animais e restos de palha), é utilizada pelos agricultores (hortícolas)com menos custo e protegen<strong>do</strong> o ambiente; ao contrário <strong>do</strong> fertilizante industrial, que traz consigoconsequências nocivas para o solo, para o ambiente (salinização <strong>do</strong>s solos pelo uso excessivo defertilizantes e outros fitofármacos) e para a saúde pública (a lixiviação <strong>do</strong> excesso de fertilizantespode atingir o manto freático e poluir as águas subterrâneas).Ainda não existem felizmente evidências capazes de provar essas duas situações em S. <strong>Tomé</strong> ePríncipe, pelo facto de ser bastante baixo o nível de utilização de fitofármacos pelos nossosagricultores e não se utilizar ainda as águas subterrâneas no abastecimento de água as populações.A importância da criação de espécies pecuárias na RDSTP não deveria restringir-se apenas aanimais confina<strong>do</strong>s em médias empresas, pois o esterco animal deveria ser igualmente utiliza<strong>do</strong> nasgrandes e médias explorações agrícolas. Por outro la<strong>do</strong>, depois de um estu<strong>do</strong> de viabilidade, o estercoanimal poderia ser utiliza<strong>do</strong> como fonte de energia e de iluminação, evitan<strong>do</strong>-se assim adesflorestação e os problemas ambientais e de saúde pública pela poluição <strong>do</strong>s cursos de água aoatravessarem zonas densamente povoadas.A diminuição da população de gatos na sua função de controlo biológico <strong>do</strong>s roe<strong>do</strong>res, devi<strong>do</strong>ao novo hábito de consumo da carne desse animal por algumas famílias, tem provoca<strong>do</strong> aumentoconsiderável da população de ratos, que causam grandes prejuízos às espécies frutíferas e hortícolas,assim como consideráveis perdas de produção <strong>do</strong> principal produto de exportação (ataques de ratos aocacauzal).3.1.2. Valores ecológicos da água e da agriculturaO maciço florestal denso e húmi<strong>do</strong> que cobre o centro montanhoso protege a baciahidrográfica <strong>do</strong>s rios mais importantes <strong>do</strong> país, contribuin<strong>do</strong> duma forma significativa para o50


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipeaprovisionamento das zonas densamente habitadas com água que é utilizada para o consumo<strong>do</strong>méstico, na rega e na produção de energia.S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe possui uma área agrícola de cerca de 40.000 ha (40,6 % da superfícienacional) que é atravessada pelos rios e cursos de água atrás referi<strong>do</strong>s. Estima-se que cerca de20% (2.240 Kw) da energia eléctrica consumida em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe seja de origem hídrica.Esta produção corresponde somente a 4 % <strong>do</strong> potencial hidroeléctrico disponível.A floresta de sombra, cobrin<strong>do</strong> terras relativamente declivosas (pendentes, muitas vezes,superiores a 25 %), assegura nelas condições edafo-climáticas excelentes para a silvicultura edeterminantes para a aptidão agrária <strong>do</strong>s cacauzais, cafezais e horticulturas das regiões baixas eplanas. As plantações de cacau e café (floresta de sombra) que se instalaram, já há mais de <strong>do</strong>isséculos na região baixa e plana e de melhor aptidão agrícola em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, gozam deprestígio internacional, por serem propícias à conservação de solos tropicais em condiçõesinsulares e pela longa durabilidade de algumas essências florestais.3.2. O Valor EconómicoEmbora com certos obstáculos, estima-se que o país produziu, no ano de 2000, cerca de700,4 t de carne; o que significa um consumo de carne per capita, de origem local, deaproximadamente 5 Kg/habitante. Embora o déficit de carne seja supera<strong>do</strong> através daimportação, o consumo de carne na RDSTP está muito longe da média estimada pela FAO paraos países em vias de desenvolvimento: 25,8 Kg/habitante (FAO, 1999). Existem no entantooutras fontes importantes de proteínas, como o pesca<strong>do</strong> e os ovos, cujo consumo anual se estima,respectivamente, em 24,5 Kg per capita e 0,86 Kg per capita.A principal razão da criação das espécies pecuárias é a venda e obtenção <strong>do</strong> dinheiro, queserve para comprar: alimentos, roupas, materiais escolares para os filhos, materiais para as festasde casamento, baptismo, Natal, Ano Novo e outras festas.A produção pecuária representou em 1993, 5,3% <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> país [Colson et al. (1994)].Recentemente, estima-se que a produção de carne e ovos, em preço corrente <strong>do</strong> ano de1999,contribuiu para o PIB com 211.500.000,00 Dobras, cerca de 26 mil USD (Direcção da Pecuária,1979) e em 2000 com 15 mil milhões de <strong>do</strong>bras, isto é, cerca de 2 milhões USD (ENPAB,Ecossistemas de Águas Interiores, 2002).Contu<strong>do</strong>, no nosso entender, o crescimento de produção da pecuária deve correspondersensivelmente ao crescimento da consciência <strong>do</strong>s produtores, <strong>do</strong>s profissionais e das instituiçõesacerca da conservação e utilização racional da biodiversidade zoogenética e <strong>do</strong> seu ecossistema.A floresta tem uma grande importância para a vida selvagem e constitui um preciosorecurso em termos de lenha e materiais de construção. O inventário florestal nacional sugere que,da<strong>do</strong> ao facto de os recursos de madeira nas ilhas serem superiores à procura local, seria possíveluma pequena exportação sustentável, por volta de 1.000 m3 por ano.As florestas são também utilizadas para a caça de subsistência (porcos e macacosselvagens e pombos indígenas). Nelas se procede igualmente à colheita de plantas medicinais e àextracção <strong>do</strong> mel. Ali existem várias espécies cultivadas de especiarias de grande valorcomercial. Nas áreas cultivadas, encontram-se árvores de fruto, culturas alimentares eindustriais.51


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeA estrutura económica de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe está actualmente muito dependente daprodução agrícola. A agricultura ainda é a principal actividade económica <strong>do</strong> país e o cacau, oprincipal produto de exportação. Dos 19,8 mil milhões de <strong>do</strong>bras das exportações, em 2000,mais de 18 mil milhões provêm <strong>do</strong> sector agrícola. Nesse mesmo ano, o sector agro-florestalcontribuiu com 21,8% <strong>do</strong> PIB.3.2.1. O Valor alimentarA política de desenvolvimento agro-alimentar deve inspirar-se nos sistemas de produçãoagrícola, recursos humanos, ecológicos e económicos. A segurança alimentar só se atingequan<strong>do</strong> houver a articulação de três elementos fundamentais: produção alimentar, estabilidadedas provisões ("stocks") e acesso aos alimentos, em suma, os 3 pilares fundamentais <strong>do</strong> conceitode segurança alimentar.A produção agro-alimentar é cada vez mais diversificada, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong>-se técnicas maisavançadas, a par da utilização de cultivos selecciona<strong>do</strong>s de maior produtividade. As culturasalimentares fornecem a maior parte <strong>do</strong>s alimentos de base, tais como a banana, matabala,mandioca, arroz, milho, legumes, fruta-pão, frutos, e outras. Contu<strong>do</strong>, o aumento demográfico ea crescente urbanização provocam novos problemas a <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, relativamente aosistema alimentar, ao uso das terras, água, florestas, fauna e flora nativas.• Recursos vegetais selvagensNas plantações recém-aban<strong>do</strong>nadas (floresta secundária nova), colhe-se a banana prata(regime de Musa paradisíaca v. sapientum), a matabala (tubérculo de Xanthosoma sagitifolium)e a fruta-pão (fruto de Artocarpus communis), que praticamente constituem a base alimentartradicional <strong>do</strong>s são-tomenses. A este grupo junta-se ainda o izaquente (fruto de Treculiaafricana), com o qual se prepara o prato <strong>do</strong> mesmo nome, servi<strong>do</strong> principalmente nas festaslocais.Os principais frutos colhi<strong>do</strong>s nestes ecossistemas são: a jaca (fruto de Artocarpusheterophylla), a cajamanga (fruto de Spondias cytherea), o safu (fruto de Dracryodes edulis) e amanga (fruto de Mangifera indica). Frutos como o sapo-sapo (fruto de Annona squamosa), aanona (fruto de Annona reticulata), o pêssego de S. <strong>Tomé</strong> (fruto de Chytranthus mannii), apitanga (fruto de Eugenia uniflora), a alfarroba (fruto de Ceratonia siliqua), o comichama (frutode Eugenia brasiliensis), são menos utiliza<strong>do</strong>s, talvez por serem menos abundantes. Em algunssítios da floresta de sombra, existem culturas de mandioca, inhame, milho e hortaliças.• Recursos vegetais cultiva<strong>do</strong>s (cereais, tubérculos, frutos, legumes, culturas industriais deexportação, plantas oleaginosas)No que diz respeito aos recursos vegetais cultiva<strong>do</strong>s, é importante ter em consideraçãoque os recursos aquáticos de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe constituem uma riqueza de capitalimportância para o país. O mesmo recebe das suas áreas totais cerca de 2,1 milhões de m³/km³,ou seja, 18.000 m³/pessoa (CISO,”AGROCOMPLECT”, 1982). Esses da<strong>do</strong>s são relativamentealtos, se compara<strong>do</strong>s com outras paragens: 12.000 m³ /pessoa, ao nível <strong>do</strong> continente africano,6.250 m³, da Ásia e 5.100 m3, da Europa.52


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEstá prevista a futura utilização <strong>do</strong>s recursos aquáticos para melhoria da industrializaçãoda agricultura, para o desenvolvimento da irrigação e de sistemas novos, relaciona<strong>do</strong>s com ocultivo de arroz, milho, cana-de-açúcar, culturas alimentares e de forragem, hortaliças, frutas,etc.• Recursos animais selvagensAs plantações aban<strong>do</strong>nadas há mais de 20 anos (floresta secundária velha) são habitatspredilectos <strong>do</strong>s macacos (Cercophitecus mona) e <strong>do</strong> porco de mato (Sus <strong>do</strong>mesticus,) que são osprincipais mamíferos fornece<strong>do</strong>res de carne silvestre que se consome em STP. Algumas espéciesde pássaros, como a rola (Columba malberbii), o pombo de mato (Columba thomensis), a cessa(Treron australis virescens), o curucuco (Streptopelia senegalensis), a muncanha (Aplopelialarvata simplex ou principalis) são muito caça<strong>do</strong>s e consumi<strong>do</strong>s como delícias. A estes pássarosjunta-se o guembú, um mamífero voa<strong>do</strong>r (morcego) (Myonycteris brachycephala) que é tambémcaça<strong>do</strong> pela sua carne bastante apreciada pela população.Desconhece-se até agora o exacto potencial <strong>do</strong>s recursos existentes ao nível das águasinteriores. Apesar da relativa diversidade da riqueza da fauna ictiológica <strong>do</strong>s rios e águasparadas, esses recursos são pouco aproveita<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> em conta, como já foi anteriormente dito,que é muito reduzi<strong>do</strong> o consumo de peixe de água <strong>do</strong>ce, mesmo nas localidades onde ele abunda.Por se tratar de ilhas com uma grande riqueza em peixes de água salgada, estes são preferi<strong>do</strong>s,em detrimento <strong>do</strong>s de água <strong>do</strong>ce.Contu<strong>do</strong>, algumas iniciativas de tentativa de piscicultura são projectadas. Mas sãosobretu<strong>do</strong> de capitalizar algumas iniciativas de cultura <strong>do</strong> camarão de água <strong>do</strong>ce, ten<strong>do</strong> em contaque se trata de espécies muito apreciadas pela população. Com efeito, a cultura <strong>do</strong> camarão, emparticular <strong>do</strong> género Macrobrachium, tem si<strong>do</strong> realizada pelo mun<strong>do</strong> fora com muito sucesso.Tratan<strong>do</strong>-se de uma espécie que abunda nos nossos rios e que é muito procurada, a sua culturapoderá tornar-se numa alternativa como actividade económica para o país.Rossignon 1999 cita na sua obra sobre a ecologia <strong>do</strong> camarão de água <strong>do</strong>ce de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>e Príncipe, alguns exemplos de cultura destas espécies para vários fins, nomedamente a pescatradicional e as culturas intensivas com mão-de-obra familiar no Sudeste Asiático, policulturascom carpas, mulets e tilápias, etc. O estu<strong>do</strong> foi efectua<strong>do</strong> com a espécie indígena de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> ePríncipe, o camarão branco (Macrobrachium zariquiery), e demonstrou que existem condiçõespara a realização com êxito da cultura desta espécie. No estu<strong>do</strong>, diversas experiências foramefectuadas, mas a que pareceu ser realizada com maior sucesso foi a cultura <strong>do</strong> camarão fora <strong>do</strong>seu meio natural.Outras iniciativas de cultura de espécies de água <strong>do</strong>ce foram propostas no quadro da “lutabiológica” contra o paludismo. Consiste na utilização de preda<strong>do</strong>res de larvas de mosquitogénero Anopheles, causa<strong>do</strong>res de paludismo, e que vivem nos pântanos e charcos, como umaalternativa para evitar a utilização de produtos químicos, nomeadamente <strong>do</strong> DDT, ten<strong>do</strong>particularmente em conta os efeitos negativos sobre a saúde humana. A ideia foi lançada para serdesenvolvida nos principais pântanos da cidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>, onde são mais sugnificativas astaxas de incidência da <strong>do</strong>ença. Todavia, os estu<strong>do</strong>s não demonstraram a viabilidade destapossibilidade. Vários factores de risco não foram contempla<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong>-se a sublinhar o facto deque, uma vez lança<strong>do</strong>s na água, o crescimento da população <strong>do</strong>s peixes nunca se verificou deforma significativa, devi<strong>do</strong> à acção <strong>do</strong> homem, nomeadamente <strong>do</strong>s garotos que faziam a suapesca a um ritmo superior ao <strong>do</strong> crescimento da sua população. Daí que a iniciativa tivesse si<strong>do</strong>progressivamente aban<strong>do</strong>nada. Um outro factor de desencorajamento da iniciativa talvez tivesse53


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipesi<strong>do</strong> o facto de os estu<strong>do</strong>s não terem demonstra<strong>do</strong> de forma concludente que os Anopheles eramprovenientes <strong>do</strong>s grandes pântanos, mas talvez de pequenos charcos, latas vazias perto das casase demais lixos deixa<strong>do</strong>s de forma negligente nos quintais.Existem algumas iniciativas de aquacultura de peixes, nomeadamente de tilápias,efectuadas em pequenas quantidades e em pequenos reservatórios com água, que se poderiaeventualmente encorajar a desenvolver, como forma de encontrar alternativas económicas debaixos custos, susceptíveis de minimizar a problemática da alimentação da população.• Recursos animais <strong>do</strong>mésticosPor se tratar de um ecossistema agro-silvo-pastoral, os recursos alimentícios da florestade sombra são enriqueci<strong>do</strong>s com a actividade pecuária (bovinos, suínos, caprinos, galináceos).3.2.2. O valor <strong>do</strong>s produtos lenhososO volume total de madeira comercial em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe estima-se em 11,5 + ou – 0,8milhões de metros cúbicos (incluin<strong>do</strong> as florestas primárias). Este capital em madeiras, reparti<strong>do</strong>por toda a superfície arborizada <strong>do</strong> país, dá uma média de 125 m³/ ha.Sen<strong>do</strong> o volume total (volume de toda a madeira duma árvore com diâmetro igual oumaior que 10 centímetros), em geral, 35 a 40 por cento maior <strong>do</strong> que o seu volume comercial,calcula-se para to<strong>do</strong> país 15.5 a 16.1 milhões de metros cúbicos de madeira total. Há recursos emmadeira disponíveis anualmente para uma exploração sustentada, os quais foram avalia<strong>do</strong>s em70 a 103 000 m³/ha de madeira re<strong>do</strong>nda com casca para as serrações e 43 a 65 000 m³/ha demadeira com casca para lenha (Interforest AB, 1990).É importante notar que, até ao presente, os produtos lenhosos são explora<strong>do</strong>s na ausênciade um plano de manejo, sem o suporte de um plano anual de corte, sen<strong>do</strong> que a exploraçãoinformal se torna cada vez mais <strong>do</strong>minante.3.2.3. O valor de energia da madeiraOs restos de produto vegetal (madeira) encontra<strong>do</strong>s na natureza são elementosenergéticos que fazem parte da reconstituição <strong>do</strong> solo, servin<strong>do</strong> assim como substracto para aincorporação de novas vidas vegetais e animais.3.2.4. O valor medicinal das plantas e das espécies animaisEm S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, os principais produtos medicinais da diversidade biológica são deorigem vegetal. <strong>São</strong> indicadas cerca de 300 espécies de plantas medicinais. As <strong>do</strong>enças de maiorincidência tratadas são: paludismo, diarreias/disenterias, <strong>do</strong>enças da pele, feridas,icterícia/hepatite, asma, gripes, diabetes, etc. Segun<strong>do</strong> Lopes Roseira (1984), a flora de <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e Príncipe é rica em plantas medicinais, cuja aplicação na indústria e na medicina naturalconstitui uma alternativa válida, relativamente às formulações químicas <strong>do</strong>s laboratóriosmultinacionais em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.54


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAs raízes, cascas, folhas e flores são utilizadas desde os tempos mais remotos para aconservação da saúde e cura de <strong>do</strong>enças. Essa prática é reconhecida universalmente comoimprescindível à vida <strong>do</strong>s povos e assim passou a ser atentamente seguida em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> porestudiosos e ervanários que, deste mo<strong>do</strong>, têm presta<strong>do</strong> altos e relevantes serviços à Humanidade.Sob o ponto de vista medicinal, destacam-se as seguintes espécies: a cata grande(Voacanga africana), o macambrará (Craterispermum montanum), o libô mucambú (Vernoniaamygdalina), o pau três (Allophylus africanus), a canafístula (Cassia fístula), a quina (Cinchonasp), a folha damina (Bryophyllum pinnatum), o milondó homem (Acri<strong>do</strong>carpus longifolium), oiobó (Mono<strong>do</strong>ra myristica), a maioba (Cassia ocidentalis), o micócó (Ocimum viridis), o stlofi(Momordica charantea) e tantas outras (Ver Tabela Anexo B-1).Ainda sob o ponto de vista medicinal, podem existir animais possuin<strong>do</strong> propriedadesmedicinais e que devem ser descobertos e identifica<strong>do</strong>s.3.2.5. O valor da utilização ornamental das plantas e animais selvagens decompanhia incluin<strong>do</strong> a exportação.<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe possui a mais rica flora de orquídeas da África (Carsten Bruhl,1993), a qual pode constituir uma das maiores sensações <strong>do</strong> ponto de vista da valorizaçãoornamental da flora são-tomense. Para além de orquídeas, salienta-se o valor ornamental:- das begónias, Begonia baccata, Begonia macambrarensis, Begonia thomeama,- das balsaminaceas, Impatiens buccinalis, Impatiens thomensis, Impatiens manteroana- <strong>do</strong> pau esteira (Pandanus thomensis)- <strong>do</strong>s fetos gigantes: Cyathea manniana e Cyathea welwitscii.Do ponto de vista ornamental, temos ainda a considerar as flores e as plantasornamentais. <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe possui condições edafo-climáticas apropriadas para odesenvolvimento de diversas espécies de importância comercial, como: as orquídeas, os antúrios,os gingers, as estrelícias e as helicônias.Os animais com valor ornamental são os papagaios (Psittacus erithacus) e os periquitos(Agapornis pullarius), que são comercializadas, chegan<strong>do</strong> a ser exporta<strong>do</strong>s tal como o macaco(Cercopithecus mona). Quanto às borboletas, há uma endêmica (Defulvata sp), que foi vista pelaúltima vez em 1926.3.2.6. O valor da biodiversidade no sector artesanalRegista-se actualmente um número cada vez mais crescente de homens e mulheres que sededicam a esta actividade em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe. O bambú (Bambusa vulgaris) é uma espéciemuito utilizada para confeccionar objectos artesanais, móveis, cobertura de casas, vedações, etc.Existe uma gama de plantas de grande valor artesanal, tais como: o coqueiro (Cocos nucifera), acedrela (Cedrela o<strong>do</strong>rata), o gôgô (Carapa procera), a amoreira (Milicia excelsa), entre outras.Dos ecossistemas florestais extrai-se as seguintes matérias-primas da diversidadebiológica para o artesanato:55


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Madeira, principalmente a de cedrela (Cedrela o<strong>do</strong>rata) e de ocá (Ceiba pentandra) paratalheres, esculturas e pirogas;- bambú (Bambusa vulgaris) para fabrico de móveis e diversos outros utensílios;- Folhas de palmeira (Elaeis guineesis) e de coqueiro (Cocus nucifera), das quais se obtéma “unha” para fabrico de cestos e sacas, “mussua”, “Klissaki”, “kissanda, vassoura, etc.;- Coco (fruto de Cocus nucifera), de que se obtém fibras e casco para fabrico de diversosobjectos (pulseiras, anéis, copos, brincos, cinzeiros, tapetes, etc.);- Folha de úlua (Borassus aeaethiopum) fornece material para fabrico de sacas de diversasformas;- “Corda” de bananeira (Musa spp.) é usada para confecção de quadros;- Folha seca de pau esteira (Pandanus thomensis), usa<strong>do</strong> para tecer esteira – uma das maisimportantes fontes de rendimento <strong>do</strong>s habitantes da zona sul (Angolares).3.2.7. O valor da biodiversidade ao nível <strong>do</strong> ecoturismo.Nos últimos 5 anos, o eco-turismo tem conheci<strong>do</strong> uma evolução ascendente em <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e Príncipe. Citamos aqui, como exemplo, apenas algumas referências de inquestionávelinteresse turístico.- O Pico de S.<strong>Tomé</strong>, a 2024 m de altitude;- Várias quedas de água, sen<strong>do</strong> as mais importantes as Cascatas de <strong>São</strong> Nicolau, deBombaim e de Blú-blú;- As elevações como Pico Maria Fernandes, Cão Grande e Cão Pequeno;- Exuberantes e densas vegetações da floresta primária de altitude e da floresta secundáriabem como a sua flora e avifauna endêmicas;- Encostas cobertas de vegetações verdes, expostas em diversas vertentes;- As plantações de cacau e de café, estruturadas em parcelas delimitadas por caminhosagrícolas; no seu interior, gigantescas árvores, autênticos monumentos testemunhan<strong>do</strong> asflorestas húmidas de baixa altitude (0 – 800 m) que cedera lugar às culturas;- Diversidade cultural (e mesmo étnica) constituída pelos descendentes <strong>do</strong>s antigosescravos e trabalha<strong>do</strong>res força<strong>do</strong>s trazi<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> colonial das costas daÁfrica Central, da Guiné, de Moçambique, de Angola e de Cabo Verde.Esta actividade económica está actualmente subutilizada e não conta com uma gestão daoferta organizada, hierarquizada e muito menos integrada. Os sítios de maior potencialidade parao desenvolvimento <strong>do</strong> eco-turismo apresentam as seguintes limitações:- Os caminhos agrícolas e/ou de pé posto estão em mau esta<strong>do</strong>, intransitáveis oudesapareceram;- É quase inexistente uma correcta sinalização ao longo <strong>do</strong>s caminhos, sítios e outros;- A maioria <strong>do</strong>s potenciais sítios naturais carece de infra-estruturas de informaçãoambiental (letreiros, painéis, etc.);- Não existe uma inventariação, hierarquização e publicação <strong>do</strong>s recursos;- Baixo nível de formação <strong>do</strong> capital humano para a prestação de serviços.O trabalho de manutenção <strong>do</strong>s circuitos de visão no parque d’ôbô é extremamenteimportante. Esses circuitos bem assinala<strong>do</strong>s dão acesso a paisagens e biótopos varia<strong>do</strong>s. Ospequenos grupos de observa<strong>do</strong>res de aves poderão circular sem o risco de as perturbar. Torna-senecessário formar os guias ecológicos nas áreas de ornitologia e botânica e o conhecimento <strong>do</strong>meio deverá ser o mais eleva<strong>do</strong> possível.56


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeA exposição permanente de fotografias, reproduções de aves e espécies botânicasendémicas, assim como de informações antigas e recentes através de curta-metragem, vídeos,fotocópias, etc..., deverão estar presentes na casa-museu <strong>do</strong> Parque. A apicultura, floricultura,helicicultura, colecção de borboletas e outros insectos são actividades que constituem atracção<strong>do</strong>s visitantes.Em suma, há que valorizar os actuais elementos de interesse para to<strong>do</strong> o curioso em gerale, sobretu<strong>do</strong>, para o turista estudioso da Zoologia, da Botânica e de outras Ciências da Natureza.3.3. O valor cultural da biodiversidadeSob o ponto de vista cultural, muitas espécies vegetais são utilizadas para a fabricação deinstrumentos musicais que são utiliza<strong>do</strong>s pelos grupos culturais, folclóricos, orquestras, gruposmusicais, etc. Nos ecossistemas florestais de STP existem alguns sítios que são utiliza<strong>do</strong>s parasatisfazer as necessidades supersticiosas e religiosas da população, <strong>do</strong>s quais se destacam ascascatas de San Nicolau, de Bombaim, Bu<strong>do</strong> Bachana e Bu<strong>do</strong> Mucerro e os morros Muquinqui.Muitas espécies animais e vegetais destes ecossistemas são utiliza<strong>do</strong>s pelos compositorese cantores e pintores, como nos casos da(o):• Lagaia: para fazer menção a um homem muito discreto;• Flóli cani<strong>do</strong>, rosa bilanza e safu: para se referir a mulheres bonitas.No símbolo <strong>do</strong> país estão o falcão (Milvus migrans), que representa a ilha de S.<strong>Tomé</strong> e opapagaio (Psittacus erithacus), que representa a ilha <strong>do</strong> Príncipe.Há ainda a coruja (Tito alba thomensis), o fanaliche (Otus hartlaubi), as serpentes, gatose outros, animais utiliza<strong>do</strong>s pelos bruxos e curandeiros nos seus Djambis e demais actosanimistas.3.4. Acesso aos Recursos Biológicos e Partilha EquitativaTem-se regista<strong>do</strong> na última década uma valorização progressiva <strong>do</strong>s recursos dabiodiversidade em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe. Mas não é ainda satisfatório o seu efeito multiplica<strong>do</strong>r nosoutros ramos da economia nacional e em gerar emprego a nível nacional, devi<strong>do</strong> àpre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sector informal e à escassez de inversão e financiamento.Os ecossistemas agrícolas desempenham um papel muito importante na economia <strong>do</strong> paíse fornecem recursos essenciais sob a forma de madeira, lenha, culturas alimentares,medicamentos, plantas ornamentais, materiais para artesanato, culturas de exportação, plantastêxteis e outras.As florestas naturais das ilhas possuem riquíssimas flora e fauna endémicas, com valorcientífico e de conservação excepcionais, pelo que a problemática <strong>do</strong> acesso aos recursosbiológicos e partilha equitativa assumem uma importância fundamental em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> ePríncipe.3.4.1. Sobre o Plano NacionalA capacidade das instituições em fiscalizar e controlar a exploração e /ou protecção <strong>do</strong>srecursos silvo-biológicos, viabilizan<strong>do</strong> portanto a entrada de maiores recursos no Tesouro57


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePublico, está inibida pela escassez de quadros competentes, pela insuficiência de equipamentostécnicos e pela ineficácia de instrumentos jurídicos.O impacto <strong>do</strong>s textos legislativos na regulamentação socio-económico da exploração <strong>do</strong>srecursos biológicos é muito baixo, por um la<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> a não publicação de alguns e, por outro,por causa da não criação de órgãos de execução e de mecanismos de controlo e seguimentopropostos nos textos já em vigor.Não existem mecanismos nacionais de acesso e distribuição equitativa <strong>do</strong>s benefíciosresultantes da utilização durável <strong>do</strong>s recursos. Recomenda-se as Instituições Tutelares de Gestão<strong>do</strong>s Recursos de contactarem o GEF e as ONG’S Internacionais de mo<strong>do</strong> a fornecerem aassistência técnica e financeira para a elaboração de normas legais que permitam a aplicaçãodeste objectivo.Os da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s no Inventário Florestal deveriam servir de base para:- Elaboração de um plano de utilização e conservação florestal;- Execução de ensaios sobre a introdução de espécies de árvores de rápi<strong>do</strong> crescimentopara combustível e outros fins quotidianos;- Elaboração de estu<strong>do</strong>s sobre a factibilidade de grandes empresas agrícolas para criaremsuas próprias plantações, destinadas a satisfazer a própria procura de combustível, tantopara uso <strong>do</strong>méstico como para os seca<strong>do</strong>res industriais;- Constituição <strong>do</strong> serviço nacional de florestas;- Avaliação da legislação proposta pela FAO (Leite-Fisher, 1985) para o controle e aadministração florestal e apresentá-la ao Governo para estu<strong>do</strong>, aprovação e promulgação;- Elaboração da legislação para a protecção das zonas de floresta húmida primaria (ôbô), afim de serem protegidas por lei como reserva ecológica;- Conservação das árvores de sombra sejam mantidas e se implemente a replantação deessenciais florestais abatidas ou outras, nas plantações de cacau;- Produção de legislação específica para prevenir potenciais problemas de contaminaçãoambiental (p. ex.: aplicação <strong>do</strong>s pesticidas e outros fitofármacos nas plantações, entreoutros casos a determinar).- Produção de estu<strong>do</strong>s para análise <strong>do</strong>s efeitos <strong>do</strong>s pesticidas sobre a dinâmicapopulacional de espécies de aves endémicas.3.4.2. Sobre o plano InternacionalDentre as acções empreendidas com o apoio <strong>do</strong>s parceiros internacionais, destacam-se o“Projecto de Elaboração da Política Agrária e Florestal (APOFA-GTZ) ”, financia<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>Alemão, o projecto conjunto PNUD/PENUMA, relativo às “Instituições e Legislação Ambientalem África”, financia<strong>do</strong> pelas referidas agências, o PNADD – Plano Nacional <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> parao Desenvolvimento Durável, financia<strong>do</strong> pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento, o projecto “ECOFAC” – Conservação e Utilização Racional <strong>do</strong>sEcossistemas Florestais d’África Central, financia<strong>do</strong> pela União Europeia, o programa“PNAPAF” – Programa Nacional de Apoio e Promoção da Agricultura Familiar, financia<strong>do</strong> peloFIDA e o projecto de Luta Contra Pobreza, financia<strong>do</strong> pelo PNUD.A relação com o exterior, no âmbito <strong>do</strong> comércio de produtos da biodiversidade, é<strong>do</strong>minada por actividades informais. De referir os macacos (Cercopithecus mona), o papagaio(Psittacus erithacus) e, por vezes, o periquito (Agapornis pullarius), que são comercializa<strong>do</strong>silegalmente para serem leva<strong>do</strong>s para Portugal e outras paragens da Europa.58


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAs instituições ambientais e as ONG’s devem desenvolver acções de sensibilização quefavoreçam a tomada de posições pela Assembleia Nacional, no senti<strong>do</strong> de aligeirar o processo deratificação das convenções:Actualmente, o intercâmbio de recursos biológicos de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe com outrospaíses e instituições internacionais depende de acções pontuais de alguns projectos agrícolasrelativos à importação de sementes de cacau, café, palmeira, hortícolas, no quadro <strong>do</strong> programade reabilitação das Empresas Agrícolas Sta. Margarida, U. Bu<strong>do</strong>, B. Vista, Monte Café,EMOLVE, Projecto de Desenvolvimento Hortícola da China Taiwan. O CIAT, como centro deinvestigação, tem recebi<strong>do</strong> materiais vegetais para ensaios (cacau, café, mandioca).O Projecto de Desenvolvimento da Pimenta importou estacas de pimenta paramultiplicação e distribuição aos agricultores. Relativamente ao comércio, tem havi<strong>do</strong> importaçãode batata, cebola, maçã, pêra e uva. A loja PNAPAF e comerciantes priva<strong>do</strong>s importamsementes hortícolas para venda aos agricultores. Alguns comerciantes priva<strong>do</strong>s vêm exploran<strong>do</strong>o circuito <strong>do</strong> comércio regional através <strong>do</strong> envio de coco e matabala para Angola e Gabãorespectivamente, bem como de flores para Portugal.CAPÍTULO IV - PRESSÕES E AMEAÇAS SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA EOS SEUS RECURSOSApesar de os problemas ambientais em S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe ainda não serem, de mo<strong>do</strong>geral, muito graves, em comparação com muitos outros países <strong>do</strong> Continente, a componentebiodiversidade é a que mais preocupa as autoridades nacionais.O país possui ainda uma reserva considerável de floresta primária e uma floresta secundária dealta qualidade em formação. No entanto, no decurso <strong>do</strong> processo de desenvolvimento económico<strong>do</strong> país, determinadas práticas, associadas a políticas não muito bem equacionadas, têm esta<strong>do</strong> aameaçar e a exercer uma grande pressão sobre a biodiversidade.No quadro a seguir, podem encontrar-se as grandes ameaças que pairam sobre osdiversos ecossistemas estuda<strong>do</strong>s, as causas directas e indirectas das mesmas, assim como os seusefeitos sobre a biodiversidade:Ameaças Causas Directas Causas Indirectas EfeitosI. EcossistemaCosteiro e MarinhoI.1. Aumento <strong>do</strong>fenómeno erosivonas zonas costeiras• Extracçãointensiva de areiasna praia para aindústria deconstrução civil• Falta demateriaisalternativospara a indústriade construçãocivil• Aumento <strong>do</strong>nível dapobreza dapopulação• Forte erosãocosteira e aconsequentedestruição deinfraestruturaseconómicassituadas nolitoral, taiscomo,estradas,passeios,pontes, etc.• Destruiçãodas praias degrande59


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAmeaças Causas Directas Causas Indirectas Efeitospotencialidadeturística• Destruiçãodas áreas dereproduçãodas tartarugasmarinhas• Destruição deimportantesbancos decorais,incluin<strong>do</strong>algumasespéciesendémicas <strong>do</strong>Golfo daGuinéI.2. Redução <strong>do</strong>sRecursos HaliêuticosNacionais• Utilização de redescom dimensãoinadequada nasactividades depesca• Falta deprocessamentoadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>selementos da faunaacompanhantecaptura<strong>do</strong>s• Utilização degranadas para acaptura de pesca<strong>do</strong>• Lavagem depetroleiros no altomar e condução deresíduospetrolíferos para asáreas costeiras• Descarga <strong>do</strong>sresíduospetrolíferos daEmpresa de Água eElectricidade juntoà foz <strong>do</strong> Rio ÁguaGrande• Falta defiscalização dasactividades depesca levadas acabo nas águasterritoriais, noâmbito <strong>do</strong>sacor<strong>do</strong>s de pescaassina<strong>do</strong>s comos parceiros decooperaçãointernacional• Inexistência debarcos deacompanhamento• Aumento dapobreza, faceao incremento<strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>pesca<strong>do</strong>II. Ecossistema deÁguas InterioresII.1. Poluição <strong>do</strong>sRios e Ribeiras• Lavagem <strong>do</strong>sutensíliosconten<strong>do</strong> restos deprodutos químicosutiliza<strong>do</strong>s naagricultura, nosrios e ribeiras• Lavagem demosquiteirosimpregna<strong>do</strong>s comprodutos químicosnos rios e ribeiras• Uso indevi<strong>do</strong> deprodutos químicos• Falta deconhecimento,quanto aocorrectomanuseamentode produtosquímicos naagricultura• Combate aoPaludismo• Perda <strong>do</strong>srecursosbiológicosaquáticos• Poluição <strong>do</strong>slençóisfreáticos comprodutostóxicos, comconsequênciasnegativassobre a saúdehumana esobre a60


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAmeaças Causas Directas Causas Indirectas Efeitosprodutos químicos(sulfato de cobre),para a captura decrustáceosIII. EcossistemaFlorestalbiodiversida-• deIII.1. Degradação dasáreas <strong>do</strong> ParqueNaturalIII.2. Degradação dasflorestas• Usurpação dasáreas <strong>do</strong> parquenatural pelosagricultores• Corte de espéciesameaçadas• Corteindiscrimina<strong>do</strong> deárvores• Queimadas• Falta deaplicação da leique cria oParque Natural(Ôbô)• Falta de umPlano de Gestãodas áreas <strong>do</strong>Parque• Fiscalizaçãodeficiente dasáreas <strong>do</strong> Parque• Falta deintegração dascomunidadesque residem nosarre<strong>do</strong>res <strong>do</strong>Parque na gestão<strong>do</strong> mesmo• Falta defiscalização nasparcelasagrícolasdistribuídas paraa população• Falta de meiosfinanceiros porparte <strong>do</strong>sagricultores• Falta de umapolítica dereflorestação• Não observânciada Lei Florestal• Ameaça edestruição dasespéciesendémicas• Modificação eperda <strong>do</strong>shabitats devárias espéciestantofaunísticascomoflorísticas• Destruição deespéciescomercialmentevaliosas• Aumento daerosão <strong>do</strong>ssolos nointerior <strong>do</strong> país• Perda defertilidade <strong>do</strong>ssolosAmeaças Causas Directas Causas Indirectas EfeitosIII.3. Degradação dasituação das espéciesanimais ameaçadas ouem perigo• Caçadescontrolada• Aumento dacaptura ecomercializaçãoclandestina depapagaio e dastartarugas marinhas• Falta depublicação eaplicação <strong>do</strong>regulamentosobre a caça• Falta da lei queregulamenta asespéciesameaçadas e/ouem perigo• Falta deaprovação eaplicação <strong>do</strong>regulamentosobre tartarugasmarinhas• Redução <strong>do</strong>número deefectivosdalgumasespécies deaves no ilhéuTinhosas• Redução <strong>do</strong>número deefectivosdalgumasespécies deavesendémicas, taiscomo a cessa eo pombo demato61


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeAmeaças Causas Directas Causas Indirectas Efeitos• Falta deaplicação aonível nacional daCITES• Diminuição denúmero deefectivos depapagaios• Dificuldadescada vezmaiores para areproduçãonatural dastartarugasmarinhamAmeaças Causas Directas Causas Indirectas EfeitosEcossistemaIV.AgrárioIV.1. Degradação daszonas agro-ecológicas• Pressão sobre osrecursos florestaisnas áreas deflorestasprodutivas,designadamente, ocorte intensivo demadeira de boaqualidade• Introduçãodescontrolada deespéciesimportadas <strong>do</strong>exterior• Desenvolvimentode culturashortícolas em áreasde pendentesacentuadas• Diminuição daárea desombreamentopara oscacaueiros• Controledeficiente naentrada dematerialvegetalproveniente <strong>do</strong>exterior• Pressão sobreas terras, comoresulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>crescimentodemográfico• Introdução depragas quepõem emperigo asespéciesexistentes,como é ocaso dasviroses, queafectamactualmenteas culturas dapimenteira e<strong>do</strong> tomateiro• Erosão eperda defertilidade<strong>do</strong>s solos• Destruição dacoberturavegetal62


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPÍTULO V - QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL5.1. Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Quadro Legal Existente na Generalidade5.1.1. Em matéria de Recursos Biológicos e sua Divisão EquitativaNo plano nacional, a Constituição da República Democrática de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipeprevê que to<strong>do</strong>s têm direito à habitação e a um ambiente de vida humana e o dever de o defender(art. 48º p.1º), e, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>, o direito à protecção da saúde e o dever de a defender (art. 49ºp. 1º), caben<strong>do</strong> ao Esta<strong>do</strong> a responsabilidade de programar e executar uma política de habitaçãoinserida em planos de ordenamento <strong>do</strong> território (art. 48º p.2º). No espírito da Constituição, todasas demais Leis Ambientais contêm normas que prevêem o acesso das populações aos recursosnaturais, permitin<strong>do</strong> às mesmas utilizar esses recursos para o desenvolvimento económico esocial sustentável, contribuin<strong>do</strong> para a aquisição de meios financeiros dirigi<strong>do</strong>s à luta contra apobreza, à conservação da Biodiversidade, assim como à protecção <strong>do</strong>s recursos biológicos.No plano internacional e à luz da Convenção das Nações Unidas Sobre o ComércioInternacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção - CITES, S.<strong>Tomé</strong>e Príncipe poderá beneficiar de assistência, em termos de recursos financeiros suplementares,proporcionada pelos Países mais desenvolvi<strong>do</strong>s, para a implementação <strong>do</strong>s objectivosconsagra<strong>do</strong>s naquele instrumento legal de interesse comum, através da cooperação bilateral e/oumultilateral. Ainda no quadro das disposições previstas na CITES, S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe poderáigualmente beneficiar de outras vantagens, incluin<strong>do</strong> o recurso ao crédito, uma vez cumpri<strong>do</strong>s osrequisitos e formalidades correspondentes.5.1.2. Em matéria de Meios de Conservação da Biodiversidade5.1.2.1. Legislação nacional em detalhes5.1.2.1.1. Aprovada e publicada após a independência- Lei Base <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> ( Lei nº 10/99 ), publicada no Diário da República nº 15, 5º Suplemento,de 31 de Dezembro, com destaque para os seus artigos 5º, sobre o Princípio <strong>do</strong> respeito pelacapacidade de carga <strong>do</strong>s ecossistemas, 16º, sobre os Objectivos e Medidas, 20º, sobre aConservação da Natureza, 23º, sobre a Diversidade Biológica e 29º, sobre a Água.- Lei da Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas ( Lei nº 11/99 ), publicada no Diário daRepública nº 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, que visa a conservação <strong>do</strong>s Ecossistemasao nível da Fauna e da Flora, assim como das Áreas Protegidas, enquanto património nacional eda humanidade, preconizan<strong>do</strong> a sua utilização social e económica durável, através <strong>do</strong>estabelecimento de listas de espécies a serem conservadas e da classificação de áreas <strong>do</strong>território nacional, vocacionadas para a conservação <strong>do</strong> habitat e da biodiversidade.- Lei nº3/91, de 31 de Julho, publicada no Diário da República n.º 21 de 31 de Julho, queestabelece o regime da Propriedade Fundiária, identifican<strong>do</strong> os terrenos <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público epriva<strong>do</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e estabelecen<strong>do</strong> o regime de distribuição e utilização de terras. À luz destaLei, os terrenos <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> são os correspondentes ao leito <strong>do</strong>s rios e das63


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipeáguas marítimas, os das ilhotas e mouchões forma<strong>do</strong>s junto à costa, os das áreas reservadas aobjectivos militares e paramilitares e os ocupa<strong>do</strong>s por estradas, caminhos públicos, portos eaeroportos. Entretanto, <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio priva<strong>do</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> são aqueles em que se encontramimplanta<strong>do</strong>s edifícios públicos; os das explorações agrícolas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, os que tenham si<strong>do</strong>objecto de nacionalização, os vagos ou desocupa<strong>do</strong>s e to<strong>do</strong>s os demais cujos proprietários nãosejam entidades privadas.- Lei Florestal, que no futuro virá colmatar muitas das lacunas actualmente existentes, preven<strong>do</strong>diversos mecanismos destina<strong>do</strong>s a assegurar o ordenamento florestal, assim como a fiscalizaçãoe o funcionamento das actividades relacionadas com a gestão florestal.- Decreto-lei sobre Parques Nacionais Ôbôs de S.<strong>Tomé</strong> e <strong>do</strong> Príncipe, que estatuirá sobre asáreas de preservação permanente, como é o caso <strong>do</strong>s Parques Nacionais, consideran<strong>do</strong> ointeresse científico, botânico e ornitológico das florestas, sua função socio-económica naprodução, na regulação <strong>do</strong>s cursos da água, na protecção <strong>do</strong>s mananciais hídricos e napreservação da vida silvestre e conservação da biodiversidade.- Decreto-Lei nº 63/81, de 31 de Dezembro, publica<strong>do</strong> no Diário da República, que estabelece asnormas jurídicas necessárias à protecção, exploração e gestão <strong>do</strong>s recursos marinhos da ZEE, aque se refere o Decreto-Lei nº15/78, de 16 de Junho. Entretanto, algumas alterações ao mesmoDecreto-Lei de Dezembro de 1981 são introduzidas pelo Decreto-lei nº2/84, de 6 de Dezembro,que, por sua vez, também procede à actualização das taxas a aplicar por concessão de licença edas multas, em caso de infracção.- Decreto-Lei nº 51/91, de 7 de Novembro, publica<strong>do</strong> no Diário da República n.º25 de 7 deNovembro, que define as regras de utilização e fixa os princípios gerais e critérios dedistribuição das terras que integram o <strong>do</strong>mínio priva<strong>do</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e destinadas a fins agrícolas.- Decreto-Lei nº 59/93, publica<strong>do</strong> no Diário da República, que aprova o Regulamento Provisóriopara a Utilização das Florestas.- Decreto nº 35/99, de Novembro de 1999, publica<strong>do</strong> no Diário da República, que aprova oRegulamento sobre a Extracção de Inertes, definin<strong>do</strong> a areia, o calhau, o calcário e o recife comorecursos naturais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e fixan<strong>do</strong> por conseguinte as condições para a permissão da suaextracção em todas as zonas costeiras e rios da RDSTP.- Decreto n.º 36/99, publica<strong>do</strong> no Diário da República n.º 12, de 30 de Novembro, que lança asbases de um sistema de registo obrigatório de resíduos e define competências eresponsabilidades, relativamente à gestão <strong>do</strong>s mesmos.- Decreto n.º 37/99, publica<strong>do</strong> no Diário da República n.º12, de 30 de Novembro, que aprova oRegulamento sobre o Processo de Avaliação <strong>do</strong> Impacto Ambiental.- Despacho nº 1/GMAP/996, de 19/01/99, que interdita o corte de árvores em to<strong>do</strong> o territórionacional.- Aviso da Direcção de Pecuária, de 02/01/87, que fixa limites para a saída de pombos epapagaios <strong>do</strong> País.64


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe5.1.2.1.2. Do perío<strong>do</strong> colonial, mas ainda em vigor- Decreto-Lei 39.931, de 24 de Novembro de 1954, que estabelece o regime das matas e terrenossubmeti<strong>do</strong>s ao regime florestal.- Decreto 682, de 23 de Julho de 1914, que aprova o Regulamento de protecção de árvores.- Decreto 18.604, de 12 de Julho de 1930, que proíbe o abate de amoreiras.- Decreto 40.040, de 20 de Janeiro de 1955, sobre os recursos florestais, conten<strong>do</strong> normas quevisam a protecção da Fauna e da Flora.- Portaria nº 1457, de 7 de Agosto de 1950, que aprova o Regulamento da Capitania <strong>do</strong>s Portosde S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe, à qual é atribuída competência para fiscalizar as actividades de pesca,com estatuto de Polícia Marítima, com base na acção <strong>do</strong>s Chefes de Praia, cujas atribuiçõesficam ali igualmente estabelecidas. Ten<strong>do</strong> em conta o contexto actual, esta Portaria encontra-seum tanto ou quanto desactualizada, carecen<strong>do</strong> portanto de determinadas adaptações e acertos,designadamente no tocante à repartição de competências entre a Direcção das Pescas e aCapitania <strong>do</strong>s Portos, face aos novos mecanismos de organização e gestão <strong>do</strong> processo dedesenvolvimento social e económico ao nível nacional e de integração, tanto regional, comomundial.- Artigos 464º e 476 <strong>do</strong> Código Penal, que punem, respectivamente, o crime de fogo posto emflorestas e a destruição de árvores frutíferas e não só.5.1.2.1.3 Aprovada e ainda não publicada- Lei das Pescas e <strong>Ambiente</strong> Aquático, que se propõe instituir mecanismos susceptíveis deassegurar a gestão racional <strong>do</strong>s recursos halieúticos marinhos, favorecen<strong>do</strong> o processo derenovação das reservas, ten<strong>do</strong> em vista as necessidades das gerações vin<strong>do</strong>uras.- Decreto-Lei sobre o Fun<strong>do</strong> de Fomento Florestal.- Regulamento da Caça.- Decreto-Lei sobre a Conservação das Tartarugas Marinhas.5.1.2.2. Legislação internacional em detalhes5.1.2.2.1 Convenções já ratificadas e publicadas- Convenção das Nações Unidas sobre o Direito <strong>do</strong> Mar (Montego Bay, 1982), publicada noDiário da República.Objectivos principais: Criar uma ordem jurídica completa e nova para os mares e oceanos e, <strong>do</strong>ponto de vista <strong>do</strong> meio, estabelecer as regras concretas concernentes às normas ambientais,assim como das disposições de aplicação relativas à poluição <strong>do</strong> meio marinho.65


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio de Janeiro, 1992), publicada no Diário daRepública nº 17/1998, de 30 de Maio.Objectivos principais: Conservar a diversidade biológica, promover a utilização durável <strong>do</strong>s seuselementos e promover uma distribuição equitativa das vantagens decorrentes da utilização <strong>do</strong>srecursos.- Convenção Quadro sobre as Mudanças Climáticas (Rio de Janeiro, 1992), publicada noDiário da República nº 17/1998, de 30 de Maio.Objectivos principais: Controlar os níveis de emissão para a atmosfera de gases com efeito deestufa, a fim de prevenir toda a alteração climática, que poderá ser grave para o desenvolvimentoeconómico sustentável ou comprometer o futuro da humanidade.- Convenção sobre o Combate à Desertificação nos Países afecta<strong>do</strong>s por seca grave e/oudesertificação, particularmente em África, (Paris, 1994), publicada no Diário da República nº17/1998, de 30 de Maio.5.1.2.2.2 Convenções em que o país aderiu- Convenção para a Protecção da Camada de Ozono (Viena, 1985), em 19/11/2001.- Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que empobrecem a Camada de Ozono(Montreal, 1987), assim como todas as suas emendas: Londres, Montreal, Copenhaga eBeiging, em, em 19/11/2001.- Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens,Ameaçadas de Extinção - CITES, (Washington 1973), recentemente.- Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias Pertencentes à FaunaSelvagem ( Bona, 1979 ), em Outubro de 2001.- Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assina<strong>do</strong> por <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e Príncipe em Abril de 2002.- Convenção que cria a União Internacional para a Conservação da Natureza e <strong>do</strong>sRecursos Naturais - UICN, de Fontainebleau, 1948, aderiu em 2004.5.1.2.2.3 Cuja adesão e ratificação se recomenda:- Convenção Africana para a Conservação da Natureza e <strong>do</strong>s Recursos Naturais (Argel 1968).- Convenção Internacional para a Protecção das Aves, de Paris, 1950.- Convenção Internacional para a Protecção <strong>do</strong>s Vegetais, de Paris, 1951.- Convenção sobre a Pesca e a Conservação <strong>do</strong>s Recursos Biológicos <strong>do</strong> Alto Mar, de Genebra,1958.66


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Convenção Internacional para a Prevenção da Contaminação das Águas <strong>do</strong> Mar porHidrocarbonetos, de Londres, 1954 e suas emendas de 1962, 1969 e 1971.- Convenção Internacional para a Conservação <strong>do</strong> Atum <strong>do</strong> Atlântico, de Rio <strong>do</strong> Janeiro, 1966.- Convenção Internacional sobre a Responsabilidade por Danos Causa<strong>do</strong>s por Contaminação dasÁguas <strong>do</strong> Mar por Hidrocarbonetos, de Bruxelas, 1969.- Convenção Internacional sobre a Constituição <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Internacional para Indemnização deDanos Causa<strong>do</strong>s pela Contaminação de Hidrocarbonetos, de Bruxelas, 1971.- Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat deAves Aquáticas - RAMSAR, de 1971.- Protocolo à Convenção RAMSAR, de Paris, 1982.- Convenção que cria a União Internacional para a Conservação da Natureza e <strong>do</strong>s RecursosNaturais - UICN, de Fontainebleau, 1948.- Memoran<strong>do</strong> <strong>do</strong> Acor<strong>do</strong> de Abidjan, sobre as Medidas de Conservação para as TartarugasMarinhas da Costa Atlântica de África, de Paris, 1994.- Acor<strong>do</strong> África-Europa-Ásia, sobre Aves Aquáticas Migratórias.- Convenção de Basileia sobre o Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e suaEliminação, de Basileia 1997.- Convenção sobre a Preparação, a Luta e a Cooperação em Matéria de Poluição porHidrocarbonetos - OPRC, de Abidjan, 1991.5.1.3. Problemas de que enferma o actual Quadro LegalVários são ainda os problemas de que enferma o actual quadro legal da RDSTP emmatéria ambiental e de protecção e conservação da biodiversidade, <strong>do</strong>s quais se podem salientaros seguintes:- Não reconhecimento das normas tradicionais;- Ineficácia e inadaptabilidade de algumas normas a<strong>do</strong>ptadas;- Insuficiência de mecanismos de aplicação;- Significativo grau de desconhecimento das leis postas em vigor e da sua importância,com particular destaque para o caso das normas de âmbito sectorial ou especial;- Insuficiência quantitativa e sobretu<strong>do</strong> qualitativa <strong>do</strong>s recursos humanos envolvi<strong>do</strong>s naaplicação e correcta observância das normas vigentes;- Alguma indefinição, derivada provavelmente da falta de determinação e suficientecoragem política da parte <strong>do</strong>s competentes Órgãos de decisão.67


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Morosidade no processo de aprovação e publicação de novos diplomas, cuja urgência seafigura inquestionável e falta de regulamentação de outros, que assim o exigem;- Conhecimento insuficiente <strong>do</strong>s recursos naturais a proteger mediante normas jurídicas;- Insuficiência e incapacidade de gestão <strong>do</strong>s conhecimentos jurídicos adquiri<strong>do</strong>s e/oudisponíveis.5.2. Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Quadro Institucional na GeneralidadeA responsabilidade pela coordenação e orientação de toda a política nacional de gestãoda Biodiversidade recai essencialmente sob a alçada de <strong>do</strong>is ministérios, a saber: O Ministériodas Obras Públicas, Infra-Estruturas, Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong> e o Ministério daAgricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.5.2.1. Principais Instituições Implicadas5.2.1.1. Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Meio <strong>Ambiente</strong>Este é o organismo da Administração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que tem por objectivo coordenare executar a política <strong>do</strong> Governo no âmbito <strong>do</strong>s recursos naturais, energia e ambiente. Para oefeito, integram-no os seguintes Órgãos e Serviços, cuja acção tem a ver directamente com aproblemática da protecção e preservação <strong>do</strong> ambiente e da biodiversidade:- O <strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>, que é o órgão com atribuições de coordenação das acçõesambientais <strong>do</strong> País, bem como executar a política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nesta matéria.- Direcção <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Energia, que é o sector incumbi<strong>do</strong> de promoverestu<strong>do</strong>s e a inventariação <strong>do</strong>s recursos naturais e energéticos disponíveis, bem comopreparar e apresentar propostas e sugestões, tanto para o melhor aproveitamento dessesrecursos, como para a sua gestão mais racional e durável.- O Instituto de Meteorologia, que é a entidade <strong>do</strong>tada de autonomia administrativa efinanceira, sob tutela <strong>do</strong> Ministro e a quem incumbe dirigir, coordenar e executar ostrabalhos, estu<strong>do</strong>s, recolha e processamento das informações meteorológicasindispensáveis à navegação aérea e marítima, bem como à agricultura e à pesca, aoaproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos e às mais diversas actividades económicas ecientíficas.- A Empresa de Água e Electricidade – EMAE, que é o sector responsável pela gestãonacional da água e <strong>do</strong> sistema de abastecimento de energia eléctrica.5.2.1.2. Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e PescasEste é o organismo da Administração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que tem por função dirigir eexecutar a política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em matéria de agricultura, pecuária, floresta, pesca, caça edesenvolvimento rural, integran<strong>do</strong> para o efeito os seguintes Órgãos e Serviços:68


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe- A Direcção de Planeamento Agrícola, como sector central incumbi<strong>do</strong> de promover aelaboração de estu<strong>do</strong>s e pareceres necessários à definição da política geral <strong>do</strong> Ministério,com base nos respectivos objectivos, planos de actividade e avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s;- A Direcção de Pecuária, que é o serviço encarregue de promover acções nos <strong>do</strong>mínios dadefesa sanitária <strong>do</strong>s animais, da higiene pública e veterinária, bem como de elaborarnormas orienta<strong>do</strong>ras e fornecer aos serviços regionais o apoio técnico necessário aofomento da produção animal e melhoramento zootécnico das espécies;- A Direcção das Florestas, que é o Órgão encarregue de dirigir e executar a política <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>, nos <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> ordenamento, protecção e conservação das florestas, fomento <strong>do</strong>património florestal, silvícola, cinegético e agrícola, bem como garantir o correspondenteapoio técnico e a coordenação das acções, ao nível local e regional;- O CIAT (Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica);- A Direcção das Pescas, que é o Órgão responsável pela execução da política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>no <strong>do</strong>mínio das pescas, formação e verificação <strong>do</strong> pessoal marítimo, formulação,homologação e implementação de normas respeitantes à pesca, visan<strong>do</strong> uma maiorprodução para o abastecimento interno e a promoção <strong>do</strong> excedente para a exportação,competin<strong>do</strong>-lhe ainda prestar colaboração a outros organismos de fiscalização das frotaspesqueiras nas águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe;- O Programa de Conservação e Utilização Racional <strong>do</strong>s Ecossistemas Florestais da ÁfricaCentral - ECOFAC, financia<strong>do</strong> pela União Europeia, e que visa apoiar o estabelecimentode um Serviço Florestal Nacional eficaz e competente, para a gestão integrada <strong>do</strong>srecursos florestais, preservan<strong>do</strong> de forma sustentada o património que presentemente anatureza oferece;- A Direcção da Agricultura e Desenvolvimento Rural, serviço encarregue de promover orelançamento da actividade agrícola, visan<strong>do</strong> o aumento da produção e a melhoria econtrolo da qualidade <strong>do</strong>s produtos e de a<strong>do</strong>ptar normas que permitam conciliar odesenvolvimento agrícola no <strong>do</strong>mínio da protecção de plantas, <strong>do</strong> meio ambiente, dabiodiversidade e <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res.5.2.2. Outros Organismos Implica<strong>do</strong>sPara além <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is organismos acima referencia<strong>do</strong>s, de conteú<strong>do</strong> reitor em matéria deambiente e biodiversidade, outros há que, ao nível da Administração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, tambémde forma mais ou menos directa exercem alguma acção em tais áreas, como a seguir se indica:MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, INFRAESTRUTURAS E ORDENAMENTO DOTERRITÓRIOEste é o organismo da Administração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que tem por objectivo coordenare executar a política <strong>do</strong> Governo no âmbito das obras públicas e construção civil, transportes ecomunicações, habitação e ordenamento <strong>do</strong> território e integra:- A Direcção <strong>do</strong>s Serviços Geográficos e Cadastrais, que é o sector encarregue de executare assegurar a correcta aplicação da política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em matéria da geodesia, cadastro,ordenamento <strong>do</strong> território e <strong>do</strong> ambiente;69


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeMINISTÉRIO DA SAÚDE, o organismo da Administração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong> dedirigir, executar e controlar a política <strong>do</strong> Governo no que concerne à saúde da População, àMulher e à Família, garantin<strong>do</strong> assim o cumprimento das normas constitucionais fixas sobre oambiente. Este Ministério integra:- A Direcção da Saúde Pública, o sector ministerial incumbi<strong>do</strong> de assegurar a saúde e ahigiene da população e <strong>do</strong> ambiente.MINISTÉRIO DO PLANEAMENTO E FINANÇAS, o organismo da Administração <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong> da execução e gestão da política <strong>do</strong> Governo em matéria <strong>do</strong> OrçamentoGeral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Este Ministério integra:- As Direcções <strong>do</strong> Orçamento e <strong>do</strong> Tesouro e Património, órgãos incumbi<strong>do</strong>s daarrecadação de receitas, execução orçamental, aquisição e alienação <strong>do</strong> património estatale outros;- A Direcção das Alfândegas, sector responsável pelo controlo de entradas e saídas deprodutos e espécies animais ou vegetais proibi<strong>do</strong>s.MINISTÉRIO DO COMÉRCIO, INDÚSTRIA E TURISMO, organismo da AdministraçãoCentral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong> de dirigir e executar a política <strong>do</strong> Governo em matéria <strong>do</strong>comércio, turismo e hotelaria, visan<strong>do</strong> a criação de incentivos com vista à atracção <strong>do</strong>s turistas,pela preservação e conservação da beleza ambiental de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe.MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO, organismo daAdministração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong> de dirigir e executar a política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong>Governo em matéria de relações exteriores e de cooperação, sen<strong>do</strong> também responsável peloseguimento das Convenções e demais instrumentos jurídicos internacionais.MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, REFORMA DO ESTADO E ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA, organismo da Administração Central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong> de dirigir e executar apolítica <strong>do</strong> Governo em matéria de criação de condições favoráveis à realização da justiça, àreforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, à administração pública, à formação <strong>do</strong> corpo delito e à reinserção social <strong>do</strong>spresidiários após o cumprimento das penas.MINISTÉRIO DA DEFESA E ORDEM INTERNA, organismo da Administração Central <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> encarrega<strong>do</strong>, através da sua componente militar e policial, de dirigir a política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>e <strong>do</strong> Governo em matéria da manutenção da paz e da ordem pública. É ainda responsável pelafiscalização da Zona Económica Exclusiva e <strong>do</strong> mar territorial de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe, através daGuarda Costeira.PODER LOCAL é composto pela Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe e pelas Autarquias Locais,regen<strong>do</strong>-se por Estatutos próprios.Para a materialização de acções de gestão e conservação da Biodiversidade, sãoresponsabilizadas as Direcções de Planeamento Agrícola, de Agricultura e DesenvolvimentoRural, da Pecuária, das Florestas, das Pescas e O ECOFAC.70


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProblemas Liga<strong>do</strong>s às InstituiçõesA disparidade das institucionais ligadas à gestão e conservação da Biodiversidadeoriginam a existência <strong>do</strong>s seguintes problemas: falta de harmonização e de coordenação entre asdiversas Instituições e Direcções encarregues pela gestão da Biodiversidade, falta de recursoshumanos capacita<strong>do</strong>s, falta de meios materiais e financeiros e falta de equipamentos diversos.OUTROS PROBLEMAS- Descoordenação entre as estruturas institucionais ambientais, resultante da diversidade<strong>do</strong>s Ecossistemas face à orgânica <strong>do</strong> Governo;- Falta duma estrutura financeira própria, institucionalizada, para o Sector Biodiversidade;- Inexistência duma política financeira governamental sobre a Biodiversidade, reflectidano Orçamento Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;- Incapacidade de fazer aplicar as leis pelos Serviços, ou de exigir a sua aplicação;- Fraca capacidade de fazer cumprir os preceitua<strong>do</strong>s legais para a conservação e utilização<strong>do</strong>s recursos provenientes <strong>do</strong>s ecossistemas;- Incapacidade <strong>do</strong> Aparelho judiciário na aplicação das leis e na punição <strong>do</strong>s infractores.- Dificuldade das ONGs e da Sociedade Civil de proceder à denúncia das infracçõesdecorridas.71


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeSEGUNDA PARTEPLANO DE ACÇÃO DA BIODIVERSIDADE72


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPÍTULO VI. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DE CONSERVAÇÃO DADIVERSIDADE BIOLÓGICAA fim de estabelecer uma perspectiva que transcenda os actuais horizontes <strong>do</strong> quotidianoe, deste mo<strong>do</strong>, fixar objectivos a uma certa distância no futuro, de forma a ter em conta o reforçodas capacidades e o aumento <strong>do</strong>s esforços, S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe enunciou e explicitou uma visãoglobal para a conservação da diversidade biológica. Trata-se de:Até 2025, S.T.P. deverá reforçar as capacidades institucionais e humanas e promover odesenvolvimento económico diversifica<strong>do</strong>, particularmente os recursos petrolíferos, quedeverão jogar um papel positivo e indispensável na conservação da biodiversidade,contribuin<strong>do</strong> assim na luta contra a pobreza.Para apoiar essa visão, a estratégia apresenta igualmente acções que correspondem aostrês objectivos fundamentais da Convenção sobre a Diversidade Biológica:• Conservação da diversidade biológica em to<strong>do</strong>s os níveis (genes, espécies eecossistemas);• Utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos;• Partilha justa e equitativa das vantagens geradas pela utilização <strong>do</strong>s recursos.Uma hierarquização de cada um <strong>do</strong>s objectivos acima cita<strong>do</strong>s deu lugar a sub-objectivosseguintes:Para a conservação da diversidade biológica, os sub-objectivos são:• Reforço da conservação in situ;• Reforço da conservação ex situ;Para a utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos, o sub-objectivo é:• A valorização da biodiversidade;Para a partilha justa e equitativa das vantagens que decorrem da utilização <strong>do</strong>s recursosbiológicos, os sub-objectivos são:• O reforço <strong>do</strong> quadro institucional e legal;• A criação de mecanismos de acesso e de partilha justa e equitativa <strong>do</strong>s recursosbiológicos ao nível nacional e internacional.Cinco eixos estratégicos são toma<strong>do</strong>s em consideração. Trata-se de conjuntos de meiosfinsque foram identifica<strong>do</strong>s na hierarquia <strong>do</strong>s objectivos. Esses conjuntos constituem asdiferentes formas de intervenção que serão implementadas para resolver os problemas,identifica<strong>do</strong>s no momento <strong>do</strong> Diagnóstico da Situação, analisa<strong>do</strong>s e reconfirma<strong>do</strong>s, de formaparticipativa, no Atelier Nacional de Validação. Esses eixos estratégicos são:• A conservação <strong>do</strong> ecossistema marinho e costeiro;• A conservação <strong>do</strong> ecossistema de águas interiores;• A conservação <strong>do</strong> ecossistema florestal;73


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe• A conservação <strong>do</strong> ecossistema agrário;• O reforço <strong>do</strong> quadro institucional e legal, que funcionará, neste caso, como elementotransversal.Sem descurar o horizonte temporal fixa<strong>do</strong>, em termos estratégicos, até ao ano 2025, aduração das medidas e projectos preconiza<strong>do</strong>s, no âmbito de cada um <strong>do</strong>s eixos estratégicosacima referi<strong>do</strong>s, não ultrapassará 5 anos, atenden<strong>do</strong> aos imperativos de uma acção práticadevidamente enquadrada no tempo e sujeita aos condicionalismos, tanto em termos definanciamento, como em matéria de previsibilidade segura, ao tratar-se de uma problemática tãocomplexa e dinâmica como é a da biodiversidade e a sua evolução.Os Planos de Acção (ANEXOS B) que se apresentam, contemplam portanto medidas eactividades de carácter preliminar, que deverão naturalmente encontrar continuidade em acçõessubsequentes, em estreita dependência das condições de organização e de financiamento queoportunamente se vierem a proporcionar.6.1. Eixo Estratégico para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Costeiro eMarinhoJUSTIFICAÇÃO:• A vulnerabilidade e a fragilidade das áreas costeiras impõem a necessidade de uma utilizaçãoadequada <strong>do</strong> seu espaço, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se tornam cada dia mais visíveis os efeitosnegativos da pressão humana, tanto sobre o espaço físico, como sobre os recursos naturaisnele existentes. A ocupação desordenada das áreas costeiras e a utilização em mo<strong>do</strong> nãosustentável <strong>do</strong>s recursos ali existentes aceleram o processo erosivo nessas áreas, assim comoa degradação da componente biológica <strong>do</strong>s seus ecossistemas. Exemplo dessa degradação é-nos da<strong>do</strong> pela forma como são caçadas tartarugas marinhas e colhi<strong>do</strong>s os seus ovos, paraalém da destruição das suas áreas de reprodução, provocada pela exploração desregrada deareia nas praias.• Apesar de já ter havi<strong>do</strong> acções anteriores visan<strong>do</strong> a protecção dessas espécies, as mesmascontinuam a ser caçadas de forma indiscriminada. Neste senti<strong>do</strong>, a a<strong>do</strong>pção de um Plano deordenamento <strong>do</strong> território <strong>do</strong>tará o País de meios e mecanismos capazes de disciplinar aocupação desses espaços, assim como a gestão sustentável <strong>do</strong>s recursos neles disponíveis.• A fragilidade das acções de fiscalização e de seguimento das actividades pesqueiras nosmares santomenses tem permiti<strong>do</strong> a captura de várias espécies de forma descontrolada,pon<strong>do</strong> em causa a própria existência das mesmas. A falta de controlo sobre as unidadespesqueiras, sobretu<strong>do</strong> no que diz respeito ao tipo de artefactos utiliza<strong>do</strong>s, tem facilita<strong>do</strong>particularmente a captura de pesca<strong>do</strong> de tamanho fora <strong>do</strong> convencional, levan<strong>do</strong> assim a suautilização não sustentável.• A exploração desregrada <strong>do</strong>s recursos haliêuticos repercute-se economicamente, de formadirecta, sobre a população, ao promover, por um la<strong>do</strong>, a redução <strong>do</strong>s seus rendimentos e, poroutro, o aumento <strong>do</strong>s preços de compra.• Apesar da existência de uma lei sobre a pesca, a falta de meios para fazer a fiscalização e oseguimento das actividades piscatórias na ZEE santomense tem origina<strong>do</strong> a degradação <strong>do</strong>srecursos haliêuticos e uma exploração irracional da biodiversidade marinha. Torna-se porisso necessário reforçar tanto os meios regulamentares como os materiais de fiscalização,com vista a permitir que os referi<strong>do</strong>s recursos sejam explora<strong>do</strong>s de forma sustentável.• A falta de conhecimentos sobre as características <strong>do</strong>s recursos haliêuticos nacionais vemimpedin<strong>do</strong> entretanto a a<strong>do</strong>pção de uma política de gestão sustentável desses recursos e74


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipeacelera a sua degradação. A conservação da biodiversidade marinha e <strong>do</strong>s seus ecossistemaspressupõe o conhecimento científico das suas componentes, que sirva de base a to<strong>do</strong> oprocesso de planificação, organização e coordenação global das acções a serem levadas acabo, neste caso, com a participação activa e responsável de to<strong>do</strong>s os actores implica<strong>do</strong>s.Objectivo fundamental: A conservação da diversidade biológica costeira e marinhaSub-objectivo nº 1: O reforço da conservação “in situ”, que compreende as seguintesacções:1. Ordenamento Espacial da Zona Costeira e Gestão Sustentável <strong>do</strong>s seus Recursos;2. Sensibilização das populações que residem nas zonas costeiras;3. Monitorização das acções de protecção e conservação de áreas costeiras.Sub-objectivo nº 2: O reforço da conservação “ex situ”, no qual se inscrevem asseguintes acções:1. Criação de um Parque Marinho Nacional;2. Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Recursos Haliêuticos marinhos;3. Gestão Sustentável da Zona Económica Exclusiva Santomense;4. Protecção das Tartarugas Marinhas.Sub-objectivo nº 3: O reforço <strong>do</strong> quadro institucional, através de:1. Reforço de acções intersectoriais das diversas instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no <strong>do</strong>mínioda conservação e gestão sustentável <strong>do</strong> ecossistema Marinho e CosteiroObs: As principais acções para a materialização destes objectivos estão contidas nos anexos A-16.2. Eixo Estratégico para a conservação <strong>do</strong> Ecossistema de ÁguasInterioresJUSTIFICAÇÃO:• S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe dispõe de uma rede hidrográfica relativamente densa, caracterizada pelairregularidade <strong>do</strong> regime e das características <strong>do</strong>s vários cursos de água que a compõem. É àvolta dessa rede hidrográfica que surgem ecossistemas húmi<strong>do</strong>s, onde se destaca uma ricadiversidade biológica com muitas espécies, tanto de fauna como de flora, algumas delasendémicas, para além de apresentarem paisagens de beleza ímpar.• Entretanto e apesar da sua importância, nenhuma zona húmida ao nível nacional estáclassificada como área protegida, não obstante essa riqueza em matéria de biodiversidade.Antes pelo contrário, algumas actividades de carácter económico tendem a pôr em perigo osecossistemas aquáticos, ameaçan<strong>do</strong> de forma preocupante os recursos biológicos nelesexistentes.• A falta de conhecimentos sobre as características <strong>do</strong>s recursos biológicos das águas interioresimpede, por outro la<strong>do</strong>, a a<strong>do</strong>pção de uma política de gestão sustentável desses recursos,tendente à sua valorização e promoção.75


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe• A sociedade só ficaria neste caso a ganhar se se inventariasse e avaliasse o meio aquático, demo<strong>do</strong> a identificar os ecossistemas e respectivas componentes, o que permitiria aumentar osconhecimentos sobre os recursos de águas <strong>do</strong>ces e, consequentemente, tomar medidas maisadequadas à sua conservação, valorização e utilização sustentada.Objectivo fundamental: A conservação da diversidade biológica <strong>do</strong> Ecossistema deÁguas InterioresSub-objectivo nº 1:seguintes acções:O reforço da conservação “in situ”, que contará com as1. Conservação da Diversidade Biológica e <strong>do</strong>s Recursos Biológicos das ÁguasInteriores;2. Elaboração de Estu<strong>do</strong>s sobre a Fauna das Águas Interiores;3. Elaboração <strong>do</strong> Plano de Gestão das Áreas Pantanosas;4. Criação de áreas Protegidas nos Ecossistemas Húmi<strong>do</strong>s.Sub-objectivo nº 2: O reforço <strong>do</strong> quadro institucional, cuja acção será:1. Reforço de acções intersectoriais das diversas instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no <strong>do</strong>míniode conservação e gestão sustentável das águas interioresObs: As principais acções para a materialização destes objectivos estão conti<strong>do</strong>s nos anexos A-276


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe6.3. Eixo Estratégico para a conservação <strong>do</strong> Ecossistema FlorestalJUSTIFICAÇÃO• As florestas santomenses encontram-se ameaçadas, devi<strong>do</strong> à exploração descontrolada a queas mesmas estão sujeitas. Mesmo as áreas de vocação florestal permanente são muitas vezesafectadas pelas queimadas desencadeadas de forma descontrolada, assim como pelo abateindiscrimina<strong>do</strong> de árvores.• Com a aplicação da política de privatização das terras agrícolas e a entrega de consideráveisextensões de terra aos pequenos e médios agricultores, estes utilizam as árvores existentesnas suas parcelas como recurso financeiro imediato para a solução <strong>do</strong>s seus problemaseconómicos, como ocorre, por exemplo, no corte extensivo das árvores. Este fenómeno, paraalém de tender a diminuir de forma drástica as espécies de madeira de alto valor comercial,acelera a erosão <strong>do</strong>s solos, a destruição <strong>do</strong>s habitats de faunas, a degradação das baciashidrográficas, a redução <strong>do</strong> regime de chuvas e a deterioração da qualidade de vida dapopulação rural, comprometen<strong>do</strong> desta forma as perspectivas de desenvolvimento.• Sen<strong>do</strong> as florestas um recurso renovável, elas podem ser geridas de forma sustentável,compatível com a protecção <strong>do</strong> ambiente. Para o efeito, necessário se torna que medidasurgentes sejam tomadas, de mo<strong>do</strong> a conservar os referi<strong>do</strong>s recursos e dar ao público umamelhor percepção <strong>do</strong> valor das florestas.• A população que vive no meio rural, nomeadamente nas zonas periféricas às áreasprotegidas, não possui meios económicos capazes de a libertar da necessidade de exercerpressão sobre os recursos naturais disponíveis nas áreas protegidas. Ao não possuirem outrasalternativas, os seus membros dedicam-se nomeadamente à caça, à agricultura e à exploraçãode madeira, utilizan<strong>do</strong> para o efeito técnicas inadequadas e particularmente incompatíveiscom o estatuto das áreas em causa.• A gestão moderna das áreas protegidas deve necessariamente incluir a participação dapopulação local, de forma a garantir-se a utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicosdisponíveis, assim como a distribuição mais equitativa <strong>do</strong>s benefícios daí resultantes.• A própria paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeitocombina<strong>do</strong> da erosão <strong>do</strong>s solos, da exploração florestal anárquica, da redução <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>sde pousio, <strong>do</strong> cultivo em terras frágeis, particularmente as sensíveis à erosão, e daconsequente redução da fertilidade.• Ora, a perfeita recuperação da cobertura vegetal implica levar a cabo acções de reflorestaçãoem grande escala, segun<strong>do</strong> programas realistas e devidamente fasea<strong>do</strong>s, que não descurementretanto as reais necessidades em matéria de segurança alimentar e o desenvolvimento deoutras culturas, nomeadamente para a exportação. Sabe-se entretanto que um programa derepovoamento florestal torna-se sempre algo longo e bastante dispendioso, pelo que éessencial a adesão das populações aos objectivos <strong>do</strong> programa, sobretu<strong>do</strong> daquelas maispróximas das zonas degradadas, como forma de se obter resulta<strong>do</strong>s satisfatórios e garantir asua perenidade.• Uma acção de particular relevância no senti<strong>do</strong> da conservação e gestão sustentável dasflorestas, consiste na criação <strong>do</strong> Arboreto, que irá constituir um passo importante no <strong>do</strong>mínioda investigação e <strong>do</strong> conhecimento científico sobre as espécies arbóreas, nomeadamente emmatéria de características ecológicas <strong>do</strong>s biótopos, da biologia sistemática <strong>do</strong>s grupostaxonómicos, da biotecnologia apropriada e <strong>do</strong> valor sócio-económico de cada uma dasespécies.• Ten<strong>do</strong> em conta a importância das espécies endémicas e/ou indígenas para o ecossistemaflorestal santomense, impõe-se ao país a necessidade de medidas urgentes e vigorosas,77


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipevisan<strong>do</strong> a sua protecção e conservação, pelo que se torna premente identificá-las, localizálas,caracterizá-las e classificá-las devidamente, de mo<strong>do</strong> a dedicar-lhes a atenção adequada,ten<strong>do</strong> em vista garantir a sua perenidade.• Os sectores não dispõem actualmente de qualquer informação fiável sobre a distribuição e oefectivo de espécies de animais selvagens em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe. A forte pressão exercidasobre os mesmos e a falta <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s limitam a eficácia de to<strong>do</strong>s os exercíciosdestina<strong>do</strong>s a conservar ou a fazer a gestão sustentável desses recursos.• As espécies selvagens são caçadas no país durante to<strong>do</strong> o ano, não se respeitan<strong>do</strong> o seu ciclonatural de vida e de reprodução. O inventário será feito em estreita colaboração com ascomunidades locais e, em particular, com os caça<strong>do</strong>res, o que irá permitir não só obter osda<strong>do</strong>s para uma melhor conservação destas espécies, mas também a avaliação e valorização<strong>do</strong>s produtos da caça.• O Jardim Botânico e o Herbário, localiza<strong>do</strong>s na zona de Bom Sucesso, deveriam constituir oprincipal laboratório de investigação na área da Botânica santomense.• A reduzida superfície atribuída aos mesmos tende a limitar a introdução de novas espécies,de entre as quais algumas endémicas, que devem merecer uma atenção especial. Daí anecessidade de ampliação ora preconizada.• A cultura santomense, baseada nos conhecimentos tradicionais, já teve um carácter bastanteprotector, dan<strong>do</strong> uma importância particular ao ambiente e valorizan<strong>do</strong> os ecossistemas.• A população é conhece<strong>do</strong>ra de importantes conhecimentos liga<strong>do</strong>s à prática de conservação<strong>do</strong>s ecossistemas, da flora e da fauna, valorizan<strong>do</strong> não só os seus aspectos económicos, mastambém os sociais e culturais. Os recursos tais como a água, o solo, a fauna, a flora e outrospodem ser geri<strong>do</strong>s de forma colectiva, associan<strong>do</strong> os conhecimentos científicos aosconhecimentos tradicionais, de forma a permitir que a sua utilização seja feita de formasustentável, para servir tanto as actuais gerações como as futuras.• O acesso aos conhecimentos tradicionais reveste-se de grande interesse para a conservaçãoda biodiversidade e a utilização sustentável <strong>do</strong>s seus recursos. É determinante que seja feitoum levantamento destes conhecimentos e técnicas tradicionais, de mo<strong>do</strong> a que os mesmossejam associa<strong>do</strong>s aos conhecimentos e técnicas modernas, envolven<strong>do</strong>-se as comunidadeslocais na defesa e gestão sustentável <strong>do</strong>s seus recursos.78


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeObjectivo fundamental: A Conservação da Diversidade Biológica <strong>do</strong> EcossistemaFlorestalSub-objectivo nº 1:seguintes acções:O reforço da conservação “in situ”, que contará com as1. Sensibilização das populações que residem nos arre<strong>do</strong>res das áreasprotegidas;2. Monitorização das acções de protecção e conservação de áreas protegidas;3. Perenização de políticas coerentes e de financiamentos para as áreasprotegidas.Sub-objectivo nº 2: O reforço da conservação “ex situ”, que integrará as seguintesacções:1. Criação de um Arboretum;2. Alargamento e enriquecimento <strong>do</strong> actual Jardim Botânico e <strong>do</strong> Herbarium;3. Criação de um banco de sementes de espécies endémicas e indígenas;4. Repovoamento florestal de áreas degradadas.Sub-objectivo nº 3: A valorização da biodiversidade <strong>do</strong> Ecossistema Florestal,através das seguintes acções:1. Estu<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s com a Sistemática das espécies mal exploradas;2. Vulgarização de técnicas apropriadas para o aproveitamento de plantas com finsmedicinais;3. Cultivo e utilização sustentável de plantas medicinais;4. Monitorização de actividades relacionadas com a caça de espécies endémicas;5. Protecção de áreas de reprodução e de nidificação de espécies endémicas;6. Gestão adequada de espécies arbóreas de valor comercial;7. Estruturação e operacionalização <strong>do</strong> ecoturismo;8. Estu<strong>do</strong> das espécies ornamentais e sua valorização;9. Estu<strong>do</strong> de espécies utilizadas na confecção <strong>do</strong> artesanato e sua multiplicação;10. Elaboração de um program IEC relativo à protecção da fauna e da flora.Obs: As principais acções para a materialização destes objectivos estão conti<strong>do</strong>s nos anexos A-379


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe6.4. Eixo Estratégico para a conservação <strong>do</strong> Ecossistema Agrário.JUSTIFICAÇÃO• Os ecossistemas agrários constituem um mosaico bastante diversifica<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Natural,reserva<strong>do</strong> fundamentalmente para a agricultura e a pecuária, <strong>do</strong>nde uma parte importante dapopulação obtém o seu rendimento, que se converte assim na base fundamental de lutacontra a pobreza. A tendência actual em S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe vai no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>desenvolvimento da cultura de espécies melhoradas, em detrimento de culturas tradicionais,o que origina uma certa erosão genética e o desaparecimento <strong>do</strong> saber tradicional liga<strong>do</strong> aessas culturas.• A agricultura santomense está baseada num universo rico de variedades, tanto de espéciesvegetais, como frutícolas, que têm grande influência na vida da população. A introdução nãomuito criteriosa de variedades melhoradas, que têm substituí<strong>do</strong> em parte variedades locais etradicionais, tende no entanto a relegar para segun<strong>do</strong> plano a investigação na área dasvariedades locais, normalmente mais resistentes a determinadas pragas, mas que se vêemhoje gravemente ameaçadas pelo fenómeno da erosão genética, apesar dessa reconhecidaresistência e <strong>do</strong> seu eleva<strong>do</strong> valor alimentar.• Também as espécies frutícolas espontâneas constituem uma fonte importante de alimentaçãopara toda a população, particularmente a que reside no meio rural. No entanto, o seuaproveitamento não tem si<strong>do</strong> o melhor, devi<strong>do</strong> à falta de conhecimentos sobre o seu valor eas características <strong>do</strong> seu ciclo biológico. De igual mo<strong>do</strong>, paira sobre as mesmas a ameaça dedesaparição, devi<strong>do</strong> ao eleva<strong>do</strong> grau de vulnerabilidade das áreas onde as mesmas sedesenvolvem.• Para a exploração sustentável <strong>do</strong> património vegetal local torna-se necessário constituirolecções de referência das diferentes espécies exploradas na agricultura. A sociedade sóficará pois a ganhar com a inventariação e avaliação <strong>do</strong> potencial <strong>do</strong> ecossistema agrário, demo<strong>do</strong> a identificar as espécies em perigo e a<strong>do</strong>ptar medidas adequadas para a suaconservação e utilização sustentável, em benefício das gerações presentes e futuras.• Face ao rápi<strong>do</strong> desenvolvimento científico e tecnológico que se vem registan<strong>do</strong> em matériade produção agropecuária ao nível mundial, impõe-se ao país a necessidade de investirfortemente no <strong>do</strong>mínio da investigação agrária, sobretu<strong>do</strong> na sua vertente animal, de mo<strong>do</strong> aprocurar alcançar uma proximidade cada vez maior em relação aos parâmetrosinternacionalmente recomendáveis.• Tal necessidade torna-se ainda mais premente quan<strong>do</strong> a limitação <strong>do</strong> espaço territorialnacional e a exiguidade das áreas aptas para a produção agropecuária dificultam cada vezmais a satisfação das necessidades básicas de uma população que cresce a um ritmo aindabastante significativo.• A criação <strong>do</strong> Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Pecuário constituiria assim um passoparticularmente importante, no <strong>do</strong>mínio da investigação e <strong>do</strong> conhecimento científico sobreas espécies pecuárias existentes no país, uma vez que permitiria obter informações maisdetalhadas e precisas sobre as características genéticas e morfológicas das mesmas. Ao nível<strong>do</strong> Centro, poder-se-iam investigar, para além dessas características, a biologia sistemática<strong>do</strong>s grupos taxonómicos, a biotecnologia apropriada, assim como o valor sócio-económicode cada uma das espécies, permitin<strong>do</strong> desse mo<strong>do</strong> a gestão sustentável <strong>do</strong>s recursos e apromoção de actividades gera<strong>do</strong>ras de rendimentos para a população.• Também a esse nível, uma atenção especial estaria orientada naturalmente para a pesquisa ea investigação, com vista à protecção e valorização das espécies rústicas, como elemento deprimordial interesse no âmbito <strong>do</strong> património animal <strong>do</strong> país.80


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeObjectivo fundamental: A conservação da diversidade biológica <strong>do</strong> EcossistemaAgrárioSub-objectivo nº 1: O reforço da conservação “in situ” de espécies vegetais, atravésdas seguintes acções:1. Constituição de uma colecção nacional de espécies frutíferas espontâneas,com vista à sua conservação e utilização sustentável;2. Preservação de forma controlada de espécies no seu habitat natural einformatização <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s;3. Inventário das variedades em vias de extinção;4. Informação, Educação e Comunicação (IEC), dirigida a quadros técnicos eagricultores, no <strong>do</strong>mínio da conservação da biodiversidade e da gestãosustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos.Sub-objectivo nº 2: O reforço da conservação “ex situ” de espécies vegetais, atravésdas seguintes acções:1. Enriquecimento de campos de germoplasma vegetal, pela contribuição de genesprovenientes <strong>do</strong> estrangeiro e de outras variedades locais.Sub-objectivo nº 3: A valorização da biodiversidade vegetal, que integrará as acçõesque se seguem:1. A<strong>do</strong>pção de um programa de luta anti-erosiva e implantação de culturasalimentares em zonas apropriadas;2. Fomento da produção biológica <strong>do</strong> cacau e de outros produtos agrícolas deexportação;3. Promoção das culturas alimentares e frutícolas, com vista a garantir a segurançaalimentar;4. Desenvolvimento das potencialidades existentes das plantas ornamentais,incluin<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>;Promoção de centros de pesquisa, destina<strong>do</strong>s a aprofundar as investigações sobreméto<strong>do</strong>s de luta biológica contra pragas e <strong>do</strong>enças;Sub-objectivo nº 4: O reforço da conservação “in situ” de espécies animais, atravésda seguinte acção:• Proteção in situ das espécies rústicasSub-objectivo nº 5: O reforço da conservação “ex situ” de espécies animais, atravésda acção que se segue:1. Criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento pecuário.Sub-objectivo nº 6: A valorização da biodiversidade animal, através das seguintesacções:1. Fomento da criação de espécies animais mais comuns (suínos, bovinos, ovinos,caprinos, aves e coelhos);2. Aumento <strong>do</strong> efectivo ovino;3. Maior e melhor controlo de animais para abate;4. Criação de unidades de transformação.Obs: As principais acções para a materialização destes objectivos estão contidas nos anexos A-481


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe6.5. Eixo Estratégico para o Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional e Legal.JUSTIFICAÇÃO• S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe necessita de um quadro jurídico, que permita regular a forma deutilização <strong>do</strong>s recursos biológicos presentes em cada um <strong>do</strong>s ecossistemas, de mo<strong>do</strong> apermitir a gestão sustentável <strong>do</strong>s mesmos. Para tal, a sua elaboração deverá basear-se naestreita colaboração com as comunidades locais e, particularmente, com os promotores eopera<strong>do</strong>res de actividades económicas, que, de uma forma ou outra, entrem em contacto emantenham relação com o vasto e rico mun<strong>do</strong> da Biodiversidade.• A biotecnologia é um grande potencial de fornecimento à humanidade de soluções quepermitem não só responder às necessidades das populações, mas também aumentar avitalidade <strong>do</strong>s recursos biológicos. No entanto, a manipulação de organismos vivosmodifica<strong>do</strong>s com base numa biotecnologia moderna comporta potenciais riscos, liga<strong>do</strong>s àsua produção, transferência, manutenção e utilização.• A baixa capacidade institucional <strong>do</strong>s sectores encarregues pela conservação ex-situ,nomeadamente a falta de equipamentos necessários e de motivação, a baixa capacidade derecursos humanos e a inexistência de legislações apropriadas limita a efectividade das acçõesjá iniciadas. Ten<strong>do</strong> em conta que a conservação ex-situ constitui uma componente essencialpara a conservação in-situ, necessário se torna que seja reforçada a capacidade institucional<strong>do</strong>s sectores responsáveis por esta actividade.• Não é possível travar a degradação da diversidade biológica sem introduzir mudanças nocomportamento <strong>do</strong> Homem e da comunidade em que se insere, cujas acções tendem a pôr emperigo a integridade <strong>do</strong>s ecossistemas e ameaçam a renovação <strong>do</strong>s recursos naturais,fomentan<strong>do</strong> assim a pobreza no seio da população. Essas mudanças só se tornam possíveisatravés da institucionalização de um programa amplo e permanente de informação, educaçãoe comunicação junto da população em geral e <strong>do</strong>s decisores políticos, administrativos eeconómicos, em particular.• A informação e sensibilização da população são instrumentos necessários que permitem aparticipação da mesma na sua protecção e conservação, em benefício próprio e no dasgerações futuras.Objectivo fundamental: A conservação da Biodiversidade e a utilização <strong>do</strong>s seusrecursos, com base num Quadro Institucional eLegal coerente, mais vigoroso e actualSub-objectivo nº 1: Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional, através das seguintes acções:1. Reforço das acções intersectoriais das diversas instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no <strong>do</strong>mínioda conservação e da gestão sustentável da Biodiversidade;2. Formação de recursos humanos adicionais qualifica<strong>do</strong>s no <strong>do</strong>mínio daconservação e da gestão sustentável da Biodiversidade, incluin<strong>do</strong> guardasflorestais, ecoguardas, botânicos, zoólogos, ecologistas e outros;3. Elaboração e aprovação <strong>do</strong> Plano de gestão <strong>do</strong> Parque Natural;4. Elaboração de um programa de aperfeiçoamento técnico em Agro-floresteria,Etnobotânica e Farmacopeia;5. Criação de uma estrutura pública para a promoção e seguimento da utilização82


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipeadequada das plantas medicinais;6. Criação de um sistema nacional de recolha e processamento de informaçãotecnológica sobre o funcionamento de Jardins Botânicos e Herbários ao nívelinternacional;7. Aprovação e aplicação <strong>do</strong> Plano Nacional de Desenvolvimento Florestal;8. Criação de um Fun<strong>do</strong> Fiduciário;9. Promoção de parcerias entre o sector priva<strong>do</strong>, as ONG’s e as populações locais,no <strong>do</strong>mínio da Biodiversidade;10. Maior envolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nos processos e acções visan<strong>do</strong> a melhoria daoperacionalidade e eficácia das estruturas de apoio existentes (associações depequenos agricultores, cooperativas de médias empresas agrícolas, programas devulgarização agrícola e outras).Sub-objectivo nº 2: Reforço <strong>do</strong> quadro legal e regulamentar, através das acções quese seguem:1. Criação de mecanismos conducentes à aplicação e à observância efectivas dalegislação já aprovada e publicada, em matéria de conservação e gestãosustentável da Biodiversidade;2. Aprovação, publicação e entrada em vigor da Lei sobre o Parque Natural;3. Aprovação, publicação e entrada em vigor <strong>do</strong> regulamento sobre a caça;4. Aprovação, publicação e entrada em vigor <strong>do</strong> regulamento sobre a captura ecomercialização da tartaruga marinha e seus produtos;5. Elaboração de legislação relativa à salvaguarda <strong>do</strong>s recursos fitogenéticos;6. Elaboração <strong>do</strong> correspondente quadro legal com vista ao melhor funcionamentoe aproveitamento <strong>do</strong> potencial <strong>do</strong> Jardim Botânico e o Herbário existentes;7. Elaboração, aprovação e aplicação da legislação sobre a exportação de espéciesde conformidade com a CITES;8. Elaboração, aprovação e aplicação <strong>do</strong> Código pecuário;9. Elaboração de leis que integrem a noção de acessibilidade e de partilha justa eequitativa.Sub-objectivo nº 3: A criação de mecanismos de acesso e de partilha justa eequitativa <strong>do</strong>s recursos biológicos, através das seguintes acções:Ao nível nacional:1. Manter a integridade <strong>do</strong>s ecossistemas florestais;2. Promoção de apoio às estruturas de protecção e de gestão comunitária <strong>do</strong>srecursos biológicos.Ao nível internacional:1. Fortalecimento <strong>do</strong>s mecanismos de cooperação visan<strong>do</strong> a aquisição de genes noestrangeiro, em função das necessidades e <strong>do</strong>s programas de desenvolvimentonacional;83


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe2. Institucionalização <strong>do</strong> processo de ecocertificação de produtos agro-florestais;3. Optimização <strong>do</strong> programa STABEX visan<strong>do</strong> o aumento da produção de cacau;4. Garantia de acesso regular às informações zoo-sanitárias e das inovaçõescientífico-técnicas ao nível mundial;Objectivo fundamental: A conservação da Biodiversidade e a utilização <strong>do</strong>s seusrecursos, com base num Quadro Institucional eLegal coerente, mais vigoroso e actualSub-objectivo nº 1: Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional, através das acções que seseguem:11. Reforço das acções intersectoriais das diversas instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no <strong>do</strong>mínioda conservação e da gestão sustentável da Biodiversidade;12. Formação de recursos humanos adicionais qualifica<strong>do</strong>s no <strong>do</strong>mínio daconservação e da gestão sustentável da Biodiversidade, incluin<strong>do</strong> guardasflorestais, ecoguardas, botânicos, zoólogos, ecologistas e outros;13. Elaboração e aprovação <strong>do</strong> Plano de gestão <strong>do</strong> Parque Natural;14. Elaboração de um programa de aperfeiçoamento técnico em Agro-floresteria,Etnobotânica e Farmacopeia;15. Criação de uma estrutura pública, para promoção e seguimento da utilizaçãoadequada das plantas medicinais;16. Criação de um sistema nacional de recolha e processamento de informaçãotecnológica sobre o funcionamento de Jardins Botânicos e Herbários ao nívelinternacional;17. Aprovação e aplicação <strong>do</strong> Plano Nacional de Desenvolvimento Florestal;18. Criação de um Fun<strong>do</strong> Fiduciário;19. Promoção de parcerias entre o sector priva<strong>do</strong>, as ONG’s e as populações locais,no <strong>do</strong>mínio da Biodiversidade;20. Maior envolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nos processos e acções visan<strong>do</strong> a melhoria daoperacionalidade e eficácia das estruturas de apoio existentes (associações depequenos agricultores, cooperativas de médias empresas agrícolas, programas devulgarização agrícola e outras).Sub-objectivo nº 2: Reforço <strong>do</strong> quadro legal e regulamentar, através das seguintesacções:10. Criação de mecanismos conducentes à aplicação e à observância efectivas dalegislação já aprovada e publicada, em matéria de conservação e gestãosustentável da Biodiversidade;11. Aprovação, publicação e entrada em vigor da Lei sobre o Parque Natural;12. Aprovação, publicação e entrada em vigor <strong>do</strong> regulamento sobre a caça;13. Aprovação, publicação e entrada em vigor <strong>do</strong> regulamento sobre a captura ecomercialização da tartaruga marinha e seus produtos;14. Elaboração de legislação relativa à salvaguarda <strong>do</strong>s recursos fitogenéticos;84


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe15. Elaboração <strong>do</strong> correspondente quadro legal com vista ao melhor funcionamentoe aproveitamento <strong>do</strong> potencial <strong>do</strong> Jardim Botânico e o Herbário existentes;16. Elaboração, aprovação e aplicação da legislação sobre a exportação de espéciesde conformidade com a CITES;17. Elaboração, aprovação e aplicação <strong>do</strong> Código pecuário;18. Elaboração de leis que integrem a noção de acessibilidade e de partilha justa eequitativa.Sub-objectivo nº 3: A criação de mecanismos de acesso e de partilha justa eequitativa <strong>do</strong>s recursos biológicos, através das seguintes acções:Ao nível nacional:3. Manter a integridade <strong>do</strong>s ecossistemas florestais;4. Promoção de apoio às estruturas de protecção e de gestão comunitária <strong>do</strong>srecursos biológicos.Ao nível internacional:5. Fortalecimento de mecanismos de cooperação, visan<strong>do</strong> a aquisição de genes noestrangeiro, em função das necessidades e <strong>do</strong>s programas de desenvolvimentonacional;6. Institucionalização <strong>do</strong> processo de ecocertificação de produtos agro-florestais;7. Optimização <strong>do</strong> programa STABEX, visan<strong>do</strong> o aumento da produção de cacau;8. Garantia de acesso regular às informações zoo-sanitárias e das inovaçõescientífico-técnicas ao nível mundial;Obs: As principais acções para a materialização destes objectivos estão contidas nos anexos A-585


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPÍTULO VII - QUADRO LÓGICO DE INTERVENÇÃO7.1. Implementação, Seguimento e Avaliação7.1.1. Criação de mecanismos com vista a <strong>do</strong>tar o <strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong><strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong> de meios necessários quelhe permitam proceder à implementação da Estratégia e <strong>do</strong> Plano de AcçãoSobre a Diversidade BiológicaA implementação da Estratégia Nacional e <strong>do</strong> Plano de Acção da Diversidade Biológica,de carácter multisectorial, necessita a criação de uma estrutura de coordenação. Para que estaestrutura possa realizar convenientemente a missão que lhe é conferida, ela precisará de apoiotécnico, material, científico e jurídico. A estrutura deverá elaborar um plano de negócios que lhepermitirá caminhar progressivamente para uma certa semi-autonomia financeira a longo prazo.O objectivo geral desta estrutura é a promoção da conservação da diversidade biológica de <strong>São</strong><strong>Tomé</strong> e Príncipe, através da implementação de actividades previstas no respectivo plano deacção da diversidade biológica. Os objectivos específicos são os seguintes:Propõe-se, por isso, a criação de um <strong>Gabinete</strong> Nacional de Coordenação, junto ao <strong>Gabinete</strong><strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> (GNC-GA), cujos objectivos específicos são os seguintes:• Coordenação das iniciativas e <strong>do</strong>s projectos relativos à conservação da diversidadebiológica;• Criação e gestão de um mecanismo sustentável de financiamento das actividades deconservação da diversidade biológica e de utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos.No âmbito da coordenação das iniciativas e <strong>do</strong>s projectos relativos à conservação dadiversidade biológica, a estrutura terá por função:• Funcionar como ponto focal da rede constituída por todas as agências nacionais públicase privadas implicadas na conservação ou na valorização da diversidade biológica;• Apoiar as iniciativas privadas tendentes à restauração <strong>do</strong>s ecossistemas degrada<strong>do</strong>s e àprotecção da diversidade biológica;• Promover a colaboração com os organismos e instituições intervenientes no <strong>do</strong>mínio dabiodiversidade;• Sensibilizar o grande público, através de publicações e exposições de colecções,spécimens, filmes <strong>do</strong>cumentários e outros meios disponíveis ao nível <strong>do</strong>s parceiros;• Coleccionar e gerir a informação sobre a diversidade biológica, com o objectivo de fazera promoção da utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais;• Funcionar como estrutura-recurso na identificação das instituições de formação, bolsasde estu<strong>do</strong>s e de aperfeiçoamento e orientar desta forma os interventores ou outrosindivíduos interessa<strong>do</strong>s;86


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe• Criar e gerir um mecanismo nacional de coordenação e de troca de informações de ordemcientífica, técnica, sócio-económica e cultural em matéria de diversidade biológica;• Promover o crescimento <strong>do</strong>s investimentos para a conservação da diversidade biológica eutilização sustentável <strong>do</strong>s seus recursos;• Criar e manter uma base de da<strong>do</strong>s para a conservação e gestão <strong>do</strong>s recursos naturais e dabiotecnologia;No âmbito da criação e gestão de um mecanismo de financiamento sustentável dasactividades de conservação da diversidade biológica e da utilização sustentável <strong>do</strong>srecursos biológicos, a estrutura terá as seguintes tarefas:• Incitar o sector priva<strong>do</strong> a a<strong>do</strong>ptar uma estratégia de utilização de símbolos daconservação, tendente à promoção <strong>do</strong>s diversos produtos e serviços, poden<strong>do</strong> uma certapercentagem <strong>do</strong>s rendimentos ser destinada às actividades de conservação;• Funcionar como estrutura-recurso para a identificação e assistência à mobilização daparceria em ambiente, tanto ao nível nacional como internacional;• Funcionar como presta<strong>do</strong>r de serviços de promoção (marketing) para a valorizaçãosustentável da diversidade biológica, tanto a nível nacional como a nível internacional;• Funcionar como estrutura-recurso de financiamento das actividades de conservação dadiversidade biológica e assistência à mobilização <strong>do</strong>s financiamentos;• Funcionar como estrutura-recurso para a prestação de serviços de montagem de <strong>do</strong>ssierspara o financiamento das actividades de valorização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos;• Funcionar como estrutura-recurso para assistir às agências nacionais públicas e privadasna organização de seminários e ateliers relativos às questões ligadas à diversidadebiológica;• Promover a criação de um fun<strong>do</strong> especial (trust funds) para o reforço da conservação dadiversidade biológica e utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos e gerir este fun<strong>do</strong>.7.1.2. Estratégia de financiamento <strong>do</strong> <strong>Gabinete</strong> Nacional de CoordenaçãoO funcionamento <strong>do</strong> <strong>Gabinete</strong> Nacional de Coordenação (GNC-GA) deverá apoiar-senum modelo de gestão susceptível de lhe permitir assumir progressivamente, a médio prazo,uma certa semi-autonomia financeira, a ser consubstanciada a longo prazo. Além <strong>do</strong> recurso aosfinanciamentos provenientes das fontes tradicionais (agências de ajuda, cooperações bi emultilaterais, <strong>do</strong>ações e lega<strong>do</strong>s, etc.), para os seus fun<strong>do</strong>s de financiamento o GNC-GA deveráapoiar-se na estratégia de financiamento à base <strong>do</strong>s royalties. Por exemplo, os projectos,estruturas ou iniciativas que beneficiam <strong>do</strong>s serviços <strong>do</strong> GNC-GA deverão pagar impostos deutilização proporcionais ao nível de fun<strong>do</strong>s que as prestações fornecidas pelo <strong>Gabinete</strong> terãocontribuí<strong>do</strong> para mobilizar.87


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePara optimizar a obtenção destes impostos de utilização, o GNC-GA fará apelo amecanismos inova<strong>do</strong>res, tais como:• Promoção pelo sector priva<strong>do</strong> nacional e internacional (cervejarias, companhiaspetrolíferas, companhias de aviação, agências de viagem, transporte marítimo, lotarianacional, revistas especializadas internacionais, companhias farmacêuticas, etc.) dautilização de lagos relativos às espécies animais ou vegetais de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe,para o marketing <strong>do</strong>s seus produtos;• Promoção da utilização de lagos relativos às espécies animais e vegetais nos selos <strong>do</strong>scorreios;• Promoção de apadrinhamentos e geminações de projectos ou outras iniciativas comcidades e centros de pesquisa <strong>do</strong> Norte, jardins zoológicos e botânicos, etc.A criação de um site web bem como a produção de des<strong>do</strong>bráveis publicitários para oGNC-GA serão meios eficazes para atingir uma maior audiência, tanto ao nível nacional comointernacional.88


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCAPÍTULO VIII - ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO8.1. Objectivos da Estratégia de Financiamento<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe deu início à fase final <strong>do</strong> processo de elaboração da estratégia e <strong>do</strong>plano de acção da diversidade biológica. Os <strong>do</strong>cumentos produzi<strong>do</strong>s no final deste processo nãoterão qualquer utilidade se o seu conteú<strong>do</strong> não for recupera<strong>do</strong> objectivamente no terreno, emtermos de projectos financia<strong>do</strong>s numa base sustentável.A maior parte <strong>do</strong>s financia<strong>do</strong>res tradicionais emite cada vez mais reservas sobre acapacidade de poder suportar individualmente o peso de financiamento <strong>do</strong>s projectos nos paísesem desenvolvimento. Várias razões estão na origem desta atitude, destacan<strong>do</strong>-se a pressão <strong>do</strong>srespectivos contribuintes, a quem os governos impõem uma certa racionalização interna dasdespesas, por causa da luta contra o déficit, assim como o questionamento sobre a“rentabilidade” <strong>do</strong>s financiamentos opera<strong>do</strong>s nos países em desenvolvimento. Por fim, parececompletamente legítimo que os subscritores possam, a da<strong>do</strong> momento, colocar a questão dasustentabilidade <strong>do</strong>s projectos, em função das suas novas intervenções financeiras.Na era da mundialização e da emergência da nova economia, com o cortejo de novosinstrumentos e de novas formas de fazer, torna-se imperativo que uma abordagem <strong>do</strong>financiamento da implementação de uma estratégia nacional e de um plano de acção dediversidade biológica possa produzir uma certa adaptação, optimizan<strong>do</strong> o arsenal de conjunturas,de instrumentos e mesmo de predisposição actual de certos actores-chave, tanto a nível nacionalcomo internacional.A elaboração de uma estratégia de financiamento justifica-se pela necessidade cada vezmais crescente de interiorização <strong>do</strong>s mecanismos de financiamento. Esta estratégia definanciamento é a única que garante a rentabilidade <strong>do</strong>s financiamentos. Além disso, umaestratégia clara e coerente de financiamento constitui um instrumento forte de mobilização defun<strong>do</strong>s, com proveniência de diversas fontes, capazes de garantir uma lógica da adicionalidade.A estratégia de financiamento, que tem como pano de fun<strong>do</strong> o actual contexto local, nacional einternacional, permitirá também ir-se à procura de importantes actores até há bem pouco tempoignora<strong>do</strong>s, principalmente em termos de projectos ambientais: o sector priva<strong>do</strong>.A presente parte propõe uma abordagem, através da qual <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe entendemobilizar o conjunto <strong>do</strong>s actores subscritores, com o objectivo de estabelecer um mecanismo definanciamento sustentável das actividades propostas ao nível de acção nacional da diversidadebiológica. Entende-se por subscrição todas as formas de contribuição, em material ou emdinheiro. Fazem também parte das contribuições, os pagamentos de salário aos emprega<strong>do</strong>sassalaria<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s projectos.Subscritores alvo:Ao nível nacional:• Esta<strong>do</strong> santomense;• Cooperação bi e multilateral;• Sector priva<strong>do</strong> nacional (<strong>do</strong>mínios agrícola, agro-alimentar, florestal, pesca, engenhariacivil, petroleiro, cervejaria, bancos, segura<strong>do</strong>ras, hoteleiro, aviação, etc.), comportan<strong>do</strong>:- as corporações;- os empresários;89


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe• as sociedades para-estatais e os serviços de lotaria nacional;• os mecenas nacionais (comerciantes ou profissões liberais);• as mutualistas, associações caritativas nacionais.Ao nível internacional:• as agências de ajuda tradicionais;• os parques zoológicos e botânicos;• determina<strong>do</strong>s centros de pesquisa estrangeiros ten<strong>do</strong> como temas de pesquisa aprioridade de certas espécies específicas da diversidade biológica de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> ePríncipe;• as companhias aéreas que operam em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe (TAP, Air Gabon, etc.);• as grandes revistas que tratam de questões ambientais (National Geographic, RevueGEO, etc.);• as ONG internacionais.8.2. Etapas <strong>do</strong> ProcessoPreparar um <strong>do</strong>cumento sucinto de apresentação da estratégia e <strong>do</strong> plano de acção dadiversidade biológica de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe (des<strong>do</strong>brável a cores destina<strong>do</strong> aospotenciais subscritores) e, se possível, um Website com mais pormenores. O des<strong>do</strong>brávele o site deverão conter não somente a estratégia e o plano de acção mas de igual mo<strong>do</strong>demonstrar como os potenciais subscritores deverão reforçar o seu envolvimento nessaparceria;Proceder num primeiro tempo à identificação <strong>do</strong>s subscritores potenciais dentro de cadacategoria anteriormente mencionada (....);Efectuar uma sondagem–promoção junto <strong>do</strong>s subscritores potenciais selecciona<strong>do</strong>s. Estaprimeira sondagem deverá permitir à Coordenação <strong>do</strong> projecto responsável pelaestratégia conhecer o perfil, os interesses e o grau de envolvimento social, real oupotencial, de cada um <strong>do</strong>s subscritores. A sondagem permitirá igualmente apreciar atéque ponto os subscritores potenciais estão aptos a avançar no financiamento ou no apoiomaterial às actividades propostas. Por fim, dará a ocasião aos subscritores potenciais deprecisar como a sua contribuição financeira ou em material poderá ser rentabilizada <strong>do</strong>ponto de vista promocional. Esta sondagem deverá permitir também a identificaçãoconjunta (projecto e subscritores) <strong>do</strong>s mecanismos através <strong>do</strong>s quais os subscritorespoderão optimizar os serviços de uma possível estrutura de supervisão da implementação<strong>do</strong> plano de acção da diversidade biológica. Isto pressupõe que, <strong>do</strong> ponto de vista dasacções a implementar, o mandato, o estatuto, o mo<strong>do</strong> de funcionamento, incluin<strong>do</strong> ostipos de financiamento das actividades da nova estrutura, devam ser objecto dediscussões prévias com os subscritores potenciais <strong>do</strong>s projectos identifica<strong>do</strong>s;Por outro la<strong>do</strong>, recomenda-se vivamente associar intimamente o Ministério daCooperação em to<strong>do</strong> o processo de mobilização de financia<strong>do</strong>res;Mesa Re<strong>do</strong>nda <strong>do</strong>s subscritores. É na sequência <strong>do</strong>s interesses expressos pelossubscritores potenciais que se fará a selecção das estruturas ou indivíduos que serãoconvida<strong>do</strong>s para a Mesa Re<strong>do</strong>nda. É importante precisar que existem em determina<strong>do</strong>slocais, em determina<strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Norte, nomeadamente no Canadá, mecanismos quepermitem às firmas de engenharia ou outras aceder rapidamente a financiamentos dacooperação bilateral susceptíveis de serem utiliza<strong>do</strong>s em casos semelhantes. É portantovivamente recomendável identificar e de convidar algumas dessas firmas, que operam ou90


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipetêm interesses em <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe, mesmo se elas não estiverem categorizadascomo subscritores directos;Ten<strong>do</strong> a visão global da estratégia de conservação da diversidade biológica de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>e Príncipe identifica<strong>do</strong> os recursos petroleiros como instrumento fundamental que devedesempenhar um papel positivo e indispensável na conservação da biodiversidade,constituirá um imperativo a mobilização da contribuição financeira deste sector.8.3. Preparação da Mesa Re<strong>do</strong>nda com o apoio de uma consultoriainternacional• Produção de des<strong>do</strong>brável;• Produção de um site Web promocional;• Finalização da lista de potenciais subscritores;• Confecção e envio de um questionário de sondagem junto <strong>do</strong>s potenciais subscritores(por correio postal e/ou por Internet). Será necessário contactar previamente ossubscritores potenciais, a fim de os sensibilizar para que possam responder às questõesda sondagem, emitir as suas opiniões e manifestar as suas expectativas;• Identificação <strong>do</strong>s participantes à Mesa Re<strong>do</strong>nda;• Convite;• Realização da Mesa Re<strong>do</strong>nda.91


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeTERCEIRA PARTEANEXOS92


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXOS A – Eixos Estratégicos para a Conservação da BiodiversidadeANEXOS A-1 - Plano de Acção para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Costeiro e Marinho eUtilização Sustentável <strong>do</strong>s seus RecursosPaís: <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCusto Inicial <strong>do</strong> Programa: USD 1.166.000,00Titulo: Plano de Acção e Estratégia para aConservação da BiodiversidadeDuração: 22 anos (2003-2025)Eixo Estratégico: Ecossistema Costeiro e Marinho Data de Elaboração: 2003Intervenção Lógica Plano de Acção Indica<strong>do</strong>res deCumprimentoObjectivo Geral1.Conservação daEstratégia Nacional dediversidade biológicaConservação <strong>do</strong>marinho e costeiroEcossistema Costeiro eMarinho elabora<strong>do</strong>FontesVerificaçãoEstatísticasDirecçãoPescasdedadasObjectivo Especifico1.1.O reforço daconservação “in situ”Ordenamento Espacial daZona Costeira e GestãoSustentável <strong>do</strong>s seusRecursosNúmero de Espéciesprotegidas com relaçãoao total das ameaçadasPlano de OrdenamentoEspacial da ZonaCosteira Elabora<strong>do</strong>EstatísticasAmbientaisRelatórios <strong>do</strong>MOPIOT e <strong>do</strong>MRNMA1.2. O reforço daconservação “ex situ”Criação de um ParqueMarinho NacionalUma rede nacional deáreas protegidas paraespécies marinhas,criada e emfuncionamentoRelatóriosMADRP<strong>do</strong>Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s RecursosHaliêuticos marinhosGestão Sustentável da ZonaEconomica ExclusivaSantomenseProtecção das TartarugasMarinhasUm Plano Nacional de Relatórios <strong>do</strong>utilização sustentável MADRP<strong>do</strong>s recursos haliêuticoselabora<strong>do</strong>Equipamentos de Relatórios <strong>do</strong>vigilância da ZEE Ministério dainstala<strong>do</strong>s a nível DefesanacionalÁreas de reprodução de Relatórios datartarugas protegidas a ECOFAC e <strong>do</strong>nível nacionalMRNMAEstabilização <strong>do</strong> númerode efectivos da suapopulação93


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 1 : Ordenamento Espacial da Zona Costeira e GestãoSustentável <strong>do</strong>s seus RecursosPrioridade: Assegurar a conservação <strong>do</strong>s ecossistemas costeiros e <strong>do</strong>s recursos naturais.Título: Ordenamento Espacial da Zona Costeira e Gestão Sustentável <strong>do</strong>s seus RecursosOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>Parceiros nacionais: Ministério das Obras Públicas, Infraestruturas e Ordenamento <strong>do</strong>Território, Ministério de Defesa e Ordem Interna (MDOI), Ministério da Agricultura,Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP), Comunidades Locais e ONG’s.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa, UniãoEuropeia.Objectivos:• Promover a gestão adequada <strong>do</strong> espaço costeiro e <strong>do</strong>s recursos nele existentes;• Identificar as componentes essenciais da diversidade biológica costeira;• Assegurar a gestão adequada da pressão antrópica sobre a diversidade biológicacosteira;• Promover o reforço da conservação ex e in situ da diversidade biológica;• Garantir a conservação das espécies ameaçadas e a reconstituição das suaspopulações;• Estudar a viabilidade de a<strong>do</strong>pção de formas alternativas e sustentáveis deexploração de areia e outros inertes costeiros;• Estimular a participação das comunidades residentes nas áreas costeiras noprocesso de conservação destas e <strong>do</strong>s recursos a elas inerentes, com particularatenção para as tartarugas marinhas;Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores implica<strong>do</strong>s noprocesso de ordenamento espacial das áreas costeiras e de gestão sustentável <strong>do</strong>s seusrecursos;2. Recolha e análise das informações sociais, económicas e culturais disponíveis sobre essasáreas e recursos, com especial ênfase no caso das tartarugas marinhas;3. Levantamento topográfico e tratamento cartográfico das áreas costeiras;4. Elaboração e implementação <strong>do</strong> correspondente plano de ordenamento espacial, com aclara definição de áreas para as diferentes actividades, sociais, económicas e deconservação;5. Elaboração de um programa coerente de investigação a curto, médio e longo prazo sobreas tartarugas marinhas;6. Definição e aplicação de medidas legislativas e administrativas de dissuasão e deestímulo.7. Promoção de programas de informação, educação e comunicação (IEC) junto àscomunidades locais, autoridades autárquicas e à população em geral, em matéria deocupação <strong>do</strong> espaço costeiro e de utilização racional <strong>do</strong>s seus recursos;8. Seguimento e avaliação das actividades programadas.94


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCustos estima<strong>do</strong>s: 435 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 3 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 2005 20061 Reforço das capacidades 120 80 20 20humanas, materiais etécnicas <strong>do</strong>s sectoresimplica<strong>do</strong>s no processo deordenamento espacial dasáreas costeiras e de gestãosustentável <strong>do</strong>s seusrecursos2 Recolha e análise das 40 25 15 -informações sociais,económicas e culturaisdisponíveis sobre essasáreas e recursos, comespecial ênfase no casodas tartarugas marinhas3 Levantamento topográfico 150 50 70 30e tratamento cartográficodas áreas costeiras4 Elaboração e 20 - 10 10implementação <strong>do</strong>correspondente plano deordenamento espacial, coma clara definição de áreaspara as diferentesactividades, sociais,económicas e deconservação5 Elaboração e arranque de 50 10 20 20um programa coerente deinvestigação a curto, médioe longo prazo sobre astartarugas marinhas6 Definição e aplicação de 15 - 10 5medidas legislativas eadministrativas dedissuasão e de estímulo95


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 2: Gestão sustentável da Zona Económica Exclusiva (ZEE) .Prioridade: Assegurar a conservação <strong>do</strong>s ecossistemas marinhos e <strong>do</strong>s recursos biológicos.Título: Conservação <strong>do</strong> ecossistema marinho e <strong>do</strong>s seus recursos biológicosOrganismos responsáveis: Ministério de Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas(MADRP)Parceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Meio <strong>Ambiente</strong> (MRNMA), oMinistério de Defesa e Ordem Interna (MDOI), Ministério <strong>do</strong> Plano e Finanças (MPF), ONG’s eas Comunidades Locais.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa, UniãoEuropeia.Objectivos:• Identificar as componentes essenciais da biodiversidade marinha, com particularincidência sobre os recursos haliêuticos, no quadro de uma política decompatibilização e equilíbrio entre a conservação da diversidade biológica e autilização sustentável <strong>do</strong>s recursos que esta oferece;• Promover investigações que visem a conservação da diversidade biológica e autilização sustentável <strong>do</strong>s seus recursos;• Desenvolver uma rede nacional de áreas protegidas <strong>do</strong>s ecossistemas marinhos;• Garantir a observância de práticas mais apropriadas, quer <strong>do</strong> ponto de vistaeconómico, quer ecológico, de pesca na ZEE;• A<strong>do</strong>ptar uma política coerente e sustentável de vigilância da ZEE e velar pela suacorrecta aplicação, mediante um maior envolvimento e responsabilização de to<strong>do</strong>sos intervenientes no processo de conservação <strong>do</strong>s recursos haliêuticos nacionais.• Promover a cooperação sub-regional, regional e internacional para a conservaçãoda diversidade biológica e acesso à utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos haliêuticos,assim como à partilha justa e equitativa <strong>do</strong>s benefícios da sua exploração.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores e instituições quelidam com a temática relativa à generalidade <strong>do</strong>s recursos haliêuticos e biológicosdisponíveis na ZEE;2. Recolha e análise de informações sobre os recursos biológicos e as actividadespiscatórias na ZEE;3. Identificação e avaliação <strong>do</strong>s impactos que ameaçam os recursos biológicos marinhosda ZEE e definição e aplicação de medidas, legais e administrativas, susceptíveis deos controlar;4. Definição e aplicação de um Programa de Investigação para a conservação eutilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos da ZEE, incluin<strong>do</strong> a inventariação <strong>do</strong>secossistemas marinhos e a cartografia <strong>do</strong>s biótopos;5. Criação <strong>do</strong> Parque Marinho Nacional;97


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe6. Elaboração e a<strong>do</strong>pção de um Plano de Conservação <strong>do</strong>s recursos haliêuticos;7. Promoção de programas de informação, educação e comunicação (IEC), em matériade conservação da diversidade biológica e de utilização sustentável das suascomponentes, destina<strong>do</strong>s aos agentes públicos e priva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ramo das pescas;8. Desenvolvimento de um mecanismo de concertação ao nível regional e subregionalpara a fiscalização das actividades na ZEE;9. Seguimento e avaliação das actividades e consequente divulgação <strong>do</strong>s seusresulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: 705 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 3 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 2005 20061 Reforço das capacidades 250 120 80 50humanas, materiais etécnicas <strong>do</strong>s sectores einstituições que lidam coma temática relativa àgeneralidade <strong>do</strong>s recursoshaliêuticos e biológicosdisponíveis na ZEE2 Recolha e análise de 35 15 10 10informações sobre recursosbiológicos e actividadespiscatórias na ZEE3 Identificação e avaliação 70 15 25 30<strong>do</strong>s impactos que ameaçamos recursos biológicosmarinhos da ZEE edefinição e aplicação demedidas legais eadministrativas,susceptíveis de os controlar4 Definição e aplicação de 80 20 30 30um Programa deInvestigação para aconservação e utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s recursosbiológicos da ZEE,incluin<strong>do</strong> a inventariação<strong>do</strong>s ecossistemas marinhose a cartografia <strong>do</strong>sbiótopos5 Criação <strong>do</strong> Parque 150 50 70 30Marinho Nacional6 Elaboração e a<strong>do</strong>pção deum Plano de Conservação<strong>do</strong>s recursos haliêuticos20 - - 2098


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe7 Promoção de programas de 15 5 5 5informação, educação ecomunicação (IEC), emmatéria de conservação dadiversidade biológica e deutilização sustentável dassuas componentes,destina<strong>do</strong>s aos agentespúblicos e priva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>ramo das pescas8 Desenvolvimento de um 60 - 20 40mecanismo de concertaçãoao nível regional esubregional para afiscalizaçãodasactividades na ZEE9 Seguimento e avaliação 25 5 10 10das actividades econsequente divulgação<strong>do</strong>s seus resulta<strong>do</strong>sTotal 705 230 250 22599


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXOS A-2 - Plano de Acção para a Conservação <strong>do</strong>s Ecossistemas de Águas Interiorese Utilização Sustentável <strong>do</strong>s seus RecursosPaís: <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCusto Inicial <strong>do</strong> Programa: USD 670.000,00Titulo: Plano de Acção e Estratégia paraConservação da BiodiversidadeDuração: 22 anos (2003-2025)Eixo Estratégico: Ecossistema de Águas Interiores Data de Elaboração: 2003Intervenção Lógica Plano de Acção Indica<strong>do</strong>res deCumprimentoObjectivo Geral1.Conservação dadiversidade biológica <strong>do</strong>Ecossistema de ÁguasInterioresObjectivo Especifico1.1.Identificar as Conservaçãoda Um Plano decomponentes <strong>do</strong>s recursos Diversidade Biológica e Conservação ebiológicos das águas utilização sustentável <strong>do</strong>s Valorização <strong>do</strong>sinteriores e determinar o Recursos Biológicos das Recursos Biológicos dasseu potencialÁguas InterioresÁguas Interioreselabora<strong>do</strong>1.2.Estimular a Elaboração de Estu<strong>do</strong>svalorização <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>sFaunas de Águassobre a Fauna das ÁguasrecursosInteriores com Plano deInterioresInventariaçãodevidamente elabora<strong>do</strong>Elaboração <strong>do</strong> Plano deGestão das ÁreasPantanosasCriação de áreas Protegidasnos Ecossistemas Húmi<strong>do</strong>sPlano Director das ÁreasPantanosas elabora<strong>do</strong> e aser implementa<strong>do</strong>InventariodaBiodiversidade <strong>do</strong>secossistemas húmi<strong>do</strong>selabora<strong>do</strong> e com planode conservação a serimplementa<strong>do</strong>FontesVerificaçãoRelatóriosMRNMAde<strong>do</strong>100


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 1: Conservação da Diversidade Biológica e <strong>do</strong>s RecursosBiológicos das Águas InterioresPrioridade: Assegurar a conservação e a utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos biológicos daságuas interiores santomenses.Título: Conservação da Diversidade Biológica e <strong>do</strong>s Recursos Biológicos das Águas InterioresOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Meio <strong>Ambiente</strong> (MRNMA),Parceiros nacionais: Ministério de Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP),ONG’s e as Comunidades Locais.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionais.Parceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa, UniãoEuropeia.Objectivos:• Identificar as zonas húmidas susceptíveis de apresentar uma importância nacionale/ou internacional, em matéria de diversidade biológica;• Inventariar as espécies faunísticas e florísticas ao nível dessas zonas e determinar asua importância relativa;• Identificar as diversas componentes <strong>do</strong> ecossistema de águas interiores e determinar oseu potencial, em matéria de recursos biológicos;• Criar áreas húmidas protegidas, com planos de gestão que envolvam os membros dascomunidades circunvizinhas, com vista à conservação e gestão sustentável <strong>do</strong>srecursos biológicos ali existentes;• Estabelecer um sistema que garanta a protecção das espécies aquáticas ameaçadas;• A<strong>do</strong>ptar uma política coerente e sustentável de conservação <strong>do</strong>s ecossistemas deáguas interiores e velar pela sua correcta aplicação, mediante maior envolvimento eresponsabilização, em particular de todas as estruturas e agentes implica<strong>do</strong>s noprocesso.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores chama<strong>do</strong>s alidar com os ecossistemas de águas interiores e os recursos biológicos nelesexistentes;2. Inventário da diversidade biológica <strong>do</strong>s ecossistemas aquáticos;3. Identificação e avaliação das espécies e <strong>do</strong>s ecossistemas das zonas húmidas;4. Constituição de um banco de da<strong>do</strong>s;5. Delimitação, classificação e a<strong>do</strong>pção de um Plano de gestão das áreas a seremprotegidas;6. Cartografia das referidas áreas e, em geral, <strong>do</strong>s ecossistemas de águas interiores;7. Elaboração de um Plano de Conservação <strong>do</strong>s recursos biológicos das águasinteriores;101


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe8. Organização e formação especializada de grupos vocaciona<strong>do</strong>s para a valorizaçãoe exploração racional desses recursos;9. Promoção de programas IEC junto às populações e comunidades ribeirinhas;10. Seguimento e avaliação das actividades;11. Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: 440 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10% <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong> projectoDuração: 3 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>total 2004 2005 20061 Reforço das capacidades 100 50 30 20humanas, materiais etécnicas <strong>do</strong>s sectoreschama<strong>do</strong>s a lidar com osecossistemas de águasinteriores e os recursosbiológicos neles existentes2 Inventário da diversidade 75 30 30 15biológica <strong>do</strong>s ecossistemasaquáticos3 Identificação e avaliação 40 20 20 -das espécies e <strong>do</strong>secossistemas das zonashúmidas4 Constituição de um banco 20 - 10 10de da<strong>do</strong>s5 Delimitação, classificação 50 - 30 20e a<strong>do</strong>pção de um Plano degestão das áreas a seremprotegidas6 Cartografia das referidas 50 - 30 20áreas e, em geral, <strong>do</strong>secossistemas de águasinteriores7 Elaboração de um Plano 20 - 10 10de Conservação <strong>do</strong>srecursos biológicos daságuas interiores8 Organização e formaçãoespecializada de gruposvocaciona<strong>do</strong>s para avalorização e exploraçãoracional desses recursos30 - 20 10102


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe9 Promoção de programas 30 10 10 10IEC junto às populações ecomunidades ribeirinhas10 Seguimento e avaliação 20 - 10 10das actividades11 Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s. 5 - - 5Total 440 110 200 130103


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXOS A-3 - Plano de Acção Para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Florestal e UtilizaçãoSustentável <strong>do</strong>s Seus RecursosPaís: <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCusto Inicial <strong>do</strong> Programa: USD 2.072.000,00Titulo: Plano de Acção e Estratégia paraConservação da BiodiversidadeDuração: 22 anos (2003-2025)Eixo Estratégico: Ecossistema Florestal Data de Elaboração: 2003Intervenção Lógica Plano de Acção Indica<strong>do</strong>res deCumprimentoObjectivo Geral1. Conservação daDiversidade Biológica <strong>do</strong>Ecossistema FlorestalObjectivo Especifico1.1.Melhorar a forma de Gestão ecologicamente viável Um Plano de Gestãoexploração de to<strong>do</strong> o tipo de das florestasSustentável das Florestasflorestaselabora<strong>do</strong>FontesVerificaçãoRelatóriosMADRPde<strong>do</strong>1.2.Restaurar as áreas deflorestas degradadasRepovoamento florestal Áreas florestaisreflorestadasRelatóriosMADRP<strong>do</strong>1.3.Fazer <strong>do</strong>s ParquesNaturais e das áreasprotegidas um elementofundamental para odesenvolvimento ruralGestão da zona periférica àsáreas <strong>do</strong>s Parques Naturais(Ôbô) e a outras áreasprotegidasPopulação da ZonaPeriferica ao ParqueNatural integrada na gestão<strong>do</strong> mesmoRelatóriosMRNMA<strong>do</strong>1.4.Realizar um inventário daFauna selvagem nosrespectivos habitats1.5.Constituir uma colecçãonacional de referencia sobreas principais árvores <strong>do</strong> país1.6.Constituir uma colecçãonacional de espéciesflorísticas, com maiordestaque para as endémicas1.7. Integrar usos e costumestradicionais na estratégia deconservaçãodabiodiversidade florestal e deutilização sustentável <strong>do</strong>sseus recursosInventário Nacional da FaunaSelvagemUm Plano para aconservação e utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s recursos dafauna selvagem elabora<strong>do</strong> ea ser implementa<strong>do</strong>Criação de um Arboreto Um inventário e umacolecção de referênciasobre as principais árvores<strong>do</strong> país elabora<strong>do</strong>sAlargamento e enriquecimento<strong>do</strong> actual Jardim Botânico e <strong>do</strong>HerbárioRecenseamento e codificação<strong>do</strong>s usos e costumestradicionais liga<strong>do</strong>s àConservação da BiodiversidadeflorestalJardim botânico de BomSucesso com uma maiorextensão e maiordiversidade florísticaUm plano de conservaçãobasea<strong>do</strong> em méto<strong>do</strong>stradicionais elabora<strong>do</strong> e aser implementa<strong>do</strong>RelatóriosMRNMARelatóriosMADRP<strong>do</strong><strong>do</strong>Relatórios <strong>do</strong> JardimBotânicoRelatórios <strong>do</strong>MADRP e <strong>do</strong>MRNMA104


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº.1: Gestão Ecologicamente Viável Das FlorestasPrioridade: Assegurar uma gestão ecológica das florestasTítulo: Gestão ecologicamente viável das florestasOrganismos responsáveis: Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas(MADRP)Parceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>, Ministério de Educação,Pequenos Agricultores, Médias e Grandes empresas agrícolas, Comunidades Locais e ONG’sParceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação FrancesaObjectivos:• Melhorar a forma de exploração de to<strong>do</strong> o tipo de florestas;• Restaurar as áreas de florestas degradadas;• Definir os princípios e os méto<strong>do</strong>s a aplicar com vista à utilização sustentável <strong>do</strong>srecursos biológicos <strong>do</strong>s diferentes tipos de florestas;• Identificar o papel <strong>do</strong>s diferentes elementos que fazem parte <strong>do</strong> ecossistema florestal e <strong>do</strong>seu papel na manutenção das funções ecológicas no referi<strong>do</strong> ecossistema;• Aplicação <strong>do</strong> Plano de gestão florestal.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidam com aproblemática florestal;2. Recolha e análise de informações disponíveis;3. Inquérito socio-económico sobre as florestas;4. Inventário e avaliação de to<strong>do</strong>s os tipos de florestas;5. Análise e interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s;6. Cartografia de to<strong>do</strong>s os tipos de florestas;7. Identificação <strong>do</strong>s recursos biológicos actualmente explora<strong>do</strong>s;8. Identificação <strong>do</strong>s principais utiliza<strong>do</strong>res;9. Determinação <strong>do</strong>s factores ecológicos que permitem melhorar a gestão das florestas;10. A<strong>do</strong>pção e aplicação <strong>do</strong> Plano de Gestão das florestas;11. Educação, sensibilização e formação da população.Custos estima<strong>do</strong>s: USD 350 000Financiamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 3 anos105


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>total 2004 2005 20061 Reforço das capacidades humanas, 60 30 15 15materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores quelidam com a problemática florestal2 Recolha e análise de informações 15 5 5 5disponíveis3 Inquérito sócio-económico sobre as 20 10 5 5florestas4 Inventário e avaliação de to<strong>do</strong>s os tipos 75 40 15 15de florestas5 Analise e interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s 15 8 4 3recolhi<strong>do</strong>s6 Cartografia de to<strong>do</strong>s os tipos deflorestas50 25 15 107 Identificação <strong>do</strong>s recursos biológicosactualmente explora<strong>do</strong>s30 10 10 108 Identificação <strong>do</strong>s principais utiliza<strong>do</strong>res 10 5 3 29 Determinação <strong>do</strong>s factores ecológicos 30 15 10 5que permitem melhorar a gestão dasflorestas10 A<strong>do</strong>pção e aplicação <strong>do</strong> Plano de 25 15 5 5Gestão das florestas11 Educação, sensibilização, formação da 20 10 5 5populaçãoTotal 345 173 92 80106


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº 2: Gestão da Zona Periférica às Áreas <strong>do</strong>s Parques Naturais(Ôbô) e a outras Áreas ProtegidasPrioridade: Desenvolvimento de mecanismos de motivação aplicável no <strong>do</strong>mínio deconservação e utilização sustentável da diversidade biológica.Título: Gestão da zona periférica às áreas <strong>do</strong>s Parques Naturais (Ôbô) e a outras áreasprotegidas.Organismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>.Parceiros nacionais: Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural e Pescas, PequenosAgricultores, Médias e Grandes empresas agrícolas, Comunidades Locais e ONG’s.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionais.Parceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa.Objectivos:• Fazer <strong>do</strong>s Parques Naturais e das áreas protegidas um elemento fundamental para odesenvolvimento rural;• Favorecer o intercâmbio de experiências no <strong>do</strong>mínio de gestão <strong>do</strong>s Parques Naturais edas áreas protegidas;• Promover a participação das populações periféricas no quadro das actividades adesenvolver nos Parques Naturais e outras áreas protegidas, como meio para umrelacionamento mais harmonioso e equilibra<strong>do</strong> entre as partes envolvidas.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidam com aproblemática da conservação das áreas protegidas;2. Recolha e análise de informações disponíveis;3. Inquérito socio-económico sobre as populações periféricas às áreas protegidas e aosParques Naturais;4. Inventário <strong>do</strong> espaço e definição da vocação <strong>do</strong>s solos;5. Cartografia <strong>do</strong>s Parques Naturais e áreas protegidas, assim como das respectivaszonas periféricas;6. Elaboração <strong>do</strong> projecto de Plano de Gestão <strong>do</strong>s Parques Naturais e áreas protegidas,assim como das respectivas zonas periféricas;7. Atelier de concertação intersectorial, para validação e aprovação <strong>do</strong> Plano;8. Informação, sensibilização e formação das referidas populações;9. Implementação das acções previstas no Plano;10. Seguimento e avaliação das actividades.Custos estima<strong>do</strong>s: 193 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Projecto107


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeDuração: 2 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custototal1 Reforço das capacidades humanas,materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectoresque lidam com a problemática daconservação das áreas protegidas2 Recolha e análise de informaçõesdisponíveis3 Inquérito socio-económico sobre aspopulações periféricas às áreasprotegidas e aos Parques Naturais4 Inventário <strong>do</strong> espaço e definição davocação <strong>do</strong>s solos5 Cartografia <strong>do</strong>s Parques Naturais eáreas protegidas, assim como dasrespectivas zonas periféricas6 Elaboração <strong>do</strong> projecto de Plano deGestão <strong>do</strong>s Parques Naturais e áreasprotegidas, assim como dasrespectivas zonas periféricas7 Atelier de concertaçãointersectorial, para validação eaprovação <strong>do</strong> PlanoPerío<strong>do</strong>considera<strong>do</strong>2004 200540 25 155 5 -30 30 -50 35 1540 25 1510 3 73 - 38 Informação, sensibilização e 10 - 10formação das referidas populações9 Implementação das acções previstas - - -no Plano10 Seguimento e avaliação das 5 - 5actividadesTotal 193 123 70Projecto nº 3: Repovoamento FlorestalPrioridade: Criar as bases para uma exploração ecologicamente sustentável <strong>do</strong>s recursosflorestais.Título: Repovoamento FlorestalOrganismos responsáveis: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e PescasParceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>, Pequenos Agricultores,Médias e Grandes empresas agrícolas, Comunidades Locais e ONG’s.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s Internacionais.108


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa.Objectivos:• Enriquecer os conhecimentos de base sobre as principais árvores que compõem a florestanacional, com especial atenção para as espécies endémicas e/ou indígenas e asrespectivas características fenológicas e genéticas;• Classificar as diferentes espécies identificadas, em função das diferentes zonasedafoclimáticas e reforçar a capacidade de conservação e eventual multiplicação dasmesmas;• Promover as capacidades tecnológicas e de investigação no <strong>do</strong>mínio da conservação dasflorestas, com particular atenção para as espécies endémicas e/ou indígenas;• Constituir uma colecção nacional de referência sobre as principais árvores <strong>do</strong> país epromover o acesso à mesma;• Restaurar os ecossistemas florestais degrada<strong>do</strong>s, no senti<strong>do</strong> de salvaguardar a diversidade<strong>do</strong> património arbóreo nacional;• Envolver os decisores e utiliza<strong>do</strong>res nos planos de conservação da biodiversidadeflorestal e de utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos a ela inerentes;• Dispor de um quadro legal, institucional, organizativo e financeiro, capaz de incentivar epromover a participação activa das populações e comunidades locais no processo deconservação das florestas;Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, técnicas e materiais <strong>do</strong>s sectores que lidam com aproblemática das florestas;2. Definição e fixação de critérios de selecção das espécies a serem estudadas e suainventariação;3. Recolha e análise das informações disponíveis sobre as principais espécies arbóreasseleccionadas, incluin<strong>do</strong> espécies endémicas e/ou indígenas;4. Recolha e tratamento de sementes das espécies seleccionadas e constituição de umacolecção de referência das mesmas;5. Criação de um banco de sementes das espécies endémicas e/ou indígenas;6. Criação <strong>do</strong> Arboreto e formulação <strong>do</strong> respectivo plano de acção;7. Estabelecimento de um sistema nacional de avaliação da Natureza e <strong>do</strong>s recursosflorestais, com vista à identificação das áreas degradadas e à estimação <strong>do</strong>s custos derecuperação;8. Reabilitação das áreas degradadas;9. Promoção das actividades de pesquisa e investigação, a favor da conservação e utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s recursos florestais;10. A<strong>do</strong>pção de medidas legislativas, institucionais, organizativas e financeiras, susceptíveisde promover e garantir a participação activa das populações no processo de conservaçãodas florestas;11. Aquisição e aproveitamento de informações e experiências de outros países eorganizações internacionais especializadas nessa matéria;12. Promoção de programas de informação, educação e comunicação – IEC, junto aresponsáveis políticos e administrativos e às próprias populações;13. Seguimento e avaliação das actividades;14. Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.109


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCustos estima<strong>do</strong>s: 695 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong> Projecto.Duração: 2 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>total 2004 2005 20061 Reforço das capacidades 125 75 30 20humanas, técnicas emateriais <strong>do</strong>s sectores quelidam com a problemáticadas florestas2 Definição e fixação de 25 10 15 -critérios de selecção dasespécies a seremestudadas e suainventariação3 Recolha e análise das 45 25 20 -informações disponíveisrelacionadas com asprincipais espéciesarbóreas seleccionadas,incluin<strong>do</strong> espéciesendémicas e/ou indígenas4 Recolha e tratamento de 65 - 35 30sementes das espéciesseleccionadas econstituição de umacolecção de referência dasmesmas5 Criação <strong>do</strong> banco de 20 - 10 10sementes das espéciesendémicas e/ou indígenas6 Criação <strong>do</strong> Arboreto e 80 30 30 20formulação <strong>do</strong> respectivoplano de acção7 Estabelecimento de um 80 - 50 30sistema nacional deavaliação da Natureza e<strong>do</strong>s recursos florestais,com vista a identificaçãodas áreas degradadas e àestimação <strong>do</strong>s custos derecuperação8 Reabilitação das áreas 65 - 25 40degradadas9 Promoção das actividadesde pesquisa e investigaçãoa favor da conservação eutilização sustentável <strong>do</strong>srecursos florestais30 10 10 10110


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe10 A<strong>do</strong>pção de medidas 60 - 30 30legislativas, institucionais,organizativas efinanceiras, susceptíveisde promover e garantir aparticipação activa daspopulações no processode conservação dasflorestas11 Aquisição e30 10 10 10aproveitamento deinformações eexperiências de outrospaíses e organizaçõesinternacionaisespecializadas nessamatéria12 Promoção de programas 25 5 10 10de informação, educaçãoe comunicação – IEC,junto a responsáveispolíticos e administrativose às próprias populações13 Seguimento e avaliação 15 5 5 5das actividades14 Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s 5 - - 5TOTAL 670 170 280 220111


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 4: Inventário Nacional da Fauna SelvagemPrioridade: Identificação das componentes da Diversidade biológicaTítulo: Inventário Nacional da Fauna SelvagemOrganismo responsável: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP)/ Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong> (MRNA)Parceiros nacionais: ONG’s, Comunidades Locais e Autarquias LocaisParceiros internacionais: PNUA,UICN,WWF, GTZ e FAOParceiros financeiros: FEM, PNUD, USAID, FIDA, BM, BADObjectivos:• Realizar um inventário da Fauna selvagem nos seus principais ecossistemas;• Adquirir conhecimentos básicos necessários para a utilização sustentável <strong>do</strong>srecursos da Fauna selvagem e permitir a gestão das actividades de caça, assimcomo a valorização <strong>do</strong>s seus produtos;• Favorecer a integração da conservação e utilização sustentável da Fauna selvagemno processo de desenvolvimento de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidam com aproblemática da Fauna selvagem;2. Recolha e análise de informações disponíveis sobre essas espécies;3. Informação e sensibilização junto aos caça<strong>do</strong>res e as autoridades implicadas;4. Inventariação da diversidade biológica da fauna selvagem;5. Criação e gestão da correspondente base de da<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: USD 131 000Financiamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 2 anosData de início: 2004112


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEstimação detalhada de custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 20051 Reforço das capacidades humanas,materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidamcom a problemática da Fauna selvagem40 20 202 Recolha e análise de informações disponíveis sobre 15 7.500 7.500estas espécies3 Informação e sensibilização junto aos caça<strong>do</strong>res e 6 3 3as autoridades implicadas4 Inventariação da diversidade biológica da fauna 20 15 5selvagem5 Criação e gestão da correspondente base de da<strong>do</strong>s 50 30 20Total 131 75,5 55,5113


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 5: Alargamento e enriquecimento <strong>do</strong> actual Jardim Botânico e<strong>do</strong> HerbárioPrioridade: Fomentar a investigação no <strong>do</strong>mínio da Botânica, com vista à conservação dadiversidade biológica.Título: Alargamento e enriquecimento <strong>do</strong> actual Jardim Botânico e <strong>do</strong> Herbário.Organismos responsáveis: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e PescasParceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>, Pequenos Agricultores,Médias e Grandes empresas agrícolas, Comunidades Locais e ONG’s.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionais.Parceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa.Objectivos:• Promover a conservação “ex situ”;• Ampliar os conhecimentos sobre a Flora sãotomense;• Constituir uma colecção nacional de espécies florísticas, com maior destaque para asendémicas;• Promover e facilitar o acesso a tais colecções a investiga<strong>do</strong>res, estudiosos, estudantes eoutros grupos igualmente interessa<strong>do</strong>s no conhecimento mais aprofunda<strong>do</strong> acerca daFlora nacional;• Divulgar informação e conhecimentos acerca da riqueza florística <strong>do</strong> país, através deactividades de carácter lúdico e de lazer, designadamente visitas de estu<strong>do</strong>, excursões,passeios guia<strong>do</strong>s e concursos da especialidade.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, técnicas e materiais <strong>do</strong>s sectores que lidam com aproblemática <strong>do</strong> Jardim Botânico e <strong>do</strong> Herbário;2. Identificação e localização de novas áreas, para ampliação das actuais instalações;3. Melhoria de estruturas básicas com vista a uma melhor acomodação e tratamento dasespécies existentes e em especial, das endémicas e das ameaçadas;4. Inventariação de novas espécies a serem transferidas para o Jardim Botânico e para oHerbário;5. Constituição da colecção de referencia de espécies florísticas;6. Seguimento e avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: 250 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Projecto.Duração: 3 anosData de início: 2004114


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEstimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 2005 20061 Reforço das capacidades 30 20 10 -humanas, técnicas e materiais<strong>do</strong>s sectores que lidam com aproblemática <strong>do</strong> JardimBotânico e <strong>do</strong> Herbário2 Identificação e localização de 10 10 - -novas áreas, para ampliaçãodas actuais instalações3 Melhoria de estruturas básicas 100 20 40 40com vista a uma melhoracomodação e tratamento dasespécies existentes e emespecial, das endémicas e dasameaçadas4 Inventariação de novas 50 20 20 10espécies a serem transferidaspara o Jardim Botânico e noHerbário5 Constituição da colecção de 40 10 20 10referencia de espéciesflorísticas6 Seguimento e avaliação <strong>do</strong>s 20 - 10 10resulta<strong>do</strong>sTotal 250 80 100 70115


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº 6: Recenseamento e Codificação de Usos e CostumesTradicionais, liga<strong>do</strong>s à Conservação da BiodiversidadePrioridade: Reforço da conservação “in situ” da diversidade biológicaTítulo: Recenseamento e Codificação de Usos e Costumes Tradicionais, liga<strong>do</strong>s à Conservaçãoda BiodiversidadeOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>Parceiros nacionais: MADRP, Ministério <strong>do</strong> Comércio, Indústria e Turismo (MCIT),Comunicação Social, Comunidades Locais e ONG’sParceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, Cooperação FrancesaObjectivos:• Inventariar os principais conhecimentos tradicionais de conservação e protecção dabiodiversidade e de utilização sustentável <strong>do</strong>s seus recursos, com o fim de os integrar noprocesso de avaliação, preservação e na estratégia de conservação.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidam com oprocesso de conservação <strong>do</strong>s ecossistemas;2. Recolha e análise de informações disponíveis relacionadas com a questão;3. Inventário e análise <strong>do</strong>s conhecimentos práticos e tradicionais de conservação dadiversidade biológica e de utilização sustentável das suas componentes;4. Análise da legislação existente relativa ao acesso, à protecção e à promoção <strong>do</strong>sdireitos de propriedade <strong>do</strong>s possui<strong>do</strong>res de conhecimentos tradicionais deconservação da diversidade biológica e de utilização sustentável <strong>do</strong>s seus recursos;5. Inventário <strong>do</strong>s conhecimentos liga<strong>do</strong>s a espécies medicinais, utilizadas em diferenteszonas <strong>do</strong> país;6. Informação e sensibilização da população sobre méto<strong>do</strong>s e técnicas tradicionais deconservação da biodiversidade;7. Avaliação e divulgação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: USD 53 000Financiamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 2 anosData de início: 2004116


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEstimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>total 2004 20051 Reforço das capacidades humanas, 10 5 5materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidamcom o processo de conservação <strong>do</strong>secossistemas2 Recolha e análise de informações 6 3 3disponíveis relacionadas com a questão3 Inventário e análise <strong>do</strong>s conhecimentos 10 7 3práticos tradicionais de conservação dadiversidade biológica e de utilizaçãosustentável das suas componentes4 Análise da legislação existente relativa ao 2 1 1acesso, à protecção e a promoção <strong>do</strong>sdireitos de propriedade <strong>do</strong>s possui<strong>do</strong>res deconhecimentos tradicionais deconservação da diversidade biológica e deutilização sustentável <strong>do</strong>s seus recursos5 Inventário <strong>do</strong>s conhecimentos liga<strong>do</strong>s a 10 5 5espécies medicinais utilizadas emdiferentes zonas <strong>do</strong> país6 Informação e sensibilização da população 10 5 5sobre méto<strong>do</strong>s e técnicas tradicionais deconservação da biodiversidade7 Avaliação e divulgação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s 5 2 3Total 53 28 25117


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXOS A-4 - Plano de Acção para a Conservação <strong>do</strong> Ecossistema Agrário e UtilizaçãoSustentável <strong>do</strong>s seus RecursosPaís: <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCusto Inicial <strong>do</strong> Programa:USD 1.525.000,00Titulo: Plano de Acção e Estratégia paraConservação da BiodiversidadeDuração: 22 anos (2003-2025)Eixo Estratégico: Ecossistema Agrário Data de Elaboração: 2003Intervenção Lógica Plano de Acção Indica<strong>do</strong>res deCumprimentoObjectivo Geral1. Conservação dadiversidade biológica <strong>do</strong>Ecossistema AgrárioObjectivo Especifico1.1. Dispor de da<strong>do</strong>s e deUma base de da<strong>do</strong>s cominformações pertinentessobre o ecossistemaagrário, com vista à suamelhor gestão e utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s seusrecursos1.2. Constituir umacolecção nacional dereferência sobre as asprincipais culturasalimentares e frutícolas1.3.Promover aconservação, valorizaçãoe utilização sustentáveldas espécies frutícolasespontâneas1.4.Identificar espéciesmais adaptáveis àsdiferentes zonasedafoclimáticasInventário <strong>do</strong>s principaisrecursos biológicos <strong>do</strong>ecossistema agrárioConstituição de umacolecção de base dasprincipais culturasalimentares e frutícolas de<strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeConstituição de umacolecção de espéciesfrutícolas de carácterespontâneo, com vista à suaconservação, valorização eutilização sustentávelEnriquecimento de camposde germoplasma, vegetal eanimal, pela contribuição degenes <strong>do</strong> estrangeiro e deoutras variedadesprincipaisbiológicosecossistemaelaboradarecursos<strong>do</strong>agrárioUma colecção dasprincipais culturasalimentares e frutícolaselaboradasUma colecção dasprincipais espéciesfrutícolas espontâneasconstituídasCamposdegermoplasma instala<strong>do</strong>se/ou enriqueci<strong>do</strong>sFontesVerificaçãoRelatóriosMADRPRelatóriosMADRPRelatóriosMADRPRelatóriosMADRPde<strong>do</strong><strong>do</strong><strong>do</strong><strong>do</strong>1.5. Salvaguardar aidentidadedascaracterísticas genéticasdas espécies pecuáriaslocalmente adaptadasCriação de um Centro dePesquisa e DesenvolvimentoPecuárioCentro de pesquisa dasespécies pecuárias,cria<strong>do</strong> e emfuncionamentoRelatóriosMADRP<strong>do</strong>118


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 1: Valorização <strong>do</strong>s Ecossistemas AgrícolasPrioridade: Identificação das componentes da diversidade biológicaTítulo: Valorização <strong>do</strong>s ecossistemas agrícolasOrganismo responsável: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e PescasParceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>, Ministério <strong>do</strong> Comércio,Indústria e Turismo, pequenas e médias empresas agrícolas, Câmara <strong>do</strong> Comércio, Indústria,Agricultura e Serviços, ONG’s e Comunidades LocaisParceiros internacionais: FAO, PNUA, UICN e ONG’sParceiros financeiros: FEM, FIDA, USAID, PNUD, EU, Cooperação FrancesaObjectivos:• Dispor de da<strong>do</strong>s e informações pertinentes sobre o ecossistema agrário, com vista àsalvaguarda da diversidade <strong>do</strong> património vegetal cultiva<strong>do</strong>, mediante a sua melhorgestão e utilização sustentável;• Aprofundar e enriquecer em particular o conhecimento de base sobre as principaisculturas alimentares e frutícolas nacionais, incluin<strong>do</strong> as de carácter espontâneo;• Promover a cooperação entre as instituições nacionais de pesquisa agronómica e suascongéneres estrangeiras e internacionais;• Favorecer a conservação e utilização sustentável das variedades locais e fomentar acriação de variedades melhoradas;• Constituir uma colecção nacional de referência sobre as principais culturas alimentares efrutícolas, incluin<strong>do</strong> as de carácter espontâneo.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores e serviçosvocaciona<strong>do</strong>s para o estu<strong>do</strong>, a conservação e a valorização <strong>do</strong> ecossistema agrário;2. Recolha e análise de informações disponíveis sobre o referi<strong>do</strong> ecossistema;3. Inventário da diversidade biológica <strong>do</strong> ecossistema agrário, com particular incidênciasobre as espécies alimentares e frutícolas, incluin<strong>do</strong> as de carácter espontâneo e sualocalização;4. Cartografia <strong>do</strong> ecossistema agrário e constituição <strong>do</strong> correspondente banco de da<strong>do</strong>s;5. Elaboração de uma carta de distribuição das espécies alimentares e frutícolas, incluin<strong>do</strong>as de carácter espontâneo;6. Constituição de uma colecção de referência das referidas espécies;7. Promoção da investigação científica e técnica, em especial sobre as espécies alimentarese frutícolas de carácter espontâneo;119


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe8. Definição e implementação <strong>do</strong> competente programa de valorização, multiplicação evulgarização;9. Desenvolvimento de programas de informação, educação e comunicação (IEC) sobre amatéria, junto aos agentes de vulgarização e aos beneficiários <strong>do</strong> programa;10. Seguimento e avaliação das actividades programadas;11. Divulgação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: USD 430 000Financiamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 3 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custototal1 Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>ssectores e serviços vocaciona<strong>do</strong>s para o estu<strong>do</strong>, aconservação e a valorização <strong>do</strong> ecossistema agrário2 Recolha e análise de informações disponíveis sobre o referi<strong>do</strong>ecossistema3 Inventário da diversidade biológica <strong>do</strong> ecossistema agrário,com particular incidência sobre as espécies alimentares efrutícolas, incluin<strong>do</strong> as de carácter espontâneo e sualocalização4 Cartografia <strong>do</strong> ecossistema agrário e constituição <strong>do</strong>correspondente banco de da<strong>do</strong>s5 Elaboração de uma carta de distribuição das espéciesalimentares e frutícolas, incluin<strong>do</strong> as de carácter espontâneo6 Constituição de uma colecção de referência das referidasespécies7 Promoção da investigação científica e técnica, em especialsobre as espécies alimentares e frutícolas de carácterespontâneo8 Definição e implementação <strong>do</strong> competente programa devalorização, multiplicação e vulgarização9 Desenvolvimento de programas de informação, educação ecomunicação (IEC) sobre a matéria, junto aos agentes devulgarização e aos beneficiários <strong>do</strong> programaPerío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>(Anos)1º 2º 3º80 35 30 1515 10 5 -15 10 5 -85 15 30 4025 - 15 1035 - 15 2060 10 30 2075 20 30 2515 5 5 510 Seguimento e avaliação das actividades programadas 30 10 10 1011 Divulgação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s 5 - - 5Total 430 115 175 140120


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 2: Criação de um Centro de Pesquisa e DesenvolvimentoPecuárioPrioridade: Desenvolvimento de programas de investigação aplicada, que permitam, por umla<strong>do</strong>, o controlo e a preservação da diversidade biológica e, por outro, o aumento <strong>do</strong> nível derendimento da produção animal mediante o incremento da produtividade por espécie.Título: Criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento PecuárioOrganismos responsáveis: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e PescasParceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>, Pequenos Agricultores,Médias e Grandes empresas agrícolas, Comunidades Locais e ONG’s.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionais.Parceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa.Objectivos:• Aprofundar os conhecimentos de base sobre as principais espécies pecuárias existentesno país, incluin<strong>do</strong> as rústicas;• Salvaguardar a identidade das características genéticas das espécies localmente adaptadase promover a sua vulgarização;• Divulgar e tornar mais acessível a informação acerca das espécies rústicas existentes nopaís;• Pesquisar sobre a identidade das características genéticas e morfológicas das mesmas edefinir programas para a sua protecção e valorização;• Promover as capacidades tecnológicas e de investigação no <strong>do</strong>mínio da pecuária, dazootecnia e da medicina veterinária;• Aumentar o nível de rendimento da produção animal, mediante o incremento daprodutividade por espécie;Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, técnicas e materiais <strong>do</strong>s sectores chama<strong>do</strong>s a lidarcom a problemática da investigação animal, em geral e, em particular, no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>tratamento e enriquecimento de germoplasma;2. Recolha e análise das informações disponíveis sobre a matéria;3. Inventariação das principais espécies pecuárias existentes e sua distribuição territorial;4. Inventariação das principais espécies rústicas existentes e determinação <strong>do</strong> seu grau devulnerabilidade;5. Criação <strong>do</strong> Centro e definição <strong>do</strong> correspondente Programa de actividades;6. Obtenção e aproveitamento de informações e experiências de outros países e deorganismos internacionais especializa<strong>do</strong>s na matéria;7. Definição e fixação de critérios de selecção das espécies a serem estudadas;8. Criação de condições para a implantação de campos, instalações e outros meios eequipamentos, destina<strong>do</strong>s ao enriquecimento de germoplasma;121


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe9. Desenvolvimento das operações de enriquecimento de germoplasma das espéciesseleccionadas;10. Seguimento e avaliação das acções programadas;11. Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: 730 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Projecto.Duração: 3 anosData de início:Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 2005 20061 Reforço das capacidades 140 25 75 40humanas, técnicas emateriais <strong>do</strong>s sectoreschama<strong>do</strong>s a lidar com aproblemáticadainvestigação animal, emgeral e, em particular, no<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> tratamento eenriquecimento degermoplasma2 Recolha e análise das 10 10 - -informações disponíveissobre a matéria3 Inventariação das principais 10 5 5 -espécies pecuárias existentese sua distribuição territorial4 Inventariação das principais 15 10 5 -espécies rústicas existentes edeterminação <strong>do</strong> seu grau devulnerabilidade5 Criação <strong>do</strong> Centro e 350 75 150 125definição <strong>do</strong> correspondentePrograma de actividades6 Obtenção e aproveitamento 15 5 5 5de informações eexperiências de outrospaíses e de organismosinternacionaisespecializa<strong>do</strong>s na matéria7 Definição e fixação de 5 - 5 -critérios de selecção dasespécies a serem estudadas8 Criação de condições para a 80 30 30 20implantação de campos,instalações e outros meios eequipamentos, destina<strong>do</strong>s aoenriquecimento degermoplasma122


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe9 Desenvolvimento das 60 - 30 30operaçõesdeenriquecimento degermoplasma das espéciesseleccionadas10 Seguimento e avaliação das 35 10 10 15acções programadas11 Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s 10 - 5 5Total 730 170 320 240123


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXOS A-5 – Plano de Acção para o Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional e LegalObjectivo fundamental: A conservação da Biodiversidade e a utilização <strong>do</strong>s seusrecursos, com base num Quadro Institucional eLegal coerente, mais vigoroso e actualSub-objectivo nº 1: Reforço <strong>do</strong> Quadro Institucional, e as acções:21. Reforço das acções intersectoriais das diversas instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no <strong>do</strong>mínioda conservação e da gestão sustentável da Biodiversidade;22. Formação de recursos humanos adicionais qualifica<strong>do</strong>s no <strong>do</strong>mínio daconservação e da gestão sustentável da Biodiversidade, incluin<strong>do</strong> guardasflorestais, ecoguardas, botânicos, zoólogos, ecologistas e outros;23. Elaboração e aprovação <strong>do</strong> Plano de gestão <strong>do</strong> Parque Natural;24. Elaboração de um programa de aperfeiçoamento técnico em Agro-floresteria,Etnobotânica e Farmacopeia;25. Criação de uma estrutura pública, para promoção e seguimento da utilizaçãoadequada das plantas medicinais;26. Criação de um sistema nacional de recolha e processamento de informaçãotecnológica sobre o funcionamento de Jardins Botânicos e Herbários ao nívelinternacional;27. Aprovação e aplicação <strong>do</strong> Plano Nacional de Desenvolvimento florestal;28. Criação de um Fun<strong>do</strong> Fiduciário;29. Promoção de parcerias entre o sector priva<strong>do</strong>, as ONG’s e as populações locais,no <strong>do</strong>mínio da Biodiversidade;30. Maior envolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nos processos e acções visan<strong>do</strong> a melhoria daoperacionalidade e eficácia das estruturas de apoio existentes (associações depequenos agricultores, cooperativas de médias empresas agrícolas, programas devulgarização agrícola e outras).Sub-objectivo nº 2: Reforço <strong>do</strong> quadro legal e regulamentar, e as acções:19. Criação de mecanismos conducentes à aplicação e à observância efectivas dalegislação já aprovada e publicada, em matéria de conservação e gestãosustentável da Biodiversidade;20. Aprovação, publicação e entrada em vigor da Lei sobre o Parque Natural;21. Aprovação, publicação e entrada em vigor <strong>do</strong> regulamento sobre a caça;22. Aprovação, publicação e entrada em vigor <strong>do</strong> regulamento sobre a captura ecomercialização da tartaruga marinha e seus produtos;23. Elaboração de legislação relativa à salvaguarda <strong>do</strong>s recursos fitogenéticos;24. Elaboração <strong>do</strong> correspondente quadro legal com vista ao melhor funcionamentoe aproveitamento <strong>do</strong> potencial <strong>do</strong> Jardim Botânico e o Herbário existentes;25. Elaboração, aprovação e aplicação da legislação sobre a exportação de espéciesde conformidade com a CITES;124


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe26. Elaboração, aprovação e aplicação <strong>do</strong> Código pecuário;27. Elaboração de leis que integrem a noção de acessibilidade e de partilha justa eequitativa.Sub-objectivo nº 3: A criação de mecanismos de acesso e de partilha justa eequitativa <strong>do</strong>s recursos biológicos, e as acções:Ao nível nacional:5. Manter a integridade <strong>do</strong>s ecossistemas florestais;6. Promoção de apoio às estruturas de protecção e de gestão comunitária <strong>do</strong>srecursos biológicos.Ao nível internacional:9. Fortalecimento de mecanismos de cooperação, visan<strong>do</strong> a aquisição de genes noestrangeiro, em função das necessidades e <strong>do</strong>s programas de desenvolvimentonacional;10. Institucionalização <strong>do</strong> processo de ecocertificação de produtos agro-florestais;11. Optimização <strong>do</strong> programa STABEX, visan<strong>do</strong> o aumento da produção de cacau;12. Garantia de acesso regular às informações zoo-sanitárias e das inovaçõescientífico-técnicas ao nível mundial;125


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePaís: <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeCusto Inicial <strong>do</strong> Programa:USD 746.000,00Titulo: Plano de Acção e Estratégia para aConservação da BiodiversidadeDuração: 22 anos (2003-2025)Eixo Estratégico: Quadro Institucional e Legal Data de Elaboração: 2003Intervenção Lógica Plano de Acção Indica<strong>do</strong>res deCumprimentoObjectivo Geral1. A conservação daBiodiversidade e autilização <strong>do</strong>s seusrecursos, com base numQuadro Institucional eLegal coerente, maisvigoroso e actualObjectivo Especifico1.1. Desenvolvermecanismos que permitama partilha equitativa <strong>do</strong>sbenefícios da exploração<strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s recursosEstabelecimento de normasjurídicas e administrativasapropriadas, com vista agarantir a conservação dabiodiversidade e a utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s recursos aela inerentesLeis e regulamentosliga<strong>do</strong>s à conservação dabiodiversidadeelabora<strong>do</strong>s, aprova<strong>do</strong>s eem aplicaçãoFontes deVerificaçãoRelatóriosMRNMA<strong>do</strong>1.2. Desenvolverinvestigação no <strong>do</strong>miniode biotecnológia a favorda conservação dadiversidade biológica e dautilização sustentável <strong>do</strong>sseus elementos1.3. Dispor de capacidadehumana, técnica ematerial, que permitaassegurar uma melhorconservação ex-situ dadiversidade biológica1.4. Fomentar mudançasde atitude ecomportamento dapopulação em relação àdiversidade biológicaElaboração de um quadrojurídico nacional sobre abio-segurança e a promoçãoda investigação científica,no <strong>do</strong>mínio da biotecnologiaReforço da capacidadeinstitucional <strong>do</strong>s sectoresresponsáveis pelaconservação ex situProgramas de informação,educação e comunicação(IEC) sobre a diversidadebiológica.Legislação sobre a biosegurançaelaborada,aprovada e em aplicaçãoRelatóriosMRNMAQuadros nacionais Relatóriosliga<strong>do</strong>s à problemática MRNMAda biodiversidadecapacita<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>sde competência técnicaadequadaAutoridades nacionais e Relatóriosa população em geral MRNMAsensibilizada e comparticipação activa naconservaçãobiodiversidadeda<strong>do</strong><strong>do</strong><strong>do</strong>126


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto Nº. 1 : Elaboração de Legislação Especializada sobre aconservação da Biodiversidade em S . <strong>Tomé</strong> e Príncipe e a utilizaçãosustentável <strong>do</strong>s Recursos a ela inerentesPrioridade: Estabelecimento de normas jurídicas e administrativas apropriadas, com vista agarantir a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos a ela inerentesTítulo: Elaboração de Legislação Especializada sobre a conservação da Biodiversidade em S .<strong>Tomé</strong> e Príncipe e a utilização sustentável <strong>do</strong>s Recursos a ela inerentesOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Meio <strong>Ambiente</strong> (MRNMA)Parceiros nacionais: Assembleia Nacional, Ministério da Justiça, Função Pública e ReformaAdministrativa, (MJFPRA), Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas(MADRP), Ministério da Defesa e Ordem Interna (MDOI), Ministério <strong>do</strong> Plano e Finanças(MPF), ONG’s, Agentes económicos e Comunidades locais.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionais.Parceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa, UniãoEuropeia.Objectivos:• Desenvolver investigações a favor da conservação da diversidade biológica e <strong>do</strong>srecursos a ela inerentes;• Desenvolver mecanismos que permitam a partilha equitativa <strong>do</strong>s benefícios daexploração <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s recursos.Actividades:1. Informação e sensibilização da população-alvo;2. Recolha e análise de informações junto a essa mesma população;3. Formulação de ante-projectos de diplomas legais, espelhan<strong>do</strong> a ampla diversidade damatéria;4. Realização de Seminários, ao nível distrital e nacional, para a restituição e validação <strong>do</strong>stextos assim obti<strong>do</strong>s;5. Aprovação <strong>do</strong>s vários diplomas ao nível correspondente e consequente publicação <strong>do</strong>smesmos;6. Seguimento e avaliação da sua aplicação.Custos estima<strong>do</strong>s: 80 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong> Projecto.Duração: 2 anos127


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 20051 Informação e sensibilização da 10 10 -população-alvo2 Recolha e análise de informações 20 20 -junto a essa mesma população3 Formulação de ante-projectos de 30 20 10diplomas legais, espelhan<strong>do</strong> aampla diversidade da matéria4 Realização de Seminários, ao 15 - 15nível distrital e nacional, para arestituição e validação <strong>do</strong>s textosassim obti<strong>do</strong>s5 Aprovação <strong>do</strong>s vários diplomas - - -ao nível correspondente econsequente publicação <strong>do</strong>smesmos6 Seguimento e avaliação da sua 5 - 5aplicaçãoTotal 80 50 30128


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 2: Criação de um Quadro Jurídico Nacional sobre a Bio-Segurança e a promoção da Investigação Científica no <strong>do</strong>mínio daBiotecnologiaPrioridade: Estabelecimento de normas jurídicas e administrativas, apropriadas para aprodução, importação e utilização de organismos vivos, geneticamente modifica<strong>do</strong>s, assim comode produtos deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s mesmos.Título: Criação de um Quadro Jurídico Nacional sobre a Bio-Segurança e a promoção daInvestigação Científica, no <strong>do</strong>mínio da BiotecnologiaOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e Meio <strong>Ambiente</strong> (MRNMA).Parceiros nacionais: Toda a estrutura pública e privada concernente, as ONG’s competentes namatéria e as comunidades locais.Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa, UniãoEuropeia.Objectivos:• Desenvolver investigação no <strong>do</strong>mínio de biotecnologia a favor da conservação dadiversidade biológica e da utilização sustentável <strong>do</strong>s seus elementos;• Desenvolver mecanismos no <strong>do</strong>mínio da cooperação e transferência de tecnologia epartilha equitativa;• Controlar a introdução no território nacional de organismos vivos modifica<strong>do</strong>s;• Velar e controlar a manipulação sem perigo <strong>do</strong>s organismos geneticamente modifica<strong>do</strong>s.Actividades:1. Inquérito sócio-esconómico sobre a utilização da biotecnologia;2. Informação e sensibilização da população e <strong>do</strong>s decisores;3. Elaboração <strong>do</strong> ante-projecto de diploma legal sobre a biosegurança;4. Seminários distritais e nacional para a validação <strong>do</strong> ante-projecto de diploma legalcorrespondente;5. Aprovação <strong>do</strong> diploma ao nível correspondente e sua consequente publicação e entradaem vigor;6. Promoção da investigação em matéria de biotecnologia;7. Aplicação de procedimentos apropria<strong>do</strong>s de avaliação e de gestão <strong>do</strong>s riscos liga<strong>do</strong>s àmanipulação de organismos vivos modifica<strong>do</strong>s;8. Seguimento e avaliação <strong>do</strong> projecto.Custos estima<strong>do</strong>s: 112 000 USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Projecto129


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeDuração: 2 anosData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 20051 Inquérito sócio-esconómico 10 5 5sobre a utilização dabiotecnologia2 Informação e sensibilização da 7 4 3população e <strong>do</strong>s decisores3 Elaboração <strong>do</strong> ante-projecto de 5 5 -de diploma legal sobre abiosegurança4 Ateliers distritais e nacionais 15 5 10para a validação <strong>do</strong> ante-projecto5 Aprovação e publicação <strong>do</strong> - - -diploma6 Promoção de investigação em 40 20 20matéria de biotecnologia7 Aplicação de procedimentos 25 10 15apropria<strong>do</strong>s de avaliação e degestão <strong>do</strong>s riscos liga<strong>do</strong>s àmanipulação de organismosvivos modifica<strong>do</strong>s8 Seguimento e avaliação <strong>do</strong> 10 5 5projectoTotal 112 54 58130


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº 3: Reforço da Capacidade Institucional <strong>do</strong>s sectoresresponsáveis pela Conservação “ex-situ”Prioridade: Reforço da Capacidade de conservação “ex situ” da diversidade biológicaTítulo: Reforço da Capacidade Institucional <strong>do</strong>s sectores responsáveis pela Conservação “exsitu”Organismos responsáveis: Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural e Pescas(MADRP)Parceiros nacionais: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>, Ministério de Educação,Ministério das Finanças, Pequenos, Médios e Grandes empresas agrícolas, Comunidades Locaise ONG’sParceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação FrancesaObjectivos:• Dispor de capacidade humana, técnica e material, que permita assegurar uma melhorconservação “ex-situ” da diversidade biológica.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidam com oprocesso de conservação “ex-situ”;2. Avaliação <strong>do</strong> conjunto de medidas, de políticas e das instalações, necessárias paraassegurar uma melhor conservação “ex-situ” da diversidade biológica;3. Identificação das prioridades nacionais em matéria de conservação “ex-situ” e deinvestigação;4. Criação de instalações nacionais de conservação “ex-situ”.Custos estima<strong>do</strong>s: USD 275 000Financiamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 4 anosData de início: 2004131


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEstimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>total 2004 2005 2006 20071 Reforço das 100 40 30 15 15capacidades humanas,materiais e técnicas <strong>do</strong>ssectores que lidam como processo deconservação “ex-situ”2 Avaliação <strong>do</strong> conjunto 30 10 10 5 5de medidas, de políticase das instalações,necessárias paraassegurar uma melhorconservação “ex-situ”da diversidadebiológica3 Identificação das 25 10 5 5 5prioridades nacionaisem matéria deconservação “ex-situ” ede investigação4 Criação de instalações 120 40 40 20 20nacionais deconservação “ex-situ”Total 275 100 85 45 45132


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 4: Realização de Programas de Informação, Educação eComunicação (IEC) sobre a Conservação da Diversidade Biológica,dedica<strong>do</strong>s aos Responsáveis Políticos e Administrativos, QuadrosTécnicos, Profissionais e Agentes Económicos, cuja actividade lida deperto com a temática, ONG’s e a população em geralPrioridade: Promover a participação responsável <strong>do</strong> público-alvo na gestão sustentável dadiversidade biológica.Título: Realização de Programas de Informação, Educação e Comunicação (IEC) sobre aConservação da Diversidade Biológica, direcciona<strong>do</strong>s para Responsáveis Políticos eAdministrativos, Quadros Técnicos, Profissionais e Agentes Económicos, cuja actividade lida deperto com a temática, ONG’s e a população em geralOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>.Parceiros nacionais: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Ministério deEducação e Cultura, Órgãos de Comunicação Social, ONG’s e Núcleos Locais <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> 1 .Parceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionais.Parceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, BAD, FIDA, BADEA, Cooperação Francesa, UniãoEuropeia.Objectivos:• Fomentar mudanças de atitude e comportamento da população em relação à diversidadebiológica;• Promover o surgimento, no seio da população, de uma atitude de respeito, defesa evalorização da diversidade biológica e de utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos a elainerentes.Actividades:1. Recolha de informações sobre atitudes e comportamentos negativos da população emrelação à biodiversidade;2. Definição de programas IEC, diferencia<strong>do</strong>s em função <strong>do</strong>s grupos-alvo;3. Formação e preparação das equipas para a implementação <strong>do</strong>s programas;4. Preparação <strong>do</strong>s materiais de suporte para a materialização <strong>do</strong>s programas;5. Organização <strong>do</strong> plano de execução das actividades programadas;6. Implementação <strong>do</strong>s programas IEC;7. Seguimento e avaliação das actividades desenvolvidas;8. Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: 175 000USDFinanciamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong> Projecto.Duração: 2 anos1 Grupo de cidadãos previamente prepara<strong>do</strong>s no quadro <strong>do</strong> PNADD, para actividades de informação e sensibilizaçãoem matéria de <strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento Sustentável, junto às Comunidades Locais.133


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeData de início: 2004Estimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo total Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>2004 20051 Recolha de informações sobre 45 35 10atitudes e comportamentosnegativos da população emrelação à biodiversidade2 Definição de programas IEC, 10 10 -diferencia<strong>do</strong>s em função <strong>do</strong>sgrupos-alvo3 Formação e preparação das 10 10 -equipas para a implementação<strong>do</strong>s programas4 Preparação <strong>do</strong>s materiais de 25 20 5suporte para a materialização <strong>do</strong>sprogramas5 Organização <strong>do</strong> plano de 5 5 -execução das actividadesprogramadas6 Implementação <strong>do</strong>s programas 60 20 40IEC7 Seguimento e avaliação das 15 5 10actividades desenvolvidas8 Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s 5 - 5Total 175 105 70134


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeProjecto nº. 5: Realização de Filmes, Postais e Posters, Selos e Atlas deEspécies de Fauna e Flora selvagens, ameaçadas ou em perigoPrioridade: Reforço da conservação “in situ” da diversidade biológicaTítulo: Realização de Filmes, Postais e Posters, Selos e Atlas de Espécies de Fauna e Floraselvagens, ameaçadas ou em perigoOrganismos responsáveis: Ministério <strong>do</strong>s Recursos Naturais e <strong>Ambiente</strong>Parceiros nacionais: Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP),Ministério da Infraestruturas, Ministério <strong>do</strong> Comércio, Indústria e Turismo (MCIT),Comunidades Locais e ONG’sParceiros internacionais: FAO, UNEP, UICN, WWF, GTZ, UNESCO e ONG’s internacionaisParceiros financeiros: FEM, PNUD, BM, Cooperação FrancesaObjectivos:• Reforço da participação popular na conservação e utilização sustentável da diversidadebiológica, através de processos de sensibilização basea<strong>do</strong>s em material didáctico de fortecapacidade informativa e educativa;• Informar o grande público das ameaças que pesam sobre certas espécies animais evegetais, mediante a publicação <strong>do</strong> Atlas, a edição de filmes, <strong>do</strong>cumentários, selos,postais e outros materiais ilustrativos.Actividades:1. Reforço das capacidades humanas, materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que lidam comespécies selvagens, ameaçadas ou em perigo;2. Recolha e análise de informações disponíveis sobre essas espécies;3. Informação e sensibilização <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s recursos da fauna e da floraselvagens;4. Inventário das espécies ameaçadas ou em perigo;5. Análise e interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s;6. Cartografia <strong>do</strong>s habitat das espécies em estu<strong>do</strong>;7. Produção de filmes, postais, posters, selos e Atlas;8. Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Custos estima<strong>do</strong>s: USD 104 000Financiamento externo:Contrapartida nacional: 10 % <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> ProjectoDuração: 2 anosData de início: 2004135


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEstimação detalhada <strong>do</strong>s custos (Unidade: mil dólares americanos)Nº Actividades Custo Perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>total 2004 20051 Reforço das capacidades humanas,materiais e técnicas <strong>do</strong>s sectores que15 10 5lidam com espécies selvagens,ameaçadas ou em perigo2 Recolha e análise de informaçõesdisponíveis sobre essas espécies3 Informação e sensibilização <strong>do</strong>sutiliza<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s recursos da fauna e daflora selvagens4 Inventário das espécies ameaçadas ouem perigo5 Análise e interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>srecolhi<strong>do</strong>s6 Cartografia <strong>do</strong>s habitats das espéciesem estu<strong>do</strong>7 Produção de filmes, postais, posters,selos e Atlas5 3 24 2,5 1,525 15 1010 5 510 5 525 15 108 Difusão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s 10 5 5Total 104 60,5 43,5136


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXOS B – Algumas espécies animais e vegetaisANEXO B-1 - Principais Plantas EndémicasInventário das plantas endémicas de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e Príncipe (sem as orquidáceas)Classificação por ordem alfabética das famíliasOR: Ex= Exell (1973), ES=Espírito Santo, Fi= Figueire<strong>do</strong>, IF= Inst. Floret, Li= Liberato (1973),SI= Silva, Wh=White, D: distribuição geográfica. E= endémica das ilhas <strong>do</strong> golfo da Guiné, S= <strong>São</strong><strong>Tomé</strong>, P= Príncipe, A= Anobom, B= BiocoNomeFamíliaNome latim vernacular OR Ecofac D ObservaçõesBrachystephanus occidentalisHO 7390,Acanthaceae LindauEx JL 95/012 ES Flores brancasAcanthaceaeHeteradelphia paulowilhelmiaLindau ES Arbusto, fl violetasHO 7302,Acanthaceae Justicia thomensis Lindau Ex FO 184 ESAnisophylleaceaeApocynaceaeApocynaceaeAraliaceaePau caboré,Anisophyllea cabole Henriq. caboléTabernaemontana sp. aff.Stenosiphon Ex EPTabernaemontanaFO 166,stenosiphon Stapf Cata d'obô Ex JL 95/068 ESPolycias quintasii ExellEs,Ex FO 120 ES Arbusto, 3 m.Guêguê fasso,Vela Ex FO 163 ESPAsclepiadaceae Marsdenia exellii C. Norman Ex ESBalsaminaceae Impatiens buccinalis Hook.f. Camarões ExFO 617,HO 750 ESÁrvore alta 15 m; latex brancoBalsaminaceae Impatiens manteroana Exell Ex EPBalsaminaceae Impatiens thomensis Exell ExHO 7596,HO 7550 ESBegoniaceae Begonia baccata Hook. F.Fia bobavermelha ExHO 7485,JL 97/320 ESPlanta alta 1,5 m; caulelenhoso; fl. BrancasBegoniaceae Begonia crateris Exell Fia boba d'obo Ex ESBegoniaceaeBegonia fusialata var.principensis J.J. De WildEPBegoniaceaeBegonia loranthoides Hook.F. Subsp. Loranthoides ESPBegoniaceaeBegonia molleri (C. DC.)Warb. Ex ESBoraginaceae Ehretia scrobiculata Hiern Ex EPCelastraceae Maytenus monodii Exell Ex ESCommelinaceaePalisota pedicellata K.Schum.ExFO 531,JL 95/078 ESPA Erva vivaz, alta 2 m; fl. BrancasCyatheaceaeCyperaceaeCyathea welwitschiiCarex leptocladus C. B.ClarkeExJL94/560,JL 95/021 ESCyperaceae Cyperus sylvicola Ridl. Ex ESCyperaceaeHypolytrum grande (Uitt.)Koyama Ex EPCyperaceae Mapania ferruginea Ridl.EX,LS JL 95/031 ESP Erva vivaz, alt 50 cmDichapetalum bocageanumDichapetalaceae (Henriq.) Engl. Melambo Ex ESJLEricaceaeErica thomensis (Henriq.)Dorr& E. G.H. Oliv. Urze Ex94/557,HO 7370 ES Subarbusto; alt. 1 mCubango,Árvore, cerca de 30 m; poucoEuphorbiaceae Croton stellulifer Hutch. Cobango EX, Fi JL 97/348 ESP ramifica<strong>do</strong>; fl: elípticasDiscoclaoxylon occidentaleHO 7437,Euphorbiaceae (Mull. Arg.) Pax & K. Hoffm. Quina nº 2 Ex, Fi FO 22 ESPEuphorbiaceae Drypetes glabra (Pax) Hutch. Mamon d'obô Ex, FiHO 7235,FO 621 ESEuphorbiaceaeDrypetes henriquensii (Pax)PrainNo-no, Mamond'obô Ex, Fi ES137


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeEuphorbiaceaeEuphorbiaceaeErythrococca columnares(Mull. Arg.) Prain Ex EPErythrococca molleri (Pax)HO 7285,Prain Coedano nº 2 Ex, Fi FO 597 ESArbusto alto 20m; fr. Vermelhoalaranja<strong>do</strong>sna maturidadeEuphorbiaceae Grossera elongata Hutch. Ex EPEuphorbiaceaeMaesobotrya glabrata(Hutch.) ExellExFO 551,FO 553 EPArbusto ou pequena árvore, fr.Avermelha<strong>do</strong>s na maturidadeEuphorbiaceaePhyllathus physocarpus Mull.Arg. Ex EPEuphorbiaceaeThecacoris mannniana (Mull.Arg.) Mull. Arg. Pau fíga<strong>do</strong> Ex FO 630 ES Pequena árvoreThecacoris membranaceaEuphorbiaceae Pax Ex JL 95/054 ES Árvore, S1-24Flacourtiaceae Casearia mannii Mast. ESPFlacourtiaceaeHomalium henriquesii Gilg. ExEngl.Quebramacha<strong>do</strong> Ex, Fi HO 7586 ESÁrvore alt 10 m; fl: cremeverdesHernandiaceaeHernandia beninensis Welw.Ex Henriq.Bungá, paucandeia Ex, Fi ESBCelé-alé,JL94/511,Leeaceae Leea tinctoria Lindl. Ex Baker Celé-celé Ex, Fi HO 7243 ES Arbusto 2-3 m, fr. Alaranja<strong>do</strong>sLobeliaceae Lobelia barnsii Exell ExHO 7374,HO 7703Melastomataceae Calvoa confertifolia Exell ESESErva alta 2 m; fl. Violetasreunidas em cachosMelastomataceae Calvoa crassinoda Hook. F. ESMelastomataceae Calvoa grandifolia Cogn. ExHO 7399,FO 516 ESP Erva alta 1 m; fl. RosasMelastomataceae Calvoa integrifolia Cogn. ESMelastomataceaeCalvoa sinuata Hook. F. ExTrianaEPMelastomataceaeTristemma litorale Benth.Subsp biafranum Jac.-Fél.Var. insulare Jac. Fél.ESMelastomataceaeTristemma mauritianum J. F.Gmel. Var. rozeiranum Jac.-Fél.ESMelastomataceaeTristemma mauritianum J. F.Gmel. Var. thomense (Ferr.)Jac.-Fél.ESMeliaceaeMoraceaeMiristicaceaeOchnaceaeTrichilia grandifolia Oliv.Cola demacaco ExHO 7576,JL 95/065 ESFicus chlamy<strong>do</strong>carpa Mildbr.& Burret subsp.JLfernandesiana (Hutch.) C. C.97/231,Berg Figo obato Ex, Fi FO 622 ESStaudtia pterocarpa (Warb.)Warb. Pau vermelho ES, Fi FO 338 ESLiana, fl compostas, frcastanhos de 5 cm de diâmetroFigueiro estrangula<strong>do</strong>r, fr 4 cmde diâmetroÁrvore de 10-15 m de altura, flinteirasCampylospermum vogelii(Hook. F.) Farron var. molleri(Van Thiegh) Pau dumo Ex FO 550 ESP Arbusto fl. amarelasOchnaceae Ouratea nutans (Hiern) Exell Ex EPOchnaceaeRhab<strong>do</strong>phylllum arnoldianum(De Wild. & Th. Dur.) v.Quintasii ( Van thiegh.) Farron Ex SC 08 ESOleaceae Jasminum thomense (Exell) Ex ESPandanaceae Pandanus thomensis Henriq. Pau esteira ExHO 7712,FO 234 ES Árvore, fl. Longas e seguetadasPiperaceae Peperomia thomeana C. DC. Ex ESPo<strong>do</strong>carpaceae Po<strong>do</strong>carpus mannii Hook. f.Pinheiro de S.<strong>Tomé</strong> ExHO 7617,FO 222 ESÁrvore de 30 m; fl. MasculinasverdesRhamnaceae Lasiodiscus rozeirae Exell Ex ESRhizophoraceae Cassipourea glomerata Alston Ex ESAidia quintasii (K. Schum.) G.Rubiaceae Taylor Muin<strong>do</strong> Ex ESRubiaceae Aidia wattii G. Taylor Inhé muela Ex ESRubiaceaeAulacocalyx pallens (Hiern)Bridson & E. Figuerei<strong>do</strong>subsp pallensTeia-teiapequena Ex ES138


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeRubiaceaeRubiaceaeRubiaceaeRubiaceaeBelonophora coffeoides Hook.f. Ex ESJLBertiera pedicellata (hiern)95/075,WernhamEx FO 517 ESPCraterispermum montanum(Heirn) Macambrará Ex, Fi HO 7569 ESPAEcpoma cauliflorum (Hiern) N.Hallé Ex HO 7556 ESArbusto 30 m; fl. Terminais,brancasÁrvore de 6 m, fl: brasncoesverdeadasSubarbusto, fl: brancas. Colhidano Príncipe a 550 m de altitudeRubiaceae Lasianthus africanus Hiern Ex ESPMussaenda tenuiflora Benth.Rubiaceae var. principensis G. Taylor Ex EPMussaenda tenuiflora Benth.Rubiaceae var. thomensis G. Taylor Ex FO 522 ES Liana de flores brancasRubiaceaePauridiantha composii ( G.Taylor) Ex ESRubiaceaePauridiantha insularis (Hiern)Bremek. Ex ESRubiaceae Pavetta monticola Hiern Si, ExHO 7498,HO 7586 ESA Arbusto de 3 m, flores brancasPsychotria guerkeana K.Rubiaceae Schum. Ex JL 95/548 ES Pequena árvoreRubiaceae Psychotria molleri K. Schum. Pau duno Ex ESRubiaceae Psychotria nubicola G. Taylor Ex ESRubiaceaePsychotria principensis G.Taylor Café silvestre Ex FO 581 EP Pequena árvoreRubiaceaePsychotria thomensis G.Taylor Ex ESHO 7367,Liana de 5 m; fl. Brancas;caulifloria, ou na axila <strong>do</strong>sRubiaceae Sabicea exellii G. Taylor EX JL 97/630 ES ramosHO 7476,Rubiaceae Sabicea ingrata K. Schum. Ex FO 466 ESRubiaceaeSabicea ingrata K. Schum.var. insularis (Wernham)Joffroy var. nov.ExFO 324,FO 473 ESA LianaRubiaceaeSabicea thomensis Joffroy sp.nov.ESRubiaceae Tarenna nitiduloides G. Taylor Ex, Fi ESSapindaceae Chytranthus mannii Hook. f. Pessegueiro ExFO 107,HO 7685 ESPChrysophylllum calophylllumSapotaceae Exell Ex EPChrysophylllum henriquensiiSapotaceae Engl. Ex EPVincentella densiflora (Baker)Sapotaceae Pierre Ex ESThunbergianthus quintasiiScrophulariaceae Engl. Musa fria Ex, FiBalthasaria mannii (Oliver)Theaceae Verdc. Ex ESDicranolepis thomensis Engl.HO 7679,Thymelaeceae & Gilg.Ex FO 539 ESFO 168,.Thymelaeceae Peddiea thomensis Exell Tchapo d'obô Ex JL 95/017 ESArbusto de 6 m. Fl e fr na base<strong>do</strong> tronco; fl branco-cremesHO 7397,HO 7456 ES Liana, flores rosasArbusto ou pequena árvore; flbrancas e depois amarelasArbusto de 5 m. Fr vermelhoacastanhadasUlmaceae Celtis pratlii Priemer ex Engl. Quaco branco Ex ESPA ÁrvoreUrticaceaeElastostema thomenseHenriq.Ex, FiHO 7289,FO 585 ESErva prostadas, flores brancasem capítulosViolaceae Pilea manniana Wedd ExHO 7354,HO 7360 ESSubarbusto, pequenas floresbrancasViolaceae Rinorea chevalieri Exell Ex, FiHO 7724,FO 343 ES Árvore de 15 m. Frequente.Violaceae Rinorea insularis Engl. Ex EPViolaceae Rinorea thomensis Exell Tesse Ex, Fi ESVitaceaeCissus curvipoda (Baker)Planchon Ex ESZingiberaceae Renealmia grandifolia Baker ExHO 7388,HO 7588 ES Erva rizomatosa139


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-2 – Principais Espécies IndustriaisFamília Nome ciêntífico Nome vernacular Formação vegetalAnacardiaceae Pseu<strong>do</strong>pondias microcarpa Zenzém Floresta secundáriaAnisophylleaceae Anisophyllea cabole Pau cabore, cabolé Floresta densaArecaceae Elaeis guineensis Palmeira Floresta secundáriaBoraginaceae Cordia platythyrsa Tabaque Floresta secundáriaCaesalpinacee Albizia lebbeck Acacia Floresta secundáriaCaesalpinacee Albizzia molucana Acacia Floresta secundáriaClusiaceae Symphonia globuliferaÓleo barão, pauamareloFloresta de altitudeEuphorbiaceae Bridelia stenocarpa Muin<strong>do</strong> Floresta secundáriaEuphorbiaceae Cleistanthus sp. Viro Floresta secundáriaEuphorbiaceae Hevea brasiliensis Borracha Floresta secundáriaEuphorbiaceae Margaritaria discoidea Pau-ferro Floresta secundáriaEuphorbiaceae Phyllanthus discoideus Pau-ferro Floresta secundáriaEuphorbiaceae Sapium ellipticum Pau-maria Floresta de altitudeEuphorbiaceaeScytopeatalumkamerunianumVilo branco, VirobrancoFloresta de altitudeEuphorbiaceaeTetrorchidiumdidymostemonPau mole, Branco,Pó moleFloresta secundáriaEuphorbiaceae Uapaca guineensisNespla d'obô,mangueFloresta de altitudeFabaceae Erythrina sp. Eritrina Floresta de sombraFlacourtiaceae Homalium henriquensii Quebra macha<strong>do</strong> Floresta de altitudeHypericaceaeHarunganamadagascariensis Pau sangue Floresta secundáriaLauraceae Cynnamomum burmanni Canela brava Floresta secundáriaMeliaceae Carapa procera Gôgô Floresta de sombraMeliaceae Cedrela o<strong>do</strong>rata Cedrela Floresta sombraMeliaceaeTrichilia grandifoliaCacau <strong>do</strong> mato,Cola-de-macaco Floresta de altitudeMimosaceaeMuandim, Sicupira, Floresta associada aosPentaclethra macrophylla Ubacultivos agrícolasMimosaceae Pentaclethra macrophylla Muandi Floresta de sombraFloresta associada aosMoraceae Artocarpus altilis Fruteiracultivos agrícolosMoraceae Artocarpus heterophyllus JaqueiraFloresta associada aoscultivos agrícolosMoraceae Artocarpus heterophyllus Jaqueira Floresta associada aoscultivos agrícolosMoraceae Clorophora excelsa Amoreira Floresta sombraFigo ploco, FigoMoraceaeFicus mucusoporcoFloresta secundáriaFloresta associada aoscultivos agrícolasMoraceae Milicia excelsa Amoreira, molelaMyristicaceae Pycnanthus angolensis Pau caixão Floresta secundáriaMyristicaceae Staudtia pterocarpa Pau vermelho Floresta de altitudeMyrsinaceae Pycnanthus angolensis Pau Caixão Floresta secundáriaMyrtaceae Psydium guyava Goiabeira Floresta secundariaMyrtaceae Syzygium guineense Matchanzochi Floresta de altitudePo<strong>do</strong>carpaceaePo<strong>do</strong>carpus manniiPinheiro da terra, Pinheirode <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong>, OfóFloresta de altitude140


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeRubiaceae Canthium glabiflorum Nono Floresta de altitudeRubiaceae Hymenodicton biafranum Pau claudina Floresta de altitudeRubiaceae Pauridianha floribunda Nicolau Floresta de altitudeRutaceae Fagara macrophylla Marapião Floresta de sombraSapotaceae Gambeya africana Zamumo Floresta de altitudeSapotaceae Gambeya albida Untueiro Floresta secundáriaSapotaceae Mammea africanaMagloso, Oba, PaumamãoFloresta secundáriaSapotaceae Manikara multinervis Azeitona Floresta secundáriaSterculiaceae Theobroma cacao Cacaueiro Floresta de sombraUlmaceae Celtis mildbreadii Pó capiton Floresta secundáriaUlmaceae Celtis prantlii Quaco branco Floresta secundáriaUlmaceae Tremna orientalis Pau cabra Floresta de altitude141


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-3 – Principais Espécies AlimentaresNOME VULGARAbacateAnanásBananeiraCajamanqueiraCajueiroCaneleiraCaramboleiraCebolaCoqueiroCouveFeijoeiroFruteiraGoiabeiraGrumnichamaInahmeJaqueiraLimoeiroLossuaMandioqueiraMangueiraMaquequéMatabalaMilhoMorangoPalmeira-de-andimMamoeiroPitangueiraPessegueiroPimentãoSafuzeiroTomateiroNOME CIENTÍFICOPersea amaricanaAnanas comosusMusa sp.Spondias cythereaAnacardium ocidentaleCinnamomum zeilanicumAverrhoa carambolaAllium cepaCocos nuciferaBrassica oleraceaVicia sp.Artocarpus altilisPsidium guyavaEugenia brasiliensisDioscorea sp.Artocartus heterophyllaCitrus aurantiumSolanum americanumManihot esculentunMangifera indicaSolanum macrocarpumXanthosoma sp.Zea maїsRubus rosifoliusElaeis guineensisCarica papaiaEugenia unifloraChytranthus manniiCapsicum frutescansDacryodes edulisLicopersicum esculentun142


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-4 – Principais Espécies MedicinaisNOMES VULGARES NOME CIENTIFICO UTILIZAÇÃOAbobraDores de ouvi<strong>do</strong>Pau-saláAfrodísiacoZagrimáAfrodisíacoFolha ponto Achyranthes aspera Contra hemorragiaFissanjá Adenia cissampeloides MassagemBengue Alchornea cordifolia DiarreiaAlho Allium cepa DiarreiaPau-três Allophyllus africanus Afrodisíaco, PaludismoPau-três Allophyllus grandifolius Dores da BarrigaAfrodisíacoCajueiro Anacadium occidentale DiarreiaAnanás Ananas comosus AbortosMuindro Bridelia micrantha MassagemFolha-da-mina Bryophyllum pinnatum Pancadas (golpes)Fiá-salaconta Canna indica SarnaMamoeiro Carica papaya AfrodisíacoMaioba Cassia ocidentalis PaludismoCedrela Cedrela o<strong>do</strong>rata PaludismoOlhadató Centella asiatica Dores de ouvi<strong>do</strong>Coedano Cestrum laevigatum Contra a sarnaMatruço Chenopodium ambrosioides Diarreia,Massagem,Pancada (Golpe), LombrigaPau-quina Cinchona sp. Paludismo, Pancada, AbortoLimão Citrus aurantium PaludismoColeira Cola acuminata Problema de olhos e ouvi<strong>do</strong>sCapim- d’água Commelina difusa Problemas nos olhosCana Macaco Costus giganteus RinsUcuêtê Costus giganteus ReumatismoMacambrará Craterispermum montanum AfrodisíacoPau-purga Croton dracnopsis PurganteFiá-pleto Datura metel ReumatismoTichile-blanco Drymaria cordata DiarreiaPalmeira-de-andim Elaeis guineensis Contra SarnaFiá-bu<strong>do</strong> Elephantopus mollis DiarreiaSelo-sum-zom-maia Erygium foetidum Dores de barrigaEritrineira Erytrina sp. Contra hemorragiaMarapião Fagara macrophylla Dores de denteFigo-obata Ficus chlamy<strong>do</strong>carpa DiarreiaMussandá Ficus kamerunensis Dores de olho (conjuntivite ?)Pancada (Golpe)Pau-sangue Harungana madagascarensis ReconstituinteAnemiaChimon-coiá Lagenaria siceraria ReumatismoMucumblí Lannea welwitschii Rins, PancadaPinincano Leonitis nepetifolia Dores de barrigaMutopa Maesa lanceolata Via urináriaMangueira Mangifera indica DiarreiaFiá-sanzom Momordica charantia Afrodisíaco, AbortoBananeira Musa paradisiaca DiarreiaMicocó Ocimum gratissimum Febres, AfrodisiacoIpé Olea capensis AfrodisíacoNicolau Pauridiantha floribunda AnemiaMuandí Pentaclethra macrophylla ReumatismoFiá-alfobaca Pepromia pellucida Doenças venéreas143


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeGoiabeira Psidium guajava DiarreiaAlho d’ obô Psychotria peduncularis InfecçõesPau-caixão Pycnanthus angolensis Dores de dente, ContrahemorragiaCata-grande Rauvolfia dichotoma PaludismoMamonó Ricinus communis Dores de ouvi<strong>do</strong>Arruda Ruta chapelensis Contra lombrigasPau-óleo Santiria trimera PurgantePimpenela Sechium edule DiarreiaMaquequé Solanum macrocarpum ReumatismoMatchanzoche Syzygium guineense AfrodísiacoCaroceiro Terminalia catappa DiarreiaCacueiro Theobroma cacao PaludismoPau cabraTremna orientalisLibô muncambú Vernonia amygdalina PaludismoMatabala Xanthosoma sagittifolium. Dores de olho144


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-5 – Principais Espécies OrnamentaisFamília Nome científico Nome vernacularAcanthaceae Heteradelphia paulowihelmia HeteradelfiaAraceae Anthurium andreanum AntúrioBalsaminaceae Impatiens buccinalis CamarõesBegoniaceae Begonia baccata Begónia, Folha-bobaBegoniaceae Begónia subalpestris Begónia-giganteCyatheaceae Cyathea mannii Feto giganteDracaenaceae Dracaena arborea Pau-sabãoDracaenaceae Dracaena laurentii Língua-de-sograDracaenaceae Dracaena trisfasciata Língua-de-sograEricaceae Phillipia thomensis EricaMalvaceae Hibiscus rosa-sinensis HibiscoMaranthaceae Iresini herbstii Coração-magoa<strong>do</strong>Melastomataceae Calvoa grandifoliaCalvoaMelastomataceae Tristemma mauritianumMusaceae Heliconia rostrata Bico-de-papagaioNyctaginaceae Mirabilis jalapa Losa-bilançaOrchidaceae Cyrtorchis henriquensiana Fia-língua-de-vacaOrquidaceae Calanthe sylvatica CalantePandanaceae Pandanus thomensis Pau-esteiraRosaceae Rosa sp. RoseiraScrophulariaceae Thunbergianthus quintasii Musa-friaZingiberaceae Renealmia grandiflora RenealmiaZingiberaceae Nicolaia elatior Rosa-porcelanaZingiberaceae Hedychium coronarium145


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-6 - Principais Pássaros EndémicosNOME VULGARSÃO TOMÉKitoliEnjolóOlho-grossoCamusselaSelele-mangotchiPapafigoSêleleTchin-tchin-xoloTruquí<strong>Tomé</strong>-gágaCessaPombo-<strong>do</strong>-matoPRÍNCIPETor<strong>do</strong>EstorninhoMerloChibiTchiliquitoTchili-tchiliChibi-fixaRabo-de-peixeRolaChota caféNOME CIENTIFICOOtus hartlaubiNeospiza concolorSpeirops lugubrisPloceus grandisDreptes thomensisOriolus crassirostrisNesctarinia newtoniiThomasophantes sanctithomaePrinia molleriTerpsiphone atrochalybeiaTreron sanctithomaeColumba thomensisTurdus olivaceofuscusLamprotornis ornatusPloceus princepsNectarinia hartaubiiSpeirops leucophaeusZosterops ficedulinusHorizorhinus <strong>do</strong>hrniDicrurus modestusColumba malherbiiSerinus rufrobrunneus146


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-7 – Lista de Animais Ameaça<strong>do</strong>s em S.<strong>Tomé</strong> e PríncipeNome científico Classe Ordem Familia Nome vulgar Grau deameaçaParadxa Gastropoda Neogastropoda Buccinidae Molusco VthomensisChelonia mydas Reptéis Testudines Cheloniidae Tartaruga Ambo EEretmochelys Reptéis Testudines Cheloniidae Tartaruga Sarda EimbricataLepy<strong>do</strong>chelys Reptéis Testudines Cheloniidae Tartaruga Bastarda EolivaceaColumba Aves Columbiformes Columbiidae Pombo de Mato VthomensisDermochelys Reptéis TestudinesTartaruga Ambulancia EcoriaceaDermochelyidaeGlobanus sp. Insecta Diplopoda Milipeias KNeospiza Aves Fringilidae Pardal de S.<strong>Tomé</strong> EconcolorPoliospiza Aves Fringilidae Chota-café (Ilhéu deErufobrunneafradeiBoné de Joquei)Coeliades Insecta Lepi<strong>do</strong>ptera Hesperiidae Borboletas de S.<strong>Tomé</strong> VbocagiiLanius newtoni Aves Passeriformes Laniidae Picanço ETrithemis nigra Insecta O<strong>do</strong>nata Libellulidae Libelinha <strong>do</strong> Príncipe IEpamera bellina Insecta Lycaenidae EXmarisLeptotes Insecta Lycaenidae IterrenusChilades Insecta Lycaenidae IsanctithomaeTadarides Mamífero Chiroptera Molossidae Morcego ItomensisAmaurocichla Aves Muscicapidae VbocagiiNectarinia Aves Nectariniidae Selele – mangotchi deRthomensisS.<strong>Tomé</strong>Neritina Gastropoda Archaeogastropoda Neretidae Molusco de água <strong>do</strong>ce <strong>do</strong> EmanoeliPríncipeCharaxes Insecta Nymphalidae EXdefulvataPseudacrea Insecta Nymphalidae IgamaeOriolus Aves Oriolidae Papafigo RcrassirostrisGraphium Insecta Papilionidae EleonidasthomasiusGraphium Insecta Papilionidae EleonidassantamarthaePterodromamadeira(endêmica dasilhas Tinhosas)Aves Procellariformes Procellaridae E147


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePsittacus Aves Psittaciformes Psittacidae Papagaio VerithacusMyonycterisPteropodidae Guémbu VbrachycephalaTeinostoma Gastropoda Archaeogastropoda Skeneidae Molusco marinho deVfernandesiPríncipeTeinostoma Gastropoda Archaeogastropoda Skeneidae Molusco marinho deVfuniculatumPríncipeCrocidura Mamífero Insectivora Soricidae Musaranho KthomensisCrocidura Mamífero Insectivora Soricidae Musaranho KpoensisOtus hartlaubi Aves Strigiformes Strigidae Kitoli RSula leucogaster Aves Pelecaniformes Sulidae Pato Marinho E(Tinhosas)Bostrychia Aves Ciconiformes Threskiornithidae Galinhola de S.<strong>Tomé</strong> EbocageiBostrychia Aves Ciconiformes Threskiornithidae Galinhola de Príncipe EolivaceaSpeirops Aves Zosteropidae Tchiliquito de Príncipe RleucophoeusZosterops Aves Zosteropidae Tchili-tchili <strong>do</strong> Príncipe EficedulinusficedulinusZosterops Aves Zosteropidae Tchili-tchili de S.<strong>Tomé</strong> Rficedulinus feae(Ex=extinto; E= em perigo; V=vulnerável; R=Raro; I=Indetermina<strong>do</strong> K=insuficientemente conheci<strong>do</strong>;CT=Comercialmente ameaça<strong>do</strong>)148


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeANEXO B-8 - Principais Animais SelvagensNOMES VULGARESAledunhaCobra PretaMacacoMorcegoPorco de MatoNOMES CIENTÍFICOSNaja melanoleucaCercopithecus monaEi<strong>do</strong>lon helvum149


Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipeREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS• AFVP. Agriculture familiale: Quelques éléments sur l’après-distribution des terres, d’un point de vue production agricole. ST1995.• AGRO.GES / CINFORMA, 1999. Estu<strong>do</strong> Sobre as Vantagens Comparativas entre Pequenas, Medias e Grandes EmpresasAgrícolas de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe.• Andrade, E. & Bonfim, V., 1989/90-Educação em matéria de População e para a vida Familiar –• Livro de Referência, Cap. I - Espaço Geográfico• Anónimo. Situation de la faune et de la faune sauvage en STP, RDSTP, Direcção das Florestas Ministério da Economia,.• António Salgueiro, 2001. 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Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade de <strong>São</strong> <strong>Tomé</strong> e PríncipePARTICIPANTES NA REDACÇÃO E SÍNTESECélula de Execução:- Arlin<strong>do</strong> de Ceita Carvalho, Director <strong>do</strong> <strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>- Juvêncio Ama<strong>do</strong> d’Oliveira, Técnico <strong>do</strong> <strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>- Aurélio de Sousa Jesus Rita, Director das Florestas e Ponto Focal da Convenção sobre a Biodiversidade- Faustino da Conceição Neto de Oliveira, Técnico da ECOFAC (Direcção das Florestas)- Lourenço Monteiro de Jesus, Ponto Focal GEFConsultores Internacionais:- Robert Kasisi, Canadiano, Professor na Universidade de Montreal; Consultor selecciona<strong>do</strong> no início das actividades,pela Célula de Execução para ajudar na concepção da meto<strong>do</strong>logia de trabalho da estruturação e elaboração <strong>do</strong>s<strong>do</strong>cumentos- Carlos Klink, Brasileiro, trabalhan<strong>do</strong> em Washington; Consultor indigita<strong>do</strong> pelo Banco Mundial para ajudar nafinalização <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, Relatório Nacional e Estratégia e Plano de Acção.Consultores Nacionais:Elaboração de <strong>do</strong>cumentos:- Victor Manuel <strong>do</strong> Sacramento Bonfim, Biólogo; elaboração da monografia sobre os ecossistemas das águas interioresde S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Faustino da Conceição Neto de Oliveira, Botânico, elaboração da monografia sobre os ecossistemas florestais de S.<strong>Tomé</strong> e Príncipe- Manuel da Conceição Neto d’Alva Teixeira, Biólogo Marinho, elaboração da monografia sobre os ecossistemasmarinhos e costeiros de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe- José António Bandeira da Vera Cruz, Jurista, elaboração da monografia sobre os aspectos jurídicos e institucionaisrelaciona<strong>do</strong>s com a biodiversidade e o ambiente geral de S. <strong>Tomé</strong> e Príncipe- Sabino Pires Carvalho, Engenheiro Florestal, elaboração da monografia sobre os ecossistemas florestais de S. <strong>Tomé</strong> ePríncipe- Álvaro Vila Nova, Engenheiro Agrónomo, elaboração da monografia sobre os ecossistemas agrícolas de S. <strong>Tomé</strong> ePríncipe- Filipe Luís Bandeira Bonfim, Veterináriao, elaboração da monografia sobre a pecuária em S. <strong>Tomé</strong> e PríncipeCompilação, revisão e tradução de <strong>do</strong>cumentos:- Arlin<strong>do</strong> de Ceita Carvalho, Geógrafo, Armin<strong>do</strong> Vaz de Almeida, Sociólogo e Diógenes Pires <strong>do</strong>s Santos, Agrónomo,compilação- José Deus Lima de Menezes, Director das Pescas; Carlos Baía Dê, Director Substituto da Direcção de Pecuária e- Albertino Homem Sequeira Bragança, revisão gramatical- Victor Manuel <strong>do</strong> Sacramento Bonfim e Felisberto C. Alves de Carvalho, tradução para francês e inglês,respectivamenteOutros colabora<strong>do</strong>res:- ONGs ambientais- PNUD- Comissão Técnica nacional <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>- Membros <strong>do</strong>s Núcleos Locais <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>Impressão e encadernação:- Loja OTHELO, Lda, S. <strong>Tomé</strong>153

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